As medidas estruturais avançadas pelo governo não incluem a nova Barragem da Foupana nem transvases. A solução não passa por aí?
Criámos, em 2020, um programa especial no âmbito do PRR com medidas estruturais para o Algarve: a dessalinizadora, a ligação ao Guadiana, um reforço da ligação entre o Sotavento e o Barlavento, medidas para a redução de perda e de reciclagem de água, a concluir em 2026. Representam 16 milhões de metros cúbicos de água da dessalinizadora, mais 30 milhões da ligação do Guadiana, até mais seis milhões de água reciclada de ETAR e dois milhões poupados com medidas de eficiência. Tudo isto dá 54 milhões de metros cúbicos, sendo que o consumo total na região é de 200 a 210 milhões.
Isso chega, atendendo aos cenários climáticos?
Faz sentido pensar em soluções adicionais para o futuro. Concordámos com o estudo da Barragem da Foupana. Quanto à possível ligação ao Alqueva: a ligação ao Pomarão corresponde a uma equivalência desse reforço, porque vai buscar água ao Guadiana mais a norte e coloca água em Odeleite. E tínhamos previsto licenciar uma dessalinizadora para uso privativo pelos agricultores na zona do Mira, que ajudaria a aliviar a pressão sobre as albufeiras de Santa Clara e de Bravura.