A grande diferença reside nas vértebras cervicais e torácicas. Comparado com baleias anteriores, este Aegicetus, de seu nome científico, possuía um corpo e cauda mais alongados, além de pernas traseiras menores sem ligação firme à coluna vertebral. São adaptações que indicam ter sido um animais mais aquático do que os seus antecessores.
Os restos fossilizados deste Aegicetus gehennae foram recuperados no deserto do Egito em 2007 e datam de há cerca de 35 milhões de anos. A criatura terá sofrido adaptações para conseguir nadar ondulando a parte de baixo do corpo e a cauda. Uma forma muito parecida à que os crocodilos usam, hoje, para nadar.
Detalhada num artigo da Plos One, a descoberta revela como foi feita a transição dos protocetídeos, uma família de cetáceos entretanto extinta, para os que habitam o oceano. Estas baleias semiaquáticas viveram no meio do Eoceno, época geológica de há 56 milhões de anos e que terminou há pouco mais de 33 milhões, tendo deixado fósseis tanto em África como na Ásia e nas Américas. E embora as baleias de hoje sejam totalmente aquáticas, usando as caudas para se impulsionarem pela água, acredita-se que estes seus antepassados tenham sido semiaquáticos, nadando principalmente com os membros. Uma forma muito semelhante à de outras baleias antigas, como a famosa Basilossauro, nome que significa Lagarto-rei, aparentado tanto com as baleias como com os golfinhos.
“As primeiras baleias protocetídeos eram nadadoras movidas a pé. Só depois aprenderam a nadar movendo a cauda”, explicou Philipe Gingerich, especialista do Departamento de Ciências da Terra e Ambientais da Universidade do Michigan, que também já tinha ajudado a perceber que baleias e hipopótamos são bichos próximos. “Sabemos agora que esta Aegicetus foi intermediária no tempo e na forma das baleias atuais.”