A Grande Barreira de Coral, na Austrália, está a sofrer degradações incontornáveis e pode mesmo estar em causa a sua sobrevivência. A causa, dizem os especialistas, está na “extraordinária rapidez” das alterações climáticas.
Pesquisas do ano passado revelaram que 95% das áreas analisadas estavam a sofrer de um fenómeno de branqueamento dos corais, devido ao aquecimento dos oceanos. O branqueamento nem sempre é irreversível, mas as investigações encontraram a maior morte de corais alguma vez registada – com cerca de 67% de corais mortos, numa área de 700 quilómetros.
O Governo australiano reuniu um comitê de especialistas, Reef 2050, para implantar medidas de intervenção. Os especialistas revelaram que o branqueamento dos corais, desde o ínicio de 2016, provocou mudanças significativas no recife.
“Há uma grande preocupação sobre o futuro do recife, assim como com as comunidades e empresas que dependem dele”, disse o painel de especialistas, num comunicado recente.
O comunicado realça que a rapidez das alterações climáticas torna a necessidade de intervir ainda mais urgente: “A Grande Barreira de Coral e os ecossistemas estão a sofrer grandes danos a longo prazo que podem ser irreversíveis, a menos que sejam tomadas ações agora.”
Apesar do comunicado do comitê de especialistas não revelar diretamente que os danos são incontornáveis. Numa reunião do comitê consultivo, dois especialistas do Reef 2050 revelaram que, com o aumento das mudanças climáticas que causam o branqueamento em massa dos corais, a perda da cobertura do coral, assim como a biodiversidade, são inevitáveis.