A lista “SootFree Cities” é divulgada pelas organizações não-governamentais de ambiente Amigos da Terra Alemanha (BUND) e o Secretariado Europeu para o Ambiente (EEB), federação da qual a Quercus é membro. Em 2015, as duas organizações, também com a participação ativa da Quercus, avaliaram o desempenho de 23 cidades em 16 países europeus, tendo em conta nove categorias de critérios relacionados com os transportes, incluindo a promoção dos modos suaves (como andar a pé e de bicicleta), a gestão do tráfego urbano, a renovação das frotas públicas pela introdução de veículos mais limpos e eficientes, e os incentivos económicos para reduzir a poluição, tais como sistemas de portagens urbanas e tarifas sobre o estacionamento. Esta lista também teve em conta o progresso das cidades europeias na redução das emissões poluentes provenientes do tráfego rodoviário.
A lista focou-se em algumas medidas que foram implementadas durante os últimos cinco anos e também nos planos de melhoria da qualidade do ar existentes para cada cidade e que incluem medidas que já estavam previstas e ainda não estavam implementadas.
No topo da lista das cidades mais empenhadas em combater a poluição, Zurique emerge no primeiro lugar da lista. Esta cidade suíça deve o seu excelente desempenho a uma combinação de medidas que incluem um forte compromisso das autoridades locais em reduzir os níveis de poluição emitida pelos transportes, a promoção dos transportes coletivos e modos suaves e baixos níveis de poluição atmosférica.
Em Zurique, mas também em Copenhaga, classificada em segundo lugar da lista, o volume de tráfego dentro da cidade foi reduzido substancialmente e os veículos mais antigos e poluentes deixaram de circular em algumas áreas mais centrais, entre os quais veículos movidos a gasóleo, camiões e máquinas de construção. Simultaneamente, estas duas cidades investiram amplamente na promoção e expansão dos transportes coletivos e modos suaves de transporte, como a bicicleta e andar a pé. Viena e Estocolmo ficaram classificadas, respetivamente, em terceiro e quarto lugar desta lista, enquanto Berlim – a vencedora da edição do ano anterior – ocupa este ano o 5º lugar. No fim da tabela, Lisboa e Luxemburgo ocupam o penúltimo e último lugar, respetivamente, porque a ação das autoridades locais tem sido insuficiente ou ineficaz na melhoria da qualidade do ar de forma persistente.
As cidades europeias têm sido prejudicadas por ações inadequadas ao nível da União Europeia quando se trata de combater a poluição atmosférica. A UE deveria introduzir limites de emissão para os veículos rodoviários que reflitam condições reais de condução, e ainda limites de emissão para máquinas de construção. Para além disso, a União Europeia deveria empenhar-se em definir valores limite mais exigentes para alguns poluentes atmosféricos em 2020, 2025 e 2030. Esta legislação permitirá reduzir os níveis de poluição em cada Estado-membro e reduzir a poluição transfronteiriça a longa distância, a qual as cidades ainda são incapazes de lidar.
Lisboa entre as cidades com pior desempenho a nível europeu
Lisboa apresenta níveis elevados de poluição desde há vários anos, sobretudo partículas inaláveis e dióxido de azoto, consistentemente acima dos valores limite impostos pela legislação europeia, embora com tendência decrescente. A Câmara Municipal de Lisboa introduziu em 2011 uma Zona de Emissões Reduzidas (ZER) para proibir a circulação de veículos mais antigos e mais poluentes na zona mais central, mas com critérios pouco ambiciosos quando comparados com outras cidades europeias e com falta de fiscalização adequada. Em 2015, a ZER entrou numa nova fase e passou a restringir o acesso a veículos com matrícula anterior a 2000 (Euro 3) na zona mais central e veículos com matrícula anterior a 1996 (Euro 2) na zona mais alargada. Em Lisboa, a gestão do estacionamento foi significativamente melhorada.
Comunicado completo:
Para visualização da lista completa das cidades europeias, informação mais detalhada relativamente à metodologia e resultados, consultar:
“SootFree Cities”