A minha candidatura foi secreta – escondia-a do homem lá de casa, do resto da família e de alguns amigos. O secretismo estava diretamente ligado ao facto de saber que, à primeira vista, não temos vida nem sabedoria para manter uma horta. Não queria que me desanimassem.
Mas, no decorrer da espera – cerca de dois meses -, enquanto não era sim ou sopas, fui-me descaindo, especialmente em casa. Ainda bem: foi ele quem atendeu o telefone de casa quando a notícia chegou. Eu estava numa entrevista, num local sem rede, e não conseguiram apanhar-me. Só mais tarde tive direito ao meu telefonema.
Fiquei muito contente. Mas ainda não consigo afastar a grande dúvida: serei (seremos) capaz?