Lembra-se de quando se falava das alterações climáticas no futuro do indicativo, sempre a apontar genericamente para o fim deste século? “Teremos mais ondas de calor, que poderão matar milhares de pessoas”; “Picos de temperatura tornarão vários locais inóspitos”; “As secas serão mais intensas e longas”; “Fenómenos extremos de precipitação provocarão inundações de proporções bíblicas”.
Comparemos estas previsões com alguns títulos de notícias dos últimos meses. “Excesso de mortes irrompeu quando onda de calor atingiu a Europa: dados preliminares mostram que milhares de pessoas morreram quando as temperaturas subiram em julho” (Politico, 3 de agosto). “Em Jacobabad, uma das cidades mais quentes do planeta, uma onda de calor está a fazer ultrapassar os limites da habitabilidade humana” (Inside Climate News, 20 de junho). “Onda de calor extrema na China pode levar ao caos global e à escassez de alimentos” (New Zealand Herald, 27 de agosto). “Europa vive a sua pior seca em pelo menos 500 anos” (CNBC, 23 de agosto). “Seca na China faz com que Yangtze seque, provocando escassez de energia hidroelétrica” (The Guardian, 22 de agosto). “Inundações no Paquistão: mil mortos, milhões afetados pelos ‘horrores das alterações climáticas’” (Euronews, 29 de agosto). “Onda de calor queima colheita de trigo na Índia e complica planos de exportação” (AP News, 29 de abril).