Todos os voos foram pontuais, pelo que chegámos à hora prevista a Belém: 22h40m, hora local. Em Belém são menos 4h do que em Portugal. O calor e a humidade são espantosos. Vínhamos do frio; em Portugal faziam temperaturas anormalmente baixas para a época do ano, Junho, pelo que foi com alegria que recebemos aquele calor brasileiro. Calor ainda moderado, pois não estamos na sua época mais quente. Às onze da noite estariam uns 25 graus, disse-nos o guia Gelderson, que nos recebeu no aeroporto. Gel quê?, perguntámos. Começou a nossa luta com a pronúncia brasileira versus pronúncia portuguesa. Podem tratar-me por Gel, disse-nos. (Leia-se “Géu”). Ok, Géu. (O Filipe custou a atinar com o nome, no dia seguinte disse-lhe que era como o gel do cabelo, e finalmente fixou-lhe o nome). Ao chegar ao hotel “Portas da Amazónia”, uns quarenta minutos depois de sairmos do aeroporto, derreados, o rececionista informa-nos que houve uma confusão com os quartos: a senhora das limpezas confundiu os quartos, pelo que o nosso – grande – não está preparado, e vamos ficar temporariamente, apenas esta noite, num mais pequeno. No dia seguinte podemos mudar-nos para o outro. Não ficámos contentes. Mas o cansaço era tal que tomámos um duche e fomos dormir, já passava da meia noite. O dia seguinte era suposto começar às sete, assim dizia o nosso programa desenhado por uma agência brasileira especializada em programas ecológicos, mas dado que chegámos tão tarde, passou para as oito.
Alvorada. Às seis da manhã tocam os sinos. A luz entra abundantemente pelo quarto, e os sinos da catedral mesmo ao lado do hotel tocam ruidosamente. Faz muito calor e temos de ligar o ar condicionado. Estamos permanentemente a transpirar. Estamos na Amazónia, estamos em Belém – a segunda maior cidade da Amazónia – e é hora de levantar e ir passear.
É com bastante expectativa que começamos o dia. Atravessado o Atlântico, finalmente é hora de começarmos a divertir-nos. Vamos à descoberta, tal como o Pedro Álvares Cabral. É a primeira vez que estamos no Brasil, nunca cá tínhamos estado, nem eu, nem o Filipe.