Dei uma agradável volta de bicicleta pelos domínios do Shikarbadi, nem precisei de sair do seu interior. O hotel tem aeroporto (como viram no capítulo 18), campo de críquete e centro de hipismo. Às seis e meia da manhã já aquela rapaziada andava a jogar críquete e a treinar os cavalos.E agora é que estou esgalgada com fome, desde as quatro e meia que estou acordada, às sete já é quase hora de jantar…Aproveitemos a pausa do pequeno almoço para falarmos desta vez de Caxemira. Abordámos o tema no capítulo 17, a propósito do lançamento do primeiro submarino nuclear da Índia, este domingo dia 26 de Julho. Aprofundemos o tema. Caxemira situa-se no norte do subcontinente indiano e faz fronteira com a Índia, Paquistão, China e Tibete.A região de Caxemira, habitada maioritariamente por muçulmanos, é cenário de uma disputa entre a Índia e o Paquistão desde 1947, data do fim da colonização britânica, data essa em que se dá a separação da antiga Índia britânica em dois países, um de maioria hindu (Índia) e outro de maioria islâmica (Paquistão). Em breve desenvolveremos este tema igualmente, numa das próximas crónicas. A ONU determinou numa resolução de 1948 que deveria realizar-se um plebiscito àcerca da independência deste território: seria a sua própria população a decidir. Tal plebiscito, porém, nunca aconteceu. Os conflitos armados entre ambos – Índia e Paquistão – em disputa pelo território, resultaram na divisão de Caxemira: cerca de um terço ficou com o Paquistão (Caxemira Livre e Territórios do Norte) e o restante com a Índia (Jammu e Caxemira). Uma porção do território passou ainda a pertencer à China: em 1962 esta conquistou uma parcela – Aksai Chin – e no ano seguinte, 1963, o Paquistão cedeu-lhe uma faixa dos Territórios do Norte. O Paquistão reivindica porém o controlo total da região, sob o argumento de que lá vive uma população de maioria islâmica. Conforme o census de 2001 da Índia, a população total em Caxemira era de 10 milhões de habitantes, dos quais 7 milhões eram muçulmanos e 3 milhões hindus. Enquanto isso, a situação na Caxemira ocupada vem-se deteriorando, com a Índia a adoptar medidas de força e repressão, aumentando a ocupação militar e contendo severamente os insurgentes. O Paquistão, por seu turno, lembra que a solução para o problema passa pelo cumprimento das resoluções da ONU, com a desmilitarização e retirada de todas as tropas de Caxemira, seguida pela imediata realização de um plebiscito para decidir o destino do território. E chegamos assim ao tema abordado no capítulo 17: a corrida armamentista e a grande possibilidade de uso de arsenal nuclear, dado que quer a Índia quer o Paquistão têm vindo a desenvolver programas nucleares, tendo inclusivamente entrado em 1998 no selecto clube dos países detentores de armas nucleares. Desde então, as hostilidades em Caxemira passaram a ser acompanhadas com mais atenção pela comunidade internacional. Para mais detalhes e mapas, posso deixar o website: http://www.kashmirnewz.com/history.html Construído por cinco jornalistas de Srinagar, a capital da parte indiana. Possui uma cronologia e mapas interessantes.
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