Terminadas as 13h nocturnas de viagem, chegámos finalmente à capital do estado de Chiapas. Depois de um prolongado passeio pela agitada e barulhenta cidade, decidimos que queríamos visitar o museu de arqueologia; deparámo-nos com um museu a meio gás, que se encontrava em parcial remodelação. Partimos um pouco desapontados com o passeio no centro (pouco mais tem para visitar além da Catedral de São Marcos – localizada na Plaza Cívica) e com a tentativa falhada de visitar o museu. Recompusemo-nos na sala de cinema a ver um filme.
No dia seguinte fomos visitar um ponto turístico muito desejado por nós, o Cañon del Sumidero. Pode visitar-se esta imponente beleza natural de lancha ou percorrendo os cinco miradores no topo a pé. Como perdemos o único autocarro que parte da cidade para o percurso dos miradores, optámos por apanhar um outro transporte para a cidade de Chiapa de Corzo, porto de onde saem as lanchas.
Chegámos a Chiapa de Corzo, localizada na margem direita do rio Grijalva. Na praça central, Plaza Ángel Albino Corzo, encontra-se um monumento emblemático do século XVI, totalmente construído com ladrilhos – uma mistura entre o estilo muçulmano e católico – único no estado de Chiapas. Nesta pequena cidade visitámos também o bonito antigo Convento de Santo Domingo, construído durante a segunda metade do século XVI, pelos frades dominicanos Pedro Barrientos e Juan Alonso. Foi restaurado, mais tarde, para receber nas suas salas importantes exposições.
Encontrámos uma lancha para visitar o afamado Cañon e percorremos o rio Grijalva entrando pelo Parque Nacional Cañon del Sumidero.Este cañon tem uma altura máximo de 1000 metros; entre as vertentes rochosas e o rio existe uma grande variedade de plantas que oferecem habitat a várias espécies de animais. Neste passeio podemos ver animais tão exóticos como macacos, aranhas, crocodilos, iguanas… Conta a lenda que quando chegaram os conquistadores espanhóis, famílias inteiras de índios preferiram saltar da vertente mais alta do cañon ao invés de se submeterem à vontade deles.
Durante a viagem de lancha passámos por diversos pontos onde pudemos observar erosões rochosas com formas particulares: monge, cavalo marinho, Jesus Cristo decapitado, um pé escavado na rocha. Passámos ainda por uma espectacular queda de água, com variadíssimas espécies de musgos, líquenes e orquídeas que no seu conjunto davam um aspecto de árvore de Natal em torno da cascata.
No final da viagem deparámo-nos com a majestosa Presa [central]Hidroeléctrica Manuel Moreno Torres ou Chicoasén.
No dia seguinte, partimos de Tuxtla para visitarmos a Sima de las Cotorras. Trata-se de um buraco na rocha, com a profundidade de 140 metros e um diâmetro de 160 metros. No seu fundo encontra-se uma exuberante selva perdida que dá abrigo a centenas de caturras: infelizmente não as podemos ver, porque neste período esta espécie migra de Chiapas. Ainda assim, o lugar apresenta-se avassalador, com uma vegetação soberba ao seu redor. Almoçámos num simpático restaurante debruçado sobre Sima de las Cotorras, que nos permitiu contemplar esta rara formação geológica durante toda a refeição.
De Tuxtla partimos para São Cristóbal de las Casas.