Inês Oliveira
Banquete de bom cinema no Doclisboa
Desde a retrospetiva da realizadora checa Vera Chytilová até aos últimos filmes de Wang Bing, Frederick Wiseman, Barbet Schroeder, Manuel Mozos e João Canijo, pelo festival Doclisboa passam dezenas de filmes que nos ajudam a pensar o mundo. A partir desta quinta, 19, e até dia 29, na Culturgest, São Jorge, Cinemateca Portuguesa e outros locais de Lisboa
Bobó, de Inês Oliveira: Bissau aqui ao lado
Inês Oliveira destacou-se com a curta-metragem O Nome e o N.I.M (2003), que, entre outras distinções, recebeu o prémio nacional do Curtas de Vila do Conde. A passagem para as longas não foi fácil. A realizadora não fez cedências e arriscou um filme complexo e experimental e de estrutura ambígua, Cinerama (2010), com o respetivo insucesso de bilheteira.
Encontro imediático com Inês Oliveira
A realizadora de O Nome e o N.I.M (uma curta com mais de uma dúzia de prémios em festivais), apresenta agora a sua primeira longa de ficção, Cinerama (estreia-se hoje, dia 11). Com uma rodagem atribulada, cerca de três anos, muita improvisação e um bebé pelo meio, a autora define-a como um tríptico, "uma construção em camadas que se acumulam, contradizem e justapõem". E com um estranho efeito de "provocar amnésias" no espectador. "Sinto-o como um filme matriz. Está lá tudo o que sou. É o género de obra que só se faz uma vez na vida". Está a trabalhar num guião com "uma narrativa mais convencional": "Não posso continuar a fazer 'cineramadas' a vida toda".
Podes gritar, mas não te serve de nada
FOTOGALERIA. Cinerama é um filme em três actos, orgulhosamente abstracto, em que a forma ganha protagonismo