Chili Com Carne
Amadora BD: Este ano, o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora tem sotaque brasileiro
A edição deste ano do Amadora BD tem o Brasil como tema central. Artur Correia e Francisco Sousa Lobo são os autores em destaque. O Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora começa nesta sexta, 26
COLETIVO
Um paradoxo interessante no século XXI é que a abundância de formatos de informação e difusão quase universais não resulta, necessariamente, numa divulgação efetiva, sobretudo no caso de obras, autores e linguagens menos conhecidos fora dos respetivos circuitos. Uma solução pode implicar esforços coletivos, nalguns casos com cobertura institucional (leia-se: financiamento) que se aplaude, mas cujos critérios nem sempre se percebem. E há três exemplos recentes, representando duas maneiras de olhar a banda desenhada.
APARTHEID
Colectânea de trabalhos do autor sul-africano branco Anton Kannemeyer (curtas bandas desenhadas, ilustrações, cartoons, pinturas) "Papá em África" volta a sublinhar a Mmmnnnrrrg/Chili Com Carne como uma das melhores editoras a trabalhar em Portugal, porque publica mais livros que quem se interessa por banda desenhada tem mesmo de conhecer. "Conhecer", repito, não meramente "Adorar" ou "Detestar".
ERASMUS
Partir para o estrangeiro por um período durante os anos de formação tornou-se um ritual comum nas mais variadas áreas, embora a vontade de adquirir experiências se tenda a transformar na necessidade de encontrar soluções.
ARTE
Quando se fala de banda desenhada enquanto Arte é curioso ler uma BD notável que reflete (também) sobre Arte. Na verdade a banda desenhada surge de dois modos em The Dying Draughtsman/O desenhador defunto de Francisco Sousa Lobo (Chili Com Carne, em inglês com texto também em português). Enquanto linguagem em que é contada a história, naturalmente. Mas também como uma espécie de forma de expressão "intermédia" para o protagonista/narrador, que compartilha com o autor o nome de batismo. (texto publicado no JL-Papel)
REPORTAGEM
Para promover o poder reflexivo-evocativo da banda desenhada com exemplos que saem fora da percepção comum há dois géneros-chave. Por um lado a BD autobiográfica/diarística (como "Fun Home"), por outro a BD de reportagem/documentário (como o trabalho de Joe Sacco), sendo que por vezes as duas componentes se mesclam ("Persepolis", "Maus"). Em Portugal começam também a surgir exemplos que vale a pena ler e discutir. (texto publicado no JL-Papel)