A6

Momentos antes de anunciar a demissão do Governo, Eduardo Cabrita voltou a insistir que via e trabalhadores não estavam, no momento do acidente da A6, devidamente sinalizados, mas o despacho do MP contraria esta versão

Eduardo Cabrita demitiu-se, esta sexta-feira, na sequência da acusação ao motorista pela morte de um funcionário de limpezas de mato na A6. A demissão surgiu horas depois de ter frisado que seguia como passageiro na viatura acidentada, e não como condutor. O ministro disse que teve "um verão difícil" devido a este caso, que atravessou com "grande sacrifício pessoal"

As primeiras conclusões ao acidente que envolveu o automóvel do MAI, onde seguia Eduardo Cabrita, chegaram quase meio ano depois: o carro seguia a 166 km/h e, por isso, o MP acusou o motorista de homicídio por negligência. O advogado da família de Nuno Santos pondera insistir na tese da culpabilidade do ministro

À VISÃO, José Joaquim Barros, advogado da família de Nuno Santos, aponta Eduardo Cabrita como "responsável" pelo acidente e confirma intenção de exigir, em tribunal, ao ministro, uma indemnização superior a um milhão de euros

José Joaquim Barros disse, à VISÃO, que “não há nenhuma razão legalmente correta que possa determinar o segredo de justiça deste inquérito”. O advogado diz também que a ajuda prometida pelo ministro Eduardo Cabrita nunca chegou à família de Nuno Santos, que, atualmente, sobrevive graças à pensão temporária dada pela seguradora

Tudo somado, quem vai ser julgado é o motorista, quem vai ser penalizado é o motorista, e quem vai ficar pendurado é o motorista. É a ele que Eduardo Cabrita quer proteger?