O antigo campeão de sumo Akebono, nascido no Havai, e que nos anos 1990 se tornou o primeiro não japonês a alcançar o posto supremo de grande campeão (yokozuna), morreu aos 54 anos, foi hoje noticiado.

Com 2,03 metros de altura e, no auge da carreira com 233 quilogramas de peso, Akebono tornou-se o primeiro yokozuna estrangeiro da história do sumo em 1993.

Morreu no início deste mês de insuficiência cardíaca, disse a agência de notícias japonesa Kyodo.

Nascido no Havai (EUA) em 1969, Chadwick Haheo Rowan foi aí descoberto por outro pioneiro do sumo havaiano: Takamiyama, o primeiro não japonês a vencer um torneio de sumo e que se tornou o mestre de Akebono na modalidade.

Akebono deu os primeiros passos no Japão em 1988 no ‘dohyo’, o pódio de barro onde se travam os combates, ao mesmo tempo que os dois irmãos e campeões japoneses Takanohana e Wakanohana, descendentes de uma longa linhagem de lutadores de sumo.

A rivalidade entre os três lutadores fez manchetes na imprensa desportiva japonesa e encantou o público. Akebono venceu um total de 11 torneios e foi escolhido para fazer uma demonstração de sumo na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de inverno de Nagano, no Japão, em 1998.

Em julho de 2000, tornou-se também a primeira pessoa a receber a “Taça Jacques Chirac”, como é conhecido o troféu atribuído a partir dessa data aos vencedores de torneios em nome da amizade franco-japonesa e da paixão do antigo presidente francês pelo sumo e pelo Japão em geral.

“Fiquei profundamente triste ao saber da morte de Akebono, um gigante do mundo do sumo, um havaiano orgulhoso e uma ponte entre os Estados Unidos e o Japão”, escreveu o embaixador norte-americano no Japão, Rahm Emanuel, na rede social X (antigo Twitter).

“Ao longo de 35 anos no Japão, Akebono reforçou os laços culturais entre os Estados Unidos e a pátria de adoção, unindo-nos a todos através do desporto”, acrescentou.

EJ // CAD

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Segundo os analistas, o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) deverá manter pela quinta vez consecutiva a taxa de depósitos em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento deverá ficar em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,75%.

A instituição liderada por Christine Lagarde tomará a decisão num contexto de queda da inflação, depois de a taxa se ter reduzido em duas décimas em março, para 2,4%, enquanto a inflação subjacente – que exclui o efeito dos preços da energia e dos alimentos por ser mais volátil – caiu três décimas, para 2,9%.

Os analistas esperam o primeiro corte das taxas de juro em junho, altura em que a instituição terá mais dados sobre a evolução da economia.

Na última reunião, a presidente do BCE garantiu que o Conselho do BCE precisava de mais dados e que uma parte deles chegaria em abril, mas que saberiam “muito mais em junho.”

Duas semanas depois, Lagarde apontou novamente o mesmo calendário, mas afirmou que não se poderia comprometer com novos cortes a partir de então.

Em março, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse que a inflação está a descer de forma sustentada e a convergir para 2%, mas não quis antecipar o próximo corte de juros do BCE por ser necessário analisar vários indicadores.

“A inflação está a descer de forma sustentada e a convergir para 2%”, afirmou Centeno na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de março, em Lisboa.

Contudo, disse que não antecipa quando será o próximo corte de taxas de juro diretoras nem o que defenderá na reunião do Conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) de hoje, contudo tem sido uma das vozes mais ativas a favor de uma descida dos juros no atual contexto.

AAT // EA

A investigação hoje divulgada analisa o grande desenvolvimento da produção brasileira de algodão, para exportação, e segue o destino de mais de 800.000 toneladas desse algodão, contaminado, mas certificado, para empresas na Ásia, onde é transformado em peças de roupa para as marcas venderem depois especialmente na Europa.

As acusações são da organização não-governamental britânica de investigação “Earthsight”, que utiliza a investigação aprofundada para denunciar crimes ambientais e sociais, injustiças e ligações ao consumo global.

A “Earthsight” revela, no extenso trabalho a que a Lusa teve acesso, que passou mais de um ano a analisar imagens de satélite, decisões judiciais, registos de embarque, e a ir disfarçada a feiras comerciais globais para localizar e seguir esse algodão.

Produzido no Cerrado brasileiro por duas grandes empresas (que negaram qualquer ilegalidade), o algodão foi vendido entre 2014 e 2023 a oito fabricantes de vestuário em países como a Indonésia, o Paquistão ou o Bangladesh, fornecedores da Zara e H&M.

As fazendas de algodão em causa, diz a investigação, têm um longo historial de processos judiciais, casos de corrupção, desmatamento ilegal de 100.000 hectares de terra e apropriação indevida de terrenos no Cerrado, uma região que cobre um quarto do Brasil e abriga 5% de todas as espécies do mundo, incluindo tatus e papa-formigas.

Mais de metade do Cerrado foi desmatado para a agricultura em grande escala, nomeadamente para algodão, fazendo com que centenas de espécies estejam em vias de extinção devido à perda de habitats.

Em 2030, o Brasil deverá ultrapassar os Estados Unidos como maior exportador de algodão do mundo, segundo o documento.

Esse crescimento do algodão levou ao declínio das comunidades tradicionais.

A “Earthsight” fala de uma “mistura ruinosa de corrupção, ganância, violência e impunidade”, que levou ao desvio de terras públicas e à apropriação de terras das comunidades locais, que são sujeitas a intimidação e roubo de gado.

As empresas e os consumidores na Europa e América do Norte estão a impulsionar o desmatamento, invasão de terras e violações dos direitos humanos de uma nova forma, “não pelo que comem, mas pelo que vestem”, diz a “Earthsight”, que nota que nem a H&M nem a Zara compram o algodão diretamente aos produtores.

“Todos os anos, milhares de milhões de litros de água doce são desviados para campos de algodão, que são encharcados com 600 milhões de litros dos pesticidas mais venenosos”, diz a ONG, que deixa ainda outra denúncia sobre a certificação do algodão.

É que, segundo a “Earthsight”, todo o algodão contaminado foi certificado como sustentável pela “Better Cotton”, uma entidade que diz ser o maior programa de sustentabilidade do algodão a nível mundial e que tem como missão ajudar as comunidades a prosperar protegendo e restaurando o ambiente.

A “Earthsight” diz que a maioria dos produtos da H&M e da Zara são fabricados com algodão como selo “Better Cotton”, uma empresa que tem sede em Genebra e em Londres, e que no passado foi várias vezes acusada de ‘greenwashing’ (divulgação de falsas práticas sustentáveis através de ações de ‘marketing’), secretismo e incumprimento da proteção dos direitos humanos.

Perante as acusações da “Earthsight”, a “Better Cotton” disse ter aberto um inquérito.

A H&M respondeu à ONG que estava a identificar com a “Better Cotton” necessidades de melhorar o processo de certificação, e a Zara reconheceu que trabalhava com as empresas do Paquistão mencionadas mas disse que estas negaram que comprassem algodão diretamente a qualquer produtor no Brasil. E também confirmou que a “Better Cotton” tinha iniciado uma investigação.

Os fazendeiros brasileiros negaram todas as acusações.

Mas ainda assim o diretor da “Earthsight”, Sam Lawson, deixa um aviso: “Se tem roupa de algodão, toalhas ou lençóis da H&M ou da Zara, é bem possível que estejam manchados pela pilhagem do Cerrado. Estas empresas falam de boas práticas, de responsabilidade social e de sistemas de certificação, afirmam investir na rastreabilidade e na sustentabilidade, mas tudo isto parece agora tão falso como os arranjos das suas montras”.

A associação lembra que há várias leis para regular as cadeias de abastecimento, fala de regulamentos da União Europeia sobre sustentabilidade e desflorestação que não abrangem o algodão. E diz que os maiores culpados da situação são os maiores mercados consumidores.

A União Europeia é o maior importador de vestuário do mundo, seguida pelos Estados Unidos.

FP // FPA

A competição europeia é praticamente o que resta ao campeão nacional, depois de a última semana ter ditado a eliminação da Taça de Portugal e o quase afastamento da luta pelo título, primeiro após empatar um jogo e a seguir ao perder outro, para a I Liga, ambos com o rival Sporting.

O jogo de hoje entre Benfica e Marselha tem início às 20:00 no Estádio da Luz, em Lisboa, e terá arbitragem do inglês Michael Oliver.

Na Liga Europa, a tarefa assume-se também muito difícil, sobretudo a partir das meias-finais, mas antes, em eliminatória dos ‘quartos’, o Benfica recebe hoje o Marselha e visita os franceses dentro de uma semana, em 18 de abril.

Por orientação das autoridades policiais, os adeptos visitantes não devem assistir aos dois encontros, sendo expectável que se verifique um Estádio da Luz sem franceses e um Vélodrome sem portugueses.

O Benfica foi notificado pelas autoridades gaulesas da proibição de adeptos seus no desafio da segunda mão, cenário que resultou em recomendação idêntica das forças policiais portuguesas quanto aos seguidores marselheses e que foi acatada pelos ‘encarnados’.

Caso ultrapassem os quartos de final, as ‘águias’ irão ter então pela frente o vencedor da eliminatória entre Liverpool e Atalanta, que hoje disputam a primeira mão em Anfield Road.

Ainda nos quartos de final disputam-se também hoje os jogos da primeira mão AC Milan-Roma e Bayer Leverkusen-West Ham, com os vencedores da eliminatória, igualmente com a segunda mão em 18 de abril, a emparelharem nas meias-finais.

RPM // AJO

“Num país, como o nosso, em que há recursos financeiros, passados 22 anos não há explicação plausível para que exista extrema pobreza, má nutrição e subnutrição. A explicação é que não decidimos em políticas corretas e em definir prioridades”, afirmou José Ramos-Horta.

Segundo o Presidente timorense, “não pode haver desafio maior do que a extrema pobreza, subnutrição. Portanto, houve falhanço na liderança política timorense, não há desculpa possível”.

“Temos dinheiro que vem do petróleo e do gás, portanto, não decidimos no que deve ser, o que é a verdadeira prioridade e isso está ligado à educação, está ligado à saúde. Portanto, falhámos”, considerou.

José Ramos-Horta disse também que se tivesse sido primeiro-ministro quando o país começou a receber o dinheiro do Fundo Petrolífero teria priorizado a agricultura, segurança alimentar, água potável, educação e saúde.

De acordo com o Presidente timorense, outro setor que tem sido um obstáculo para o desenvolvimento é o da Função Pública, considerando que a atual é um “sorvedouro das riquezas do país”, um “obstáculo ao desenvolvimento” e uma “retardadora de muitas iniciativas”.

“Nós partidarizamos tudo. É a cultura dos países subdesenvolvidos. Tudo é partidarizado. O atual chefe do Governo, Xanana Gusmão, tenta evitar a partidarização, mas ele próprio não escapa aos ‘lobbies’ do seu partido, dos seus apoiantes”, disse.

Questionado pela Lusa sobre a necessidade de capital humano para desenvolver o país, o chefe de Estado considerou que, apesar da precariedade, ao longo dos últimos anos, foram formados centenas de timorenses “com licenciaturas, mestrados e doutoramentos”.

“O problema é que depois o Governo não sabe aproveitar”, disse.

Dados do Programa Alimentar Mundial indicam que cerca de 360.000 pessoas em Timor-Leste, com 1,3 milhões de habitantes, enfrentam níveis críticos de insegurança alimentar.

O Banco Mundial recomendou recentemente a Timor-Leste que aumente o investimento para reduzir a fome, a subnutrição e o atraso no crescimento infantil para melhorar o capital humano do país e consequente desenvolvimento económico.

*** Isabel Marisa Serafim (texto e vídeo), da agência Lusa ***

MSE // VM

 

Palavras-chave:

A Câmara dos deputados do Brasil decidiu na quarta-feira manter em prisão preventiva o deputado Chiquinho Brazão, detido a 24 de março pela Polícia Federal sob acusação de ser o mandante do assassínio da vereadora Marielle Franco.

A votação, em plenário, contou com 277 votos a favor da manutenção da prisão preventiva do deputado, 129 contra e 28 abstenções.

A lei brasileira prevê que tanto a Câmara dos Deputados como o Senado podem aprovar ou não a eventual prisão dos membros, que só podem ser detidos durante o exercício do cargo em casos específicos.

Ao ler o parecer em plenário, o deputado Darci de Matos Fonte frisou que ficaram provados contínuos atos de obstrução que estavam a ser “praticados ao longo do tempo” e que, por isso, se justifica a permanência de Chiquinho Brazão em prisão preventiva.

Horas antes da votação, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, gravou um vídeo a defender que a Câmara dos Deputados votasse a favor da libertação do deputado suspeito de mandar matar a ativista e ex-vereadora Marielle Franco.

“O que menos importa hoje é a liberdade individual do deputado Brazão. O que realmente importa é se vamos seguir a Constituição ou se seremos reféns da nossa votação de hoje”, acrescentou Eduardo Bolsonaro.

A 24 de março, o deputado federal José Chiquinho Brazão, o irmão, Domingos Brazão, alto funcionário do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa foram detidos pela Polícia Federal brasileira sob a suspeita de terem ordenado o homicídio de Marielle Franco.

A prisão preventiva foi determinada pelo juiz Alexandre de Moraes, relator da investigação do homicídio de Marielle Franco no Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.

Os irmãos José Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, assim como o ex-chefe da Polícia Rivaldo Barbosa, foram detidos no âmbito da operação Murder Inc., no âmbito das investigações que, além da Polícia Federal, contaram com a participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.

O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski disse, no dia da detenção, numa conferência de imprensa, que a motivação do assassínio de Marielle Franco foi “complexa porque esse grupo [família Brazão] tem múltiplos interesses”, mas mencionou disputas políticas e de terras na zona oeste do Rio de Janeiro como uma das motivações apontadas pelas investigações da polícia.

As prisões dos supostos mandantes da morte de Marielle Franco ocorreram quatro dias depois do STF ter validado um acordo judicial com Ronnie Lessa, executor do crime que está preso desde 2019 juntamente com outro suspeito, o ex-polícia militar Elcio Queiroz, que já tinha assinado um acordo com as autoridades policiais para elucidar o caso a troco de redução de pena.

Ronnie Lessa é um ex-polícia do Rio de Janeiro e membro de gangues de vigilantes conhecidos como “milícias”, que controlam muitos dos negócios ilegais nas favelas do Rio de Janeiro e até fornecem pistoleiros contratados.

O assassínio a tiro de Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, ocorreu em 14 de março de 2018, e gerou uma grande comoção dentro e fora do Brasil.

A ex-vereadora, negra, homossexual e de uma favela, destacou-se pelo trabalho como defensora dos direitos humanos, e pelas denúncias contra a violência policial no Rio de Janeiro.

 

MIM (CYR) // CAD

O anúncio foi divulgado na quarta-feira, na sequência da visita do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, aos Estados Unidos, para reforçar os laços económicos entre os dois países, com destaque para a defesa e a cooperação tecnológica face aos avanços da China.

O objetivo é criar novas rotas de fibra ótica entre EUA, Japão e várias ilhas e territórios do Pacífico: o primeiro cabo, denominado Proa, vai ligar o Japão às Ilhas Marianas do Norte e a Guam, e o segundo cabo, chamado Taihei, liga o Japão ao Havai, indicou a empresa tecnológica em comunicado.

Além disso, a Google afirmou que vai alargar o sistema de cabos que já liga Taiwan, as Filipinas e os EUA às Marianas do Norte e que vai também ampliar o sistema de cabos que une a Austrália, as Fiji e os EUA ao Havai.

A empresa planeia ainda financiar a construção de um cabo para ligar Havai, Marianas do Norte e Guam.

Numa declaração conjunta, os EUA e o Japão lembraram que, em outubro, se comprometeram a financiar cabos submarinos e planeiam trabalhar com outros parceiros para “construir redes de confiança mais resistentes” na região do Pacífico.

O Google disse que as empresas KDDI, Arteria Networks (Japão), Citadel Pacific (com operações em diferentes regiões, incluindo Hong Kong, Macau e Filipinas) e as Ilhas Marianas do Norte estão a colaborar no desenvolvimento dos cabos.

CAD // EJ

O estudo — que auscultou eleitores em 19 países, incluindo três das maiores democracias mundiais (Brasil, Índia e Estados Unidos), que representam cerca de um terço da população mundial — mostra que menos de metade das pessoas estão satisfeitas com os seus governos e que são cada vez mais os que consideram que esses governos foram eleitos de forma transparente.

Em 11 dos 19 países, menos de metade dos inquiridos afirma que as mais recentes eleições foram livres e justas, ao mesmo tempo que os eleitores se mostram cada vez mais céticos sobre a saúde das suas democracias.

Em oito dos 19 países, a maioria dos inquiridos mostra-se favorável à emergência de um líder forte, que seja capaz de contornar as dificuldades do escrutínio dos parlamentos.

Em declarações à agência Lusa, Seema Sha, chefe do departamento de pesquisa do IDEA, lembrou que esta tendência de descrença na transparência eleitoral começou já há alguns anos, com os eleitores a aumentarem o seu ceticismo sobre o resultado das consultas populares.

Esta investigadora-chefe do IDEA aponta duas grandes razões para este fenómeno: o aumento do financiamento das campanhas eleitorais e a cobertura mediática das eleições, com frequentes queixas de falta de imparcialidade.

“Mas há um outro fator importante: o facto de cada vez mais os líderes recorrerem à desinformação para falar das eleições, lançando na opinião pública a dúvida fundada sobre a transparência dos processos”, disse Sha, mostrando-se preocupada com esta tendência para a saúde das democracias.

Também o secretário-geral da IDEA, Kevin Casas-Zamora, salienta que os resultados deste estudo são “um alerta para as democracias”.

“As democracias devem responder ao ceticismo do seu público, tanto melhorando a governação como combatendo a cultura crescente de desinformação que tem fomentado falsas acusações contra eleições credíveis”, defende Casas-Zamora.

O estudo mostra ainda que a perceção dos eleitores norte-americanos sobre a transparência na escolha dos governantes está em valores mínimos recorde, em linha com o discurso do ex-presidente Republicano Donald Trump, que se queixa de ter sido vítima de fraude, na derrota nas eleições presidenciais de 2020, contra o Democrata Joe Biden.

Em declarações à Lusa, Seema Sha recordou que Trump já retomou esse mesmo discurso para as eleições de novembro próximo, onde reeditará o confronto com Biden, e que tudo indica que o ambiente de suspeição possa ser ainda mais amplificado.

“Temos uma boa notícia: desta vez, as pessoas já estarão mais bem informadas sobre a falta de fundamento nas alegações de Trump a respeito da fraude eleitoral”, reconheceu a investigadora, que destacou a importância da literacia democrática para combater os discursos extremados e radicais que diminuem a confiança nas instituições políticas.

RJP // JH