A Microsoft já comunicou internamente aos detentores de cargos de chefia os planos sobre os despedimentos na unidade de negócio Xbox e sobre os planos mais gerais de cortes na empresa. A intenção passa por anunciar a ronda de despedimentos “na próxima semana”, segundo a Bloomberg. A Microsoft está a planear uma restruturação desta unidade em preparação para o lançamento das consolas de próxima geração.

Uma das fontes ouvidas pelo The Verge adianta que a organização quer também restruturar a distribuição da Xbox na Europa Central, o que pode significar que as operações da Xbox deixem de operar em alguns destes países diretamente.

Os despedimentos na Xbox vão somar-se aos seis mil já efetuados na Microsoft em maio e aos 300 efetuados já este mês. Recorde-se que nos últimos 18 meses, a empresa também eliminou 1900 postos de trabalho na Activision Blizzard e na Xbox e, em maio de 2024, encerrou vários estúdios de desenvolvimento de jogos como a Tango Gameworks ou a Arkane Austin. Em setembro, saíram mais 650 trabalhadores e em junho do ano passado foram despedidos mais mil funcionários das equipas HoloLens e Azure cloud.

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Todos os anos, o verão traz consigo uma certa letargia. Em Lisboa, por exemplo, aos dias quentes e ao progressivo esvaziamento da cidade, junta-se a pausa anual no calendário de inaugurações dos grandes museus e instituições culturais que nela existem.

Longe do reboliço dos primeiros meses do ano e no rescaldo da movimentada feira internacional de arte contemporânea portuguesa ARCOLisboa, surge finalmente o momento que parece ter sido desenhado para visitar exposições patentes em espaços que, pela sua menor dimensão, oferecem ao público um encontro mais intimista e intenso com a obra dos artistas em mostra.

É o caso de Ghost Ranch, Uma serenidade em êxtase e What Holds The Structure, as três exposições que a Rialto 6, a Galeria da Brotéria e a Galeria Foco apresentam, respetivamente, até 18, 9 e 5 de julho.

Ghost Ranch

FOTO: Vasco Stocker de Vilhena

Quem já ouviu As Quatro Estações de Antonio Vivaldi com atenção, terá reparado que a melodia mais melancólica da obra corresponde, não ao inverno, mas ao segundo andamento do verão. As notas arrastadas, em Sol menor, parecem dar voz ao lamento da terra que arde sob o Sol, cada vez mais seca e fraca.

É um lamento semelhante ao que nos acolhe quando entramos em Ghost Ranch, exposição de Henrique Pavão (HP), patente até 18 de julho, na Rialto 6, que pede o nome emprestado ao rancho onde a “mãe” do movimento modernista norte-americano, Georgia O’Keeffe, vivia, trabalhava e se deixava inspirar pelas paisagens montanhosas e áridas do Novo México.

O som cavo que emerge das profundezas da sala escura oscila entre um chamamento hipnotizante e aterrador. Tentando perceber a sua origem, mergulhamos na escuridão, apenas iluminada por uma vitrina sob os nossos pés.

Dentro dela encontram-se dezenas de ossos. “É o esqueleto quase completo de um boi que morreu à sede e que encontrei durante uma caminhada no campo”, explica o artista, que, para a preparar a exposição, isolou-se seis meses, na mais completa solidão, numa casa de taipa, no Alentejo.

Nos restos do animal sobre os quais caminhamos, em direção ao lamento que continua a ecoar no piso inferior, há, ainda assim, mais vida que morte. A morte ficou nos campos, que segundo alguns especialistas, dentro de 50 anos, serão um autêntico deserto.

Há uma ideia de ressurreição, pois fiz 59 moldes dos ossos e enchi-os com terra do sítio onde os encontrei, ou seja, desenterrei-os na forma da própria terra que os tinha engolido originalmente

henrique pavão

Aqui, explica Pavão, “há uma ideia de ressurreição, pois fiz 59 moldes dos ossos e enchi-os com terra do sítio onde os encontrei, ou seja, desenterrei-os na forma da própria terra que os tinha engolido originalmente.” Descendo as escadas, encontramos enfim a fonte das notas melancólicas.

Quais “guardiões da sepultura” do piso superior, surgem dois enormes amplificadores. Deles sai a voz de uma guitarra elétrica com uma afinação aberta em Ré menor, “o acorde mais triste do vocabulário musical do ocidente”, sublinha o artista, deixada em pleno campo alentejano, para ser tocada pelo vento. “É o som da paisagem, do ar a passar sobre as cordas, de pequenos insetos, que por vezes nelas poisam, de poeiras, do vento”, explica HP.

Bull Guitar Drag (after Christian Marclay) FOTO: Vasco Stocker de Vilhena

O mesmo ar que deu vida às cordas metálicas, foi também aquele que secou uma outrora verdejante paisagem alentejana, provocando a morte de muitos animais como o boi que se encontra “sepultado” na vitrine, alguns metros acima das nossas cabeças. “Esta peça não deixa de ser uma carta de despedida a essa paisagem”, revela o artista.

Se dentro da sala, o som da guitarra materializa a falta da presença física da mesma, lá fora, na vitrine que a Rialto 6 tem para a rua, uma outra obra faz exatamente o oposto.

Bull Guitar Drag (after Christian Marclay) mostra a quem passa pela Rua do Conde Redondo, uma guitarra que materializa uma ação invisível, também ela realizada nos seis meses durante os quais o artista se isolou no Alentejo.

Numa citação de Guitar Drag, de Christian Marclay, um vídeo de 14 minutos durante o qual uma guitarra amplificada é arrasta pelo alcatrão por uma pick-up, Pavão repetiu o gesto, mas com um boi.

“O boi disparou a correr e partiu a guitarra toda nos primeiros 10 segundos, portanto, em vez de um filme, fiquei só com o instrumento, recuperado por uma empresa de restauro e conservação para preservar o estado de destruição exato, e apresento-o quase como um artefacto, uma memória de um acontecimento específico”.

Nos ossos do boi, que jazem dentro, e nos da guitarra, que jazem fora, além das respetivas sentenças de morte, ecoam música e memória e, por isso, ecoa a eternidade.

Uma serenidade em êxtase

FOTO: António Jorge Silva

É também da eternidade que, de certa forma, se fala em Uma serenidade em êxtase. Patente na Galeria da Brotéria, até 9 de julho, a mais recente exposição de Sara Chang Yan (SCY), uma das seis finalistas do Prémio Novos Artistas Fundação EDP 2024, apresenta um olhar sobre o Mundo pautado pelo espanto.

O espanto da descoberta, do encontro com o desconhecido, a capacidade de nos maravilharmos com a nossa própria incapacidade de perceber a verdadeira dimensão do que significa estarmos vivos.

Nos desenhos que SCY apresenta na Brotéria, há, não só uma entrega total a este espanto, como também um aparente “treino” intencional de confiança: nos caminhos misteriosos através dos quais o desenho é capaz de guiar a artista até conceitos imensuráveis da sua vida interior, seja o de “um calor-fresco”, o de “ternura” ou mesmo o de “Deus”.

“O desenho tem que me fascinar, tem que comportar algum mistério, permitir-me descobrir na folha em branco uma coisa que me surpreenda. Se não, estou só a repetir coisas que vi”, sublinha SCY, enfatizando o papel de “guia” que a folha em branco desempenha na sua prática artística.

Em Uma serenidade em êxtase, Sara Chang Yan procura registar “a sensação de Deus” FOTO: António Jorge Silva

Quando esta pede para ser dobrada, então dobra-a, se faz sentido ser cortada a X-ato, o corte é feito sem receito, e acaba por recordar a artista, graças à luz que atravessa o papel, de que uma folha, tal como uma alma, tem sempre dois lados, ambos “desenháveis”.

Nas obras suspensas do teto e pintadas numa das paredes da galeria, que a artista afirma espelharem a sua vivência enquanto ser humano, com todas as questões que isso implica, encontramos, ao invés de representações ou metáforas de alguma coisa, simples gestos de procura.

As folhas cortadas em formas que não têm nome, as manchas de tinta que não seguem um padrão, os pontos pintados sem uma regra específica e, sobretudo, os desenhos que surgem tanto no lado de luz como no lado de sombra do papel, plasmam a vida de alguém que revela estar em busca “da sensação de Deus”.

O que quer isto dizer? Que, como SCY procura diariamente uma coisa que “só se pode sentir e à qual não se pode dar um nome” e, porque as suas vivências “acabam por aparecer sempre no trabalho”, chega a composições que “acabam em algo sem nome, que é concreto e se sente, mas cujas formas não remetem para nada”.

Deus, para mim, sente-se. Não se entende. O sentir chega até nós e, mais tarde, transforma-se em formas e pensamentos

Sara Chang Yan

Mais do que racionalizar, a artista procura desenhos abertos, sem frente nem verso, que possa sentir e ir descobrindo à medida que se descobre a si mesma. “Deus, para mim, sente-se. Não se entende. O sentir chega até nós e, mais tarde, transforma-se em formas e pensamentos”, assegura.

What Holds The Structure

Do outro lado da cidade, em What Holds The Structure, também Maria Appleton (MA) deu forma ao “sentir”.

Na exposição patente na Galeria Foco até 5 de julho, a artista reflete, material e conceptualmente, através de obras têxteis, sobre o impacto que a perspetiva e o ponto de vista têm na forma como cada um ganha consciência da verdadeira dimensão da teia de acontecimentos que compõem a sua vida.

Essa teia é, muitas vezes, mais complexa do que uma rápida primeira impressão poderia sugerir, parece querer recordar-nos Maria, mal entramos no piso térreo da galeria e nos deparamos com Senses of Existence.

A obra, que à primeira vista se apresenta como uma densa mancha de cor retangular, formada pelo cruzamento de centenas de linhas de todas as cores, revela-se, mal mudamos de posição e começamos a circundá-la, uma sequência de planos horizontais e verticais, semelhantes às ameias de um castelo.

Se, por um lado, torna-se mais fácil perceber a verdadeira forma da estrutura, por outro, percebemos que precisaremos de mais tempo para conhecer bem os seus contornos e propriedades.

No andar inferior, a artista mergulha no campo da intuição, essa luz que, por vir de dentro, é capaz de nos guiar quando as tramas se adensam e os novos planos parecem surgir todos de uma vez

“What Holds The Structure” [O que sustenta a estrutura] é, subitamente, afirmação que soa a pergunta. No caso de Senses of Existence, uma vez que a estrutura é moldada por finos varões de ferro, apoiados em perfeito equilíbrio uns nos outros, a resposta seria: a estrutura sustenta-se a si mesma.

Se, no piso térreo, MA explora a revelação progressiva de planos, servindo-se, para isso, da luz natural e da movimentação dos visitantes no espaço, no andar inferior, a artista mergulha no campo da intuição, essa luz que, por vir de dentro, é capaz de nos guiar quando as tramas se adensam e os novos planos parecem surgir todos de uma vez, mais depressa do que acreditamos ser capazes de aguentar.

Em Reconstruction of Loss [Reconstrução da Perda], por exemplo, à linhas que se cruzam numa estrutura retangular, a artista acrescentou nós feitos com fios de linho, tingido de preto, retirados das obras do piso superior. A perda de um lado é a reconstrução do outro, o vazio atravessado pela luz do Sol, no andar de cima, é nó atado com a força da intuição, no de baixo.

Uma força particularmente celebrada em Intuition, obra exposta na última sala da mostra. Um retângulo com mais de dois metros por três, feito de tecido refletor e algodão, divide o espaço semi-circular, ocultando aquilo que Appleton define como “um farol interno, uma luz escondida que apenas se revela a quem não tem medo de olhar para lá da barreira de tecido”.

Intuition FOTO: Photodocumenta

Há várias formas de ouvirmos uma pessoa, sobretudo uma que gosta de falar. Muitas vezes, é precisamente naquilo que não diz, na sua forma de gesticular, de andar, nos objetos com que escolhe rodear-se, que encontramos o seu mais fiel e inconsciente autorretrato.

Nos mais de 10 anos que leva de carreira, Vasco Futscher (VF) soma diversas exposições de grupo e individuais, um lugar entre os nove finalistas da 11ª edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP, o título de responsável pelo departamento de cerâmica do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual e a presença das suas obras nas coleções da Fundação Carmona e Costa, MAAT, Alberto Caetano, Ar.Co. Figueiredo Ribeiro, Pedro Cabrita Reis e Mário Teixeira da Silva.

Além disso, 2025 parece estar a ser o seu ano. Em janeiro, passou a integrar o grupo de artistas representados pela Kubikgallery, em fevereiro, foi um dos 16 artistas portugueses escolhidos para a loja da recém inaugurada Albuquerque Foundation, em março, apresentou trabalho na ARCOmadrid, em maio, na ARCOlisboa, com uma receção “extremamente positiva”, segundo o galerista João Azinheiro, e, a 27 de junho, inaugura Meia Meia com a artista brasileira Manuella Silveira, na Kubikgallery, em Lisboa.

Tudo isto, porém, é o que o artista escolhe não dizer. Interessa-lhe falar de materiais, de pigmentos, de luz, questionar-se sobre o contínuo espaço-tempo, a noção de infinito e a possibilidade de representá-la, ou pelo menos sugeri-la, através da sua obra, maioritariamente composta por objetos escultóricos em cerâmica.

Da mesa de trabalho que ocupa quase metade do atelier, lampejam vislumbres de alguém que, para sintetizar o mundo que há dentro e fora de si, precisa de multiplicar-se em dezenas de formas

Da mesa de trabalho que ocupa quase metade do atelier, na Rua Paio Peres Correia, lampejam vislumbres de alguém que, para sintetizar o mundo que há dentro e fora de si, precisa de multiplicar-se em dezenas de formas, às vezes cozidas no forno que se encontra a um canto da sala, outras vezes desenhadas a grafite, pastel seco ou guache, em folhas como as que estão penduradas nas paredes, junto de imagens impressas de obras de arte, gráficos matemáticos, postais e objetos que remetem para viagens à Grécia ou ao Egito.

“Um atelier quando se começa a arrumar tem um problema, ainda se nota mais a desarrumação”, comenta Futscher, afastando alguns sacos de barro branco a fim de arranjar espaço na mesa, para duas esculturas que estavam pousadas no chão.

Atrás de si, dezenas de livros de História, Ciência, Teoria da Arte e catálogos de exposições dividem as prateleiras de quatro estantes com uma aparelhagem, garrafas de vinho, candeeiros de luz baixa, de todas as formas e feitios, e peças de cerâmica.

Há mais passado, presente e futuro nos metros quadrados que separam as estantes da bancada de trabalho do que em muitas teorias matemáticas. É então que, sem pré-aviso, como se os três tempos confluíssem num só – o da criação – Vasco imobiliza-se junto de dois tijolos empilhados sobre um plinto.

“Acabei de ter uma ideia para uma obra, preciso de mais nove tijolos destes”, afirma categoricamente, explicando que pintará cada bloco de uma cor diferente, colocando-os, depois, uns sobre os outros, como se de uma torre se tratasse.

No objeto prestes a nascer ante o nosso olhar, que muito provavelmente integrará a exposição que se inaugura a 27 de junho, ecoarão as formas paralelepipédicas das “torres” de Donald Judd e a paleta cromática de Frank Stella, como refere de imediato o artista, mas também os últimos cinco anos de trabalho, durante os quais VF criou diversas obras com tijolos modelados e cozidos por si, e ainda os últimos três minutos, em que, enquanto conversávamos, pintou de cor-de-rosa um tijolo semelhante aos que haveriam de captar a sua atenção, instantes mais tarde.

É precisamente deste lugar onde se convoca memória, intuição e uma confiança e respeito profundos pelo material, que nasce a obra de VF.

Uma obra “aberta e livre […] pois podemos adivinhar que a solução apresentada pelo artista não será definitiva – é possível que, noutro tempo no mesmo lugar ou noutro tempo noutro lugar, haja soluções diversas”, como sublinhava João Pinharanda, em 2015, no catálogo da exposição dos finalistas do Prémio Novos Artistas Fundação EDP.

No princípio era a arte

O percurso de VF no mundo da arte começa, sublinha o próprio, “muito cedo, mas não de forma consciente”. Aos 10 anos, a mãe inscreve-o num curso de verão do Ar.Co, após o qual passa a frequentar aulas de desenho aos sábados, na mesma escola, e, aos 15 anos, o curso noturno de desenho, que termina com 18.

“Nunca me questionei se o desenho era uma carreira ou não. Para mim, era algo que eu fazia, uma prática que nunca parou, e paralelamente à qual tive de tomar as decisões normais de todos os adolescentes”. À falta da área de artes no liceu onde estudava, seguiu Ciências, entrando, em 2005, para a Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Nova de Lisboa.

“A meio do curso percebi logo que nunca iria fazer aquilo na vida, não era para mim”, conta, revelando que acabaria por conciliar a faculdade com o Curso Regular de Pintura do Ar.Co. Bastou-lhe uma semana na escola artística para perceber que “era isso que queria fazer”.

A arte não é uma carreira, é uma prática, uma coisa que temos de fazer quase por uma questão de sobrevivência emocional

vasco futscher

“Sempre fui uma pessoa generalista, portanto adorei estar em Ciências e não me custou estar em Economia, mas chegado o momento de decidir o que é que ia fazer com a minha vida, a escolha foi fácil”, conta. É que, para Futscher, “a arte não é uma carreira, é uma prática, uma coisa que temos de fazer quase por uma questão de sobrevivência emocional”.

A cerâmica, no entanto, só em 2009 entraria na vida do artista, através do Curso Avançado de Artes Plásticas e por incentivo do então seu tutor, Manuel Castro Caldas, diretor do Ar.Co.

“O encontro com a cerâmica foi uma coisa mágica. Desde o primeiro minuto em que comecei a fazer peças, senti que elas saíam naturalmente. Como se estivesse numa floresta a encontrar coisas no chão e a pensar, ‘como é que ninguém viu isto antes?”.

Em busca dos resultados menos expectáveis

Os anos que se seguiram foram marcados por diversas exposições coletivas, umas dentro e outras fora do Ar.Co, pela conclusão do curso de Artes Plásticas e pelo início da colaboração com Mário Teixeira da Silva, fundador da galeria Módulo – Centro Difusor de Arte.

É aí que, em 2014, VF inaugura Cerâmicas, a primeira exposição individual, na qual apresenta uma série de pequenos objetos em cerâmica, sobre plintos, que ora recordam ovos Fabergé, ora remetem para ornamentos arquitetónicos, como as pinhas sicilianas ou as folhas de acanto, frequentemente usadas nos capitéis de ordem coríntia.

FOTO: Marcos Borga

Recorrendo a uma complexa mistura de barros, cores e texturas, em Cerâmicas, o artista apresentava aquela que, ainda hoje, é talvez a principal linha orientadora da sua prática artística: subverter o material e a arte da cerâmica em si mesma, para alcançar os resultados menos expectáveis possíveis.

É uma filosofia que implica, claro está, muitas horas de atelier e um processo criativo assente, mais do que na tentativa-erro, na capacidade de se deixar guiar pelo material, mesmo quando este sugere que se corra no encalce do erro.

Desta dança foram surgindo novas obras e exposições, da quais importa destacar a instalação A Regra do Jogo, apresentada na exposição destinada aos finalistas da 11ª edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP, em 2015, a exposição Manual de Instruções, em 2017, dividida entre a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, onde o artista recriava o seu atelier, elevando-o a “material” do processo criativo, e a galeria Módulo, onde apresentava vários paralelepípedos, com texturas e materiais distintos, e a exposição Masks, Tables and Loose Birds, em 2019, na galeria annex 14, na Suíça.

A partir de 2020, quis a matéria, o acaso, uma maior maturidade, ou o “erro” de uma pandemia mundial, quem sabe, que o artista se entregasse mais verdadeiramente a um mergulho dentro de si mesmo e da obra construída.

No silêncio imposto por 2020, encontrou o tempo, que tantas vezes ao longo da nossa conversa refere ser essencial, para fazer uma espécie de “revisão da matéria dada” e encontrar aquilo que define como “respostas mais articuladas” a vontades ou problemas que sempre tinham estado dentro de si.

Nada se perde, tudo se transforma

Um rápido olhar para uma escultura que se encontra a poucos metros de nós, já pronta para a exposição da Kubikgallery, permite-nos entender melhor o que o artista que dizer.

A forma oval, com um pé e planos intersetados, assemelha-se a alguns dos pequenos objetos expostos, há mais de 10 anos, em Cerâmicas, mas agora com uma escala muito superior.

FOTO: Marco Borga

Algo parecido aconteceu também com as peças apresentadas, há poucas semanas, na ARCOlisboa. Nelas era possível encontrar, não só formas semelhantes aos ornamentos arquitetónicos trabalhados em 2014, agora assemblados a pedestais retilíneos, como também elementos da arquitetura grega, já usados no passado, agora organizados com base na ideia de ritmo e repetição, que, desde 2020, tem vindo a ser cada vez mais trabalhada por Futscher.

“Muitas vezes, é como se passássemos por um caminho de terra e fossemos lá deixar uma marca, mas, como nessa altura estamos a fazer outras coisas, continuamos em frente, e só mais tarde, com tempo e maturidade, é que somos capazes de perceber o que faltava fazer ali. Então voltamos atrás e vamos um bocadinho mais longe, dando respostas mais articuladas”, explica o artista.

Avançar e voltar atrás, passado e futuro, economia e arte. O mundo de VF organiza-se em dicotomias de tal forma diametralmente opostas que apenas se tocariam se fosse possível dobrar o tempo e o espaço.

Talvez por isso, nos últimos cinco anos, tenha decidido trabalhar precisamente essa ideia, criando obras como Elipse, apresentada na mostra Volteface, patente no Ar.Co de outubro a novembro do ano passado.

Empilhando tijolos de forma desencontrada, de maneira a criar uma espécie de muro elíptico repleto de espaços vazios, VF deu, não só, forma à ideia de infinito como à da nossa incapacidade em apreendê-la. Raros serão os que, olhando Elipse, tê-la-ão entendida, não como um muro, mas como uma minúscula “fatia” de um túnel infinito.

No atelier, livros dos mais variados temas refletem a visão poliédrica que Vasco Futscher tem do Mundo, a qual sintetiza em obras onde ecoam referências à História da Arte, um diálogo constante com a matéria e alguma autorreferencialidade, com a reproposição atualizada de questões anteriormente abordadas FOTO: Marcos Borga

Mas é isso que faz toda a diferença. À semelhança do que acontece no espírito criativo de Futscher, num túnel infinito cabe tudo em todo o lado e ao mesmo tempo, as ideias dobram-se sobre si mesmas e dão origem a “esculturas ou objetos que são várias coisas em simultâneo”.

Tal e qual como os 11 tijolos reunidos sobre a mesa de trabalho, a aguardar o instante em que, pintados e empilhados, poderão, enfim, mostrar ao mundo que são terra, mas também água, cor, matéria, luz, sombra, Donald Judd, Frank Stella, um templo grego, um desenho de criança, um catálogo de cerâmica, os ensinamentos de um professor, dezenas de tentativas, centenas de erros, a memória de uma manhã quente de junho.

Dando a conversa por terminada, Vasco começa a abrir frascos de tinta e a organizar pincéis. “Há coisas que não existem e que eu tenho de fazer, porque preciso que existam para ver como é que são”, comenta com um sorriso, preparando-se para lançar mãos à obra.

Há coisas que não existem e que eu tenho de fazer, porque preciso que existam para ver como é que são

vasco futscher

Já tivemos a guerra aberta, agora temos a guerra fechada. Era nítido que o Irão estava a ficar sem oxigénio — mísseis para disparar — e os bombardeamentos americanos nos locais nucleares de enriquecimento de urânio revelaram a total incapacidade de Teerão para responder a todos os focos de ataque.

Sem Força Aérea eficaz e com muito poucos sistemas de interceção de mísseis, Israel foi enfraquecendo o regime, aos olhos de todos — amigos e inimigos — e o gesto de força dos Estados Unidos, os únicos que possuem megabombas convencionais, levou rapidamente à conclusão de que Khamenei precisava de pôr fim à guerra.

Foram muitas as fanfarronices do regime iraniano, sustentadas na ideia de que dispunha de poderosas Forças Armadas, em particular de uma Guarda Revolucionária de elite, mas, no final, é Teerão quem dá a entender que deseja tréguas urgentes, para evitar mais danos ao regime. A decapitação militar foi talvez o ponto mais decisivo para Teerão perceber que nada estava salvaguardado.

A morte sucessiva de altas patentes militares — algo que já havia ocorrido com o Hezbollah — causou o maior de todos os receios: Israel e os EUA sabiam, ao pormenor, onde todos estavam. Isso constitui uma vulnerabilidade insustentável para um regime que existia para meter medo a todos. Fraco, inseguro e derrotado, o Irão pediu o fim do confronto militar. Pode reaparecer, mas já sem força nem credibilidade.

Por uma vez, Trump tirou o coelho da cartola. Conseguiu o que parecia impossível – acalmar duas feras, ou uma e meia – e o cessar-fogo deveu-se inequivocamente a ele e à influência que tem no Governo e primeiro-ministro de Israel. Falta tentar acabar com a guerra na Ucrânia. É tempo!

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Foi no passado dia 18 de junho de 2025 que foi aprovada a Resolução do Parlamento Europeu referente ao relatório de 2024 da Comissão sobre o Estado de Direito.

Num momento em que tambores da guerra rufam cada vez mais alto, o Parlamento reafirma que a União Europeia assenta nos valores do respeito pela dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade, Estado de direito e direitos humanos, incluindo os direitos das minorias. Estes valores são comuns a todos os Estados-Membros e devem ser protegidos e promovidos por todos.

O Parlamento destacou ainda a necessidade de sistemas judiciais independentes, imparciais e acessíveis, sem interferência política, para garantir uma justiça equitativa. Evidenciou que a perceção pública de corrupção permanece elevada entre os cidadãos europeus e representa uma ameaça à democracia e ao Estado de direito.

Este órgão sublinhou ainda a necessidade de valorizar a liberdade e pluralismo dos meios de comunicação social, condenando ataques a jornalistas, a concentração excessiva de propriedade e a interferência política nos conteúdos noticiosos.

No referido documento é reconhecido o papel central das organizações da sociedade civil na defesa do Estado de direito e dos direitos fundamentais.

A necessidade de continuar a combater todas as formas de discriminação (género, orientação sexual, origem étnica, religião, deficiência, etc.) e de assegurar igualdade perante a lei é evidenciada, evidenciando que há instituições nos diversos Estados-Membros que não têm devidamente em conta regras legais básicas.

O Parlamento salienta ainda a importância da separação de poderes e de processos legislativos transparentes, sublinhando que o respeito pelo Estado de direito é essencial para o bom funcionamento do mercado único, a confiança dos investidores e a competitividade económica da UE.

Quanto ao Ministério Público (que tem concretizações diversas em cada país), é evidenciado que é fundamental para a capacidade de um Estado Membro combater a criminalidade e a corrupção. O Parlamento lamenta ainda qualquer interferência governamental ou política nas investigações de corrupção e recorda que ninguém está acima da lei. Finalmente condena a utilização abusiva do sistema judicial para fins políticos, incluindo a perseguição de opositores políticos e a interferência em investigações de corrupção.

Num momento em que a perceção pública quanto ao Ministério Público e à sua capacidade para responder às necessidades de Justiça é questionada por vários, na carestia de elementos públicos para analisar a carga processual (e laboral) , na certeza que um magistrado é mais que um número numa folha Excel, fui ao site público “Estatísticas da Justiça”.

Se o Código Processo Penal fixa, para a maioria dos processos-crime, o prazo máximo de 9 meses, congratulemo-nos que a média de todos os inquéritos-crime em território nacional é de 7.7 meses. A comarca com duração de inquéritos mais baixa é Beja (6.23 meses) e a mais alta é Portalegre (14 meses). Lisboa tem uma média de inquéritos de 7.1 meses, Coimbra de 8.8 meses e o Porto de 7.8 meses.

Esta estatística mostra que as coisas não estão tão más como se perceciona, à conta de alguns processos mais mediáticos, fruto da dedicação e labor diário, com elevada responsabilidade e ética, dos magistrados do Ministério Público.

Um magistrado não é produto acabado e a sua formação é algo que deve deixar qualquer português orgulhoso, por termos uma academia judicial tão prestigiosa como o Centro de Estudos Judiciários. Porém, também é morosa, face às responsabilidades da função de ser magistrado e, claro, existem limitações materiais formativas por todos conhecidas.

Espera-se que cada um reflita individualmente sobre a situação atual, a situação futura (sendo que, já aconteceu, depois de assegurado o ensino e avaliação pelo CEJ, ocorrer encurtamentos de estágios), num ambiente de confiança, respeito e inclusão, analisando o clima organizacional, com o foco em soluções.

Pode parecer um discurso teórico, longinco e vácuo, mas a União Europeia assenta nos valores do respeito pela dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade, Estado de direito e direitos humanos, incluindo os direitos das minorias e cabe a cada um de nós e às instituições nacionais diariamente realizar estes valores – isto é o “action in law”!

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

O Qatar e a base aérea americana conseguiram, em conjunto, destruir todos os mísseis lançados pelo Irão. Fogo de artifício não faltou, e confirma-se que os pequenos Estados do Golfo, onde existem bases americanas, dispõem também de Cúpulas de Ferro que tornam ineficazes e obsoletos os ataques com mísseis, balísticos ou não.

Na base americana no Qatar estão estacionados os mais poderosos aviões dos Estados Unidos – mais avançados do que os F-35 – os F-22, que os EUA não vendem a nenhum outro país, seja aliado ou parceiro. Estamos a falar de um caça de quinta geração (próxima da sexta), com um poder de ataque incomparável, além de serem também invisíveis ao radar.

Um F-22 consegue, apenas a partir do espaço aéreo do Qatar, longe do Irão, destruir alvos a centenas de quilómetros de distância. Estão equipados para isso, e não há avião no mundo que lhes faça frente. A China tentou replicá-los, mas ficou muito aquém das inovações aviónicas deste modelo.

Se for sensato, o Irão ficará por aqui nos seus ataques a bases dos EUA e, eventualmente, deixará de desperdiçar mísseis em ataques diários contra Israel. Os Estados Unidos não querem uma guerra aberta, mas estão completamente em cima da linha vermelha. Com as bases aéreas que mantêm no Golfo Pérsico, três porta-aviões e os seus grupos de combate, poderiam lançar um ataque devastador contra o Irão — e Teerão sabe disso. Um passo em falso iraniano pode significar o fim da teocracia.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Na era digital em que vivemos, os nossos dispositivos móveis tornaram-se companheiros indispensáveis. Quando o desempenho da bateria começa a decair, a primeira reação de muitos é considerar a compra de um equipamento novo. Porém, existe uma alternativa mais inteligente e responsável: a substituição da bateria.

O Lado Oculto das Baterias Modernas

Estes componentes essenciais escondem um paradoxo: enquanto nos proporcionam conectividade constante, o seu descarte inadequado representa uma ameaça ambiental silenciosa. Os metais pesados presentes na sua composição – como o lítio e o cobalto – podem permanecer no ambiente durante décadas, contaminando ecossistemas frágeis.

Dados recentes mostram que Portugal produz anualmente milhares de toneladas de resíduos eletrónicos, muitos dos quais poderiam ser evitados com simples intervenções de manutenção.

Sinais de Alerta a Não Ignorar

O desgaste natural das baterias vai dando sinais claros – basta saber interpretá-los. Se a bateria do iPhone que antes aguentava um dia inteiro agora mal sobrevive até ao almoço, ou se a bateria do Samsung começa a aquecer de forma anormal durante o carregamento, esses são avisos que não deve ignorar. E quando a própria bateria mostra alterações físicas visíveis – um ligeiro inchaço ou uma curvatura anormal – o risco já não é apenas de desempenho, mas também de segurança.

Estes sintomas não aparecem por acaso. Cada ciclo de carga vai, gradualmente, reduzindo a capacidade da bateria. Depois de 300 a 500 carregamentos completos (o equivalente a cerca de dois anos de uso normal), é natural que a autonomia diminua. Mas quando a queda é abrupta, ou quando surgem reinícios inesperados do sistema sem motivo aparente, está na hora de considerar seriamente uma intervenção.

A boa notícia? Na maioria dos casos, uma substituição profissional resolve completamente estes problemas, devolvendo ao seu dispositivo a autonomia original e adiando por mais anos a necessidade de um upgrade. E ao contrário do que muitos pensam, este processo é hoje mais acessível e rápido do que nunca – muitas lojas especializadas conseguem fazê-lo enquanto espera.

O Papel de Cada Utilizador

A nova legislação europeia sobre baterias, em vigor desde 2024, não é apenas uma directiva para fabricantes e retalhistas – coloca cada um de nós no centro de uma mudança crucial. Em Portugal, esta regulamentação transformou a simples troca de bateria num acto de cidadania ambiental.

Já não se trata apenas de levar o telemóvel a uma loja para substituir a bateria. Quando o fazemos em centros especializados, estamos a participar num sistema cuidadosamente desenhado: as baterias usadas são recolhidas obrigatoriamente, os metais preciosos como lítio e cobalto são recuperados através de processos de reciclagem avançados, e os materiais reutilizados voltam ao ciclo produtivo.

Esta economia circular não é abstracta – tem impactos reais. Cada bateria correctamente encaminhada representa menos matéria-prima extraída, menos energia gasta na produção, menos equipamentos abandonados em aterros e, ainda, o cumprimento colectivo das metas ambientais portuguesas.

A sustentabilidade no sector tecnológico deixou de ser responsabilidade exclusiva das grandes empresas. Através de escolhas simples no dia-a-dia, cada utilizador se torna agente activo na construção de um futuro mais limpo – começando pela bateria do seu próprio telemóvel.

Trocar a bateria do telemóvel vai muito além da simples conveniência — é um gesto consciente que beneficia tanto o seu bolso como o planeta. Na iServices este procedimento é realizado com máxima eficiência e segurança, utilizando componentes de qualidade e técnicas especializadas que garantem o perfeito funcionamento do dispositivo. Tudo isto em apenas 30 minutos, sem complicações. Por isso, quando o seu telemóvel começar a mostrar sinais de fraqueza – descargas rápidas, aquecimento excessivo ou até mesmo deformações na bateria – não hesite. A solução é quase sempre mais acessível, mais rápida e (muito) mais ecológica!

A TCL tinha apresentado em março, em Paris, França,  a nova gama de televisores para este ano de 2025 e logo no evento de apresentação à imprensa ficámos com curiosidade de experimentar os modelos mais recentes da marca chinesa. Este modelo que testámos, o C7K, não é o topo de gama da TCL, mas isso não significa que este não seja um televisor com muita qualidade.

Construção e facilidade de montagem

Assim que retiramos este televisor da embalagem, é evidente que estamos perante um produto bem construído. A estrutura revela-se robusta, embora a traseira não seja especialmente compacta. O suporte, embora fabricado em plástico resistente, apresenta um acabamento que imita de forma convincente o alumínio, graças ao revestimento metálico aplicado.

Na parte traseira do suporte, encontramos uma tampa plástica que se encaixa de forma discreta e funcional, permitindo a organização dos cabos no seu interior, o que contribui para um visual mais limpo e arrumado. O processo de montagem é igualmente simples e intuitivo — em cerca de 10 minutos, é possível ter o televisor completamente montado e pronto a funcionar.

Veja imagens abaixo:

Um ecrã de topo

A TCL tem vindo a apostar fortemente na tecnologia Mini LED nos últimos anos — e os resultados estão cada vez mais impressionantes. Este modelo de 65 polegadas apresenta uma imagem nítida, com cores vivas e um nível de brilho muito convincente, que garante uma excelente visualização mesmo em ambientes com muita luz natural. O televisor oferece um pico de brilho até 2600 nits em HDR, um valor bastante elevado que supera a maioria dos painéis OLED neste campo, especialmente em conteúdos de alto alcance dinâmico.

A isto junta-se a introdução da tecnologia CrystGlow HVA Panel, uma evolução dos tradicionais painéis VA (Vertical Alignment), desenvolvida pela própria TCL. Esta tecnologia melhora o alinhamento dos cristais líquidos, permitindo um bloqueio mais eficaz da luz de fundo. O resultado são pretos mais profundos e um contraste significativamente superior ao dos painéis VA convencionais. Além disso, foram otimizados os ângulos de visão e a reprodução de cores, tornando o ecrã mais versátil para diferentes tipos de utilização e posições de visualização.

No que diz respeito à reprodução de pretos — onde os painéis OLED tradicionalmente levam vantagem — este televisor aproxima-se de forma notável dessa qualidade. A diferença, que em tempos era bastante evidente, diminuiu consideravelmente, tornando-se agora muito mais subtil e difícil de notar no uso real, especialmente em conteúdos HDR e ambientes com pouca luz.

Este ecrã conta ainda com uma taxa de atualização nativa de 144 Hz, um valor impressionante que permite jogar com uma fluidez excecional, especialmente em jogos de ação rápida ou títulos competitivos. O conjunto traduz-se numa imagem envolvente, com elevado detalhe, cores impactantes e excelente desempenho em conteúdos HDR — ideal para filmes, séries e sessões de gaming.

Google TV e a parceria com a B&O

O sistema operativo Google TV é, sem dúvida, uma mais-valia nos televisores modernos — e este modelo não é exceção. A interface apresenta os conteúdos e aplicações de forma organizada, prática e intuitiva, facilitando a navegação mesmo para utilizadores menos experientes. A configuração inicial pode ser feita diretamente através do smartphone, o que torna todo o processo rápido e descomplicado. Em poucos minutos, o televisor está pronto a ser utilizado, com uma navegação fluida e responsiva.

No que diz respeito ao áudio, a TCL introduz este ano uma parceria com a conceituada marca dinamarquesa Bang & Olufsen, e os resultados notam-se desde o primeiro momento. O som é ‘limpo’, equilibrado e destaca-se face a muitos televisores concorrentes. Tanto os agudos como os graves apresentam um desempenho competente, e existe ainda a possibilidade de personalizar o perfil sonoro. Por exemplo, ao potenciar os graves ao máximo, nota-se uma diferença evidente: tornam-se mais intensos e impactantes, algo que valorizamos numa experiência multimédia.

Ainda assim, para quem procura uma envolvência sonora mais imersiva, recomendamos o uso de periféricos de som externos, como uma soundbar, que continua a oferecer uma qualidade superior — especialmente em sessões de cinema em casa ou gaming.

Veredito

Este televisor é, sem dúvida, um dos melhores dentro desta gama de preço, especialmente por contar com um painel QD Mini LED. O valor pedido está em linha com o mercado e é difícil encontrar modelos com características superiores neste patamar. É, por isso, uma escolha lógica para quem procura qualidade de imagem de topo sem ter de investir tanto quanto um OLED normalmente exige.

Tome Nota
TCL 65C7K QD Mini Led – €1049
Site: tcl.com/pt

Imagem Muito Bom
Som Bom
Brilho Muito Bom
Conectividade Muito bom

Características Ecrã Mini LED 65”, 3840×2160 p, 144 Hz (máx. 288 Hz), 2600 nits máx, Contraste:7000:1. ○ Dolby Atmos ○ Wi-Fi 5, BT 5.4 ○ 1x USB-A, 2x HDMI 2.1, 2x HDMI 2.0, 1x LAN ○ Google TV ○ Dimensões: 1444x369x869 mm ○ Peso: 18 kg

Desempenho: 4,5
Características: 4,5
Qualidade/preço: 4

Global: 4,3

Não há ficção no que se sabe e aprende. No momento em que os B-2 levantaram de Whiteman, no Missouri, com o apoio dos aviões-tanque estacionados nos Açores, os Estados Unidos estavam prestes a atacar o Irão. Restringiram a operação aos locais de enriquecimento nuclear, mas já têm os meios posicionados para atacar novamente ou refrear qualquer tentativa iraniana de fechar o Estreito de Ormuz.

O Irão, por muito que não transpareça, está numa posição de grande fragilidade e incerteza. Era forte porque ameaçava, mas afinal revela-se fraco no poderio militar e na capacidade de projeção de força. Obviamente, meteu-se com os países errados, e agora o desejo de Washington e Telavive não é propriamente derrubar o regime – que poderá ruir por falta de sustentação –, mas sim acabar com qualquer ilusão de enriquecer urânio até ao grau militar, e continuar a proteger terroristas.

Quem sabia, e disse, foi o primeiro-ministro de Israel, que na sexta-feira anunciou que os Estados Unidos atacariam dentro de 48 horas, e não no espaço de duas semanas, como Trump foi dizendo para baralhar. Israel poupa-se ao esforço de destruir os sítios nucleares – essa foi e é a tarefa dos EUA – mas não descansará enquanto não colocar o regime teocrático em total instabilidade e incapacidade.

O Irão precisava de aprender esta lição. Durante décadas, alimentou, financiou e abasteceu grupos terroristas com total impunidade – as sanções, em quase todos os casos, revelam-se ridiculamente ineficazes (veja-se a Rússia) – e agora chegou a hora de ir ao nó primordial: interromper uma das principais fontes de abastecimento de equipamento militar a vários grupos na região e, acima de tudo, deixar de ter qualquer ilusão nuclear. Nada disto é bom, nem tranquilizador, mas não havia outra forma nem outra saída. É a vez de Teerão.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

A WhatsApp está a planear lançar um novo modelo de publicidade nos próximos meses, mas clarifica agora que os anúncios não devem chegar à Europa até 2026. A clarificação foi feita ao regulador de privacidade da Irlanda.

Recorde-se que no início da semana, o grupo Meta anunciou o lançamento desta novidade, que passa por mostrar anúncios publicitários no separador de Atualizações, revelando que um novo modelo de subscrição e anúncios direcionados iam começar a chegar aos utilizadores “nos próximos meses”. Rapidamente, várias organizações dedicadas à privacidade expressaram a preocupação de que a Meta iria usar as preferências e informação dos utilizadores também nas contas de Instagram e Facebook dos utilizadores.

Agora, os responsáveis da Comissão de Proteção de Dados da Irlanda, que tem a cargo assegurar que a Meta respeita o Regulamento Geral de Proteção de Dados, revela que o grupo de Zuckerberg confirmou que o modelo de publicidade do WhatsApp não vai ser lançado na Europa antes de 2026, noticia o Politico

O Comissário Des Hogan confirma esta data e revela ainda que o modelo de publicidade vai ser discutido com outras entidades de proteção de dados “para podermos refletir sobre todas as preocupações que temos enquanto reguladores europeus”.

Um porta-voz do WhatsApp confirma que a intenção é que o modelo de publicidade seja uma “atualização global e que será lançado gradualmente em todo o mundo”. A empresa salienta que as novas funcionalidades estão construídas de forma a respeitar a privacidade e enfatiza que a partilha de dados entre WhatsApp, Instagram e Facebook só irá ocorrer quando os utilizado tenham permitido a ligação das contas.