O anestesista Vítor Almeida vai ser o novo presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), sucedendo no cargo a Luís Meira, que, na segunda-feira, apresentou a demissão em choque com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Vítor Almeida, 58 anos, nasceu em Lisboa, e é atualmente médico no Hospital de São Teotónio, em Viseu, e Coordenador do Gabinete de Apoio Humanitário da Ordem dos Médicos. Faz ainda parte do colégio da competência em emergência médica.

Ainda jovem, emigrou para a Alemanha, onde estudou Medicina em Hanôver e trabalhou na região de Goslar, no estado da Baixa Saxônia. Regressou a Portugal aos 28 anos, para exercer medicina geral e familiar no interior do país. Somou a especialidade em anestesiologia, pelos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Vítor Almeida/Foto Facebook

Do seu currículo, destacam-se participações em várias missões internacionais, em países como Guiné-Bissau, Iraque ou Israel. Mais recentemente, em 2023, fez parte de uma equipa que participou numa missão humanitária na Ucrânia, com o objetivo de dar formação na área de transporte de doentes críticos, iniciativa coordenada pela Ordem dos Médicos.

Vítor Almeida é o escolhido do Ministério da Saúde para assumir a presidência do INEM, depois de, recorde-se, aquele lugar ter sido deixado vago por Luís Meira, que se demitiu na sequência de uma polémica em torno da renovação do contrato de helicópteros para a emergência médica.

A “nora do Presidente” é nomeada pela primeira vez quando a mãe das gémeas luso-brasileiras, Daniela Martins, é apanhada por uma câmara oculta numa reportagem da TVI. Nessas imagens, Daniela gabava-se a conhecer, dando a entender que esse conhecimento teria sido fundamental para o “pistolão” (a cunha) que teria para conseguir em Portugal acesso a um dos medicamentos mais caros do mundo para as suas filhas, facto que depois veio desmentir em audição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que decorre sobre o caso.

“Afirmei que conhecia a nora do presidente da República, mas a verdade é que somente a conheci num evento de Natal em São Paulo, anos depois da medicação”, afirmou perante os deputados, em contradição com o email enviado por Nuno Rebelo de Sousa ao seu pai, Marcelo Rebelo de Sousa, no qual se referia que os pais das gémeas eram amigos de amigos comuns.

Um e-mail suspeito

Esta quarta-feira, o nome de Juliana Drumond voltou a ser trazido à CPI pelo PSD, que requereu a audição da companheira de Nuno Rebelo de Sousa. Porquê? Porque, como explicou o deputado social-democrata António Rodrigues, o nome de Juliana aparece em conhecimento num e-mail enviado por Nuno, com um pormenor que pode ser importante.

O endereço de email em questão, embora sendo um Gmail, contém a palavra “seguros”, o que suscita a hipótese de uma ligação a uma seguradora, dado que pode ser relevante para perceber uma eventual ligação aos pais das gémeas.

De resto, a CNN revelou recentemente que a seguradora contratada pelos pais para segurar as filhas poderá ter poupado milhões pelo facto de as crianças terem recebido o tratamento de forma gratuita através do SNS. “Esta poupança é uma consequência lógica de uma decisão judicial que obrigou a seguradora brasileira a pagar esse outro medicamento e foi referida pela mãe das crianças na gravação captada em outubro de 2023 pela CNN Portugal”, lê-se na notícia no site da estação.

Apesar desse endereço de e-mail, o Linkedin de Juliana Vilela Drumond diz que a companheira de Nuno Rebelo de Sousa trabalha há oito anos como consultora em Gestão de Processos e Governança na Open Labs S.A, uma empresa do universo da Altice, que desenvolve sistemas nas áreas de negócios, operações, redes, TV, media e eHealth.

O requerimento apresentado pelo PSD para ouvir Juliana Drumond foi aprovado por unanimidade.

“Não queremos motivo para circo”, diz PSD sobre CPI com recorde de audições

A CPI aprovou também a audição do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da ex-ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.

Apesar de ter ajudado a viabilizar, com a abstenção, as audições dos ex-ministros, o PSD manifestou dúvidas sobre a importância real de ouvir estes responsáveis políticos para o apuramento dos factos.

“Queremos chegar a verdade dos factos, mas depressa. Não queremos motivo para circo”, disse António Rodrigues.

O PS, que também se absteve nesta votação, chamou a atenção para o facto de esta CPI estar a chegar a um recorde de audições neste tipo de comissões, chegando às 50. “O que não deixa de transmitir a ideia de que se quer politizar a CPI”, declarou o deputado socialista João Paulo Correia.

Os produtos alimentares essenciais estão, finalmente, um pouco mais baratos, mas ainda assim acima do que custavam no ano passado. Segundo a análise da Kabaz.pt, uma plataforma de comparação de preços de supermercados, o preço do cabaz alimentar desceu cerca de 28 cêntimos – ou 0,2% – entre abril e julho deste ano, totalizando agora 139,45€.

A plataforma, que analisou os preços de quarenta e cinco produtos alimentares em diversos supermercados nacionais, registou uma descida no valor de vinte bens alimentares e subida de preços em onze produtos essenciais. “Entre os bens alimentares que mais contribuíram para este recuo estão as frutas e legumes”, pode ler-se num comunicado emitido pela Kabaz.pt.

Entre os produtos que apresentam uma maior descida de preço encontram-se as cebolas – que custam agora menos 0,50€/kg (-20,08%) – o carapau – que desceu 1€/kg (-20,04%) – o esparguete – 0,19€ mais barato (-16,31%) – a cenoura – que custa menos 0,20€/kg (-15,5%) – e a alface – com uma descida de 0,30€/kg (-13,10%).

É importante que os consumidores tenham cautela e continuem a comparar preços e a escolher muito bem aquilo que compram

pedro pimenta

Contrariamente, onze produtos registaram subidas acentuadas, nomeadamente a couve – mais 0,50€/kg (+42,02%) –, a perna de peru – mais 0,99€/kg (+33,11%) –, o iogurte natural tipo grego – que subiu 0,27€ (+14,46%) – o bacalhau – 1,13€/kg mais caro (+8,88%) – e os ovos – que subiram 0.09€ (+4,72%).

Apesar da descida, os preços praticados pelos supermercados portugueses ainda se encontram acima dos valores registados em dezembro de 2023, em que o cabaz alimentar – com os mesmos quarenta e cinco produtos – custava 136,45€. “Esta ligeira descida de preços não só não é transversal a todos os produtos alimentares, como o cabaz que analisámos continua a ter um custo mais alto do que aquele que se praticava no final do ano passado, quando a medida IVA ZERO ainda estava em vigor. É importante que os consumidores tenham cautela e continuem a comparar preços e a escolher muito bem aquilo que compram”, referiu Pedro Pimenta, representante da plataforma Kabaz.pt.

Após meses a subir, o preço do azeite baixou

O azeite, produto que durante meses viu o seu preço subir de forma significativa e constante, apresentou uma descida na última análise efetuada pela Kabaz.pt. Comparativamente aos preços de abril, o azeite ficou, em média, 7 cêntimos mais barato – uma descida de 0,84%. Ademais, Pedro Pimenta referiu ainda que na maioria das superfícies comerciais o preço do azeite desceu em mais de um euro nos últimos três meses. 

“A título de exemplo, em abril, o azeite virgem extra clássico Oliveira da Serra custava, no mínimo, 8,89€, enquanto ao dia de hoje, já vários supermercados vendem o mesmo produto a 7,79€. O azeite não é caso único e para além de escolherem entre marcas, os consumidores devem também comparar supermercados e ver onde é que fará mais sentido fazerem as suas compras. A poupança no orçamento doméstico pode ser muito superior aos 28 cêntimos que contabilizamos no preço médio deste cabaz”, explicou.

A Kabaz.pt é uma plataforma de comparação de preços de supermercados, criada pelo KuantoKusta e lançada em janeiro desde ano, que permite aos seus utilizadores comparar preços e poupar nas suas compras.

O “Virgem Dolorosa” saiu do porto da Figueira da Foz às 23h11 de terça-feira, para mais uma maratona de pesca. A bordo iam 17 tripulantes, 15 portugueses e dois indonésios, com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. De acordo com os dados registados no site Vessel Finder, a embarcação rumou a Sul.

A jornada de trabalho parecia correr normalmente. A tripulação terá detetado um cardume e realizado pesca ao cerco. A última posição conhecida do “Virgem Dolorosa” foi reportada pelo site às 03h07 desta quarta-feira, entre as praias de Vieira de Leiria e São Pedro de Moel. Segundo as informações transmitidas aos jornalistas, pelo presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes, o peixe já estava dentro da traineira quando a tragédia aconteceu.

Percurso do “Virgem Dolorosa” e a sua última localização, segundo os registos do site Vessel Finder

Às 4h33 desta madrugada, o comando local da Polícia Marítima da Nazaré recebeu um pedido de socorro. O “Virgem Dolorosa” – que, nesse momento, se encontrava a cerca de uma milha da costa (o equivalente a 1852 metros) – estava a afundar ao largo de São Pedro de Moel, município da Marinha Grande.

De acordo com a Autoridade Marítima Nacional (AMN), após o alerta foram de imediato iniciadas buscas através de quatro embarcações de pesca que se encontravam nas proximidades, e que foram responsáveis pelos primeiros resgates (salvaram 11 tripulantes, nove portugueses e dois indonésios).

Foram também ativadas duas embarcações da Estação Salva-vidas da Nazaré e da Figueira da Foz, uma equipa de vigilância aérea do Comando-local da Polícia Marítima da Nazaré e uma aeronave da Força Aérea Portuguesa. Para o local deslocaram-se ainda elementos do Projeto “SeaWatch”, da AMN, e o Grupo de Mergulho Forense da Polícia Marítima.

Ao todo, participaram na operação de resgate 38 elementos e 20 meios de socorro. À chegada ao local do naufrágio, o socorro confirmou que a embarcação já estava a afundar, parcialmente submersa, como se pode confirmar num vídeo (acima) divulgado pelas autoridades.

Joel Reboca é uma das vítimas mortais (Foto Facebook)

Das 11 pessoas resgatadas, apenas uma inspira cuidados. Mas há já três mortes confirmadas – dois pescadores viviam em Buarcos e outro em Lavos, no município da Figueira da Foz. A identidade de Joel Reboca (foto à direita) é a primeira a ser conhecida. Há ainda três desaparecidos. Nas redes sociais multiplicam-se as manifestações de solidariedade. Os mortos e os desaparecidos têm todos nacionalidade portuguesa.

O adornamento da embarcação permanece, para já, um mistério. Em comunicado, a AMN reconhece que as causas que estiveram na origem do acidente são ainda “desconhecidas”.

Aos jornalistas, o armador António Lé, presidente da Organização de Produtores da Figueira da Foz, garantiu que a embarcação era “moderna” e que “os tripulantes eram habituais e experientes”.

Marcelo apresenta condolências às famílias

Em comunicado, publicado no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que “lamenta profundamente o naufrágio de uma embarcação na faina da pesca e o falecimento de pescadores”.

“Esta profissão, que tanto enriquece a nossa tradição marítima, também nos recorda os riscos e desafios enfrentados por muitos dos nossos compatriotas, os quais merecem o nosso respeito e admiração. A perda das vidas destes valorosos homens é uma tragédia para todos nós”, lê-se na nota do Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa “endereça as sinceras condolências às famílias, associando-se à dor e ao luto daqueles que perderam um ente querido, um colega de faina ou um amigo, bem como deseja rápida recuperação aos feridos desta trágica ocorrência”.

Um novo estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que a solidão, sentida a longo prazo, pode aumentar – em cerca de 56% – o risco de AVC, acidente vascular cerebral.

Segundo a investigação, a solitude crónica demonstrou ter um grande impacto nas pessoas à medida que envelhecem. “Especialmente quando vivida de forma crónica, o nosso estudo sugere que a solidão pode desempenhar um papel importante na incidência do AVC, que é já uma das principais causas de incapacidade e mortalidade a longo prazo em todo o mundo”, explicou Yenee Soh, um dos autores do estudo. O estudo foi publicado na revista eClinicalMedicine.

Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde – a solidão é atualmente um dos maiores problemas de saúde a nível mundial, que afeta o bem-estar e desenvolvimento das pessoas, especialmente mais velhas. Apesar de estudos anteriores já terem demonstrado a ligação entre a solidão e o maior risco de doenças cardiovasculares, a nova investigação foi a primeira a debruçar-se sobre a associação entre a solitude e o risco de AVC num longo período de tempo.

“A solidão tem sido apontada como um fator de risco de AVC, mas os estudos examinaram a solidão apenas num determinado momento. A associação entre as alterações da solidão e o risco de acidente vascular cerebral incidente continua a ser pouco estudada. O nosso objetivo foi examinar a associação entre a solidão e a ocorrência de AVC, em particular o papel da solidão crónica na prevenção do AVC”, pode ler-se no estudo.

Para a investigação foi utilizada uma amostra de mais de doze mil pessoas – com mais de 50 anos, que nunca tinham sofrido um AVC – inquiridas sobre como se sentiam e sobre a solidão que enfrentavam, entre 2006 e 2018. Os dados foram recolhidos no âmbito de um Estudo de Saúde e Reforma da Universidade de Michigan.

Através da evolução das respostas – com um distanciamento de alguns anos – os investigadores conseguiram agrupar a amostra em diferentes grupos e compreender os efeitos que a solidão crónica – ou de forma prolongada – provocaram nos inquiridos. “A solidão é cada vez mais considerada um importante problema de saúde pública. Os nossos resultados realçam ainda mais a razão disso”, constatou Soh. Já os inquiridos que referiram experienciar solidão situacional não demonstraram riscos maiores no desenvolvimento de AVC.

A análise das respostas permitiu agrupar os inquiridos em grupos: os “consistentemente baixos” – que obtiveram uma pontuação baixa na escala de solidão em ambos os momentos – “remitentes” – com pontuação alta no início e baixa no seguimento – “início recente” – pontuação baixa no início e alta no seguimento – e “consistentemente altos” – com uma pontuação alta tanto no início e no seguimento.

Entre as pessoas que obtiveram uma pontuação “consistentemente alta” para a solidão em ambos os momentos de análise, verificou-se um aumento do risco em 56% no desenvolvimento de AVC do que nas pessoas do grupo “consistentemente baixo”.

Através desta organização, os cientistas envolvidos no estudo verificaram também que, entre 2010 e 2018, ocorreram 601 acidentes vasculares cerebrais nos inquiridos. Já relativamente a pessoas consideradas solitárias no início do estudo, estas mostraram um risco 25% maior de vir a desenvolver um AVC do que as que não eram consideradas solitárias.

“As avaliações repetidas da solidão podem ajudar a identificar as pessoas que se sentem cronicamente sós e que, por conseguinte, correm um risco mais elevado de sofrer um AVC. Se não conseguirmos lidar com os seus sentimentos de solidão, a uma escala micro e macro, poderá haver consequências profundas para a saúde”, referiu Soh.

Para os investigadores, entre os efeitos físicos da solidão surgem ainda no aumento da pressão arterial, na diminuição da imunidade e, por vezes, na adoção de estilos de vida menos saudáveis, como o tabaco, álcool e sedentarismo.

Para saber mais

+ O que a solidão faz à nossa saúde

+ A solidão e o isolamento social podem matar. Literalmente

Palavras-chave:

A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou uma rede criminosa organizada, que se dedicada ao tráfico internacional de droga, e atuava em Portugal e nos Países Baixos. A operação, conduzida pela Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE/PJ) permitiu desarticular a rede. Dois homens estrangeiros foram presos.

Em comunicado, a PJ explica que a operação – a que se deu o nome de “Labirinto” – “foi realizada simultaneamente nos dois países e permitiu desmantelar a infraestrutura do grupo de crime organizado indiciado por tráfico de droga, participação em organização criminosa, rapto, tomada de reféns e sequestro”.

Os detidos são dois cidadãos estrangeiros, de 48 e 52 anos, um deles alvo de pedido de detenção por parte dos Países Baixos, e outro procurado internacionalmente pela Interpol e sobre o qual pendem vários mandados de captura pelo crime de homicídio.

A mesma nota acrescenta que no âmbito da “Operação Labirinto” a PJ “realizou duas buscas, das quais resultou a apreensão de elevadas quantidades de dinheiro, vários veículos topo de gama, bens de luxo, sistemas de comunicações e diverso equipamento informático”. “Na sequência das investigações desenvolvidas, foi, ainda, possível identificar um dos centros de operações deste grupo criminoso, situado na zona metropolitana de Lisboa, local onde o suspeito residia e a partir do qual dirigia e coordenava as operações”, lê-se no comunicado.

A PJ refere ainda que esta organização “praticou vários crimes violentos que visaram tomar posse da droga através do uso da força e com recurso a armas de guerra”. “Dado o grande potencial económico da organização, os seus membros dispunham de fortes medidas de segurança e autoproteção, nomeadamente de meios avançados de transmissão de informação, tanto a nível individual como o utilizado no uso de contra medidas policiais”, acrescenta.

Os detidos vão ser agora presentes às autoridades judiciárias para a aplicação das respetivas medidas de coação.