No passado fim de semana, o campeonato português terminou com o título entregue ao Sporting e, no jogo final, Viktor Gyokeres marcou o golo que confirmou o título em Alvalade – o 39° na liga esta temporada. Peça essencial para a conquista do título, que apesar de ter ficado em Lisboa, graças ao sueco tem pronúncia do Norte… da Europa.
Estes 39 golos representam, atualmente, o primeiro lugar na corrida pela Bota de Ouro, destacado com 58,5 pontos. Logo atrás, Mbappe e Salah levam, respetivamente, 29 e 28 golos nas suas ligas. Como as ligas espanhola e inglesa são consideradas mais competitivas, o cálculo dos pontos é feito x2 (em vez de x1,5), por isso o francês tem 58 pontos e o egípcio tem 56. No última jornada de cada campeonato no próximo fim de semana, basta um golo a Mbappe e dois a Salah para ultrapassar o craque verde e branco, que certamente estará a rezar para que isso não aconteça.
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Tudo somado, Gyokeres vai terminar a época com mais golos do que jogos – no total de todas as competições (e ainda falta jogar a final da Taça de Portugal) são 53 golos em 51 partidas realizadas.
Há quem goste de jogar à sueca, mas o Sporting claramente prefere jogar com o sueco. Mais uma época de sonho para o avançado de 26 anos, uma autêntica máquina de fazer golos.
Apesar de ser imprescindível para os leões, terão de lutar bastante contra os tubarões. Há vários clubes da Europa determinados a levar Gyokeres na próxima janela de transferências e se no Inverno não foi tarefa fácil segurá-lo, agora Verão que será ainda mais difícil.
Independentemente do que acontecer, a verdade é uma: o “homem da máscara” já marcou uma era no futebol em Portugal.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.
Ao ler o Guia para a Realização das Provas ModA (Monitorização da Aprendizagem), enviado pelo Ministério da Educação às escolas, fica-se com a sensação de quase se estar perante um plano de operações militares. Por exemplo, lê-se ali que os enunciados daquelas provas não serão tornados públicos, o que implicitamente obriga os professores nelas envolvidos ao dever de confidencialidade.
Mas não é sem razão, diga-se, que a equipa liderada pelo ministro Fernando Alexandre impõe tamanho secretismo nas novas provas ModA, que decorrem desde a passada segunda-feira, 19, até 6 de junho, feitas pelos alunos do 4º e do 6º anos, sendo integralmente digitais e substituindo as provas de aferição que se efetuavam nos 2º, 5º e 8º anos. Como decidiu que os resultados destes testes não contam para a classificação final nem para a aprovação nas diferentes disciplinas, embora fiquem registados na ficha individual de cada aluno, o Ministério da Educação argumenta que os enunciados não são públicos para garantir a comparabilidade dos resultados ao longo dos anos e “a fiabilidade dos diagnósticos a extrair destas provas”. Aliás, a elaboração dos referidos enunciados e a correção das provas estão a cargo, em exclusivo, de uma equipa constituída para o efeito no Instituto de Avaliação Educativa (IAVE).
Por aqui surge uma das discordâncias de professores e diretores escolares face ao modelo ModA. Apesar do secretismo dos enunciados, os alunos vão ter uma classificação de 0 a 5 e conhecê-la. E, no entanto, essa nota não tem qualquer relevância para a classificação final que lhes for atribuída. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), defende que, no futuro, seja introduzida uma percentagem dos resultados destas provas nas notas finais dos alunos que as fazem. “Na sua maioria, levam isto muito a sério, têm brio, e buscam uma nota positiva”, diz. Mas, com o modelo agora em vigor, pode acontecer a bizarria de um aluno “ter um 0 na prova ModA e um 5 na classificação final”, nota.
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O dirigente da ANDAEP também discorda da escolha de alunos do 4º Ano para fazerem estes testes digitais. “É muito cedo, ainda estão a aperfeiçoar a caligrafia”, diz. “No 1º Ciclo, as provas devem ser feitas em papel e com esferográfica.”
DIGITAL “VS.” PAPEL
Embora o Ministério da Educação tenha atribuído cerca de 15 milhões de euros às escolas, para aquisição de computadores e outros equipamentos necessários, como, por exemplo, auscultadores e extensões, e também para reparação de aparelhos, Filinto Lima admitia, na passada terça-feira, 20, que a maioria dos estabelecimentos de ensino estava a “empurrar” o início das provas ModA para o final da semana em curso, entre quarta-feira e sexta-feira, “para terem mais tempo de preparação”. Uma das inquietações tinha que ver com a fiabilidade da rede wi-fi nas escolas em que estas provas se realizam. “Cai com frequência”, diz o presidente da ANDAEP. “O professor tem sempre de levar dois planos de aula: um digital e outro convencional, se o wi-fi cair”, acrescenta.
O diretor escolar Filinto Lima discorda da escolha de alunos do 4º ano para fazerem estes testes digitais. “É muito cedo, ainda estão a aperfeiçoar a caligrafia”, diz
Enquanto diretor escolar, porém, mais do que as condições tecnológicas para realizar os testes digitais, a sua maior preocupação ia para os constrangimentos que podem advir da greve que a Fenprof convocou, visando “todo o serviço” relacionado com as provas ModA. “A greve poderá ocasionar que alunos não realizem estas provas”, diz. Aquela estrutura sindical argumenta que estes testes “não fazem sentido nenhum no que se poderá chamar a aferição do sistema”, e que têm como verdadeiro objetivo “constituir rankings de escolas”.
Certo é que o Ministério de Fernando Alexandre puxou pelas provas ModA, que em dezembro passado se resumiam a Português, Matemática e Inglês. Agora, os alunos do 4º Ano vão fazer testes de Português, Matemática, Estudo do Meio e Inglês, e os do 6º Ano de Português, Matemática, Ciências Naturais, História e Geografia.
Mas a dicotomia digital “vs.” papel está em acesa discussão no meio escolar. “Passámos do oito para o 80”, diz Filinto Lima, que defende um “regime híbrido”. Acrescenta: “Chegou o momento de pararmos para pensar.” As escolas, exemplifica, “estão a desistir dos manuais digitais, porque são um óbice à aprendizagem”. Alunos e professores, explica, “gostam de sublinhar, de escrever nos manuais, de fazer esquemas, e isso só se consegue concretizar em papel”. Por outro lado, está convencido de que no próximo ano letivo “os exames do Secundário serão todos feitos digitalmente”.
Em consequência, sublinha o presidente da ANDAEP, “é preciso fazer emergir uma figura que agora é muito importante numa escola – o técnico de informática”. Reforça: “Rapidamente.”
Tempo de exames
Confira o calendário e as novidades deste ano letivo
19 de maio a 6 de junho Período em que se realizam as novas provas ModA (Monitorização da Aprendizagem), no 4.º e no 6.º anos, integralmente digitais, substituindo as provas de aferição que se efetuavam nos 2.º, 5.º e 8.º anos.
€15 milhões Verba atribuída pelo Ministério da Educação às escolas para aquisição de computadores e outros equipamentos necessários, como, por exemplo, auscultadores e extensões, e também para reparação de aparelhos.
17 a 30 de junho A data em que decorrem os exames nacionais do Ensino Secundário, integralmente em papel, com Português a iniciar a época e Matemática A e B a terminá-la. As pautas são afixadas a 15 de julho e, dois dias depois, a 17, arranca a segunda fase dos exames nacionais.
20 e 25 de junho Provas finais do 9.º ano – primeiro a de Português e, depois, a de Matemática. Esta última tem a novidade de ser feita num formato híbrido: uma parte em papel e a outra em computador. A segunda fase acontece a 18 e a 22 de julho. Estes exames contam 30% para a nota final.
Este fim de semana, celebramos a Natureza: o Dia Europeu dos Parques no sábado, 24, e o Dia Nacional dos Jardins no domingo, 25.
Estes dois dias são também os últimos da 14.ª edição do Festival Jardins Abertos, iniciativa que permite conhecer jardins históricos e contemporâneos, apenas alguns dos mais bonitos espaços verdes existentes na capital e que nem sempre estão acessíveis ao público, ainda mais com entrada gratuita. Por exemplo: Cemitério Britânico, Estufa Fria, Embaixada de Itália, Palácio das Laranjeiras, Palácio Fronteira, Procuradoria-Geral da República, o novo MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins ou o Jardim Gulbenkian.
Há dezenas de atividades programadas, entre visitas guiadas, workshops e sessões de jardinagem coletiva. Selecionamos aqui alguns programas em que todos os amantes da Natureza podem participar.
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Neste sábado, 24, às 9h, começa um percurso guiado pelo Corredor Verde de Alvalade (ponto de encontro: Parque José Gomes Ferreira, sem inscrição prévia), integrado no projeto CoolNoons e UP2030 e dinamizado pelo Centro de Informação Urbana de Lisboa. No tradicional bairro de Alvalade, ao longo de três horas, explora-se a biodiversidade, a história e o papel deste corredor na mobilidade sustentável e no bem-estar da cidade.
Jardim da Fundação Gulbenkian. Foto: DR
Num outro ponto da capital, nas Avenidas Novas, o Jardim Gulbenkian, construído na década de 1960, segundo um projeto dos arquitetos paisagistas António Viana Barreto e Gonçalo Ribeiro Telles, representa os princípios do desenho do jardim moderno. Às 11h (ponto de encontro: entrada do Edifício Sede), a visita guiada por Ivo Meco parte à descoberta de plantas espontâneas e ornamentais, curiosidades botânicas e culturais sobre várias plantas.
Pensada para as famílias, com crianças a partir dos 4 anos, a oficina Aqui Há Minhocas!, orientada por Joana Proença, às 11h, nos jardins do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta (Campo Grande, 245) promove a aprendizagem sobre o processo de compostagem e o seu papel no ciclo de vida dos jardins.
Museu de Lisboa – Palácio Pimenta. Foto: DR
À mesma hora (11h), outra oficina (a partir dos 14 anos) toma conta do Parque Botânico do Monteiro-Mor, no Largo Júlio Castilho, no Lumiar – uma zona menos explorada de Lisboa. Banhos de Floresta (shinrin-yoku, em japonês) propõe um incursão por este jardim botânico com roseiral, pomar, prados, bosquetes e horta, em que os participantes apenas têm de exercitar os sentidos, a atenção e a concentração. Orientação de Leónia Nunes, Mariana Anjos, Susana Pereira e Zofia Tomczynska. Esta atividade repete-se no domingo, 25, às 15h.
Parque Botânico do Monteiro-Mor. Foto: Aline Macedo
Na parte da tarde, existem outras opções para programas verdes. Uma visita guiada, às 14h30, ao Jardim do Dragão do Centro Científico e Cultural (R. da Junqueira, 30), projeto concebido pelos arquitetos Francisco Caldeira Cabral e Elsa Severino, incluindo às exposições patentes no museu. Ao ar livre, destaque para os bambus, o pequeno lago e uma mandala que convida à meditação. O acesso é feito por ordem de chegada.
O Parque Florestal de Monsanto, conhecido como o pulmão verde de Lisboa, é um orgulho para lisboetas e todos os que moram na capital. São cerca de 900 hectares de terreno, com uma grande variedade de ambientes e de diferentes espécies vegetais, como os ciprestes-do-buçaco (Cupressus lusitanica), o carvalho-português (Quercus faginea), o sobreiro (Quercus suber) e a azinheira (Quercus rotundifolia). A visita guiada Gigantes Verdes, às 15h, é uma oportunidade para olhar bem para cima e saber mais sobre a importância destas árvores gigantes. João Gonçalo Soutinho, presidente e cofundador da Verde – Associação para a Conservação Integrada da Natureza, será o cicerone. Ponto de encontro no Centro de Interpretação de Monsanto e participação por ordem de chegada.
Novamente no Lumiar, o Parque Botânico do Monteiro-Mor, com cerca de 11 hectares, anexo aos museus do Traje e do Teatro e da Dança, conserva a antiga estrutura das quintas de recreio, o jardim botânico, o roseiral, o pomar, os prados, os bosquetes e a horta. Às 15h, parte-se À Descoberta da História do Jardim ao lado de Rui Costa, arquiteto paisagista e responsável pelo parque. Atenção: aqui está a primeira Araucária-de-norfolk (Araucaria heterophylla) a ser plantada em Portugal continental, celebrando 180 anos neste lugar. Esta atividade repete-se no domingo, 25, às 11h.
Horta Comunitária no Museu Nacional do Traje. Foto: Marcos Borga
Criar cores, primeiro, para estampar folhas em tecido branco depois é a missão da oficina O Tanino – Impressão de Folhas em Tecido, às 11h, no Jardim Gulbenkian (ponto de encontro: entrada do Edifício Sede), para crianças a partir dos 5 anos. Durante duas horas, Dália Lourenço ajuda a encontrar as plantas que possuem esse princípio tintureiro e que serão fixadas numa roupa de jardim.
Ao mesmo tempo, num outro ponto do jardim, fala-se de Um Jardim para o Futuro (11h) com a arquiteta paisagista Aurora Carapinha num percurso por si guiado. A entrada do Edifício Sede é o local de encontro; a entrada é gratuita mediante levantamento de bilhete no dia, a partir das 10h.
Tão grande é o Parque Florestal de Monsanto, que há imensos motivos de interesse para explorar. O Dia Aberto LxCRAS, às 14h30, terá Verónica Bogalho a moderar esta conversa sobre conservação e proteção de espécies, centrada na ação do centro LxCras, onde se faz a recuperação de animais silvestres para depois devolvê-los à natureza. Inscrições: lxcras@cm-lisboa.pt.
Parque Florestal de Monsanto. Foto: DR
O workshop de permacultura urbana, às 15h, insere-se no projecto Feed Your Future (CREA) e está integrado no Centro de Recursos DLBC (Associação para o Desenvolvimento Local de Base Comunitária de Lisboa), no Bairro Padre Cruz (R. Rio Cávado, 3), onde as hortas funcionam como um modelo vivo de distribuição de alimentos de forma local e sustentável. João Martins e Inês Coimbra falarão de modelos circulares de baixo impacto carbónico, sistemas agrícolas resilientes, a importância dos polinizadores e as estratégias de gestão sustentável de recursos.
Jardins Abertos > Vários locais de Lisboa > 24-25 mai, sáb-dom > grátis > jardinsabertos.com
Tanto se tem falado de transformação digital, de tecnologia, de Inteligência Artificial, do mundo virtual em que todos passamos diversas horas diariamente, mas poucos saberão que 2025 foi designado pelo Conselho da Europa o Ano Europeu da Educação para a Cidadania Digital. As potencialidades da tecnologia são quase infinitas, diria, mas é preciso refletir sobre o seu impacto. Por isso, no final de maio, terá lugar, em Estrasburgo, o Digital Citizenship Education Forum “Let’s Act Now!”, focado no estímulo à colaboração entre stakeholders em matéria de cidadania digital.
Este é um conceito ainda recente, mas que todos devemos fazer um esforço por disseminar. O uso responsável e respeitoso da tecnologia online é absolutamente fundamental, diria mesmo que é um dever de cada um. É algo que deve estar presente nos nossos comportamentos online, seja na proteção dos nossos dados pessoais, seja no respeito pela propriedade intelectual ou no respeito pelos dados dos outros. Num contexto em que todos somos cada vez mais digitais (e é importante que tiremos partido das tecnologias), é essencial investir em literacia digital. Sabemos que o foco primordial deverá passar pela literacia dos mais jovens, mas também não podemos esquecer os adultos – que precisam de se adaptar a esta nova era – nem as pessoas mais séniores, que necessitam de muito apoio neste domínio.
Onde entram aqui as empresas?
Na disponibilização de ações de formação aos seus colaboradores que promovam a literacia digital e a cidadania digital, incorporando este tema como um pilar da sua estratégia corporativa. Disseminar este tipo de conhecimento contribui para que se crie uma onda de consciencialização para a literacia e a cidadania digitais. Pois se queremos que todos façamos parte desta transformação digital, que o façamos conscientemente e com toda a confiança.
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Sabemos que as grandes oportunidades profissionais estão ligadas à utilização de tecnologia. Daí o sucesso de programas de reconversão profissional que criam oportunidades para recém-licenciados que procuram acelerar a sua entrada no mercado de trabalho, ou profissionais que procuram impulsionar a sua carreira numa
área com muita procura. Porém, não basta formar bem as pessoas. É preciso formar pessoas com capacidades de desenvolvimento de software com uma atitude ética e responsável perante a cidadania digital.
Por outro lado, as ações de formação em Inteligência Artificial (IA) na gestão de pessoas, nas vendas, no marketing e na área financeira, são também formas de estimular a utilização crítica e consciente das ferramentas disponíveis, tirando partido da tecnologia, mas sempre com valores éticos e de responsabilidade, para nos protegermos a nós e aos outros conterrâneos do mundo digital.
Estamos a viver exatamente o momento ideal para criarmos as bases da consciência digital. É urgente as empresas apostarem na literacia digital dos seus colaboradores. Dessa forma, todos seremos cidadãos digitais mais responsáveis e respeitadores e juntos seremos capazes de combater a ideia de que esse bicho papão designado de IA vai ficar com os nossos empregos. É certo que atravessamos uma fase de revolução tecnológica. É certo que muita coisa vai mudar. É certo que os empregos vão mudar. Mas então, preparemo-nos para isso. Conquistemos novas competências, enriqueçamos os nossos conhecimentos, as nossas habilidades, as nossas qualificações e nada haverá a temer. Não adianta combater esta onda. O melhor mesmo é navegar com ela, com conhecimento de causa.
Apostemos na literacia, na qualificação para esta era digital. Só assim seremos capazes de ser bons cidadãos digitais.
O décimo modelo da BYD a chegar a Portugal marca uma nova fase para a marca chinesa no mercado europeu. O Dolphin Surf é o novo porta de entrada da gama, um citadino compacto, com aspeto vincado e recheado de tecnologia, a posicionar-se num patamar de preço mais próximo dos carros a combustão do que da maioria dos elétricos.
Um nome novo, um sucesso conhecido
Apesar do nome estreante por cá, o Dolphin Surf é já um velho conhecido noutros mercados, onde é vendido como Seagull ou Dolphin Mini. E com sucesso: a BYD garante que já vendeu quase um milhão de unidades deste modelo globalmente. É, portanto, um estreante na Europa, mas com provas dadas noutros territórios.
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O nome poderá sugerir parentesco com o BYD Dolphin, mas as parecenças ficam-se pela plataforma partilhada e por alguns elementos técnicos. Enquanto o Dolphin adota linhas arredondadas e uma linguagem mais fluida, o Surf aposta num design mais anguloso e assertivo. É mais curto – cerca de 30 cm – mas também mais agressivo na presença.
Três versões, duas baterias e dois mores
O Dolphin Surf estará disponível em três versões: Active (€20.885), Boost (€24.990) e Comfort (€27.990), que foi a que conduzimos. A versão de entrada traz uma bateria de 30 kWh e um motor de 88 cavalos, suficientes para uma autonomia de 220 km em ciclo WLTP. Já as versões Boost e Comfort recorrem a uma bateria de 43 kWh, elevando a autonomia para mais de 300 km. O Comfort diferencia-se ainda por um motor mais potente, com 154 cv – o suficiente para tornar o Surf bastante ágil em cidade, mesmo sem pretensões desportivas. Aqui, a palavra-chave é agilidade.
Nos carregamentos, o Surf oferece valores bastante razoáveis para o segmento. Em DC, chega aos 65 kW (Active) ou 85 kW (Boost e Comfort), o que permite carregar dos 10 aos 80% em cerca de 30 minutos. Em AC, todas as versões aceitam 11 kW, ideal para carregamentos noturnos ou durante o horário de trabalho.
Plataforma otimizada e bateria à prova de pregos
A arquitetura do Surf é simples, mas engenhosa – e muito integrada. A BYD fabrica internamente os principais componentes, incluindo a bateria Blade com química LFP (fosfato de ferro-lítio), conhecida pela robustez e segurança. A marca oferece 8 anos ou 200 mil quilómetros de garantia, um valor acima da média no segmento.
Outro elemento diferenciador é o sistema motopropulsor 8 em 1, que inclui motor, inversor, unidade de controlo, carregador, gestão da bateria e outros elementos num único módulo. Esta abordagem reduz custos e complexidade, contribuindo para uma excelente relação entre dimensões exteriores compactas e habitabilidade interior.
Compacto por fora, surpreendente por dentro
Com apenas 3,99 metros de comprimento, o Surf posiciona-se entre o Dolphin e modelos como o Dacia Spring. A largura de 1,70 metros garante um bom espaço para dois ocupantes atrás, embora a lotação total se fique pelos quatro lugares – uma escolha honesta, evitando prometer um terceiro lugar traseiro apenas simbólico, como acontece noutros citadinos. Há fixações ISOFIX nos dois lugares traseiros e até um extra no banco do passageiro da frente.
A estética exterior joga com proporções equilibradas, cavas das rodas bem definidas, jantes de 16 polegadas e um tejadilho flutuante. À frente, os faróis LED e as luzes diurnas acentuadas dão-lhe personalidade; atrás, a barra luminosa e o spoiler integrado reforçam o estilo e ajudam na aerodinâmica.
A bagageira oferece 308 litros, e com os bancos rebatidos sobe para pouco mais de 1000 litros. Soma-se a isto mais de 20 espaços de arrumação pelo habitáculo, incluindo um compartimento específico para os cabos, sob o piso da mala.
Um BYD tem de ter tecnologia
O habitáculo é simples e funcional, mas recheado de tecnologia. O painel de instrumentos é minimalista, e o ecrã tátil de 10,1 polegadas – rotativo, claro – centraliza as funções principais. Há botões físicos para os comandos essenciais, o que continua a ser uma mais-valia.
Mesmo nas versões de entrada encontramos Apple CarPlay, Android Auto e o assistente de voz da BYD (“Olá BYD”). Nas versões superiores, surgem os mimos: bancos aquecidos, carregador sem fios, iluminação ambiente e câmaras de 360 graus.
E há ainda uma função que começa a ser obrigatória nos elétricos mais interessantes: Vehicle-to-Load (V2L). Sim, é possível ligar um portátil, uma coluna ou até uma máquina de café diretamente à bateria do carro.
A segurança não foi descurada. O Surf traz, de série, assistências como manutenção na faixa, cruise control adaptativo, travagem de emergência automática e máximos automáticos. A estrutura é composta por 68% de aços de alta resistência e a bateria Blade passou com distinção no famoso teste de penetração com pregos – algo que poucos fabricantes se atrevem a fazer (e divulgar).
Primeira impressão
Esperava-se que o Dolphin Surf começasse abaixo dos 20 mil euros – e não começa. É um facto. Mas também é verdade que, mesmo assim, o preço continua competitivo, sobretudo tendo em conta o que oferece. Um Hyundai i10 bem equipado também ultrapassa os 20 mil euros, e não é elétrico.
Em termos de estilo, há personalidade. Só não ficámos convencidos com a versão em preto, que tende a apagar as linhas do carro. Mas há outras opções mais expressivas, que lhe fazem justiça.
No fundo, o Dolphin Surf entrega exatamente o que promete: um citadino elétrico acessível, com boa autonomia, muita tecnologia e um visual marcante. É mais uma peça-chave no puzzle da eletrificação da mobilidade – e uma das mais racionais do momento.
Para Stanley Tucci, ator de Conclave, entre muitos outros êxitos, é através da comida que melhor se compreende a identidade de um povo e Itália é um bom exemplo disso.
A sua ascendência italiana faz com que na cozinha domine bem os ingredientes e as técnicas. À mesa, é um verdadeiro gourmand que tudo partilha com os 5,5 milhões de seguidores no Instagram.
A viagem por Itália, em cinco episódios, começa em Florença, capital da Toscânia, epicentro da arte e da cultura italianas, onde Tucci nos apresenta a lampredotto, a sanduíche que os florentinos habitualmente comem ao pequeno-almoço. Comida de rua feita com o estômago da vaca e servida com molho verde, uma espécie de pastrami, mas mais suculenta.
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Prato de massa no restaurante Dalla Lola em Florença. Foto: National Geographic
No restaurante Dalla Lola, no bairro do Santo Espírito, onde morava a classe operária, recuperam-se receitas esquecidas com língua e tripa, por exemplo. O Mercado de Santo Ambrósio, autêntico e frequentado por locais, é vizinho do Ciblèo Tosco-Orientale onde a Ásia e a Toscânia se fundem em gyozas recheadas de porco ou carpaccio de atum seco.
Em Colonnata, aldeia da comuna de Carrara, conhecemos uma empresa familiar que se dedica a fazer lardo, gordura de porco curada com sal e especiarias em tanques de mármore, depois servida em fatias finíssimas. Maremma é inesperada pela paisagem do Oeste selvagem dominada por cowboys a cavalo e vacas. Visitar Siena é um programa memorável durante os quatro dias do Palio, histórica corrida de cavalos na Piazza del Campo, em que numa das noites milhares de pessoas jantam nas mesas corridas que ocupam as ruas medievais.
Lardo e salami de Colonnata Foto: National Geographic
Tudo isto só na estreia. Seguem-se idas à Lombardia (região de caviar, as milionárias ovas salgadas de esturjão, e do Grana Padano, o queijo mais consumido no mundo), a Trentino-Alto Ádige, no Norte de Itália, Abruzzo e Lazio, no Centro, onde não podia faltar a pizza romana.
Tucci em Itália > cinco episódios > seg 22h National Geographic e 24Kitchen > todos disponíveis Disney+
Se há histórias maiores que a vida, a dos Tinariwen é uma delas, que de uma vida condenada à miséria, à morte ou ao simples esquecimento, tornaram-se não só um fenómeno de popularidade global (três nomeações para os Grammy, conquistado em 2012, com o álbum Tassili, na categoria de melhor disco de World Music) mas também a prova de como a arte – e a resiliência – consegue ser maior do que a violência.
A história dos Tinariwen começa com Ibrahim Ag Alhabib, fundador da banda e filho de um rebelde tuaregue, morto à sua frente quando tinha apenas quatro anos, às mãos do governo do Mali, na sequência da revolta tuaregue de 1963.
Depois disso, Ibrahim cresceu entre os desertos e os campos de refugiados da Argélia, onde ganhou a alcunha de abaraybone – algo como “a criança vagabunda”. Seria salvo pela música quando, certo dia, assistiu a um western, num cinema improvisado no deserto, e ouviu um cowboy a tocar guitarra. Inspirado pela cena, construiu a sua guitarra utilizando uma lata de óleo, um pau e um fio de travão de bicicleta, na qual aprendeu a tocar, a partir de antigas melodias tuaregues, canções pop árabes e o blues maliano clássico de Ali Farka Touré.
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Em 1979, depois de trabalhar como carpinteiro e de cumprir uma pena de prisão, conheceu, na Argélia, Alhassane Ag Touhami e os irmãos Inteyeden Ag Ableline e Liya Ag Ablil, também tuaregues malianos, com quem formou um grupo, para tocar em casamentos e festas, que se tornou conhecido pelas canções de exílio, sobre a saudade da sua terra natal.
A banda não tinha nome, mas depressa ficaram conhecidos como os Kel Tinariwen, que significa “O Povo dos Desertos” ou “Os Rapazes do Deserto”. Os mesmos rapazes que trocaram as metralhadoras por guitarras e se tornaram uma referência da música mundial, tão bem documentada no último disco Idrache, no qual passam em revista alguns dos seus maiores êxitos, agora apresentados nestes dois concertos em Portugal.
Tinariwen > Casa da Música, Porto > 25 mai, dom 21h > €25 > LAV – Lisboa ao Vivo > 26 mai, seg 21h > €28
Os olhos arregalam-se e ainda nem passámos da entrada. A montra de queijos, enchidos e vinhos vindos de Itália é uma amostra dos produtos utilizados nesta nova ZeroZero. Como espaço é coisa que não falta por aqui, juntou-se outra vitrina de massas frescas (vendidas ao quilo), que podemos ver a serem confecionadas na cozinha aberta para a sala. Na entrada, há ainda um bar de cocktails clássicos e da casa.
A abertura da ZeroZero em Belém, instalada no Espelho d’Água, junto ao Tejo, é o resultado de quase dois anos de obras de recuperação deste edifício branco de linhas retas, desenhado pelo arquiteto António Lino para a Exposição do Mundo Português, em 1940, e depois adaptado para a restauração por Cottinelli Telmo. Além da pizzaria, o grupo Plateform, de Rui Sanches, tem outras 26 marcas de restaurantes em Lisboa – de serviço rápido, casual e alta cozinha – que se desdobram em 150 moradas. É obra!
Foto: DR
Pappardella com ricotta e trufa, uma das novidades da ementa. Foto: DR
Caminhamos agora pela sala decorada em tons neutros, com mobiliário em madeira e várias plantas, iluminada pela luz que entra pelas janelas e pela claraboia. O Atelier Lado, do arquiteto João Regal, soube quebrar a sensação de estarmos num espaço enorme (1200 metros quadrados), baixando os candeeiros todos à mesma altura. E esmerou-se na casa de banho (no piso de cima) forrada a azulejos verdes e com cabinas com janela para o Tejo.
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Na ZeroZero de Belém, a ementa é igual à das restantes moradas da pizzaria (Príncipe Real, Parque das Nações e Mercado Time Out), apresentando algumas novidades. A saber: pappardella verde com pesto de tomate seco (€16,50), linguini nero com frutos do mar (€21,50) e a deliciosa pappardella com ricotta e trufa (€19). Nos fornos a lenha, as pizzas de fermentação lenta, feitas com farinha “00” moída em pedra, cozem em cinco minutos e chegam rapidamente às mesas.
Outra novidade é a geladaria, ou melhor, os gelados feitos na casa já existiam no Príncipe Real, mas ganham aqui um destaque na esplanada acessível pelo restaurante e aberta a quem passeia à beira-rio.
ZeroZero > Edifício Espelho d’Água > Av. Brasília, Lisboa > T. 21 936 4245 > seg-dom 12h-24h
Rui Borges já disse sim ao Mirandela. Sim ao porco no espeto, sim ao rancho, sim à presença na festa que assinala o 99º aniversário do Sport Clube local, onde se estreou como jogador e, também, como treinador de futebol. Para o dia 10 de junho, assim manda a tradição, o emblema transmontano reserva um programa de celebrações de manhã à noite, e desta vez não podia faltar o filho da terra que levou o Sporting ao título de campeão nacional. Vai ser ele a estrear uma espécie de parede da fama, junto às bilheteiras do velhinho Estádio de São Sebastião, ali a 100 metros de sua casa.
“Vamos oferecer uma camisola do clube ao nosso capitão e homenageá-lo com uma placa numa das paredes do estádio”, adianta Carlos Correia, presidente do Sport Clube de Mirandela, sobre uma data que deixará o clube à beira do centenário e contará, já é certo, com um convidado muito especial. “Vai trazer aqui muita gente das redondezas para estar com ele, tirar fotos, pedir autógrafos, eu sei que vai.”
Foto: LUSA
O agora dirigente foi treinador de Rui Borges no Mirandela e também foi ele, já nas funções de líder máximo, quem o contratou para comandar a equipa logo após pendurar as chuteiras. “A meio da última época de jogador, eu já tinha percebido que era esse o seu desejo e ele também me fez chegar a informação, mas eu respondi que ainda precisava dele dentro de campo por mais uns meses”, recorda Carlos Correia. Na altura, preferiu apostar em Ricardo Chaves, que se tinha lesionado e passado a adjunto, longe de imaginar que, oito anos depois, Chaves seria adjunto de Borges na conquista do título pelo Sporting. “Eles conheceram-se aqui e ao [preparador físico] Fernando Morato também”, um natural de Valpaços e o outro de Bragança. Para cá do Marão, mandam os que de lá vieram.
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Além de jogos de exibição de todos os escalões jovens do Mirandela, a festa de 10 de junho terá no campo de jogo as duas equipas femininas, a de veteranos e o padre, que dará a missa matinal em pleno relvado. A grande atração, porém, chama-se Rui Borges, que nunca renegou as origens e o carinho dos conterrâneos.
“As pessoas têm sido inacreditáveis, pessoas de outros clubes a torcer por alguém que é da terra. Isso para mim é o maior troféu, o reconhecimento dos que gostam de nós, dos que sofreram connosco”, desabafou o treinador, instantes depois do triunfo sobre o Vitória de Guimarães que confirmou o troféu de campeão, no sábado, 17. “Sou apenas o Rui Borges de Mirandela, com todos os defeitos, todas as virtudes, um rapaz que acreditou num sonho e foi trilhando o seu caminho com mérito.”
“Doutorado em carácter”
Antes, já tinha dito, aos microfones da SportTV, que não havia sido nem um grande jogador nem um estudante ambicioso, e que só a competência enquanto treinador lhe valia.
“Vi logo que tinha pernas para andar”, garante Carlos Correia, que diz estar gravado, em declarações a uma rádio, este seu vaticínio, logo nos primórdios de Rui Borges na pele de treinador. “O Sporting estava um bocado mal quando ele entrou, depois do João Pereira, mas eu não tinha dúvidas de que ele ia dar a volta ao balneário, psicologicamente. É um ser humano espetacular e dá tudo aos jogadores, consegue entrar-lhes na cabeça e, se precisam de alguma coisa, mesmo na vida particular, preocupa-se. Parece que não, mas isso conta muito”, aponta o presidente do Mirandela, que sentiu esta forma de ser na primeira pessoa. “Ele queria sempre saber se os jogadores estavam bem, onde é que estavam instalados, se comiam bem… É muito forte a lidar com os atletas.”
Noite de arromba Segue-se de novo o Benfica, na final da Taça de Portugal, este domingo, 25 Fotos: LUSA
Na receção aos campeões na Câmara Municipal de Lisboa, nesta segunda-feira, 19, Frederico Varandas enalteceu-lhe a personalidade. “Já o ouvi dizer que nunca estudou, mas é licenciado e doutorado em carácter, nobreza e valores”, atirou o presidente do Sporting, que lhe destacou, também, a capacidade de se adaptar às circunstâncias.
Rui Borges comprometeu-se com os leões no Dia de Natal, quando o clube acabara de perder a liderança do campeonato para o Benfica, na sequência de duas derrotas, um empate e apenas um triunfo sob a batuta de João Pereira. Os cinco pontos de avanço que Rúben Amorim deixara ao partir para Manchester, fruto de 11 vitórias noutras tantas jornadas, tinham desaparecido em menos de um mês.
A estreia não poderia ter sido mais feliz: vitória na receção ao Benfica, com golo de Geny Catamo, e liderança recuperada. Mas seguiram-se dois meses conturbados, com vários empates no campeonato e uma campanha para esquecer na Liga dos Campeões. A equipa parecia medrosa, sem rasgo, “resultadista”. Uma sombra dos tempos de Amorim, embora mais consistente do que na curta passagem de João Pereira.
Aproveitar o momento
As lesões tiveram um peso enorme, não há como negar. As ausências prolongadas de Nuno Santos e de Pedro Gonçalves causaram mossa. O meio-campo sofreu uma razia, com Daniel Bragança e João Simões descartados para o resto da época, Morita preso por arames, com viagens à seleção do Japão pelo meio, e Morten Hjulmand a aguentar o barco praticamente sozinho, para lá de uma pequena mazela e muito desgaste acumulado.
Face às saídas de líderes de balneário como Coates, Adán, Paulinho e Neto, o novo capitão, apenas com um ano de clube, puxou dos galões e ocupou o palco enquanto voz de comando. Na maior parte das vezes, formou dupla com o defesa central Debast, mas também viu por lá passarem jovens da equipa B, como Eduardo Felicíssimo e Alexandre Brito. No eixo defensivo, ninguém escapou à enfermaria, ao passo que, no ataque, o insaciável Gyökeres jogou condicionado algumas vezes e noutras teve mesmo de descansar.
A tudo isto Rui Borges reagiu com improviso, sem inventar. Pragmático, decidiu voltar ao esquema tático de Amorim, com o qual os jogadores estavam mais familiarizados. “Adaptou-se e venceu”, como diria Varandas. A partir de março, arrancou para uma série de nove vitórias em 11 jornadas, apenas com empates em Braga e na Luz, voltando a ultrapassar o velho rival e a segurar a escassa vantagem até à final. Invicto, ao longo de 19 jogos para o campeonato, chegou ao primeiro título da carreira em menos de dois anos no escalão máximo do futebol português.
Nos Paços do Conselho A receção aos campeões na Câmara Municipal de Lisboa, nesta segunda-feira, 19 Fotos: LUSA
“Não quer dizer que fosse mau jogador, porque era bom, mas é melhor treinador do que jogador. E digo-lhe mais: não dou dois anos para ele dar o salto para o estrangeiro”, antecipa Carlos Correia, que puxa do travão logo depois, ao pensar como é matreiro o desporto-rei: “Aqui há tempos, empatou um jogo e puseram logo tudo em causa, que não valia nada e que era isto e aquilo. No futebol é tudo bonito, mas se a bola não entra ao domingo… Se não ganhasse o campeonato, se calhar, já nem ficava lá para o ano. É aproveitar o momento porque o que hoje é bom amanhã já não vale nada.”
Para já, segue-se o Benfica, na final da Taça de Portugal, este domingo, 25, na certeza de que a 10 de junho, aconteça o que acontecer no Jamor, o porco no espeto estará à espera dele em Trás-os-Montes, com as suas gentes, quase à porta da casa de família. Não digam a ninguém, mas Carlos Correia anda a ver se leva o filho de Rui Borges, Mário Borges, de volta para o Mirandela, se bem que o pai já não perde um jogo do clube nos distritais, sempre que vai passar o fim de semana a casa.
Gyökeres na elite dos golos
Peyroteo, Eusébio (em duas épocas), Yazalde e Jardel são os únicos que marcaram mais do que o sueco numa única edição do campeonato
Assinar 39 golos em 33 jogos parece coisa do século passado e, de facto, apenas Mário Jardel contrariou esta ideia, antes de o próprio Viktor Gyökeres o fazer agora. Também ao serviço do Sporting, o avançado brasileiro chegou aos 42, num total de 30 encontros, na época 2001/02, sendo um dos únicos quatro goleadores da história da competição com registos superiores ao do sueco. Com o seu poder físico e uma técnica de fazer inveja a muitos pontas de lança mais esguios, o “homem da máscara” revolucionou o ataque leonino nestas duas temporadas em Alvalade, ultrapassando em 2024/25 o muito que já havia alcançado na anterior.
Além de Jardel, ficaram ainda por suplantar monstros do futebol nacional como Fernando Peyroteo, Eusébio da Silva Pereira e Héctor Yazalde. O primeiro concretizou 43 remates em escassas 19 jornadas, em 1946/47, com a camisola do Sporting; o segundo somou 43 golos em 24 jogos, em 1967/68, e 40 em 28, cinco anos depois, sempre de águia ao peito; e o terceiro concluiu a campanha de 1973/74 com 46 remates certeiros em 29 desafios, no clube leonino.
Gyökeres entra, assim, numa galeria de notáveis que diz muito da sua influência nas conquistas recentes do Sporting.