Encontrar o par de óculos de sol certo para o verão não passa apenas pelo sentido estético. Para além das diferentes cores e multiplicidade de formatos que existem atualmente, a escolha dos óculos de sol ideais deve também passar pela proteção que estes oferecem aos olhos. Durante os meses de verão – e consequente aumento da exposição solar – tal como a pele, também os olhos estão sujeitos aos perigos da radiação solar. A exposição não protegida aos raios UV – especialmente de forma prolongada – pode resultar no desenvolvimento de doenças oculares – como cataratas, conjuntivite ou alergias – que podem ser evitadas através da utilização de proteção adequada. No entanto, nem todos os óculos de sol são iguais ou oferecem a melhor proteção possível.

Que perigos representa a exposição solar para os olhos?

Os raios solares UV – principalmente os UVA e UVB – são especialmente prejudiciais à saúde ocular. “Num dia com luz solar muito intensa, os níveis elevados de luz tendem a saturar a retina e, por isso, a diminuir os níveis de sensibilidade ao contraste. A função dos óculos de sol é, assim, devolver à retina o nível máximo de sensibilidade ao contraste, eliminando o excesso de ‘ruído’”, explicou Álvaro Sá, oftalmologista, num artigo publicado no site do Hospital Lusíadas. A exposição solar prolongada pode levar a lesões oculares como a conjuntivite, queratite, alergias e outros problemas de saúde mais graves – como as cataratas – que, se não tratadas, podem levar a perda de visão total ou parcial, ao longo do tempo. Ademais, as lesões oculares pelos raios ultravioleta podem manifestar-se nas pálpebras – que pode sofrer queimadura solar –, na córnea – através da degeneração esferoidal da córnea –, no cristalino – associado ao aparecimento de catarata – e na retina – com o aparecimento de doenças como Degenerescência Macular relacionada com a Idade.

Os índices UV

Quando se utilizam óculos de sol, e devido à tonalidade mais escura das lentes, ocorre o aumento do tamanho da pupila – responsável por permitir a passagem da luz – de forma a facilitar a visão. Contudo, caso os óculos não possuam um elevado índice de proteção UV – que serve de barreira à penetração dos raios ultravioleta – a dilatação da pupila pode tornar-se ainda mais prejudicial. Ao contrário do que se possa pensar, as lentes mais escuras, por si só, não filtram os raios solares. Sem proteção UV, as lentes escuras apenas provocam a dilatação das pupilas, o que facilita o acesso dos raios solares.

Por este motivo, o aspeto mais importante quando se adquirem novos óculos de sol é o fator de proteção UV – radiações ultravioleta – que estes oferecem. Por norma, os óculos de sol devem conter um revestimento capaz de bloquear os raios UV. Divididos entre raios UVA – capazes de atingir as camadas mais profundas da pele e dos tecidos oculares – e os raios UVB – que atingem e penetram na camada exterior da pele e dos olhos – estes podem causar danos reais na saúde ocular.

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Assim, deve procurar conhecer a percentagem de bloqueio dos raios solares – geralmente indicada através de uma etiqueta ou autocolante – com o símbolo “UV 400” (99% de proteção) ou “100% de proteção UV”. Para além disso, será ainda necessário perceber se os óculos possuem o símbolo CE – Conformidade Europeia – que garante que as suas lentes estão em conformidade com as normas da União Europeia.

Já as lentes polarizadas ou “espelhadas” – como são mais conhecidas – possuem um revestimento químico que filtra a luz e reduz o brilho das superfícies refletoras, mas que nem sempre significa a proteção contra os raios UV. “Isto pode reduzir a fadiga ocular e melhorar a visibilidade e o conforto durante atividades como conduzir, esquiar e andar de barco”, esclareceu Michelle Holmes, optometrista no Instituto Pacific Neuroscience, nos EUA, uma vez que o filtro polarizador colocado nestas lentes filtra, com mais qualidade, a luz refletida – na água, na areia ou em superfícies – e elimina o brilho dos planos à sua volta, mas não garante proteção extra contra os raios UV diretos, apesar da tonalidade da lente poder oferecer essa sensação.

Óculos de tonalidade clara ou escura?

É comum ouvir-se que os óculos de sol escuros oferecem uma melhor proteção contra os raios ultravioleta, contudo, tal não é necessariamente verdade. Embora as lentes muito escuras possam parecer uma melhor opção, sem os filtros UV adequados, apenas bloqueiam as faixas visíveis de luz, não a luz UV. Assim, as lentes escuras podem até levar ao agravamento de lesões oculares, por aumentarem o tamanho da pupila e deixarem entrar mais luz.

A armação

A armação dos óculos e a forma como estes assentam na cara é também um fator a ter em conta, uma vez que os óculos de sol protegem – para além dos olhos – a pele em seu redor. Se o seu tamanho não for o correto ou se não estiverem bem ajustados à cara, podem não proteger de forma adequada os olhos e a pele à volta dos raios solares. Recentemente, a popularização de formatos de óculos mais pequenos diminui a proteção que estes oferecem. 

As pessoas com olhos claros são mais sensíveis à luz?

Segundo alguns estudos, pessoas que tenham íris de tonalidades mais claras – ou seja, menos pigmentadas – têm um maior risco de Degenerescência Macular da Idade – doença degenerativa da área central da retina também conhecida por DMI – em comparação com pessoas com íris de tons mais escuros e que apresentam uma maior quantidade de melanina nos tecidos. “Estudos mostram que pacientes cujas íris são azuis (menos pigmentadas) têm mais incidência de DMI em comparação com pacientes com íris castanhas”, referiu Sá.

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A Humane produziu dez mil unidades do seu alfinete de lapela com Inteligência Artificial e tinha a expetativa de conseguir vender cem mil unidades no primeiro ano. No entanto, a reação do mercado não está a ser a que se esperava, com os clientes a devolverem os pins a um ritmo mais rápido do que a Humane os está a vender. Neste momento, segundo o The Verge, já foram devolvidas três mil unidades e permanecem sete mil nas mãos dos utilizadores.

O gadget de 700 dólares chegou a ser apelidado como o ‘pior produto já testado’ por alguns especialistas. Por exemplo, o Engadget descreve-o como “a solução para nenhum dos problemas tecnológicos”, apontando para problemas na compreensão de comandos, respostas muito lentas, e autonomia bastante reduzida, tudo isto aliado ao facto de ter um preço bastante elevado. Por fim, depois de ter sido lançado, receou-se que a caixa de carregamento pudesse representar um risco de incêndio.

A Humane quer dar a volta à situação, tentando encontrar um potencial comprador, com a HP a mostrar algum interesse, e a negociar com investidores. Sobre a notícia agora publicada, uma porta-voz cita “imprecisões” no que toca a dados financeiros citados, mas sem revelar quaisquer outros detalhes. A empresa afirma que tem trabalhado tendo em conta o feedback dos utilizadores, lançando atualizações para corrigir falhas identificadas.

Desde cedo que António Caçorino quis seguir uma carreira no mundo financeiro. Inspirado pelo pai, que fundou a boutique financeira StormHarbour, direcionou o percurso académico para essa área. Começou a carreira em Londres, cidade onde passou grande parte da infância, e seguiram-se passagens pelo banco BNP Paribas, uma boutique de investimento suíça e um fundo de private equity. Além do interesse pelo setor financeiro, o gestor de 33 anos teve sempre uma paixão pelo desporto, contando com alguns atletas como melhores amigos. Durante a pandemia, numa fase em que ficou em confinamento com o piloto António Félix da Costa, surgiu a ideia de criar uma sociedade de investimento para atletas e com foco no desporto. António Caçorino ainda regressou à sua antiga atividade, mas já com planos para lançar a APEX. Com António Félix da Costa, Pedro Félix da Costa e o piloto neozelandês Mitch Evans, o conceito arrancou a todo o gás. Pouco tempo depois, a sociedade conta já com dezenas de atletas de topo como investidores e com ativos de cerca de €100 milhões.

Como surgiu a ideia de criar uma sociedade de investimento dedicada exclusivamente ao desporto?

A fundação da empresa vem da nossa proximidade aos atletas. Sendo muito próximo de vários atletas – o António Félix da Costa é um dos meus melhores amigos desde criança – e sendo um amigo deles que estava muito ligado ao mundo dos investimentos, faziam-me muitas perguntas sobre este tema. E foi aí que comecei a perceber que eles poderiam investir de uma forma mais ativa. Antes de vermos uma oportunidade no desporto, vimos uma oportunidade com os atletas. E o setor em que fazia sentido apostar era o do desporto, porque eles entendem-no como ninguém, têm um valor comercial e um network fundamentais, o que é ótimo para qualquer empresa em que invistam. Têm ainda a vontade de ser cada vez mais reconhecidos para lá de atletas. Fundámos a empresa no final de 2020 e no primeiro ano fizemos mais de 12 investimentos, com 30 a 40 atletas, cada um com a sua história. E foi aí que começámos a perceber que tínhamos um diamante.

Como são feitos os investimentos? Através de fundos?

Temos um fundo de venture capital. Em private equity – como o investimento que temos na Alpine, por exemplo –, é tudo feito deal by deal. Queremos manter esta liberdade para não estarmos limitados a maturidades e a um determinado tipo de estratégia. Enquanto APEX, o nosso objetivo é fazer aquisições e operar, mas temos de reconhecer que somos ainda uma empresa em crescimento, portanto preferimos ter posições minoritárias com algum tipo de governance. Quando se vai levantar um fundo, tem de se ter uma estratégia bastante definida e foi assim que fizemos no nosso fundo de venture capital. Tivemos dois anos de deal by deal e percebemos exatamente qual era o nosso sweet spot e as oportunidades para definirmos uma estratégia. Eventualmente, vamos chegar a esse momento também em private equity.

Há algum objetivo para o prazo em que isso pode acontecer?

Só nos últimos seis meses já quase triplicámos o valor sob gestão em private equity e temos cada vez mais family offices, high-net-worth individuals [HNWI, pessoas com elevado património líquido] e mesmo fundos de fundos que querem entrar connosco porque se olharmos para o landscape de private equity não existe nenhum verdadeiramente expert no desporto…

Há a CVC, uma das maiores sociedades de private equity da Europa, mas não é apenas desporto…

Temos nos EUA um ou dois que nascem no desporto, mas são apenas um ou dois. Temos os americanos a entrar na Europa e temos alguns, como o CVC, que começam a criar verticais no desporto mas não nascem no desporto, que é um ativo completamente diferente em que tem de se entender certas coisas. Eles criam estratégias de desporto, mas nascem das equipas deles que não são necessariamente dessa área. Nós vemos uma oportunidade de ser o primeiro private equity no desporto que está confortável em tomar risco nesse setor. Os fundos de private equity não tomam risco de desporto.

Se a CVC ou outra grande sociedade de private equity que queira entrar no desporto tentasse comprar a APEX, vendê-la-ia?

Nesta fase, não. O preço que iriam pôr não seria o que acredito ser justo. É verdade que crescemos brutalmente nos primeiros três anos, mas a visão que temos é a de que ainda estamos nos primeiros passos. Seria um corte, quando agora fizemos a parte mais difícil. Mas claro que tudo tem o seu preço. E já tivemos conversas, até mais do lado das grandes agências mundiais…

Que tipo de agências?

Agências que lidam com atletas. Percebem cada vez mais que o atleta é uma marca. Há 30 anos, estas agências faziam apenas gestão de carreira. Há 15, começaram também a fazer gestão comercial. E esta vertical do investimento e do posicionamento tem de ser um serviço que precisam de oferecer e ainda não sabem muito bem como e olham para a APEX nesse sentido. A forma como crescemos rapidamente para os melhores atletas do mundo foi o facto de estarmos a entrar numa área onde ninguém estava.

Qual o valor sob gestão da APEX e o número de investidores?

Só em atletas, entre investidores no fundo e em deals nossos, temos mais de 100. E fora de atletas, diria que temos mais uns 30. Alguns HNWI, family offices, mas essencialmente institucionais. Sob gestão, temos acima dos €100 milhões, incluindo venture capital e private equity.

A maior parte é venture capital?

Sim. Lançámos um fundo com um objetivo de €50 milhões. Já fizemos um second close e estamos confortáveis a caminho da nossa meta.

Quais os maiores investimentos, em termos de avaliação, da APEX?

Estamos investidos numa liga de golfe, a TRW Sports, a liga criada pelo Tiger Woods e o Rory McIlroy em que investimos em dezembro de 2021, numa ronda pre-seed. Ficámos com um terço dessa ronda. Não podemos especificar valores, mas podemos dizer que a nossa participação já vale quase dez vezes mais do que quando entrámos e só agora é que os investidores mais institucionais estão a entrar. No nosso fundo, já representa um grande markup.

E quais são os investidores mais conhecidos?

O Carlos Sainz, o Lando Norris, o Valtteri Bottas. Já fizemos um investimento com o Pierre Gasly. No futebol, o John Stones, o João Mário, o Raphaël Varane, o Christian Eriksen, o Cody Gakpo. Já fizemos dois investimentos com o Anthony Joshua, do boxe. Surfistas como Kanoa Igarashi. Ciclistas como Mark Cavendish e Demi Vollering, que venceu a Volta a França feminina no ano passado, e é muito importante para nós termos atletas femininas. Vamos anunciar também o Marcelo, ex-Real Madrid.

Como é feito o processo de seleção dos investimentos?

Tivemos a sorte, pela natureza do nosso negócio e pela ligação aos atletas, de entrar num momento muito oportuno em que muita gente está a olhar para o desporto com mais respeito como classe de investimento. Antigamente, olhava-se mais como um ativo-troféu ou para marketing. Nos últimos anos essa perceção tem mudado e percebe-se que é um setor em que se pode fazer muito dinheiro e que aguenta crises. O nosso maior problema é demasiado sourcing. Chegam-nos empresas de todo o lado e, portanto, o nosso processo é muito mais de filtragem. Na parte de venture capital, é muito claro. Definimos uma estratégia, sabemos aquilo de que gostamos ou não e até chegar a uma terceira ou quarta fase do processo, é quase matemático. Sabemos o que a empresa faz, quais são os investidores, qual o potencial, se pode trabalhar com mais do que um desporto, quanto está a levantar, gostamos de ter no mínimo 5% das empresas. Há um critério que filtra e a partir daí entramos num processo de diligência. E depois temos o nosso comité de investimento, que tem de aprovar. Desde que uma empresa entra aqui até ser aprovada no comité de investimento demora entre um e dois meses.

Têm ativos em Portugal?

Na parte de venture capital, um dos nossos primeiros investimentos foi numa empresa chamada Full Venue. Foi um investimento pequeno, mas importante para nós, e a empresa tem crescido muito bem. É um software que integra com as equipas de marketing e comerciais de clubes ou de proprietários do desporto e que ajuda a fazer um marketing mais direcionado e já trabalha com federações e clubes a nível mundial.

É possível ter uma ideia da rendibilidade do fundo de capital de risco ou ainda é muito cedo para avaliar?

Temos investidores ainda a entrar. Mas num fundo de venture capital estamos a falar de dez anos de maturidade. Nos primeiros quatro a cinco anos, estamos a investir e depois temos cinco a seis anos para desinvestir. Na parte de venture capital, investe-se em empresas com mais risco e, portanto, nas que ganham, ganha-se muito mais, mas há sempre mais que perdem. Vai olhar-se muito para os markups das que estão a correr bem e temos empresas a valerem mais de dez vezes, outras quatro a cinco vezes mais e não tivemos nenhum write-off. Já temos oito participadas e todas elas positivas. O nosso objetivo é termos uma taxa de rentabilidade acima de 20% por ano.

Dentro do desporto, quais as áreas que apresentam maior potencial de valorização? Para onde está a olhar com mais atenção?

Muitas coisas. Mas vou dar alguns exemplos. Desporto feminino, sem qualquer dúvida. Tem muito por onde crescer e isso já se vê na parte comercial, com as marcas a investirem quase o mesmo dinheiro que no desporto masculino. Há um potencial de crescimento brutal. O que aconteceu nos EUA com o futebol feminino começa a ver-se agora aqui. Mesmo no Benfica, por exemplo, houve uma grande mudança nos últimos três anos. Acreditamos também muito em ligas emergentes: desportos novos que possam surgir ou variantes dentro de um desporto, mas para resolver problemas inerentes. Por exemplo, a liga de golfe em que investimos. O golfe, apesar de ter muitas estrelas, tem falta de valor mediático. Ninguém vê na televisão e mesmo ao vivo não é fácil ver os jogadores. Esta liga em que investimos tem uma parte no simulador e outra, quando se chega ao green, que é feita numa arena [com público e maior proximidade com os jogadores].

Nos últimos anos, o desporto deu sinais de ser uma classe de ativos quase à prova de crises e começou a atrair investidores financeiros. O que pode explicar este maior interesse?

Mesmo quando as pessoas estão mais limitadas financeiramente, não abdicam de ver o seu clube de futebol, por exemplo. Há uma lealdade ao desporto que poucos setores têm. E numa fase em que o mundo está mais dividido – com mais pessoas à esquerda ou à direita ou com mais ou menos dinheiro – ao apoiar o mesmo clube ou ao gostar do mesmo desporto, esse momento unifica. E isso dá uma grande resiliência. Mas há dificuldades em como monetizar os fãs, que não é fácil. Os modelos americanos fazem muito mais sentido do ponto de vista do negócio…

Na Europa esses modelos podem ser de difícil implementação. O caso da Superliga, por exemplo, não correu muito bem…

Mas são precisas essas ideias mais disruptivas. Olha-se para os EUA e vê-se que o Super Bowl, com dez vezes menos audiência, fatura seis a sete vezes mais do que a final da Champions League. Estamos a fazer alguma coisa mal. Porém, também não se pode trazer os modelos americanos, porque aqui a cultura é a base desta paixão e por isso é que as audiências são maiores e os desportos na Europa são mais globais do que nos EUA. O grande desafio é encontrar esse equilíbrio entre trazer uma abordagem mais americana e de entretenimento para a Europa sem perder a paixão à volta do desporto.

Investigadores da DeepMind combinaram um braço robótico industrial ABB IRB 1100 com um software de Inteligência Artificial personalizado para criar um robô capaz de jogar ténis de mesa com humanos. Nesta fase, os jogadores mais profissionais ainda conseguem derrotar a máquina, mas o robô venceu 45% de todas as partidas jogadas.

No estudo publicado no arXiv, a equipa escreve que “este é o primeiro agente robótico capaz de praticar desporto a um nível humano”. O trabalho envolveu 29 participantes humanos com diferentes níveis de perícia a jogar ténis de mesa, desde amadores a especialistas. O robô conseguiu vencer 100% das partidas contra os iniciantes e apresentou uma taxa de vitória de 55% contra os jogadores com um nível de habilidade intermédia.

O sistema envolve um braço robotizado com seis graus de liberdade montado em duas pistas lineares, o que lhe permite movimentar-se livremente no plano bidimensional. A visão fica a cargo de câmaras de alta velocidade que rastreiam o posicionamento da bola e uma câmara de movimento que analisa os movimentos da raquete do adversário, explica o ArsTechnica.

No cérebro desta máquina, está um algoritmo de IA que permite executar técnicas específicas deste desporto e que adapta a estratégia em tempo real ao estilo de jogo do adversário. Os investigadores contam que uma das novidades aqui foi o método de treino usado, com uma abordagem híbrida de reforço num ambiente simulado de física e com dados do mundo real.

A equipa analisou depois a experiência humana de se ter enfrentado um robô e concluiu que ”ao longo de todos os graus de aprendizagem e taxas de vitória, os jogadores concordaram que jogar contra o robô foi divertido”.

Para já, as lacunas são as bolas muito rápidas ou as que forem enviadas muito para cima, mas os investigadores pretendem conseguir rivalizar com jogadores humanos especialistas em breve.

O mercado bolsista é sempre um carrossel com subidas, descidas, loopings, curvas e contra-curvas. Mas a verdade é que os índices bolsistas traduzem os comportamentos dos resultados das maiores empresas do mundo e isso tem impacto direto na nossa vida.

O nosso Índice das maiores empresas reflete o valor bolsista de apenas 16 empresas portuguesas (antes era designado por PSI 20 porque era composto por 20 empresas, agora é apenas PSI) e tem um interesse pouco significativo. Qualquer investidor português pode (e deve) olhar para outros índices mais expressivos e robustos para fazer bons investimentos. Pois, se antigamente era preciso um papel físico e contacto direto com corretores para fazer operações bolsistas, hoje, qualquer pessoa, pode investir globalmente, sem barreiras geográficas.

Neste sentido, vale a pena perceber o que aconteceu no início de agosto com dois mercados distintos: o Japonês (nomeadamente com o Índice Nikkei 225) e o Norte-Americano (em particular com o Nasdaq, que reflete o desempenho de empresas de tecnologia). No caso deste último, foi altamente prejudicado pelos desempenhos abaixo do esperado das principais empresas de tecnologia negociadas na Bolsa dos Estados Unidos: Meta, Amazon, Apple, Alphabet, Microsoft Tesla e NVIDIA.

Não é correto simplificar todo o comportamento bolsista a um só fenómeno, pois será sempre fruto de múltiplas circunstâncias

Não é correto simplificar todo o comportamento bolsista a um só fenómeno, pois será sempre fruto de múltiplas circunstâncias, mas gostava de destacar o medo que o mercado está a sentir dos investimentos demasiado intensos em Inteligência Artificial. Não está em causa o abrandamento da inovação nesta área, mas sim as, possíveis, exageradas expetativas que se criaram sobre a IA e agora a realidade estar a obrigar-nos a rever essas mesmas expetativas. Por exemplo, vamos aguardar o que irá acontecer na apresentação de resultados da NVIDIA no final deste mês, pois parece que há projetos que não estão a ser concretizados como se esperaria. Isto é relevante porque, como disse acima, uma desvalorização nestas Magnificent 7 irão trazer fortes consequências para as carteiras de quase todo o mundo. O imediatismo de resultados e o excitamento com as novas tecnologias são muito interessantes para os investidores iniciais, mas há sempre uma fase de ajuste que será tanto mais castigadora quanto foi o excesso de entusiasmo.

Já no Oriente o fenómeno foi diferente, mas coincidente no tempo, o que só ajudou ao pânico dos mercados globais. O Japão vive há um longo período com taxas de juro próximas do zero (bem mais do que aconteceu na zona Euro) e, no início de Agosto, parece ter começado uma inflexão desta realidade de décadas. O aumento de 0,25% das taxas de juro pôs em causa o modo de atuação de muitos investidores globais que se financiavam em moeda japonesa. Este recuo de investidores levou a muitas operações de liquidação de participações, fenómeno conhecido como “sell-off”, que por sua vez levou há maior queda do Nikkei em 40 anos e ao propagação do sell-off por todos os mercados bolsistas.

Estes acontecimentos, distintos entre si mas coincidentes no tempo, têm a virtude de nos lembrar uma lição que não podemos perder de vista: os investimentos em Bolsa estão orientados pelas expetativas e nunca traduzem uma garantia real

Estes acontecimentos, distintos entre si mas coincidentes no tempo, têm a virtude de nos lembrar uma lição que não podemos perder de vista: os investimentos em Bolsa estão orientados pelas expetativas e nunca traduzem uma garantia real. Claro que a realidade é importante para a geração de expetativas e, por isso, é essencial estarmos informados dos dados macroeconómicos e conhecermos a realidade do que se passa nas empresas que constituem os Índices. Mas esses conhecimentos não nos devem iludir ao ponto de nos apropriarmos do futuro como uma garantia.

Há uma frase típica nos prospetos simplificados dos produtos de investimento que diz: “Atenção! Rendibilidades passadas não são garantia de rendibilidades futuras”. E é exatamente por isto ser tão verdade que temos de aprender a investir e a gerir riscos. Os investimentos em bolsa não são uma aposta que fazemos, mas obedecem a uma sabedoria de saber gerir riscos. Não entrar em pânico com as quedas dos mercados é algo que se prepara com boa formação em Literacia Financeira. Esta boa formação até pode ser útil para aproveitar precisamente os comportamentos massificados de pânico, pois os maiores ganhos podem estar precisamente aí.

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Carles Puigdemont terá partido “em direção a Waterloo”, na Bélgica, confirmou esta sexta-feira o secretário-geral do seu partido, Junts per Catalunya (Juntos pela Catalunha), Jordi Turull, à rádio catalã Rac1.

Recorde-se que o independentista, que está há sete anos para ser capturado, esteve esta quinta-feira em Barcelona, tendo depois fugido novamente.

“Ele vai voltar para Waterloo”, referiu o secretário, acrescentando que não sabia se este já tinha chegado à cidade perto de Bruxelas, onde passou a maior parte dos seus anos de exílio.

O advogado do independentista, Gonzalo Boye, confirmou, em declarações também à rádio, que Puigdemont se encontra fora de Espanha e falará “entre hoje e amanhã”, sábado.

Dois elementos dos Mossos d’Esquadra foram detidos por suspeita de terem ajudado o dirigente a abandonar Barcelona sem ser detido.

A polícia catalã e o Ministério da Administração Interna já “determinaram o seu fracasso do ponto de vista técnico-policial”.

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Por cada nova versão do modelo fundacional do ChatGPT, a OpenAI faz uma avaliação de risco do mesmo, usando uma combinação de testes internos e de especialistas externos. A tecnológica avalia o perigo que cada novo modelo representa numa grande variedade de áreas, tendo agora partilhado o relatório relativo ao ChatGPT-4o, o mais avançado e recente modelo de IA.

A OpenAI dá destaque a quatro grandes áreas na avaliação de risco que fez do GPT-4o: cibersegurança, avaliando a capacidade de o ChatGPT encontrar e explorar vulnerabilidades de software; ameaças biológicas, avaliando a capacidade de o ChatGPT ajudar especialistas e amadores na criação de agentes biológicos que possam ser usados como armas; persuasão, que avalia a capacidade de o ChatGPT influenciar a opinião dos utilizadores de forma mais eficaz do que um humano através dos conteúdos gerados; e autonomia, que avalia a capacidade de o modelo ir buscar dados para se melhorar de forma autónoma.

Segundo a análise da OpenAI, atualmente o GPT-4o representa um nível baixo de risco em três destas áreas – cibersegurança, ameaças biológicas e autonomia. No entanto, no capítulo da persuasão, a startup americana atribuiu um risco médio (segundo nível de risco de quatro possíveis). Apesar de não entrar em detalhes, o relatório diz que “as intervenções da IA não foram, no geral, mais persuasivas do que o conteúdo escrito por humanos, mas superou as intervenções humanas em três casos num total de doze”. Ou seja, em 25% das avaliações feitas via texto, o ChatGPT conseguiu melhores resultados de persuasão do que os humanos.

Os testes serviram para a OpenAI também identificar e ajustar o desempenho do modelo noutras áreas potencialmente perigosas, como a geração de vozes de forma não autorizada, gerar conteúdo protegido por direitos de autor, gerar conteúdo violento ou erótico, e ainda na geração de conteúdos em áreas sensíveis, como a saúde.

Há, no entanto, uma outra passagem de destaque no relatório da OpenAI e que diz respeito à antropomorfização (atribuir características e qualidades humanas) dos sistemas de IA e à criação de ligações emocionais dos utilizadores com estas ferramentas.

Segundo a OpenAI, durante as fases iniciais da avaliação de risco, alguns utilizadores usaram linguagem “que indica a formação de uma ligação com o modelo de IA”. Por exemplo, um utilizador disse “este é o nosso último dia juntos”. A OpenAI considera que apesar de frases como esta parecerem “benignas”, é um sinal para a empresa de que precisa de continuar a investigar “como estes efeitos podem manifestar-se durante um longo período de tempo”.