O Galaxy S4 FE está equipado com um ecrã Dynamic AMOLED 2X de 6,7 polegadas, com uma taxa de atualização adaptativa de até 120 Hz, que se ajusta automaticamente para melhorar a fluidez das imagens, seja em jogos ou no uso diário, afirma a Samsung. O ecrã inclui ainda a tecnologia Vision Booster, que melhora a visibilidade sob luz solar intensa. O smartphone mantém um design semelhante aos modelos mais caros da linha Galaxy e pesa 214 gramas.

A câmara é um dos pontos fortes do dispositivo, com uma configuração tripla na traseira. O sistema inclui uma lente grande angular de 50 MP com estabilização ótica de imagem, uma lente ultra grande angular de 12 MP e uma lente teleobjetiva de 8 MP com zoom ótico de 3x. Na frente, o smartphone conta com uma câmara de 10 MP, otimizada para selfies e videochamadas. Este conjunto é complementado pelo ProVisual Engine, um motor de processamento de imagem baseado em Inteligência Artificial (IA), que promete melhorias em fotos com pouca luz e otimização de cores.

Com um processador Exynos 2400, a Samsung disponibiliza versões com 128 GB e 256 GB de armazenamento interno, ambas com 8 GB de memória RAM, e com uma bateria de 4.700 mAh.

Veja abaixo imagens do Samsung Galaxy S24 FE

Inteligência Artificial ao rubro

O Galaxy S24 FE traz consigo as mesmas funcionalidades de Inteligência Artificial (IA) avançada presentes nos modelos mais caros da série S24. Uma das funcionalidades incluídas é o Circle to Search, que permite fazer pesquisas rápidas e intuitivas através do Google. Com um simples gesto, o utilizador pode pesquisar informações diretamente a partir de qualquer conteúdo no ecrã, facilitando o acesso rápido a respostas e dados.

Outra ferramenta importante é o Intérprete, que traduz instantaneamente conversas pessoais, mesmo sem uma ligação à internet. Esta funcionalidade é útil em situações em que o utilizador precisa de compreender outro idioma sem acesso à rede, tornando a comunicação mais eficiente e prática.

A Tradução em Tempo Real permite a tradução simultânea durante chamadas telefónicas, eliminando barreiras linguísticas durante a comunicação verbal, seja em contextos pessoais ou profissionais.

O Galaxy S24 FE também inclui o Assistente de Chat, que ajusta automaticamente o tom, a gramática e o vocabulário das mensagens. Esta funcionalidade é útil para garantir que as comunicações sejam adequadas ao contexto. Para quem precisa de tomar notas com frequência, o Note Assist simplifica o processo, automatizando a formatação e a tradução de notas. Isto facilita a organização e a partilha de informações, especialmente para utilizadores que lidam com diferentes idiomas.

O Assistente de Transcrição é outra ferramenta essencial, permitindo converter rapidamente gravações de áudio em texto. Esta funcionalidade é importante para quem precisa de gravar reuniões, entrevistas ou outras conversas e deseja rever ou partilhar o conteúdo escrito.

Por fim, a funcionalidade de Assistente de Navegação na app Samsung Internet ajuda a criar resumos automáticos ou a traduzir páginas web inteiras, facilitando o consumo de informação e a navegação em sites estrangeiros.

O Galaxy S24 FE vai estar disponível em Portugal a partir de 4 de outubro – nas cores preto, azul, verde e amarelo – com um preço de 789 euros.

Palavras-chave:

Depois de anunciar o lançamento do Galaxy Ring no último evento Unpacked, onde apresentou também os dobráveis Galaxy Z Fold6 e Flip6, assim como uma nova geração de relógios inteligentes com espaço para um modelo Ultra, a Samsung revela agora que o seu primeiro anel inteligente vai estrear-se no mercado português a 4 de outubro.

Concebido para simplificar o bem-estar, o Galaxy Ring concentra a tecnologia de sensores da Samsung num formato compacto e discreto. Com um peso entre 2,3 gramas e 3,0 gramas, este wearable permite monitorizar a saúde “24 horas por dia, 7 dias por semana”, com um design que combina conforto e estilo, sem esquecer a durabilidade, detalha a Samsung. 

De acordo com a fabricante, o anel inteligente conta com uma resistência à água de 10 ATM, incluindo um acabamento em titânio de grau 5 para maior proteção. Quanto à autonomia, a Samsung promete até sete dias de utilização contínua.

Veja o Galaxy Ring da Samsung

A integração da Galaxy AI é uma das grandes apostas da Samsung, com a análise dos dados recolhidos pelo anel a ser conjugada com um algoritmo de Inteligência Artificial avançado. Aqui, a monitorização do sono é uma das áreas em destaque, para ajudar os utilizadores a compreenderem mais facilmente os seus padrões e desenvolverem hábitos mais saudáveis. 

Além da pontuação de sono e da análise do ressonar, estão incluídas novas métricas, como movimento, latência do sono e frequência cardíaca e respiratória, de modo a disponibilizar uma análise mais detalhada e precisa da qualidade deste indicador, afirma a fabricante em comunicado. 

A Pontuação de Energia é outra das funcionalidades ‘alimentadas’ pela Galaxy AI, sendo calculada através da análise de quatro fatores importantes: sono, atividade, frequência cardíaca durante o sono e Variabilidade da Frequência Cardíaca durante o sono. A Samsung explica que o objetivo desta funcionalidade passa por aumentar “a consciência sob a forma como a saúde influencia a vida diária”, com o dispositivo a dar recomendações baseadas no estado físico do utilizador, de modo a que este concentre os seus esforços na melhoria da saúde e bem-estar. 

Galaxy Ring

Com o Alerta de Ritmo Cardíaco, o Galaxy Ring permite que os utilizadores se mantenham informados sobre a saúde do seu coração. Segundo a fabricante, a funcionalidade apresenta notificações instantâneas,  através da aplicação Samsung Health, quando é detetado um ritmo cardíaco invulgarmente alto ou baixo.São também apresentados detalhes adicionais, ncluindo batimentos por minuto, hora de início e duração, com a funcionalidade Live Heart Rate Check. 

A pensar em quem quer manter um estilo de vida mais ativo, o Galaxy Ring faz o acompanhamento automático de caminhadas e corridas, através da funcionalidade Deteção de Exercícios. Para quem precisa de uma motivação extra, o Alerta de Inatividade traz lembretes diários de fitness. 

A par das funcionalidades de saúde, bem-estar e fitness, o Galaxy Ring chega com funcionalidades inteligentes, como o controlo por gestos. Através desta opção, basta juntar os dedos para, por exemplo, tirar uma fotografia à distância com o smartphone ou para desligar alarmes. 

Em Portugal, o Galaxy Ring vai estar disponível em três cores – Preto Titânio, Prateado Titânio e Dourado Titânio – contando com um preço de 449,90 euros.

Galaxy Fit3 a caminho de Portugal

O Galaxy Ring não é o único a chegar em breve a Portugal. A smarband Galaxy Fit3 também está a caminho, combinando capacidades de monitorização de saúde e fitness com funcionalidades avançadas num design leve e moderno, afirma a Samsung. 

Com um peso a rondar 36,8 gramas, esta smartband promete um maior conforto durante as atividades do quotidiano e durante os treinos. Para uma maior durabilidade, a Galaxy Fit3 tem resistência à água e poeira (5ATM e IP68) e, segundo a tecnológica sul-coreana, a bateria de longa duração permite até 13 dias de uso contínuo. 

A smartband, equipada com um ecrã AMOLED de 1,6 polegadas, é capaz de detetar automaticamente seis tipos de exercícios, além de suportar 101 modos de treino e de monitorizar continuamente os níveis de oxigénio no sangue e o ritmo cardíaco. O sono é também uma das funcionalidades-chave deste modelo, realça a Samsung, destacando a análise de padrões e a disponibilização de dicas personalizadas para melhorar a qualidade do sono. 

Há ainda espaço para novas funcionalidades de segurança, incluindo a deteção de quedas e o SOS de emergência. No caso da primeira, a smartband dá aos utilizadores a possibilidade de ligarem a serviços de emergência quando deteta uma queda anormal. Já no caso da segunda, concebida para situações de emergência, é possível enviar um sinal de SOS ao pressionar cinco vezes no botão lateral. 

A Galaxy Fit3 vai estar disponível em Portugal, a partir do dia 4 de outubro, nas cores Grafite, Prateado e Rosa Dourado, por um preço de 64,90 euros.

Um novo relatório da Immunefi revela que, no terceiro trimestre do ano, o ecossistema cripto e DeFi (Finanças Descentralizadas) perdeu mais de 412 milhões de dólares devido a ataques e fraudes, com um total de 34 incidentes registados ao longo deste período. O valor representa uma diminuição de 40% em comparação com o trimestre homólogo em 2023, altura em que as perdas totalizavam 685 milhões de dólares. 

De acordo com os dados avançados pela plataforma especializada em serviços de segurança para a Web3, desde o início do ano que este ecossistema perdeu mais de 1,33 mil milhões de dólares devido a ataques e fraudes, numa diminuição de 3,9% em comparação com o período anterior. 

Ao todo, o mês de maio foi aquele em que se registaram as maiores perdas, com um total de 358 milhões de dólares. Já em setembro registaram-se perdas na ordem dos 115 milhões de dólares, resultantes de 11 incidentes. O valor representa, no entanto, uma queda de 66% face ao período homólogo no ano anterior, em que as perdas alcançaram a marca dos 340 milhões de dólares. 

Os ataques continuam a ser a principal causa das perdas registadas neste ecossistema, perfazendo 99,3% dos casos registados durante o terceiro trimestre e totalizando 409 milhões de dólares. Os casos de fraudes correspondem a 0,8% dos incidentes registados, com perdas de 3 milhões de dólares. 

Dados do relatório Crypto Losses Q3 2024 | Créditos: Immunefi

No que respeita aos ataques que marcaram o terceiro trimestre do ano, a Immunefi aponta para o incidente que envolveu a WazirX, descrita como a maior exchange centralizada doméstica da Índia, que perdeu 235 milhões de dólares, e para ataque à BingX, uma exchange centralizada sediada na Singapura, que perdeu 52 milhões de dólares. 

Neste trimestre, as Finanças Centralizadas (CeFi) foram o principal alvo de ataques, representando 75% das perdas registadas. Por contraste, as perdas registadas por ataques a Finanças Descentralizadas representaram 25% do total. 

“Estamos a ver um número elevado de incidentes que têm como alvo as Finanças Descentralizadas, enquanto as Finanças Centralizadas registam menos incidentes, mas frequentemente com consequências mais severas e envolvendo centenas de milhões roubados num único ataque”, detalha Mitchell Amador, fundador e diretor executivo da Immunefi.

Relativamente a blockchains, Ethereum e BNB Chain representaram mais de metade das perdas registadas, indica o relatório. No caso da primeira, as perdas correspondem a 44,1% do total, envolvendo 15 incidentes, e, no caso da segunda, representam 23,5%, com 8 incidentes registados durante este período.

A NASA batizou a rocha ‘zebra’ vista nas imagens captadas pelo rover Perseverance de Freya Castle. A formação rochosa mede cerca de 20 centímetros e os investigadores acreditam que seja ígnea e/ou criada num processo metamórfico, o que lhe confere o aspeto listado que agora vemos. A rocha aparenta estar solta do resto do leito rochoso onde está localizada, o que sugere que tenha sido formada noutro local e depois transportada até ali.

Na teoria avançada pelos investigadores, a rocha pode ter sido formada mais acima na cratera onde está e há a expetativa de encontrar mais rochas semelhantes, à medida que o rover Perseverance continua o seu trajeto em direção ao topo da cratera Jezero. Se forem encontradas outras, ou mesmo o leito original de onde tenha rolado, os investigadores querem recolher mais medidas e dados para análise.

Em comunicado, a NASA conta que a rocha foi captada pelas imagens de baixa resolução da Navcam e que a intenção seria apontar para lá a Mastcam-Z para obter um vista mais aproximada e detalhada. No entanto, quando os dados e imagens da Navcam foram descarregados, alguns dias depois da captura, o rover já tinha seguido o seu caminho e abandonado aquela região.

À medida que o plano de retorno de amostras de rochas de Marte para a Terra continua a ser delineado, os investigadores pretendem recolher o máximo de informação possível através das câmaras e sensores do Perseverance. Há a expetativa de que a sonda mostre mais sobre os lagos de sedimentos que já foram encontrados e que podem albergar fósseis microbiais.

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Foi a concretização de um grande sonho ter concluído um curso superior de Serviço Social (tendo começado a trabalhar logo após terminar o mesmo). Ainda hoje sinto a alegria que tive ao pensar que iria começar uma nova fase da minha vida com independência económica e aplicar os conhecimentos teóricos na prática. Mas também me lembro de alguma preocupação com a possibilidade de falhar. No fundo, era a responsabilidade de já ser profissional, e eu queria muito corresponder à minha motivação de ser bem-sucedida. Era muito jovem e tive uma grande aprendizagem no sentido de respeitar hierarquias, de me afirmar com ideias diferentes de algumas colegas mais antigas e lutar por todas as mudanças que achava que deveriam ser discutidas, aceitando igualmente a experiência dos colegas mais velhos.

Aprendi que não nos podemos acomodar, que devemos lutar por aquilo que acreditamos que está certo, respeitando as diferenças, a noção de que nunca tudo está aprendido e que, sozinhos, mesmo na profissão, não conseguimos obter os resultados de satisfação e de alegria da realização profissional. Eu procurei sempre ir mudando e fazendo mudar, de modo a sentir-me realizada comigo própria, bem como com os outros. Foram 20 anos de trabalho como funcionária pública, em que terminei as minhas funções com grande alegria na Coordenação da Educação para a Saúde, onde fiz várias formações e conferências. Realço aquela que hoje se relaciona com a Casa Ermelinda Freitas: foram vários colóquios realizados sobre a “Prevenção do Alcoolismo”, trabalho este efetuado com uma equipa que ainda hoje me deixa muita saudade, que é uma referência e que foi uma reflexão de aprendizagem.

Após estes 20 anos, mudei de vida. Venho inesperadamente para a empresa de família, a Casa Ermelinda Freitas. Grandes mudanças, grandes responsabilidades, grandes expectativas e grandes preocupações, mas não posso deixar de afirmar que foi toda a minha vivência anterior que me deu muitas bases para eu poder enfrentar, não desistir, trabalhar em equipa e acreditar que o meu futuro passaria pela gestão da Casa Ermelinda Freitas – Vinhos, e recordar o meu trabalho anterior com o meu lema: “… Beber mas com Moderação…”, que defendi na Educação para a Saúde, e continuo a aplicar no meu dia a dia. Quem valoriza um produto tão importante como o vinho não quer alcoolismo, mas sim quem o saiba apreciar e integrar numa alimentação saudável.

Não posso deixar de refletir que tive a felicidade de, em tudo o que fiz, ter-me sentido sempre realizada, com o sentimento de que posso sempre fazer mais e de que aquilo que sou hoje resultou da minha ruralidade, da minha educação (família), humildade, formação e das várias experiências acumuladas ao longo da vida.

Trabalho publicado originalmente na edição de maio de 2024 da Exame

A Google anuncia uma das novidades do Earth como a possibilidade de “viajar no tempo”. A ferramenta vai passar a apresentar uma vista histórica de como o planeta era e, em alguns locais, é possível ir atrás até 80 anos. Além desta novidade, a gigante anuncia ainda a chegada da Street View para quase 80 países e a utilização de Inteligência Artificial para tornar as imagens mais nítidas.

A vista histórica disponível no Earth mostra como uma geografia evoluiu em vários pontos do nosso planeta e o comunicado de imprensa cita a situação do Lago Oroville, na Califórnia, onde é possível ver uma significativa redução no leito de água até 2018 e que depois, até 2023, foi enchendo graças a chuvas sucessivas na região.

Londres, Paris, Berlim e Varsóvia eram, naturalmente, muito diferentes na década de 1930 e agora vai ser possível ver muitas dessas evoluções ao longo do anos. A Timelapse é uma ferramenta interativa, construída a partir de milhões de imagens de satélite, que mostra em sequência corrida a evolução em vários locais.

Para os investigadores e organizações, a Google explica que quer facilitar a utilização do Earth para projetos educativos ou científicos e que, para isso, está a preparar novidades que agilizam a colaboração em equipas.

A Street View é outra ferramenta que recebe melhorias, com a Google a anunciar a possibilidade de ver as ruas em quase 80 países agora. Alguns destes estão a receber a Street View pela primeira vez, tornando possível a exploração da Grande Barreira do Coral ou da Estação Espacial Internacional a partir do conforto do sofá, atrás de um ecrã de computador ou do telemóvel. Aldeias medievais da Bósnia, montanhas rochosas da Namíbia, castelos no Liechtenstein e rios do Paraguai são alguns dos locais que agora podemos ver na Street View.

A Google revela que a utilização de uma nova câmara, que pesa apenas 6,8 quilos e que pode ser acoplada em qualquer carro, vai permitir expandir a Street View para mais locais e mais rapidamente.

Por último, a Google anuncia que utiliza agora Inteligência Artificial para tornar as imagens de satélite do Earth e do Maps mais nítidas. A empresa usou o modelo Cloud Score+ AI, treinado em milhões de imagens, para reconhecer e remover objetos como nuvens, sombras de nuvens, nevoeiros e neblinas, ao mesmo tempo que mantém padrões meteorológicos como gelo ou neve visíveis.

Palavras-chave:

Na semana passada, logo após o início do ano letivo, chegou o primeiro pré-aviso de greve, na quinta-feira: no dia seguinte, o pessoal não docente iria parar, pelo que as escolas poderiam fechar. Funcionários 1 – 0 Governo. Esta quinta-feira, chega nova circular, datada de dia 23, segunda-feira: o pessoal não docente vai parar no dia 27 (amanhã); no dia 4 de outubro (sexta-feira que vem) e no dia 9 de outubro.

Que a “coincidência” de que três dos quatro dias de paralisação calhem à sexta-feira não precisamos de falar. Mas precisamos de falar de outras coisas:

  1. Nos últimos anos, os pais dos alunos – e a sociedade no geral – estiveram sempre do lado dos professores e do pessoal não docente. As reivindicações são justas, as condições em que trabalham são muitas vezes péssimas e estas são as pessoas que tomam conta, que fazem crescer, as nossas futuras gerações: merecem todo o respeito e dignidade.
  2. No ano passado, a juntar-se à falta de professores – que em muitas escolas só ficou resolvida muitos meses depois do início do ano letivo – as famílias viram-se a braços com dezenas de dias de greves, ora dos professores ora do pessoal não docente (que acaba por fechar as escolas). Durante todo o ano, ambas as classes profissionais tiveram o apoio público da grande maioria da população.
  3. Só que assim não é possível continuar. Façamos um exercício simples: se, por absurdo, este ritmo de greves continuar, à proporção de uma por semana, – talvez os alunos estejam a aderir já à semana de quatro dias, o que acho ótimo, mas poderia ser feito de outra forma, que todos nós nos organizávamos para fazer acontecer – falamos de mais de 30 dias em todo o ano letivo. TRINTA DIAS. Um mês inteiro.
  4. Ora, num País onde quase oito em cada dez estudantes que frequentam o ensino superior (79%) são filhos de pais que também têm estudos superiores – contra 21% de alunos cujos pais deixaram de estudar mais cedo – a escola continua a ser a única via de progressão social. E está a deixar para trás quem já vem de uma situação de desvantagem. “Nós não estamos a conseguir reduzir o gap entre os alunos de contextos sociofamiliares mais favorecidos e os menos desfavorecidos, o que significa que temos falhas na garantia de igualdade de oportunidade”, referia o Ministro da Educação, Fernando Alexandre, há umas semanas. Falava sobre os dados constantes no relatório “Education at a Glance 2024”, onde Portugal aparece como o país da OCDE com mais alunos cujos pais não concluíram o ensino secundário.
  5. No mesmo sentido, salientou na altura o Ministro, “em Lisboa, 29% dos alunos não chegam, não entram, nunca apareceram no ensino superior e cerca de 33% dos jovens de Setúbal nunca estiveram inscritos em nenhum curso de ensino superior, nem num TesP [curso técnico superior profissional]”.
  6. Vamos a mais um exercício simples. Para um aluno pertencente a uma família de classe média, um dia de greve pode significar uma de duas coisas: ou fica em casa porque um dos pais até pode estar em teletrabalho, ou vai para um Centro de Estudos ou ATL privado que já frequente – o que é mais comum nas grandes cidades, onde a oferta existe… Nesse dia até poderá fazer fichas, aprender sobre um assunto novo, ler um livro e, garantidamente, terá acesso a boas refeições.
  7. Para um aluno que venha de uma família desfavorecida, um dia de greve pode, porém, significar que um dos pais tenha de faltar ao trabalho – e, muito possivelmente, perder esse dia de salário. Isto porque os CAF (Componente de Apoio à Família) funcionam nas escolas. Que fecham porque não há pessoal não docente…
  8. Para um aluno que venha de uma família desfavorecida, um dia de greve pode ainda significar um mais difícil acesso a uma refeição decente. Dados do PISA, divulgados no final do ano passado, mostravam que Portugal é o país da OCDE onde menos alunos ficam sem comer por falta de dinheiro. “Por exemplo, a Ação Social Escolar tem uma componente importante relativamente à alimentação e refeições em espaço escolar. Esta vai desde a gratuitidade (para crianças no primeiro escalão) até ao pagamento total, mas, ainda assim, um valor apoiado que ronda um euro e meio no seu custo final para todas as crianças e jovens”, explicava na altura Tiago Caliça, analista da OCDE, ao Público. Por outras palavras: muitas crianças não passam fome em Portugal porque comem na escola. Se esta fecha, é menos um dia de refeições a que têm acesso. E, como também é amplamente conhecido, a nutrição tem um impacto muito significativo na aprendizagem.

Todos nós, pais, estamos à partida solidários com as causas de quem cuida dos nossos filhos. São causas de todos e é assim que tem de ser, porque, mais uma vez, as novas gerações são o futuro do País. Mas há uma altura em que o remédio pode matar o paciente. Repito: o ano letivo começou há nove dias. O início da escola é algo muito relevante para os alunos e as famílias: é o regresso das rotinas, é o crescimento, é o aumento das responsabilidades, é o reencontro dos amigos, é a certeza de que crianças e jovens estão num espaço seguro, com comida e conhecimento à disposição. É, para muitas famílias mais pobres, a garantia de que se pode trabalhar todos os dias, aumentando os rendimentos, enquanto os filhos estão em segurança.

Quatro greves, em quatro semanas, tendo sido a primeira realizada quatro dias apenas após o início do ano letivo – são muitos quatros numa mesma frase, mas a culpa não é minha… – parece excessivo. E parece, acima de tudo, pouco sensato. Sobretudo porque penaliza quem já é mais penalizado à partida, e quem tem menos responsabilidade nisto tudo: os alunos.

 Não sei que conversas já terá havido com o Ministério de Fernando Alexandre. Mas não me lembro de nenhum ministro da Educação que tenha levado com tantas greves seguidas com apenas seis meses de mandato – pode estar a falhar-me a memória, naturalmente.

A escola pública é um desígnio nacional – já o escrevi muitas vezes aqui. Todos nós devemos lutar por ela, tal como lutamos por uma Saúde e uma Justiça que sirva a todos. Mas, a continuarmos assim, a escola pública continuará a servir apenas os que podem pagar uma alternativa para os dias em que não há aulas. E, nesse caso, ninguém ganha. Aliás, é pior do que isso: perdemos todos. Sobretudo enquanto País.

(Leia abaixo o pré-aviso de greve que foi divulgado esta semana)