O conceito de “morte do autor”, desenvolvido por Roland Barthes, diz-nos que o texto deixa de pertencer ao seu criador a partir do momento em que é escrito; torna-se um campo aberto, com múltiplos significados a florir nessa paisagem, tantos quantos os leitores colherem. Assim, o pobre autor morre — ainda que apenas simbolicamente, claro — logo que a obra é entregue ao mundo, transformando os leitores em criadores de significados. Esta morte também desfaz essa estranha e recorrente ideia de que o texto possui uma única e verdadeira interpretação, previamente definida pelo autor. As intenções deste, bem como a sua identidade ou biografia, devem ser irrelevantes para a leitura e para o leitor. A linguagem é uma rede de significados, influenciada pela cultura, história e contexto, ou seja, a obra transcende as intenções individuais de quem a escreveu. No instante em que o livro chega às mãos do leitor, torna-se outra coisa: múltiplo, indomável, aberto. É um cavalo selvagem. Parafraseando Barthes, o pagamento para o nascimento do leitor é a morte do autor, deixando este de ter autoridade sobre a própria criação: o texto passa a existir como uma entidade independente, aberta a interpretações potencialmente ilimitadas, deixando definitivamente a casa dos pais.

Antoine de Saint-Exupéry desapareceu a 31 de julho de 1944, quando fazia um voo de reconhecimento militar durante a Segunda Guerra Mundial, pilotando um Lockheed P-38 Lightning, numa missão de espionagem sobre território ocupado pelos alemães. Os destroços do avião de Saint-Exupéry foram encontrados no Mediterrâneo, perto de Marselha, em 2000, e uns anos depois, Horst Rippert, um antigo piloto da Luftwaffe, veio afirmar ter sido ele a abater o avião de Saint-Exupéry, mas sem saber, à época, quem estava a bordo. Rippert ficou devastado quando descobriu ter sido responsável pela morte dum escritor que admirava profundamente, encarnando a ideia de que o autor morre às mãos do leitor. A realidade, coitada, é demasiado literal.

O que Jorge Luis Borges disse de Eça

“No finais do século XIX, Groussac pôde escrever com veracidade que ser famoso na América do Sul não era deixar de ser um desconhecido. Essa verdade, naqueles anos, era aplicável a Portugal. Famoso na sua pequena e ilustre pátria, José Maria Eça de Queirós (1845-1900) morreu quase ignorado pelas outras terras da Europa. A tardia crítica internacional consagra-o agora como um dos primeiros prosadores e romancistas da sua época.”

Pensar nos leitores

Sobre a questão, tantas vezes colocada, se um autor deve ou não pensar nos leitores, Kurt Vonnegut respondia afirmativamente, mas avisava que jamais se deve pensar numa multidão, isso é demasiada gente: deve-se pensar num amigo. Há uma música, da autoria de Bennie Benjamin, Eddie Durham, Sol Marcus and Eddie Seiler, que conheci através dos The Ink Spots (mas tem muitas outras versões: a primeira vez que foi gravada foi por Harlan Leonard and His Rockets), cuja letra diz o seguinte: I don’t want to set the world on fire, I just want to start a flame in your heart. Poderia ser a versão romântica do conselho de Vonnegut.

Dizia que era um jornalista de infantaria. Isso significava que, nos dias de fecho, apesar da sua posição de editor, arregaçava as mangas e escrevia as breves, as notícias; escrevia o jornal inteiro se fosse preciso. O Zé Manel Rodrigues da Silva, falecido há 16 anos, era um soldado talhado para travar a guerra do Jornalismo e da Cultura. Esmerava-se especialmente no seu texto de cinema, a que nunca chamava de crítica, mas gostava de dar a ler e discutir enquanto dava baforadas no seu nervoso cachimbo (mesmo depois da lei o proibir em espaços fechados). Defendia o jornalismo do ‘eu’ e tinha uma escrita coloquial e gaga. Uma escrita gaga, porque… porque de vez em quando fazia uma pausa e repetia uma palavra, para pautar o seu estilo. Uma gaguez retórica, pois.

Quando entrei como estagiário no JL, fui recebido pelo cachimbo do Zé Manel. Disse-me que o JL era a terceira divisão e que me restava esperar que um clube grande me contratasse. Não demorei muito a perceber que era nesta terceira divisão que queria jogar. E, ao longo dos tempos, fui fazendo os possíveis para melhorar o estilo de jogo, aproveitando as ténues margens para abrir o espírito do jornal a novas ideias. Sim, Zé Manel, estou na jogada.

O Zé Manel, o meu mestre, era um soldado da redação. Ele sabia que, por mais patentes superiores que existissem, por mais ilustres que fossem os colaboradores, de Saramago a Eduardo Lourenço, a seiva de um jornal era o seu corpo de jornalistas. E, no caso do JL, a redação sempre foi dedicada e mal paga, extrapolando as suas funções, numa entrega rara e pouco reconhecida. Tudo isto a pretexto de uma luta, uma luta de classes, uma luta por certos valores, uma luta pelo Jornalismo e pela Cultura. É justo referir alguns dos soldados que tornaram o jornal possível ao longo destes anos, como Maria Leonor Nunes, Maria João Martins, Francisca Cunha Rego, Carolina Freitas, o nosso lendário designer gráfico Miguel Eduardo Serrano, o nosso lendário fotógrafo João Ribeiro… Isto além daqueles que por cá continuam: Luís Ricardo Duarte, Mariana Almeida Nogueira, Patrícia Pereira (na paginação)… E eu próprio, que por aqui estou há quase 27 anos.

O JL encontra-se em mais uma das suas encruzilhadas. A empresa que o engloba está num processo de insolvência, temos salários em atraso, o futuro é uma incógnita. A redação tem a consciência de que este é um momento decisivo e por isso continua a trabalhar, mesmo sem receber, na esperança de que se vislumbre um horizonte.

Ninguém quer que as coisas fiquem na mesma. Queremos virar a página em direção ao JL do futuro. Um futuro que não apague a sua memória, mas que se centre mais no devir cultural contemporâneo. Um novo e renovado JL que faça jus à sua história, mas que se projete e se inscreva nas novas vanguardas, na realidade cultural do presente.  Assim, continuamos em luta. Oxalá esse futuro se desenhe, nem que seja pelas nossas próprias mãos, para que, com todo o orgulho, possamos responder ao Zé Manel: sim, ainda estamos aqui. 

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis online, pela primeira vez, a partir desta segunda-feira estão fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial. Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Biblioteca acessível a partir daqui

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930 e reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, justifica Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas online, estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, explicam ainda os responsáveis pela biblioteca.

“A Europa cumpre o prometido: os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE acabaram de concordar em alargar novamente as sanções contra a Rússia”, escreveu a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, numa mensagem divulgada na rede social Bluesky. “Esta medida continuará a privar Moscovo de receitas para financiar a sua guerra”, acrescentou, salientando que “a Rússia tem de pagar pelos danos que está a causar”.

A aprovação da renovação das sanções tinha de ser por unanimidade dos Estados-membros, o que aconteceu depois de ultrapassadas as reticências da Hungria.

Os 15 pacotes de sanções já adotados pela UE caducariam em 31 de janeiro se os ministros não tivessem chegado a um acordo para a sua renovação.

Os edifícios são feitos para durar gerações, mas as necessidades e preferências das pessoas e empresas variam ao longo do tempo, pelo que o valor funcional e económico dos ativos tende a diminuir caso não seja garantida a sua operação, manutenção e renovação de forma adequada.

É neste contexto que o conceito Building as a Service (BaaS) ganha particular importância, ao implicar uma entidade (proprietária ou não do edifício) que fica responsável por assegurar todo o acompanhamento dos espaços e respetivos sistemas de instalações e equipamentos enquanto serviço prestado aos seus utilizadores. Assim, ao invés de uma aquisição ou aluguer corrente, os clientes subscrevem serviços para a utilização de espaços constantemente adaptados às suas necessidades durante períodos e condições previamente acordados. Estes serviços podem incluir desde climatização, segurança, limpeza, energia e comunicações, até ao mobiliário e decoração e obras de reparação ou renovação dos espaços, que podem ser, por exemplo, para escritórios ou centros de saúde.

Enquanto no setor da tecnologia a oferta deste tipo de soluções já existe há décadas (e.g. Software as a Service ou SaaS), no setor da construção este conceito começou a ganhar tração principalmente a partir de 2008, com a crise financeira global, em que os investidores passaram a focar-se mais nas despesas de operação (do inglês, operational expenditures ou OpEx), ao invés de investimento (do inglês, capital expenditures ou CapEx), dos seus ativos construídos, procurando para tal apoio externo e profissionalizado.

Uma outra abordagem, denominada por Construction as a Service (CaaS), consiste em providenciar serviços integrados de construção, operação e manutenção, algo que poderá ser feito, por exemplo, por uma ou mais empresas de construção capacitadas para o efeito. A transferência da responsabilidade do BaaS para a entidade executante promove naturalmente uma melhor qualidade e preparação da obra para a fase de operação, que se torna assim mais sustentável do ponto de vista económico e ambiental a longo prazo.

De entre os benefícios do BaaS destacam-se a adaptabilidade e o foco na experiência do utilizador (adaptação dos espaços conforme os requisitos dos clientes ao longo do tempo), assim como a eficiência energética e a economia circular (preferência por materiais renováveis, recicláveis e reaproveitáveis para outros espaços sob gestão).

Os desafios/oportunidades passam, por exemplo, pela adoção de soluções modulares (e.g. sistemas de fachada ou módulos de cozinhas e casas de banho facilmente substituíveis) e pelo registo digital e organizado da informação (e.g. sobre instalações, equipamentos e acabamentos) durante a construção do ativo; e, posteriormente, pela implementação de infraestruturas tecnológicas robustas, como sistemas inteligentes incorporando sensores de Internet of Things (IoT) para apoiar a análise de dados (e.g. temperatura, humidade, nível de ocupação) e o planeamento de soluções adaptadas aos utilizadores dos espaços. Na perspetiva do proprietário e da empresa gestora, o modelo de negócio a adotar para explorar o ativo é também uma preocupação, seja através de uma renda fixa, taxa de gestão, participação na receita ou indiretamente através da valorização do imóvel.

As medidas para facilitar a implementação do BaaS na gestão de edifícios incluem a utilização de modelos de contratação para a construção e exploração de edifícios (e infraestruturas) que envolvam as entidades operadoras o mais cedo possível na cadeia de valor do ativo construído, ao abrigo de processos colaborativos e vinculativos em função do desempenho (e.g. funcional e económico) a longo prazo. Adicionalmente, a formação e capacitação dos profissionais e empresas na área das novas tecnologias (e.g. building information modelling e inteligência artificial) é crucial para sustentar o desenvolvimento de modelos BaaS.

Por fim, a tendência de mercado aponta para uma economia de serviços onde o foco está na experiência do utilizador e na valorização contínua do ativo construído ao longo do seu ciclo de vida. Pretende-se com isto responder à dinâmica da evolução das sociedades com o tempo, juntamente com o progresso tecnológico e a adoção de modelos para o desenvolvimento e gestão de edifícios mais colaborativos e rentáveis para as partes interessadas.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Na última semana, a comunicação social tem veiculado alguns apontamentos noticiosos, nos quais se refere a uma figura que é a imunidade parlamentar. Mas o que significa e quais as suas implicações?

A imunidade parlamentar em Portugal é um princípio previsto na Constituição da República Portuguesa (CRP), art. 157.º, e destina-se a proteger os deputados no exercício das suas funções, garantindo independência e liberdade no desempenho das suas responsabilidades.

Nos termos do art. 157.º, n.º 1, da CRP dispõe-se que os deputados não podem ser responsabilizados civil, criminal ou disciplinarmente pelos votos e opiniões que emitirem no exercício das suas funções.

E, nos termos do n.º 2, do mesmo artigo, prevê-se o que podemos designar por imunidade processual, ou seja, nenhum deputado pode ser detido ou sujeito a julgamento sem autorização da Assembleia da República, exceto em flagrante delito por crime punível com pena de prisão superior a 3 anos. Essa imunidade é temporária, limitada ao período em que o deputado exerce o mandato.

E esta imunidade tem caráter absoluto? Não. Quando um deputado é indiciado/acusado de um crime que não esteja relacionado com o exercício do mandato, a Assembleia da República pode decidir suspender a imunidade processual para que o processo judicial possa prosseguir.

E como se processa? O levantamento da imunidade parlamentar em Portugal é um processo regulado pela Constituição da República Portuguesa (CRP) e pelo Estatuto dos Deputados. Este processo é necessário para que um deputado possa ser submetido a procedimento criminal em certas situações.

A fim de se dar início a tal processo, caso um deputado seja suspeito de ter praticado um crime, a autoridade judiciária competente, designadamente o Ministério Público, que é o titular da ação penal, deve dirigir um pedido formal ao Presidente da Assembleia da República, do qual constará obrigatoriamente a justificação da necessidade de suspender a imunidade parlamentar para que o deputado seja investigado, ouvido ou julgado.

No referido requerimento dever-se -á fazer referência aos factos que justificam o pedido de levantamento da imunidade, o tipo de crime investigado, e o motivo pelo qual se considera imprescindível o referido levantamento da imunidade.

O pedido será depois remetido à Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados que avalia o caso e emite um parecer, sobre o levantamento de imunidade. Após, o referido parecer é submetido ao Plenário da Assembleia da República, onde os deputados irão votar se autorizam ou não o levantamento da imunidade parlamentar.

Se o levantamento da imunidade for aprovado, o deputado pode ser submetido a investigação, julgamento ou outras diligências judiciais e, durante este período, a Assembleia pode decidir sobre a suspensão temporária do mandato do deputado, caso necessário.

Um deputado apenas pode ser detido sem autorização prévia da Assembleia em casos de flagrante delito por crimes puníveis com penas de prisão superiores a 3 anos.

Este mecanismo tem em vista equilibrar a proteção da independência parlamentar com o dever de responsabilização criminal perante a lei.

Contudo, esta figura pode levar a maior morosidade na justiça, devido à não autorização do levantamento da imunidade, ou ao protelamento da decisão, podendo fazer crescer na comunidade uma sensação de impunidade, enfraquecendo a confiança da população nas instituições democráticas.

Eventuais casos mediáticos que envolvam deputados como suspeitos da prática de crimes graves podem gerar indignação na sociedade civil se a imunidade for vista como um obstáculo à prossecução das diligências de investigação, sendo de todo desejável que eventuais decisões sobre esta temática sejam tomadas de forma célere e justa.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Talvez para surpresa de alguns, os resultados de 2024 do Índice TomTom (“o mais conhecido e reconhecido entre os estudos de circulação rodoviária e mobilidade no mundo”), foram divulgados e colocam Lisboa muito bem em vários dos parâmetros. Conseguimos até um impressionante terceiro lugar no nível de congestionamento mais baixo, quando comparados com as demais capitais europeias.

Ainda assim, quero trazer para a frente a discussão sobre como podemos ser e fazer melhor. Se, por um lado, estamos a ser comparados com Copenhaga ou Amesterdão, a verdade é que o mesmo índice aponta que gastamos 23 minutos e 47 segundos por cada 10 quilómetros que fazemos na cidade.

Temos então aqui dois pontos para analisar: as comparações que merecem algum louvor, e o ainda muito tempo que passamos no trânsito. A resposta para ambos, espante-se, caro leitor, é uma só – mobilidade partilhada.

Ainda estamos longe de uma realidade que seja comparável às capitais dos Países Baixos e da Dinamarca; é factual o investimento que tem sido feito ao longo da última década para a micromobilidade em Lisboa, mas não tem sido suficiente. O crescimento desta alternativa de meios de transporte continua, inclusive, a enfrentar constrangimentos em algumas vertentes, como seja a imposição de limites no número de trotinetes e bicicletas partilhadas.

Da mesma forma, os TVDE enfrentam um género de paradoxo na opinião pública: se, por um lado, são já parte integrante das vidas diárias de todos nós, por outro corre a narrativa de que estão com um mercado saturado e que não há espaço para mais, ou de que entopem as cidades, como proclamou inclusive Rui Moreira recentemente. No que toca em específico à mobilidade da Área Metropolitana de Lisboa (AML), os dados do Plano Metropolitano de Mobilidade Urbana Sustentável, apresentados a 7 de outubro, revelam que TVDE e táxi têm de facto vindo a ganhar importância – ainda que sejam uma minúscula percentagem quando comparados com o recurso à viatura particular. O estudo mostra que a indústria de TVDE e táxi representa 8% das deslocações para cuidados de saúde, 3% de lazer, 2% de compras, 2% de deslocações em serviço, e 1% de idas à escola na AML.

O que estes dois pontos ilustram é que, aparentemente, se estão a encontrar problemas que são soluções, e a ignorar o real bicho papão: o número infindável de veículos privados a entrar e a sair todos os dias da nossa capital. Mais de 20 minutos para se fazerem 10 quilómetros não devia ser aceitável. O tempo que ainda se perde no trânsito nas nossas áreas metropolitanas ainda é agonizante. Os custos que se têm, na compra e manutenção dos carros que usamos e que entopem as artérias das cidades, ainda mais pesados são (veja-se o recente aumento – mais um – nos preços dos combustíveis).

Aposte-se então em infraestrutura para mais meios de mobilidade partilhada. Invista-se em redes de transportes públicos realmente eficientes e com capacidade de resposta. Incentive-se a deixar o carro em casa, por forma a dar espaço a TVDE e táxis; para que possam aplicar um mercado mais competitivo e melhor para o consumidor. Talvez assim, dentro desse Tom(Tom), um dia cheguemos ao primeiro lugar.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Palavras-chave:

Restam cerca de mil sobreviventes vivos e vão ser alguns deles os principais oradores na cerimónia oficial que hoje assinala os 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

Nos mesmos terrenos daquele que é, provavelmente, o maior símbolo da perseguição da Alemanha nazi ao povo judeu, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), hão de estar hoje dezenas de chefes de Estado e líderes políticos, como os reis Carlos III do Reino Unido e Felipe VI de Espanha ou o Presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz, mas nenhum irá discursar – António Costa, Presidente do Conselho Europeu, é outra presença confirmada e, em representação de Portugal, estará António Leitão Amaro, ministro da Presidência. 

As vozes que se querem ouvir na Polónia, nesta segunda-feira, são as dos que lá estiveram naqueles tempos negros da Humanidade, que da memória coletiva jamais deverão apagar-se.

Este artigo é exclusivo para assinantes. Clique aqui para continuar a ler.

Temos um ditado aqui na redação: ano novo, máquinas novas. Se é no smartphone que grande parte da nossa vida se desenrola, continua a ser no computador que muitos fazem a maior parte do dia de trabalho (e algum entretenimento).  Aqui colocamos à prova sete portáteis para sete perfis de utilizadores diferentes. Qual será o modelo mais indicado para si?

No final, encontra o nosso ‘donut da verdade’, em formato interativo, para que possa perceber de forma mais simples quais os pontos fortes e fracos de cada um destes portáteis em termos de ecrã, teclado, autonomia, conetividade, construção e portabilidade, além das análises ao desempenho, características e relação qualidade/preço.

Getac S510: Panzer de trabalho

Começamos em grande – literalmente. O Getac S510 pertence à categoria dos chamados portáteis ‘rugged’, isto é, que têm características e proteções adicionais tendo a durabilidade em mente. Basta olhar para as imagens para perceber que este não é um portátil… delicado.

O som desiludiu, sendo parco em detalhes e volume. No trabalho (como obras), melhor som é importante

Poderá estar a perguntar ‘quem usa um portátil destes?’. As possibilidades de resposta são muitas, em boa verdade: bombeiros, forças de segurança, mecânicos, geólogos, topógrafos… Se tivesse uma destas profissões, iria querer um portátil que não lhe desse garantias de maior durabilidade? Essa é a primeira grande característica diferenciadora deste Getac, a ‘carapaça’ protetora. A certificação que ostenta (MIL-STD-810H) significa que suporta quedas quase até um metro de altura com proteção total dos componentes, tendo também uma certificação contra poeiras e salpicos de água (IP53) – o que no universo dos portáteis já é, por si só, uma raridade.

Mas não é só a robustez que faz deste Getac um portátil pensado sobretudo para quem tem trabalhos mais ‘duros’ e ao ar livre. Por exemplo, o ecrã atinge um nível de brilho muito elevado (1000 nits), o permite que mesmo sob luz solar direta os conteúdos sejam legíveis. O painel tem ainda um acabamento antirreflexo, o que torna a experiência de utilização no exterior ainda mais otimizada.

Antes de entrarmos na análise do desempenho, há outros aspetos a considerar, mas que teremos de sublinhar de passagem: esta versão tem um módulo GPS integrado, o que permite que determinadas aplicações possam saber a nossa localização com maior precisão; tem um leitor contactless para cartões RFID; tem um leitor físico para cartões (aliás, do ponto de vista da conectividade, é nota máxima para este portátil); temos duas baterias e removíveis; o sistema de armazenamento também é facilmente removível; o ecrã é sensível ao toque e suporta um modo de luvas… É, do ponto de vista de quem trabalha, uma máquina muito bem pensada e executada. E esta é a versão com tudo do bom e do melhor, havendo outras versões, sem alguns destes extras e componentes diferentes, a partir dos 2200 euros.

Debaixo do capô

Não é por ser um portátil ‘pesado’ (fisicamente e do ponto de vista do design) que o desempenho fica comprometido. Bem pelo contrário. Acabamos surpreendidos pelas capacidades deste Getac, a começar pela inclusão das funcionalidades de Inteligência Artificial que compõe o pacote Windows Copilot+ (legendagem em tempo real, cocriador no Paint, tecla Copilot dedicada).

Se olharmos depois para os resultados práticos dos testes de desempenho, sim, este é um dos portáteis mais modestos deste teste de grupo, mas garantimos que para as principais tarefas de produtividade do dia a dia, o desempenho é mais do que suficiente. Já os 64 GB de memória RAM permitem ter várias aplicações abertas em simultâneo sem que o portátil comece a ‘suar’. O sistema de dissipação entra bem em ação (tornando-se até ruidoso) quando a carga de trabalho é muito exigente, mas evitando que o portátil aqueça.

A autonomia é incrível: perto de 24 horas!

Ideal para : Trabalhadores industriais ou de atividades ao ar livre. Quanto mais duro for o seu trabalho, mais se justifica um portátil deste calibre

Tome Nota
Getac S510 | €4862
getac.com

Benchmarks ​PCMark 10 Extended: 5809 • Essenciais 8840 • Produtividade 8935 • Criação Conteúdo Digital 5961 • Jogos 6538 • 3DMark: Storage 1347 • Night Raid 15789 • Wild Life Extreme 3966 • Geekbench 6 Single/Multi 2092/8775 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 94/388 • Final Fantasy XV FHD: Standard 4216 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 23h27 min

Características Ecrã 15,6” TFT LCD, 1920×1080 p, 1.000 nits • Proc. Intel Core Ultra 7 165U (12 MB cache, até 4,9 GHz), GPU Nvidia GeForce GTX 1650 (4 GB GDDR6), NPU Intel AI Boost • 64 GB RAM DDR5, 1 TB SSD (PCIE NVMe) • Wi-Fi 6E, BT 5.3 • 2xUSB-A (3.2), 2xUSB-C (Thunderbolt 4, DP), 1xHDMI (2.0), áudio 3,5 mm, MicroSD, smart card, RFID, RJ45, VGA • Webcam 5 MP • Bateria: 2x 6900mAh • 375x277x39 mm • 2,35 kg

Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 2

Global: 3,2

Asus Vivobook Pro 15 OLED: No topo da pirâmide

Se está à procura do melhor portátil deste teste de grupo, esta é a análise que vai querer ler. E é fácil assumirmos já esta posição, pois este Asus é superior em várias medidas aos outros portáteis aqui testados (o que não significa que seja o mais indicado para si…).

Podemos começar pela questão da performance, na qual o Vivobook Pro deixa os outros modelos a larga distância. A combinação de um processador de topo da Intel com uma placa gráfica dedicada (a única ‘moderna’ num portátil deste teste), faz com que os resultados de desempenho sejam muito superiores. O que na prática traduz-se numa elevada fluidez, independentemente das tarefas, e também na possibilidade de já conseguir jogar títulos em Full HD com opções gráficas avançadas.

Temos uma seleção robusta de ligações multimédia, incluindo uma porta de rede e para cartões SD

Ou seja, apesar de não parecer, esta é uma máquina com capacidade para diferentes tipologias de tarefas, desde edição de vídeo, programação, a projetos de áreas multimédia. E é na capacidade multitarefa que mais vai sentir isso, tendo uma elevada capacidade de processamento de informação em simultâneo.  É, por isso, um portátil mais destinado aos chamados criativos digitais, que precisam de um computador de alto débito e capacitado para diferentes necessidades (p.ex., renderização de trabalhos).

Outra área, também a pensar nos criativos, que marca uma clara diferença deste Asus para alguns rivais é o ecrã. Equipado com um painel OLED, este é o modelo que nos dá as melhores cores, os melhores contrastes e também a resolução mais elevada, pelo que a experiência de ver vídeos ou fotografias de resolução elevada destaca-se neste portátil. O ecrã não é sensível ao toque, mas garante uma taxa de atualização de 120 Hz para uma utilização visualmente fluida, algo que valorizamos sempre.

Círculo mágico

Em termos de design e construção este não é um portátil tão aprimorado quanto, por exemplo, o Lenovo Yoga Slim ou o Microsoft Surface. Não que seja mal construído, mas tem um aspeto mais industrial, que ganha alguma dinâmica visual pela aposta de dois tons diferentes nas teclas – só não apreciamos a facilidade com que todo o portátil ganha manchas dos nossos dedos (e difíceis de limpar).

E por falar em teclado, as teclas deste Vivobook Pro são muito leves e rápidas, mas a escrita não é tão prazerosa e confortável como nos dois portáteis já referidos. Em contrapartida, este modelo tem um teclado numérico dedicado, o que para alguns utilizadores é um requisito bem-vindo. Uma nota positiva também para o trackpad, que além da resposta vincada, inclui a tecnologia DialPad, uma pequena área circular que funciona como atalho para elementos como a luminosidade do computador ou navegação entre apps em execução, ou para ajuste mais preciso de funções em programas de edição de fotografia e imagem (como a gradação das cores).

Quanto à autonomia, as perto de oito horas conseguidas são boas, acima de tudo pela existência de elementos como o ecrã de resolução superior ou a maior necessidade energética dos componentes internos.

Ideal para : Profissionais de áreas criativas. Tem a maior capacidade de ‘fogo’ do teste, garantindo ainda um bom ecrã e conectividade

Tome Nota
Asus Vivobook Pro 15 N6506MV | €1899
asus.com/pt

Benchmarks PCMark 10 Extended: 9398 • Essenciais 10363 • Produtividade 9845 • Criação Conteúdo Digital 11850 • Jogos 17435 • 3DMark: Storage 1809 • Night Raid 45462 • Wild Life Extreme 16677 • Geekbench 6 Single/Multi 2563/8319 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 113/948 • Final Fantasy XV FHD: Standard 11359 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 7h40 min

Características Ecrã OLED 15,6”, 2880×1620 p, 120 Hz • Proc. Intel Core Ultra 9 185H (16 núcleos, 22 threads), GPU Nvidia GeForce RTX 4060 (8 GB GDDR6), NPU Intel AI Boost • 24 GB RAM DDR5, 1 TB SSD (PCIE Gen 4) • Wi-Fi 6E, BT 5.3 • 2xUSB-A (3.2), 1xUSB-C (3.2, DP), 1x Thunderbolt 4 (DP, PD), 1xHDMI (2.1), áudio 3,5 mm, leitor cartões SD, RJ45 • Videoconferência: webcam 1080 p, 3x microfones, 4 altifalantes • Bateria: 75 Wh • 359,8×235,3×19,9 mm • 1,80 kg

Desempenho: 4,5
Características: 4,5
Qualidade/preço: 4

Global: 4,3

Lenovo Yoga Slim 7i Aura Edition: O melhor de dois mundos

A Lenovo criou uma nova designação para alguns dos portáteis que vende no mercado. Os Aura Edition significam a conjugação de diferentes ideias: pretendem ser portáteis de bom desempenho, de elevada autonomia e que suportam funcionalidades de IA, mas sem as limitações ainda associadas aos PC Windows com chips ARM.

E há de facto muito para gostar no novo Yoga Slim. A começar pelo ecrã, com um nível de nitidez e brilho muito bons, e com cores de encher o olho. Os contrastes também são muito capazes, mas não estão ao nível do que encontrámos em painéis OLED. Conte ainda com uma taxa de atualização elevada, assim como para o facto de ser sensível ao toque, e tem aqui uma máquina ‘moderna’ e que se posiciona bem face à concorrência. A experiência de visualização muito boa (e que só é beliscada pelo ecrã reflexivo) é acompanhada por um sistema sonoro também muito competente e que dá ‘corpo’ ao áudio que está a ser reproduzido, sejam músicas ou séries.

Pelo tamanho (15”), esperávamos pelo menos mais uma porta USB-A… e uma webcam melhor

Entrando já um pouco na área da produtividade, o teclado é excelente, como é apanágio nas máquinas da Lenovo, com as teclas a garantirem uma resposta precisa, rápida e prazerosa. E como está distribuído numa base larga, torna-se muito fácil escrever de forma confortável.

Um portátil engatatão

No que ao desempenho diz respeito, os resultados dos benchmarks colocam este Lenovo como o segundo modelo mais poderoso deste teste de grupo. Isto significa que tudo o que sejam tarefas de produtividade, incluindo edição de imagem, assim como ter várias apps a executar em simultâneo, nada disso foi um problema em termos de desempenho. A memória RAM muito generosa deixa também boas garantias a longo prazo.

Já nos jogos, mesmo não tendo uma gráfica dedicada, a reprodução de alguns títulos é possível, mas apenas nas definições gráficas mais baixas. E consegue garantir isto, ao mesmo tempo que garante praticamente 12 horas de autonomia em tarefas de produtividade. Um valor que estando longe de ser recordista, é ainda assim muito bom, pois dá garantias de poder estar várias horas longe da tomada.

A Lenovo aposta depois em alguns extras para justificar a designação diferente (Aura Edition) e para criar diferenciação. Os Modos Inteligentes permitem ao utilizador escolher, de forma rápida, um perfil de utilização (modo proteção, atenção, bem-estar, entre outros), que consoante a seleção, automatiza algumas funcionalidades. No modo proteção, p.ex., o utilizador recebe um alerta quando alguém estiver atrás de si a olhar para o ecrã ou estabelece uma ligação automática a uma VPN. Já no modo atenção, é iniciado um período de tempo (30 min. p.ex.), no qual o utilizador deixa de receber notificações e o acesso a alguns sites é bloqueado temporariamente.

Já a aplicação Intel Unison permite ter o smartphone ligado ao computador, facilitando a gestão de fotografias, mensagens e notificações a partir do ‘grande ecrã’. Nenhuma destas apostas é propriamente revolucionária, mas admitimos que podem tornar-se úteis para vários utilizadores.

Ideal para : Utilizadores multitarefa. Ora precisam de fazer um relatório, ora analisam números no Excel, ora querem retocar uma foto

Tome Nota
Lenovo Yoga Slim 7i Aura Edition | €1699,02
lenovo.com/pt

Benchmarks PCMark 10 Extended: 7087 • Essenciais 10123 • Produtividade 9430 • Criação Conteúdo Digital 10025 • Jogos 7126 • 3DMark: Storage 2121 • Night Raid 33662 • Wild Life Extreme 7455 • Geekbench 6 Single/Multi 2670/11230 • Cinebench CPU Single/Multi 120/542 • Final Fantasy XV FHD: Standard 4683 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 11h47 min

Características Ecrã IPS 15,3”, 2880×1800 p, 120 Hz • Proc. Intel Core Ultra 7 258V (8 núcleos, 8 threads), GPU Intel Arc 140V, NPU Intel AI Boost (47 TOPS) • 2x 16 GB RAM LPDDR5X, 1 TB SSD (PCIe 4.0) • Wi-Fi 7, BT 5.4 • 1xUSB-A (3.2), 2xUSB-C (Thunderbolt 4, DP), 1xHDMI (2.1), áudio 3,5 mm • Webcam 1080 p + IR, 4 microfones, 4 altifalantes Dolby Atmos • Bateria: 70 Wh • 343,8×235,4×13,9 mm • 1,53 kg

Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 4

Global: 4

Asus Expertbook B9 OLED: Modo ninja

Os ninjas, esses guerreiros japoneses, continuam a fazer parte do nosso imaginário pela conjugação de discrição, agilidade e versatilidade. Pois estas são palavras que encaixam que nem uma luva no Expertbook B9 e explicamos porquê.

A característica mais evidente é a leveza deste portátil. Fica abaixo da barreira psicológica do quilograma, mas é preciso pegar nele para perceber de facto quão leve um computador pode ser. Isto é conseguido através da aposta numa liga de magnésio-lítio, que permite produzir uma máquina robusta, mas sem o ‘peso’ associado a materiais como o alumínio. Ao toque, admitimos que este material é um pouco áspero, mas parece-nos que o ganho conseguido é em larga medida superior ao facto de não termos um produto tão ‘suave’ como outros.

O sistema de dissipação funciona bem em evitar que um portátil tão fino sobreaqueça

É, por isso, um dispositivo indicado acima de tudo para aqueles que precisam de trabalhar em qualquer lado e necessitam de ter o computador sempre consigo. A cor escura traz-lhe uma sobriedade que apreciamos, mas existem alguns apontamentos visuais, como as linhas vincadas na base do computador, que lhe dão personalidade. Ágil e discreto, portanto.

Podemos continuar pela base e falar já do teclado: as teclas são muito leves e rápidas na resposta, o que faz com que este teclado seja um pouco barulhento para o que é habitual num portátil; no entanto, escrevemos sempre de forma confortável e veloz, pelo que nesse aspeto a aposta da Asus está bem implementada. Já o trackpad tem uma resposta física um pouco seca, mas tem a vantagem de integrar um teclado numérico digital, uma forma muito prática de incluir mais ‘teclas’ num portátil de dimensão reduzida (e que não percebemos como ainda não serviu de ‘inspiração’ a outras marcas).

Muita competência

Para um portátil cujo nome aponta para o peso da especialização, o desempenho não está, do ponto de vista dos benchmarks, entre os melhores deste teste. O que é preciso ter aqui em consideração acaba por ser o desempenho conseguido no ‘espaço’ disponível, que é reduzido (já tínhamos falado da leveza, mas a espessura reduzida também impressiona).

Diríamos que este é um portátil indicado para a maioria das tarefas de produtividade, mas não tem a ‘potência’ necessária para tarefas mais exigentes e muito menos para videojogos. No entanto, os 32 GB de RAM disponíveis ajudam a acomodar várias tarefas em simultâneo, sem que o peso das mesmas se faça sentir de forma significativa no desenrolar das atividades – por exemplo, se gosta de acumular separadores abertos no browser, este é um portátil que aguenta bem com esse ‘vício’.

A este respeito, de sublinhar que a autonomia é muito boa para o perfil de ultraportátil, mas que está longe do nível apresentado por outras máquinas aqui do teste como, p.ex., o Microsoft Surface.

Guardamos para o fim um dos melhores elementos, o ecrã. O painel OLED é de elevadíssima resolução, tem cores muito boas, contrastes excelentes e também atinge níveis de brilho suficientes para a maioria das utilizações.

Ideal para : Utilizadores em movimento. A portabilidade é imbatível, o ecrã é de elevada qualidade e a autonomia sólida

Tome Nota
Asus Expertbook B9 OLED B9403CVAR | €1769
asus.com/pt

Benchmarks PCMark 10 Extended: 4884 • Essenciais 9915 • Produtividade 7452 • Criação Conteúdo Digital 5940 • Jogos 3505 • 3DMark: Storage 1609 • Night Raid 13565 • Wild Life Extreme 2865 • Geekbench 6 Single/Multi 2547/9089 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 100/343 • Final Fantasy XV FHD: Standard 1982 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 8h30 min

Características Ecrã OLED 14”, 2880×1800 p, 90 Hz • Proc. Intel Core i7-1355U (10 núcleos, 12 threads), GPU Intel Iris Xe • 2x 16 GB RAM LPDDR5, 1 TB SSD (PCIe Gen 4) • Wi-Fi 6E, BT 5.2 • 1x USB-A (3.2), 2x USB-C (Thunderbolt 4), 1x HDMI (2.0b), áudio 3,5 mm, adaptador micro HDMI para RJ-45 • Videoconferência: webcam 1080p, 3x microfones, 2 altifalantes • Bateria: 66 Wh • 320x203x15 mm • 0,99 kg

Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 3

Global: 3,5

Microsoft Surface Laptop (7ª ger.): Um mimo de computador

Os computadores da Microsoft entraram numa nova etapa – estão equipados com processadores ARM e suportam localmente tarefas de Inteligência Artificial. Conceito que funciona particularmente bem na tipologia de máquinas que os Surface sempre ambicionaram ser: equipamentos multipropósito, de elevada mobilidade, sem abrir mão da qualidade em áreas como o multimédia ou a produtividade. Dos muitos portáteis que aqui testámos, este foi sem dúvida um dos que mais gostamos, pois tudo nele é um ‘miminho’.

O primeiro destes ‘miminhos’ é a qualidade de construção e, no global, o aspeto. Gostamos muito das linhas simples e do design ‘espalmado’ deste portátil, que quando fechado parece uma placa de metal de perfil industrial. A liga de alumínio reciclado, suave ao toque, torna-o muito agradável na mão. Assim que abrimos a tampa, que tem uma dobradiça com uma fluidez muito própria, somos brindados com mais dois miminhos: um no ecrã, outro no teclado.

Nota positiva para a webcam, que capta bons níveis de luz e os elementos com detalhe

Vamos primeiro ao menos esperado, o teclado – que experiência, caros leitores! As teclas têm o tamanho e o feedback certo. Conseguimos um teclar rápido, preciso, com boa resposta física, pelo que se este é um elemento importante para si, saiba que ficará muito bem servido. E vem acompanhado de um trackpad de tamanho generoso e com um ‘clique’ subtil, silencioso, mas que se sente (usa um sistema háptico), pelo que consideramos este ‘pacote’ muito completo.

Já o ecrã é de grande qualidade. Gostamos do nível de recorte excelente que os elementos apresentam, sejam vídeos ou imagens, fruto da elevada resolução num tamanho q.b. para tarefas de produtividade, assim como do muito bom nível de brilho. Já no capítulo das cores, este ecrã privilegia a saturação (por vezes em demasia), o que significa tons menos naturais, mas visualmente mais impactantes. Ainda relacionado com o ecrã, a amplitude do mesmo não é muito grande, mas tem a vantagem de ser sensível ao toque e de não ‘abanar’ demasiado quando o usamos com os dedos.

Competência focada

Do ponto de vista do desempenho, poderá perceber pelos resultados dos benchmarks que este não é o computador mais ‘veloz’ deste teste de grupo. Mas podemos dizer que o chip Snapdragon Elite de 12 núcleos dá-nos uma fluidez muito boa naquelas que são as principais tarefas que a maioria das pessoas faz em frente a um computador (desde as aplicações de produtividade, a edição de imagem, a visualização de vídeos, reuniões online…).

Tarefas que fomos fazendo sempre de forma célere, com uma abertura rápida de aplicações, troca entre apps e mesmo tendo várias apps abertas em simultâneo. Nos jogos, já se sabe, estas máquinas ARM não têm pujança (nem compatibilidade…) para essas andanças.

E quando estamos a puxar pela máquina ao máximo, o sistema de dissipação praticamente não se ouve. Como já referimos noutras análises, o grande ganho desta arquitetura está na autonomia – medimos quase 20 horas de utilização, um dos melhores valores deste teste em tarefas de produtividade.

Ideal para : Estudantes universitários. Pela portabilidade e autonomia muito boa. O ecrã e o teclado reforçam o apelo para quem passa horas no PC

Tome Nota
Microsoft Surface Laptop (7ª geração) | €1679
microsoft.com/pt

Benchmarks P​CMark 10 Applications: 14001 • Word 8565 • Excel 23871 • PowerPoint 14247 • Edge 13194 • 3DMark: Storage 2066 • Night Raid 26385 • Wild Life Extreme 6201 • Geekbench 6 Single/Multi 2717/12999 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 123/698 • Final Fantasy XV FHD: Standard 2492 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 19h52 min

Características Ecrã PixelSense Flow 13,8”, 2304×1536 p, 120 Hz • Proc. Snapdragon X Elite (12 núcleos), NPU (45 TOPS) • 16 GB RAM LPDDR5X, 512 GB SSD (PCIe Gen 4) • Wi-Fi 7, BT 5.4 • 2x USB-C (USB4, DP 1.4a), 1x USB-A (3.1), áudio 3,5 mm, porta Surface Connect • Webcam 1080 p, 2x microfones, altifalantes Omnisonic com Dolby Atmos • Bateria: 54 Wh • 301x220x17,5 mm • 1,34 kg

Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 4

Global: 4

Lenovo Thinkpad T14s G6: Passado e futuro

A Lenovo juntou, no mesmo portátil, o passado e o futuro. Passado, no sentido de usar um icónico Thinkpad, com direito a trackpoint no centro do teclado (e a um LED vermelho na tampa), que está equipado com um dos processadores Snapdragon Elite X (arquitetura ARM), que já suporta as funcionalidades de Inteligência Artificial do Windows 11. Mas mais do que uma fusão de ‘tempos’, esta é uma máquina para usar já, pois tem muitos argumentos a favor.

A começar pela autonomia incrível, superior a 22 horas de utilização contínua, o que prova mais uma vez a boa eficiência energética dos ARM comparada com a dos chips Intel. Apesar deste brilharete, não sentimos que do ponto de vista do desempenho a marca tenha aberto muito a mão, bem pelo contrário. Conseguimos executar as principais tarefas do dia a dia sempre de forma célere e os 32 GB de RAM permitem-nos acomodar várias tarefas em simultâneo (ou várias máquinas virtuais) sem que isso se traduza em qualquer sensação de lentidão.

A Lenovo joga também muito forte com o ecrã, um painel OLED de elevada qualidade, e que torna a visualização de diferentes tipologias de conteúdos um regalo, pela nitidez elevada, pelas cores e pelos contrastes de elevado nível. O teclado, que apesar de ser um elemento algo subjetivo, é na nossa opinião de grande qualidade, permitindo longos períodos de escrita de forma confortável.Em resumo, mais um portátil completo e que mostra o potencial dos computadores ARM associados ao sistema operativo Windows. O preço, no entanto, é menos competitivo.

Tome Nota
Lenovo Thinkpad T14s G6 | €1879,99

Benchmarks PCMark 10 Applications: 13788 • Word 8394 • Excel 23896 • PowerPoint 13618 • Edge 13296 • 3DMark: Storage 2968 • Night Raid 25897 • Wild Life Extreme 6590 • Geekbench 6 Single/Multi 2397/14546 • Cinebench 2024 CPU Single/Multi 107/768 • Final Fantasy XV FHD: Standard 2544 • PCMark 10 Autonomia (Office) 22h28 min

Características Ecrã OLED 14”, 2880×1800 p, 60 Hz • Proc. Qualcomm Snapdragon X Elite, GPU Adreno, NPU 45 TOPS • 32 GB RAM, 1 TB SSD • Wi-Fi 7, BT 5.3 • 2xUSB-A (3.2), 2xUSB-C (4.0, DP), 1xHDMI (2.1), áudio 3,5 mm, cartões SD • Bateria: 58 Wh • 313,6×219,4×16,9 mm • 1,24 kg

Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 3,5

Global: 3,8

Asus Vivobook 16 F1605VA: Financeiramente apelativo

Já aqui viu, caro leitor, portáteis muito mais apelativos – do ponto de vista estético, dos materiais usados, da performance conseguida – do que este modelo da Asus. Mas este tem o apelo que mais apela aos consumidores, o preço. E este modelo além de acessível, não abre mão da competência.

Por este valor, conseguimos mesmo assim uma construção simpática, ainda que não tão aprimorada. O ecrã, de boa dimensão (16”), tem uma nitidez competente, mas peca na reprodução das cores, pouco vivas e sem grande intensidade. O próprio brilho máximo é satisfatório, mas não impressiona. Isto porque a Asus parece ter preferido guardar os trunfos para as entranhas do computador. O processador Intel Core 7 de 13ª geração dá-nos uma performance muito positiva nas tarefas de produtividade, o que apoiado por 32 GB de memória RAM dá ao utilizador mais ‘arcaboiço’ para aguentar, por exemplo, várias aplicações abertas em simultâneo.

O grande calcanhar de Aquiles deste portátil é a autonomia – com menos de cinco horas de utilização contínua, vai querer ter uma tomada por perto ou gerir o brilho e a performance com mais atenção.

Mas há outros elementos que ajudam a compensar pela positiva: tem um leitor de impressões digitais, tem um bom número de ligações multimédia e o teclado, não sendo de topo, garante uma escrita confortável e com direito a teclado numérico dedicado. Em resumo, uma máquina competente, que não deslumbra, é certo, mas que serve para a esmagadora maioria das tarefas que as pessoas fazem em frente a um computador no dia a dia. E ainda poupa.

Tome Nota
Asus Vivobook 16 F1605VA | €799,99
asus.com/pt

Benchamarks PCMark 10 Extended: 5392 • Essenciais 10695 • Produtividade 7907 • Criação Conteúdo Digital 7165 • Jogos 3770 • 3DMark: Storage 2117 • Night Raid 15954 • Wild Life Extreme 3021 • Geekbench 6 Single/Multi 2569/9557 • Cinebench 2024 Single/Multi 105/644 • Final Fantasy XV FHD: Standard 1934 • PCMark 10 Autonomia (Produt.) 4h57 min

Características Ecrã 16”, 1920×1200 p, 60 Hz • Proc. Intel Core i7-13700H (14 núcleos, 20 threads), GPU Intel Iris Xe Graphics • 32 GB RAM DDR4, 512 GB SSD (PCIE Gen 3) • Wi-Fi 5, BT 5.1 • 1x USB-A (2.0), 2x USB-A (3.2), 1x USB-C (3.2, DP, PD), 1x HDMI (1.4), áudio 3,5 mm • Videoconferência: webcam HD 720 p, 1x microfone, 2 altifalantes SonicMaster • Bateria: 42 Wh • 358,6×249,5×19,9 mm • 1,88 kg

Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 4,5

Global: 4

Resultados por categoria

Aqui encontra os resultados do nosso ‘donut da verdade’, que ajudam a perceber de forma mais simples os pontos fortes e fracos de cada portátil.

Ingredientes 

  • 6 gemas 
  • 1 ovo 
  • Sumo de 1 laranja 
  • 13 g de manteiga 
  • 50 g de coco ralado 
  • Coco em lascas 
  • 250 g de açúcar 
  • Fisális 

Preparação 

  • O primeiro passo é pôr um tacho ao lume com açúcar para fazer uma calda. Vamos envolver o coco ralado nesta calda.  
  • Paralelamente, vamos misturar as seis gemas e um ovo com as varas de arame sem bater.  
  • Colocamos a calda de açúcar nas gemas lentamente para temperar. Depois envolvemos tudo e no final juntamos sumo de laranja.  
  • Pré-aquecemos o forno a 180 ºC. Untamos as formas com manteiga e polvilhamos com açúcar.  
  • Vertemos o preparado e levamos ao forno cerca de 20 a 30 minutos.  
  • O quindim está no ponto e pronto a servir. 

Dica de Chefe: Utilizei sumo de laranja neste quindim. Pode substituir por qualquer outro citrino ou até o maracujá. E, em vez do coco, pode usar frutos secos, ou juntar os dois. Experimente. 

O novo livro de Marlene Vieira, Cozinha de Chef 2 (Casa das Letras, 160 págs., €21,90), traz-nos receitas de todas as regiões de Portugal (continente e ilhas) e de países aos quais estamos ligados pela História. Alguns exemplos: arroz de polvo, bacalhau à Braga, pescada à poveira, lulas à algarvia, empada de perdiz e cogumelos, morcela com ananás e queijo de São Jorge ou, entre outras, moamba de pintada com funge. A chefe de cozinha tem três restaurantes, em Lisboa: o gastronómico Marlene, o gastrobar Zunzum e Marlene Vieira (no Time Out Market).