O anterior ministro da Administração Interna (MAI), assumiu, mesmo sem certezas jurídicas, que o acelerador de índices também se aplicava aos polícias. O anterior diretor nacional (DN), embutido do espirito governativo anterior em querer agradar aos polícias de qualquer forma para atenuar a bomba que se tinha deflagrado com os suplemento de missão da PJ, ordenou que fosse aplicado o acelerador a alguns polícias, atendendo que reuniriam os critérios que alguém definiu.

O Governo mudou, o DN também, estava em marcha o processo de avaliação de desempenho, referente a 2023, e eis que começam a surgir dúvidas sobre a aplicabilidade do AC aos polícias, mas as dúvidas assumem relevância na medida em que uns já tinha mudado de índice remuneratório por essa via, outros não. Obviamente que estes últimos, não sendo “enteados”, reclamaram tratamento idêntico. Para a adensar a névoa, termina o processo de avaliação e suspende-se a progressão em razão da avaliação, processo esse mais que consolidado e sem qualquer dúvida associada à sua aplicabilidade.

Afinal, que tinha/tem a ver a mudança de índices pela avaliação com a progressão pelo AC? Nada, uma coisa não implica a outra, sendo que o único elo de ligação entre os dois processos é que os polícias, além de outros requisitos, para progredir pelo AC precisavam de seis pontos, pontos esses obtidos pela avaliação.

Acontece que a maioria dos polícias que subiriam este ano pela avaliação, com a famigerada e “desnecessária” terceira avaliação – famigerada e “desnecessária” porque a PSP, ao contrário da PJ e GNR, por exemplo, não precisam de três avaliações, mas apenas os pontos mínimos, o que lhes permite progredir em dois anos, por outro lado, os polícias da PSP precisam de três anos, mesmo tendo já os 12 pontos mínimos ao fim de dois anos (seis pontos máximos por cada ano),– acabam, na sua maioria por reunir 18 pontos e a progressão pela avaliação, supostamente, consome todos os pontos, mesmo precisando apenas de 12 (outra diferença para o resto da função pública onde apenas se consome os pontos necessários para progredir, mantendo-se os restantes). Este zerar de pontos, que não se encontra previsto/escrito em lado nenhum, diga-se, parece não permitir aos polícias progredir pelo AC, porque dessa forma, não têm os necessários seis pontos.

Aqui chegados, em que ficamos? Os polícias questionam os sindicatos sobre esclarecimento, os sindicatos questionam o MAI e a DN, e o resultado é a típica confusão, com as usuais técnicas de ganho de tempo por parte da Direção da PSP e dos responsáveis políticos, passando a responsabilidade de mão em mão, sem um único esclarecimento claro e transparente onde se acabe com todas as dúvidas de uma vez por todas.

O Sr. diretor nacional não tem que fazer o que não pode, mas também não pode fazer o que não deve, nomeadamente lograr as espectativas dos polícias. Se não vai aplicar o AC porque não pode, se existiram erros no processamento, se a responsabilidade é agora do MAI, etc, são esclarecimentos que não podem/deveriam ter mácula. E o Sr. diretor nacional que não se preocupe com o que os polícias vão pensar, eles são inteligentes o suficiente para perceber que fez o que tinha que fazer.

Por outro lado, o MAI não pode usar a PSP como escudo para um problema que também é seu, por ventura apenas seu. O AC e o problema da sua aplicabilidade pode até ter nascido com o governo anterior mas caberá sempre ao atual resolver. E não terá muita opção, se realmente tem consideração pelos polícias, ordena e cria as condições para a aplicação, sem entropias, do AC. Se se quiser escudar na legalidade e não permitir a sua aplicação, ao contrário do resto da função pública, então assuma-o sem rodeios porque os polícias também já se acostumaram a ser contidos quanto às expectativas em relação do poder político.

O ano está a terminar e o problema continua por resolver e, mais condenável, por esclarecer cabalmente… se o tempo fosse aqui um indicador de competência então o Governo e a direção nacional da PSP, nesse campo, estariam ao nível das expectativas dos polícias, ou seja, muito débeis.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

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Num comunicado divulgado pelas agências de notícias russas, o Ministério da Defesa da Rússia diz ter abatido cinco mísseis e danificado um sexto dispositivo, cujos destroços – caídos perto de uma instalação militar não especificada – provocaram um incêndio, não existindo registo de vítimas ou danos.

Kiev ainda não confirmou a utilização destes mísseis de longo alcance contra a região de Bryansk. Contudo, as forças ucranianas já tinham confirmado, esta terça-feira, um ataque do exército ao arsenal de Karachev, em Bryansk. “A destruição de depósitos de munições para as forças de ocupação russas, com o objetivo de pôr fim à agressão armada da Rússia contra a Ucrânia, vai continuar”, pode ler-se num comunicado do Estado-Maior da Ucrânia, que afirma terem sido ouvidas várias explosões e detonações.

A notícia surge depois de o presidente norte-americano ter autorizado, este fim de semana, a Ucrânia a utilizar os mísseis de longo alcance, fabricados nos Estados Unidos, para atacar a Rússia. A decisão de Joe Biden surge na sequência de um acordo, realizado em maio, sobre a utilização de armas fabricadas nos EUA para atacar o lado russo da fronteira, mas que não incluía – até ao passado domingo – os mísseis ATACMS (Army Tactical Missile Systems, no original).

Na sequência da autorização do uso dos mísseis pela Ucrânia, Vladimir Putin assinou esta terça-feira um decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares. 

A Guerrila juntou-se à Studio Globo para trazer o universo Horizon para o mundo Lego. No fundo, uma espécie de metáfora do jogo, já que este é um título que deve ser jogado a dois para ser aproveitado ao máximo.

Quem nunca teve oportunidade de jogar Horizon Zero Dawn ou Horizon Forbidden West é brindado, logo no início, com uma sinopse rápida que permite compreender o enredo e as personagens. E onde se começam logo a ver os traços de humor que se tornam uma imagem de marca de Adventures. O que, confessamos, foi um dos aspetos que mais gostámos do jogo. Foram várias as vezes que demos por nós a sorrir depois de mais uma piada disparada por uma personagem. Quer um exemplo? “Sabes que é mais difícil de contar quando não tens dedos…”.

Outro ponto claramente positivo é o quão fiel é a reprodução do mundo Horizon em Lego. O meio ambiente, as máquinas (vigias, pescoçudos, dentes de sabre, ruminantes, trovejantes e carapaças), as personagens e até os Caldeirões seguem os princípios e a estética que nos habituámos a encontrar no título ‘original’. O próprio enredo tem algumas semelhanças, embora numa versão mais ‘light’: assumimos o papel de Aloy, que, em conjunto com o seu grupo de amigos, vai embarcar numa missão para salvar o mundo ao mesmo tempo que vai descortinando segredos do próprio passado.

A dois é melhor

Lego Horizon Adventures é um título de ação e aventura com um ‘toquezinho’ de plataformas particularmente indicado para ser jogado em simultâneo por pais e filhos. É que consegue ser muito divertido de jogar e sentimos que a sua rentabilização máxima só chega quando se joga em parelha. Enquanto um jogador assume o papel de Aloy, o outro fica com uma das personagens secundárias, que varia consoante a evolução na narrativa. Ou seja, na fase inicial será Rost, mas depois mudará para Varl, Teersa e Erend. E cada um tem características próprias, como é o caso da arma – por exemplo, Aloy privilegia o arco, enquanto Varl tem uma lança e Erend um martelo. Nota importante, é possível desfrutar do modo cooperativo em formato local (dois comando na mesma consola) ou online (obriga a uma subscrição da PlayStation Plus no nosso caso de teste), embora, infelizmente, este não seja um título multiplaforma.

Enquanto os jogadores mais ‘veteranos’ poderão desejar uma maior complexidade a nível de combate (e da própria história), outros poderão ser cativados pelo lado divertido de, por exemplo, eliminar máquinas e membros de um culto com setas que incendeiam os oponentes quando são disparadas através de uma fogueira ou quando convocamos o Homem dos Cachorros para vir lançar umas bombas… Gostaríamos, porém, de uns ‘save points’ no meio das missões.

Como não podia deixar de ser num jogo Lego, a personalização é um ponto forte de Horizon Adventures. Assim, ao longo da narrativa vamos desbloqueando a capacidade de alterar a roupa, melhorar as armas e dar um toque pessoal à aldeia Coração de Mãe, construindo e alterando jardins, cercas, telhados, etc. Em suma, um título divertido de jogar e feito primordialmente a pensar nas crianças. Os mais velhos poderão achá-lo algo repetitivo e desejar maior complexidade. E, acima de tudo, deveria ser mais barato, já que a campanha não é particularmente longa.

Tome Nota
Lego Horizon Adventures | €69,99

Nota final: 4,1

Plataformas PS5 (testado), PC, Switch
Estúdio Studio Gobo, Guerrilla Games
Editora PlayStation Publishing LLC

Prós
+ Uau… Todas as máquinas podem ser replicadas em peças Lego na realidade
+ Este Rost está um verdadeiro humorista no papel de narrador
+ Esta sinopse inicial está no ponto: explica o passado e marca o tom do jogo

Contras
– Olha o bug: Aloy ficou presa numa construção. Tal como acontecia no título ‘original’

Vladimir Putin assinou esta terça-feira um decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares. Publicado no portal de documentos legais das autoridades russas, o “documento de planeamento estratégico” tem por objetivo “melhorar a política estatal no domínio da dissuasão nuclear” ao incluir a “posição oficial sobre a dissuasão nuclear”, definir “os perigos e ameaças militares contra os quais se pode atuar com dissuasão nuclear” e garantir que a Rússia e os “seus aliados” tem uma resposta à “agressão” de “um potencial inimigo”.

No final de setembro, o Presidente russo já tinha alertado para a possibilidade de o país poder vir a recorrer a armas nucleares no caso de um “lançamento massivo” de ataques aéreos por parte da Ucrânia. Para além disso, Putin advertiu que o apoio de uma potência com armas atómicas – como os Estados Unidos – a um país sem armas nucleares – como a Ucrânia – seria considerado uma agressão “conjunta”.

Autorizada a sua utilização no passado domingo pelo presidente norte-americano, os mísseis ATACMS de longo alcance, que a Ucrânia tem agora acesso, possuem um alcance máximo de várias centenas de quilómetros e vão permitir a Kiev atingir diversos locais de logística do exército russo, como os aeródromos.

De acordo com a imprensa norte-americana, que cita alguns funcionários anónimos dos EUA, inicialmente, os mísseis deveriam ser utilizados na região de Kursk, na fronteira com a Rússia, onde se encontram soldados norte-coreanos, destacados para apoiar as forças russas. Os mesmos funcionários revelaram ainda que foi a presença das tropas norte-coreanas que levou Washington a autorizar a utilização destes mísseis.

Borg Hoiby foi detido em Oslo, na segunda-feira à noite, por suspeita de ter tido “relações sexuais com uma pessoa inconsciente ou incapaz de resistir ao ato por outras razões”. As autoridades norueguesas não adiantaram quando a violação terá ocorrido e a queixa, segundo a advogado de defesa, foi apresentada pela polícia e não pela alegada vítima.

O enteado do príncipe herdeiro, que não tem qualquer título nem deveres reais, nega a acusação.

De acordo com as autoridades, havia “uma relação entre o suspeito e a vítima”.

Esta é a segunda vez, em três meses, que Borg Hoiby é detido. A primeira foi a 4 de agosto, na sequência de distúrbios em Oslo, mas saiu rapidamente em liberdade.

No mundo desportivo de alta competição já há muito se percebeu que os melhores resultados não nascem através das cargas máximas nos treinos, nem do treinar sem parar.

Pelo contrário, a alta performance só surge quando se treina de forma inteligente, se fazem cargas sustentáveis, se come adequadamente, se dorme muito e se descansa entre treinos e antes das competições para, chegado o dia da prova, se atingir o potencial máximo. Aliás, os campeões não se notabilizam por treinar mais horas que os demais, antes por treinarem melhor e ter havido uma adequação sábia entre as suas aptidões inatas e as disciplinas desportivas escolhidas.

No mundo organizacional, infelizmente, este conhecimento ainda é raro. Ainda se acredita que para se atingirem os objetivos organizacionais, e se vencer a concorrência, é preciso trabalhar muito e descansar pouco, priorizando o trabalho acima das outras esferas da vida.

Com esta metodologia, apesar de se irem conseguindo atingir objectivos, há enormes custos humanos: burnout, rupturas familiares, absentismo e demissões. Ou seja, não estamos a ser eficientes, nem economicamente nem em termos da felicidade!

Na verdade, as organizações devem olhar para a evidência científica e fazer os devidos ajustes. A máxima performance organizacional vai ser obtida quando os recursos humanos não estiverem esgotados nem desmotivados. Quando a rotatividade for baixa. Quando o absentismo for residual. Quando a satisfação laboral for grande. E quando quem tiver maiores responsabilidades na organização estiver nas melhores condições para cumprir o seu papel: seja para tomar decisões importantes ou para fazer uso das suas capacidades criativas, analíticas e de foco. Essas pessoas precisam de ter, rotineiramente, noites bem dormidas, para recuperar corpo e mente, tempo de lazer, para fomentar a criatividade, e tempo de descanso, para desanuviar o stress das suas funções. Desgraçadamente, abundam os exemplos de práticas nos antípodas do que devia acontecer. Basta pensarmos nos gestores de topo, em directores de departamentos, em médicos e enfermeiros ou nos governantes (para nomear os mais óbvios). Tudo profissionais com privação crónica de sono, com stress constante e quase sem tempo de lazer e de descanso. O resultado é duplamente subótimo: porque se esgotam os indivíduos e porque operam em contínuo sub-rendimento.

Se queremos apostar na eficiência sustentável temos que perceber que a mente, tal como os campos agrícolas, também precisa de pousio e rejeitar as ideias peregrinas de que o sucesso se alcança quando pomos as equipas a trabalhar 80 horas por semana…

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Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Depois de, em 1984, David Lynch ter transformado em filme Dune, a obra de ficção científica de Frank Herbert (1920-1986) lançada em 1965, a história foi levada ao cinema em 2021 e 2024 por Denis Villeneuve. Um épico interplanetário em duas partes em que Timothée Chalamet dá vida ao jovem Paul Atreides, nascido numa sociedade feudal, onde várias casas nobres se digladiam para obter a especiaria melange. A preciosa substância, um alucinogénio que apenas existe no planeta Arrakis – também conhecido como Dune pela sua paisagem desértica habitada por gigantescos vermes –, é usada para prolongar a vida humana, confere maior vitalidade e consciência, e garante a quem a possuir poderes sobre-humanos.

Se esta era uma história difícil de adaptar ao cinema (o realizador Alejandro Jodorowsky tentou-o nos anos 1970 e a versão de Lynch, amada por muitos cinéfilos, é desprezada pelos puristas), Villeneuve teve o mérito de criar um modelo em termos de estética e narrativa que outros podem agora trabalhar, como escreve Noel Murray num artigo no New York Times. Talvez mais importante, continua, havia agora um grande público que nunca tinha lido os romances densos de Frank Herbert, mas que se interessava pela história e pelos personagens. Dune: Parte II, estreado em fevereiro passado, teve boas críticas e arrecadou, a nível mundial, 178,5 milhões de dólares.

Assim chegamos a Dune: Prophecy. A série da HBO é inspirada no livro Sisterhood of Dune (2012), escrito por Brian Herbert (filho de Frank Herbert) e Kevin J. Anderson. A ação passa-se dez mil anos antes dos filmes de Villeneuve, quando a ordem matriarcal secreta Bene Gesserit foi fundada pelas irmãs Harkonnen, Valya (Emily Watson) e Tula (Olivia Williams). Política, religião e poderes sobrenaturais, tudo serve para exercer influência junto das famílias nobres do Imperium e controlar o futuro da Humanidade. Terá a série o mesmo efeito dos filmes?

Dune: Prophecy > estreia 18 nov, seg > 6 episódios, um por semana à seg

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