A rápida queda de Bashar al-Assad está a repercutir na Síria e em todo o Médio Oriente, mas não só. O líder do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) iniciou discussões com o governo deposto sobre a transferência do poder, um dia depois da destituição do presidente Bashar al-Assad após décadas de um governo autoritário. Em declarações à televisão al-Arabiya, o primeiro-ministro sírio, Mohammed al-Jalali, garantiu que concordou entregar o poder ao “governo de salvação” rebelde.

Algumas mudanças já são notórias. As pessoas voltam a falar livremente nas ruas e os sírios que fugiram do País devido à guerra civil já fazem fila nas fronteiras para voltar a casa, enquanto. As portas das prisões, onde foram torturados e assassinados milhares de sírios, voltaram a abrir-se. Mas este impacto não é apenas interno.

A Rússia, principal aliado de Bashar al-Assad durante décadas, já começou a retirar os seus navios das duas únicas bases navais que tinha na região.

Este artigo é exclusivo para assinantes. Clique aqui para continuar a ler.

A Google acaba de revelar quais foram os temas mais pesquisados pelos portugueses ao longo de 2024 no seu motor de busca. Além dos nomes, acontecimentos e tendências que mais despertaram a atenção dos internautas, a gigante de Mountain View mostra dedica uma secção do seu ‘retrato’ do ano à Inteligência Artificial, refletindo o crescente interesse e impacto da tecnologia com pesquisas como “Detetor de IA”, “Inteligência artificial online” e “Humanizador de IA” a liderarem esta lista.

A lista de nomes nacionais mais pesquisados é liderada por José Castelo Branco, seguido por Ruben Amorim e Miguel Bravo. Desta lista contam ainda nomes ligados às áreas da política, como Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro e André Ventura, e ao mundo do desporto, à semelhança de Diogo Ribeiro, Bruno Lage ou João Monteiro.

Já a nível internacional, a lista de pesquisas é liderada por Kate Middleton, contando ainda com nomes como Betty Grafstein e Donald Trump no ‘pódio’. Entre as personalidades que partiram este ano, nomes como Liam Payne, Marco Paulo e Ana Afonso estão entre os mais pesquisados em Portugal.

Entre os acontecimentos mais pesquisados do ano destacam-se o Euro 2024, assim como as Eleições Nacionais em Portugal e as Eleições Presidenciais nos Estados Unidos. A propósito de eleições, as perguntas “Como votar nas eleições em Portugal?”, “Como saber onde votar?”, “Como saber onde votar nas europeias?” e “Como votar antecipadamente?” constam no Top 10 das questões mais pesquisadas pelos portugueses este ano.

O futebol é o ‘desporto-rei’ em Portugal, o que se reflete na popularidade de pesquisas por jogadores como Diogo Costa, Lamine Yamal ou João Neves. Na música, Taylor Swift lidera o Top 10 de pesquisas em Portugal, numa lista onde se incluem ainda artistas como Ana Moura, Scorpions, Travis Scott e Sónia Tavares. Olhando para o mundo do entretenimento, os reality shows Secret Story e Big Brother afirmam-se como os programas de televisão que mais curiosidade despertaram nos portugueses, sem esquecer filmes como Divertidamente 2, Dune, Isto Acaba Aqui ou Deadpool.

Se ficou com curiosidade sobre as pesquisas que marcaram o ano em Portugal pode consultar a lista completa através da secção do Google Trends dedicada ao tema e espreitar também as tendências de pesquisa a nível internacional.

São penosos os últimos dias de Biden. Quer sair, mas não pode. Quer descansar, mas não o deixam. Quer mexer-se, mas está exausto. A vice Kamala desapareceu. Ou talvez nunca tenha aparecido. E Trump ainda não entrou pela porta da frente. Só pela dos fundos. Há um corrupio de visitas para o ver, reunir e apaziguar.

São dolorosos estes dias finais de Biden: tristes, amargos e aflitivos. Não há outras palavras. O poder fugiu-lhe das mãos, o Congresso foi conquistado pelos republicanos, e só lhe resta vaguear pelos salões da Casa Branca ou pelas divisões da residência oficial.

Joe Biden quer ir embora. Quer voltar à sua casinha de praia. Quer aquecer os pés à lareira. Mas não o deixam. Não pode. Não sai até 20 de janeiro de 2025. Que desconsolo. Que suplício. E o pior de todos estes dias será, sem dúvida, a manhã gélida de janeiro, na escadaria do Capitólio, quando assistir ao juramento de Trump. Que regressa mais refinado, mais desconfiado e ainda mais insensato.

Numa única entrevista à NBC, o senhor que vem já ameaçou sair da NATO, abandonar a Ucrânia à sua sorte, impor tarifas elevadas a tudo o que entra nos EUA e realizar uma deportação massiva de imigrantes. E isto, apenas para começar. Mesmo velho e debilitado, Biden vai fazer-nos falta. Que desconsolo.

MAIS ARTIGOS DESTE AUTOR

Assad foi-se!

Macron no limite!

Quem manda em Seul?

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

A Relação de Lisboa confirmou a pena da primeira instância ao neonazi Mário Machado de dois anos e 10 meses de prisão efetiva pelos crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência, na sequência de insultos publicados, nas redes sociais, em que apelava à violência sexual contra mulheres de esquerda.

O acórdão dos juízes desembargadores do tribunal, a que a VISÃO teve acesso, considerou “em julgar não provido o recurso interposto pelo arguido” Mário Machado, no âmbito do processo que surgiu após uma queixa apresentada por Renata Cambra, professora e política candidata nas legislativas de 2022 pelo Movimento Alternativa Socialista (MAS), ligada agora ao novo partido Trabalhadores Unidos (TU).

O caso de Machado remonta ao dia 17 de fevereiro de 2022, quando Mário Machado terá defendido na então rede social Twitter (hoje X) “a prostituição forçada das gajas do Bloco [de esquerda]”. Em resposta, o utilizador Ricardo Pais propôs que se fizesse o mesmo às mulheres “do PCP, MRPP, MAS e PS”. Machado terá prosseguido: “Tudo tipo arrastão”. Por fim, Pais concluiu dizendo que “a Renata Cambra terá tratamento vip“. “Servirão para motivar as tropas, na reconquista”, acrescentou.

Renata Cambra denunciou, na altura, o diálogo, partilhando-o nas suas redes sociais, e anunciou que iria “apresentar uma queixa-crime contra estes dois homens. A vítima chegou a admitir, à VISÃO, que sentiu, a partir do momento em que as mensagens foram publicadas, que “se tornara um alvo”. “Tive de alterar as minhas rotinas, sentia-me ameaçada no meu dia-a-dia”, afirmou.

O facto de a pena de Mário Machado ser inferior a cinco anos, impede o arguido de recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça. Para evitar regressar à cadeia, resta-lhe tentar recurso para o Tribunal Constitucional.

O outro arguido, Ricardo Pais, que não tem antecedentes criminais, viu a condenação da primeira instância a dois anos de pena suspensa também ser confirmada pela Relação de Lisboa.





Esta segunda-feira, 9, ficámos a conhecer o calendário para o ano letivo de 2024-2025 das provas finais do ensino básico, as do 9.º ano e dos exames finais nacionais do ensino secundário. E há uma grande novidade para ti, que frequentas o 1.º ciclo ou o 2.º ciclo.

Acontece que as provas de aferição que costumavam ser realizadas pelos alunos do 2.º, 5.º e 8.º anos foram substituídas por uma nova outra. Chama-se Prova de Monitorização de Aprendizagem (ou ModA) e será apenas feita pelos alunos do 4.º e do 6.º anos. Para esta não há para já uma data certa, a tua escola marcará um dia que lhe seja mais conveniente (dentro de um certo período de tempo que podes ver em baixo).

Os alunos do 9.º ano terão, como habitualmente, as provas finais do Ensino Básico de Português e Matemática, e para os do Secundário, as disciplinas com exame são: Português, Biologia, Geologia, Físico-Química e Matemática. Vê agora as datas de todas as provas e exames.

Prova de Monitorização e Aprendizagem

19 a 23 de maio
Português (4.º ano)

26 a 30 de maio
Inglês (4.º ano)
História e Geografia de Portugal (6.º ano)

2 a 6 de junho
Matemática e Estudo do Meio (4.º ano)
Matemática e Ciências Naturais (6.º ano)

Provas finais do Ensino Básico (9.º ano)

20 de junho
Português

25 de junho
Matemática

Exames finais (secundário)

17 de junho
Português

20 de junho
Biologia e Geologia

26 de junho
Fisico-Química

30 de junho
Matemática


Num piscar de olhos, a família Assad deixou de governar a Síria, ao cabo de 54 anos que pareciam não ter fim à vista. 

De repente, vários grupos rebeldes que se opunham ao regime opressor de Bashar al-Assad, aparentemente adormecidos nos anos mais recentes, uniram esforços para derrubarem o tirano que havia sucedido ao pai no poder, após a morte dele, em 2000. 

Bastaram 11 dias de uma ofensiva relâmpago, com avanços rápidos a norte e a sul do país, para fechar o cerco a Damasco e surpreender o presidente agora deposto e os soldados que o protegiam, além de toda a comunidade internacional. Umas escassas horas da madrugada de domingo foram mais do que suficientes para os rebeldes capturarem a capital e darem a machadada final em mais de meio século de História, sem vestígios de combates sangrentos mas com bastantes evidências de fardas militares à beira da estrada para Beirute.

Em menos de nada, consumou-se o que não se conseguira em 13 anos de guerra civil, a mais mortífera deste século XXI – com pelo menos 300 mil mortos e 100 mil desaparecidos, sem esquecer os mais de 12 milhões de deslocados. 

Escrito assim, quase nos poderíamos convencer de que a primavera árabe bafejou o povo sírio, com mais de uma década de atraso, num ar que se lhe deu. É evidente que não, por muito que os acontecimentos vertiginosos dos últimos dias tenham criado tamanha ilusão. Se, em 2011, o movimento detonador do conflito interno na Síria, impulsionado por revoltas populares que levaram à queda de outros regimes autoritários no mundo árabe (Ben Ali, na Tunísia; Gaddafi, na Líbia; Mubarak, no Egito), esbarrou de frente com o poder bélico da Rússia e do Irão posto ao serviço de Assad, desta vez os dois maiores aliados do regime sírio não puderam estender-lhe uma mão tão generosa, deixando-o à mercê dos opositores

Um golpe cirúrgico, no momento oportuno, ditou o sucesso estratégico dos insurgentes. Afinal, russos e iranianos andam ocupados com a Ucrânia e com Israel faz já muito tempo, talvez demasiado para ousarem voltar a segurar o velho amigo no poder. O melhor que Vladimir Putin conseguiu foi conceder-lhe asilo na Rússia, extensível à família, soube-se pelas agências noticiosas russas. 

Os problemas na Síria, no entanto, não desaparecem com a partida de Assad para Moscovo e com a rendição das suas tropas. O Ocidente em peso e a maioria dos países do Médio Oriente congratularam-se com a queda do regime “bárbaro”, como a ele se referiu o francês Emmanuel Macron, mas ninguém se atreve a dar pulos de alegria face à incerteza que hoje começa.

Estados Unidos da América e Rússia, com presença militar no país, rapidamente se posicionaram para estabelecer pontes com os grupos rebeldes, sem que isso invalide o diálogo multilateral através das Nações Unidas. Ainda ontem os americanos estavam a bombardear posições do que resta do Estado Islâmico na Síria, segundo divulgou o Pentágono, enquanto os russos mantêm a expectativa de preservar a sua única base naval no Mediterrâneo (e uma base aérea), que lhe permite uma ligação mais próxima a África.  
Mas quem vem a seguir a Assad? É a pergunta que se impõe. O homem que lidera o grupo rebelde dominador, dissidente da Al-Qaeda na Síria, é (ou foi?) um extremista islâmico que parece ter-se moderado nos últimos anos, a ponto de ter passado a defender um pluralismo religioso e de ontem ter anunciado a imediata “libertação de todos os oprimidos das prisões do regime”. É mais conhecido por Abu Mohammad al-Jolani, mas nem sequer será esse o seu verdadeiro nome. 

Em direto da Casa Branca, Joe Biden classificou o momento atual “de risco e incerteza”, garantindo que os EUA vão “continuar vigilantes” dos grupos rebeldes que, apesar de “agora estarem a dizer coisas certas”, estão ligados “a um registo negro de terrorismo” no passado. “À medida que forem tendo responsabilidades maiores, avaliaremos não só as suas palavras mas também as suas ações”, avisou o presidente americano em final de mandato. 

Jolani representa apenas uma das muitas fações que se uniram para derrubarem o poder vigente na Síria, a que se junta a oposição exilada no estrangeiro. Com a queda de Assad, caiu um elo de coesão que era esse interesse em comum. Qual será então a natureza de futuros entendimentos, no pressuposto de que eles vão acabar por surgir, é outro grande ponto de interrogação, como se não chegassem já os que pontuam o Médio Oriente por estes dias, para não dizer anos nem décadas.

As sugestões da VISÃO Júnior estão organizadas em três faixas etárias que se adequam aos três ciclos do ensino básio. Contudo, estas dicas dependem sempre da fluência e da maturidade de quem vai ler.

O RAPAZ DAS ESTRELAS

Este é mais um livro da coleção Passagem Secreta, encabeçada pelo extraordinário Álvaro Magalhães, com ilustrações de David Pintor. Se não a conhecem, precisam mesmo de ler todas as histórias, porque cada livro é um mundo fascinante para descobrir. Na faixa etária onde se perdem mais leitores, precisamos de livros onde a genialidade nacional é levada ao expoente máximo, com histórias sem filtros, moralidades duvidosas e lições hilariantes. Neste livro em particular, ficamos a conhecer mais uma família com uma história de vida misteriosa, onde se misturam agentes secretos e a ficção mais científica de sempre, pois um dos personagens principais – e narrador – que mais parece um frigorífico dos anos 80, é um robô chamado Bob.

Álvaro Magalhães (texto) e David Pintor (ilustração)
Porto Editora, 240 páginas, 15,50

O LIVRO DO BILL

Há uns anos que faz sucesso um calhamaço chamado Diário 3. Um livro gerado pela mente prodigiosa de Alex Hirsch, o criador da série de animação Gravity Falls, considerada pela crítica como um dos melhores programas de animação criados nas últimas décadas. Este ano chegou às nossas mãos um livro que revela muitos dos segredos do principal antagonista, e reputado vilão, Bill Cipher. Então, onde está a qualidade literária? Está na valiosa curiosidade que esta obra encerra. Às vezes, mais do que uma boa história, precisamos de uma boa ideia que ponha toda a gente a devorar páginas e páginas de um calhamaço sobre as nossas personagens favoritas. Vai abrir as portas da imaginação e entreter durante horas, enquanto através de enigmas, informações enciclopédicas ficcionadas e muito humor, vamos apurando a vontade de ler mais.

Alex Hirsch (texto e ilustração)
Editora Dom Quixote, 208 páginas, 23,90

25 MULHERES

Este é um livro que andou a ser magicado ao longo de 10 anos pela autora. No ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril de 1974, este é um livro fundamental que pretende dar a conhecer a vida de 25 mulheres naquela década. A memória é algo que devemos cultivar e preservar, e quando uma obra como esta surge devemos acolhê-la, lê-la e dar a ler para que a nossa história de libertação nunca se dilua no tempo. De letra em letra, pelo alfabeto fora, Raquel conta a história de muitas meninas, raparigas e mulheres num dia muito especial.

Raquel Costa (texto e ilustração)
Editora Oficina do Livro, 48 páginas, €14,50

COELHO VS MACACO: A MÁQUINA DO CAOS! – LIVRO 6

De vez em quando, surgem fenómenos literários inexplicáveis, mas desta coleção já se esperava um impacto brutal. A verdade é que a banda desenhada tem vindo a ganhar ímpeto nos últimos anos: quer seja pela cadência, pela ilustração ou até porque, em termos práticos, as frases curtas são mais apelativas a quem ainda está a desenvolver a competência leitora. Este coelho e este macaco são ruidosos, dão-se mal, mas as aventuras que encabeçam são sempre muito divertidas e cheias de reviravoltas que cativam a leitura. Quem os agarra, dificilmente os consegue largar e este livro 6 é um excelente exemplo, ao introduzir uma personagem nova que vai mexer com toda a dinâmica das personagens que vivem naquela floresta.

Jamie Smart (texto e ilustração)
Porto Editora, 248 páginas, 15,50