A penosa fase final da campanha eleitoral não vai acrescentar muito mais do que aquilo que já se sabe e conhece. As sondagens indicam a AD como vencedora, o PS aflito, sem nunca se aproximar dos 30%, e o Chega com sinais contraditórios — ora em alta, ora em baixa. A IL afirma-se como a quarta força política, o Livre surge muito bem posicionado, o PCP evita uma queda acentuada, e o Bloco encontra-se numa posição ingrata.

Nestes três dias que restam de campanha — é urgente reformar as leis eleitorais — é visível o cansaço dos líderes partidários e dos eleitores. Bastaria uma semana de campanha eleitoral, complementada por um período de pré-campanha, para umas legislativas. E estas poderiam até ser marcadas para quinze dias após a queda de um Governo, caso assim acontecesse.

Já não há indecisos nesta altura do campeonato. Quem vai votar, já sabe. Os que ainda se dizem indecisos — o que ajuda bastante as empresas de sondagens, pois podem sempre invocá-los se as projeções falharem — ou não tencionam votar (na sua maioria), ou simplesmente não querem dizer em quem votarão. Noutro país, o Primeiro-Ministro já estaria indigitado e a formar Governo para apresentar ao Presidente da República. Por aqui, arrastam-se os dias.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

A Motorola, icónica marca de smartphones, esteve durante vários anos afastada dos holofotes, mas regressou em dezembro passado ao mercado português e já apresentou novidades que chegam muito em breve a mercado. E desta vez não são apenas smartphones já que a marca apresentou também um smartwatch e auriculares, os primeiros com o formato open-ear.

No que diz respeito aos smartphones, são quatro os modelos que a marca, atualmente pertencente à gigante tecnológica Lenovo, apresentou: Razr 60, Razr 60 Ultra, Edge 60, Edge 60 Fusion e Edge 60 Ultra, com especial destaque para o modelo topo de gama Razr 60 Ultra.

Este dobrável vem equipado com o mais recente processador Snapdragon 8 Elite, da Qualcomm, e com um ecrã interno pOLED de 7 polegadas, com resolução Super HD, vidro resistente Corning Gorilla Glass (presente em todos os modelos) e validação Pantone para cores mais fiéis à realidade.

No exterior, integra um ecrã secundário de 4 polegadas, 40% maior do que nas versões anteriores, protegido com Gorilla Glass Ceramic, que garante uma resistência superior a impactos e riscos.

O design destaca-se pelos acabamentos premium, com opções em madeira verdadeira ou em Alcântara, disponíveis nas cores castanho, preto, rosa e violeta. No campo da fotografia, o Razr 60 Ultra integra um sistema triplo de câmaras, com um sensor principal de 50 MP, acompanhado por uma lente ultra grande angular e uma funcionalidade Super Zoom, permitindo capturas versáteis e detalhadas.

De realçar que todos os modelos contam com integração de inteligência artificial através do Moto AI, uma solução desenvolvida para tornar a experiência mais intuitiva e auxiliar nas tarefas do dia a dia. O smartphone possui uma bateria de 4.700 mAh e suporta carregamento TurboPower de 68 W e carregamento wireless de 30 W.

O Motorola Razr 60 Ultra chega a Portugal no dia 15 de maio, com um preço recomendado de 1299,99  euros.

Motorola quer reforçar a presença no mercado português e continuar a crescer

A Motorola quer reforçar a sua presença no mercado português e tem ambições bem definidas. “Somos o fabricante que mais cresce a nível mundial”, afirmou Tiago Sá, diretor de vendas da Motorola em Portugal, durante o evento de apresentação que a Exame Informática marcou presença. “Em Portugal, estamos presentes nos canais mais importantes, tanto a nível de operadores como de retalho.”

O foco atual da marca no nosso país tem estado sobretudo na gama de entrada e média, onde se concentram as maiores vendas. “Em Portugal, as vendas estão muito concentradas até ao final superior da gama G, unidades que custam entre os 99,99 e os 299,99 euros”, revela o responsável. No entanto, a Motorola começa também a ver bons indicadores em segmentos superiores. “Temos tido bons resultados na gama Edge e também na Razr. A gama Razr, no lançamento, é sempre muito interessante porque há sempre clientes que querem ter as unidades imediatamente quando saem.”

Apesar do esforço nos modelos de topo, a estratégia da marca mantém-se pragmática: “Interessa-nos muito colocar telefones nas mãos dos clientes e sabemos que isso é mais fácil abaixo dos 500 euros.”

Com uma aposta clara na diversificação do portefólio e na competitividade dos preços, a marca quer aumentar significativamente a sua quota de mercado. “Queremos, no espaço de um ano, atingir os 10% de quota de mercado em volume”, afirma Tiago Sá. “O nosso principal objetivo é sermos a quarta marca que mais vende smartphones em Portugal. No mês de março já conseguimos essa posição.”

A relevância global da linha Razr também se faz notar. Nos EUA, por exemplo, a marca tem conseguido conquistar utilizadores de marcas rivais. “25% dos consumidores que estão a comprar smartphones da gama Razr nos Estados Unidos vêm de uma experiência de iPhone”, revela Tiago Sá.

Moto Buds Loop: Sem perder a noção do que se passa em redor

A Motorola quer também afirmar-se no segmento do áudio e, para isso, desenvolveu em parceria com a Bose os seus primeiros auriculares open-ear, concebidos para que os utilizadores mantenham sempre consciência do ambiente à sua volta. Com chegada prevista ao mercado português em junho, estes auriculares estão equipados com tecnologia Sound by Bose e incluem drivers de 12 mm.

A marca promete até 8 horas de autonomia com uma só carga, com um total de até 37 horas com o estojo de carregamento. Quando emparelhados com smartphones Motorola compatíveis, os Moto Buds Loop permitem aceder a várias funcionalidades inteligentes potenciadas pelo sistema Moto AI.

Disponíveis por 149,99 euros, chegam nas cores Trekking Green, em tons de verde, e French Oak, com um design elegante inspirado em joalharia e detalhes em cristais, fruto de uma parceria com a Swarovski.

Moto Watch Fit: Companheiro de pulso

A Motorola prepara também o lançamento do Moto Watch Fit, um smartwatch pensado para monitorizar a saúde e acompanhar o utilizador na prática de desporto. O dispositivo conta com um ecrã OLED de 1,9 polegadas, brilho máximo de 1000 nits e proteção com vidro Corning Gorilla Glass.

Inclui sistema de GPS integrado, resistência IP68 e monitoriza mais de 100 modalidades desportivas. A autonomia pode chegar até aos 16 dias com uma única carga.

O Moto Watch Fit estará disponível a partir de junho, na cor verde, com um preço recomendado de 99,99 euros.

Quando se trata do clima, as metas são tão claras como ambiciosas: do Acordo de Paris, que marcou uma mudança de paradigma ao envolver todos para alcançar a descarbonização das economias mundiais, ao Pacto Ecológico Europeu, que inclui políticas destinadas a combater a crise climática, há um caminho traçado que passa, inevitavelmente, pela redução das emissões de gases com efeito de estufa. 

A transição energética é extremamente necessária e urgente para combater as alterações climáticas e garantir um futuro sustentável. Envolve uma mudança na forma como consumimos a energia, bem como da matriz energética baseada em combustíveis fósseis para fontes de energia renováveis, como solar, eólica e biomassa. Este processo não só ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa mas também promove a eficiência energética e a segurança energética a longo prazo.

As empresas desempenham um papel fundamental na transição energética por diversos motivos, sejam eles de ordem financeira, ambiental ou social.

Consumidores e investidores estão cada vez mais conscientes das questões ambientais e preferem apoiar empresas que demonstram um compromisso com a sustentabilidade

Um dos principais contributos para o ambiente é a redução efetiva de emissões, pois ao adotarem práticas mais sustentáveis e investirem em tecnologias de energia limpa podem reduzir consideravelmente as suas emissões e os seus custos de operação. Por exemplo, a implementação de painéis solares pode diminuir a dependência de combustíveis fósseis tornando a empresa mais competitiva.

A transição energética também oferece oportunidades para inovação. Empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias energéticas podem não só melhorar a sua eficiência operacional mas também criar novos produtos e serviços. Isso pode levar a um crescimento económico sustentável e à criação dos chamados “empregos verdes”.

Empresas que lideram a transição energética podem obter uma vantagem competitiva no mercado, pois consumidores e investidores estão cada vez mais conscientes das questões ambientais e preferem apoiar empresas que demonstram um compromisso com a sustentabilidade. Isso pode resultar em uma maior lealdade do cliente e melhores oportunidades de financiamento.

Também do ponto de vista da responsabilidade social corporativa (RSC), as empresas que se comprometem com a sustentabilidade e demonstram um compromisso com o bem-estar da sociedade e do meio ambiente fortalecem a reputação da empresa e as relações com os vários parceiros de negócio (stakeholders).

A transição energética é realmente um caminho de um único sentido, e é essencial que continuemos a avançar, mesmo diante das adversidades. Cada passo que damos em direção a um futuro mais sustentável é um investimento no bem-estar do nosso planeta e das futuras gerações.

Enfrentar desafios faz parte do processo, mas com inovação, colaboração e determinação, podemos superar esses obstáculos e alcançar as metas propostas.

Artigo publicado na EXAME nº 488

Palavras-chave:

Os semicondutores tornaram-se um recurso estratégico crucial no século XXI, sendo frequentemente comparados ao petróleo, devido ao seu impacto na economia global, tecnologia e geopolítica. Se no passado o domínio sobre reservas de petróleo determinava o poder de nações e empresas, hoje são os chips eletrónicos que impulsionam a inovação e a competitividade. O petróleo assume sem dúvida uma posição especial dentro do setor de energia, sendo importante salientar que nas últimas décadas foi a geopolítica um dos principais drivers que definiu o preço do barril de petróleo nos mercados internacionais. Ao contrário do petróleo, que se encontra num valor seis vezes mais elevado do que em 1995, uma das características que sustenta o papel dos semicondutores no comércio mundial é o seu preço, que caiu drasticamente nas últimas décadas. Semicondutores ou petróleo ‒ qual é o mais negociado? Baseado nos dados da OEC (Observatory of Economic Complexity), após 2015 os semicondutores foram a commodity mais negociada, dominando este ranking com cerca de 15% vs. 9% do petróleo.

Após a dramática escassez de chips-semicondutores no mercado, que criou o caos em várias indústrias ‒ em grande parte, devido à pandemia Covid-19, que interrompeu as principais cadeias de distribuição ‒, assistimos à tentativa das principais economias de investirem freneticamente na criação de uma produção local de semicondutores que sustente a dinâmica entre a procura e a oferta. Empresas como a Nvidia, Intel, AMD, Micron, ASML, Infineon, citando apenas alguns dos maiores produtores, viram as suas cotações valorizarem-se rapidamente em mercado, para contentamento dos investidores confortavelmente vestidos na sua “pele de touro”. Estes desenvolvimentos trazem uma potencial questão: será a indústria de chips o novo petróleo? Pat Gelsinger, CEO da Intel, refere que o fornecimento de chips será mais importante do que o Oil&Gas nas próximas cinco décadas. Para os investidores, a euforia no setor dos chipmakers pode não ficar por aqui! O mercado global de semicondutores teve o seu melhor ano de vendas em 2024, superando, pela primeira vez, os 600 mil milhões de dólares, e para 2025 o crescimento do mercado está projetado para um aumento acima dos 10%, com os principais blocos a investirem agressivamente para desenvolver uma indústria independente, casos da Europa, que pretende dobrar a sua participação na produção global até 2030, para reduzir a dependência asiática, e dos EUA, que prevê incentivos para a produção doméstica. Boas notícias para os produtores!

Assim como no passado, em que os países lutaram pelo controlo do petróleo, hoje grandes potências disputam a liderança na produção de semicondutores

A crescente importância dos semicondutores transformou-os numa peça central da geopolítica mundial. A tensão entre os EUA e a China, por exemplo, tem-se intensificado devido às restrições norte-americanas ao acesso chinês a tecnologias avançadas de chips. Além disso, a dependência excessiva de poucos fabricantes pode tornar países vulneráveis a crises económicas e conflitos geopolíticos. Impacto dos semicondutores no nosso quotidiano? Smartphones, computadores, veículos elétricos, dispositivos eletrónicos e Inteligência Artificial ‒ a sua importância é tão grande que a escassez de semicondutores nos últimos anos causou impactos significativos em diversos setores de mercado, gerando incerteza e volatilidade nas principais bolsas mundiais. Assim como no passado, em que os países lutaram pelo controlo do petróleo, hoje grandes potências disputam a liderança na produção de semicondutores. EUA, China, Taiwan, Coreia do Sul e a União Europeia são os blocos que estão a investir fortemente para fortalecer as suas cadeias de produção e reduzir a dependência externa.

A grande questão que permanece é: quem dominará esta nova era digital? O futuro da economia global pode depender de quem controla os semicondutores – o petróleo da era moderna.

Artigo publicado na EXAME nº 488

A recente aposta europeia na dinamização da indústria de defesa oferece uma nova possibilidade de dinamização de um setor económico que, apesar de não ser muito conhecido, ainda tem um grande impacto na criação de riqueza em Portugal.

Face à evolução da geopolítica internacional e com a possibilidade de os EUA reverem o seu compromisso de defender os seus aliados da NATO, a Europa prepara agora um plano de rearmamento que irá envolver um total de 800 mil milhões de euros de financiamento.

Desse total, 150 mil milhões serão atribuídos em forma de empréstimos com taxas de juro reduzidas e servirão para a aquisição de armamento avançado e munições.

Esta parte do programa contará com o apoio do Banco Europeu de Investimento, que já enviou um comunicado a todos os países da União Europeia que são seus acionistas, no qual se propôs permitir investimentos em produtos de defesa não letais, conceder empréstimos ilimitados a empresas de defesa e motivar os bancos comerciais a juntarem-se no empréstimo de dinheiro a esta indústria.

Os restantes 650 mil milhões de euros serão atribuídos através de isenções fiscais em investimentos em defesa.

Uma verba equivalente a quase três vezes o PIB português e que está a mobilizar muitas empresas europeias para este tipo de indústria. Portugal não é exceção e muitas das empresas nacionais ligadas a este setor terão agora oportunidade de reforçar os seus investimentos.

Segundo os dados mais recentes, Portugal tem 363 empresas de defesa e 61 entidades na área de formação ou de investigação e desenvolvimento deste setor, que geram um volume de negócios da ordem dos 4,6 mil milhões de euros e dão emprego a quase 40 mil pessoas.

Do total da faturação, apenas 1,85 mil milhões são trabalhos para o setor da defesa, enquanto os restantes 2,75 mil milhões são para empresas de outros setores.

Cerca de 40% da atividade é dirigida aos mercados externos, tendo este setor um peso de 2,5% nas nossas exportações. Os EUA são o maior mercado, com um total de 364 milhões de euros de compras à nossa indústria de defesa, um valor muito perto do da Alemanha, que importa de Portugal 325,8 mil milhões de euros de bens e serviços deste setor.

França é o nosso terceiro mercado externo, com 250,3 milhões de euros, seguindo-se a Espanha, 164,4 milhões de euros, e o Reino Unido, 136 milhões de euros.

A indústria de defesa tem ainda a vantagem de criar, em termos económicos, mais riqueza, pois consegue um maior valor acrescentado bruto por trabalhador do que a média da restante economia, a diferença é de 33,6 mil euros para 28,9 mil euros. Além disso, tem 6,1% da sua mão de obra afeta a investigação e desenvolvimento, enquanto nas restantes empresas esta percentagem não vai além dos 0,8%. Das 424 entidades nacionais deste setor, 59% são empresas de serviços, 27% de indústria, 9% de investigação e 5% de formação.

O programa ReArm Europe irá, entretanto, mudar de nome para Readiness 2030 por sugestão de Espanha e Itália, que argumentaram que a designação poderia ser demasiado belicista e corria o risco de ter outras interpretações.

As ações da empresa alemã Rheinmetall subiram 120% desde o início deste ano e o seu valor em bolsa ultrapassou o do gigante automóvel VW

“Acredito que o termo ReArm Europe é enganador. Nós somos chamados a reforçar as nossas capacidades de defesa, mas isso não significa que iremos comprar armamento de uma forma trivial”, disse Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana.

Já Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, defendeu que o termo “rearmamento” é “uma abordagem incompleta que pode ser explicada sob um tema muito mais amplo, que é a segurança”.

O plano europeu tem ainda o objetivo de que os países europeus comprem cada vez mais equipamento dentro da própria Europa, criando dinamismo industrial e, desta forma, tentando revitalizar este setor. Além disso, pretende-se que as compras possam ser feitas em conjunto por todos os países, utilizando uma estratégia semelhante à que foi usada na aquisição de vacinas durante a pandemia, que, devido à maior dimensão das encomendas, gerou reduções substanciais nos custos.

Mais orçamento

Em 2023, a despesa do Estado português na área da defesa rondava os 4,18 mil milhões de euros e, em meados do ano passado, Luís Montenegro garantiu que pretendia que em 2029 o gasto estatal em defesa atingisse os 2% do PIB, o equivalente a seis mil milhões de euros.

“Estamos a falar de um esforço acrescido correspondente a cerca de 400 milhões de euros por ano”, disse o primeiro-ministro.

Na mesma ocasião, Luís Montenegro garantiu que este investimento não iria recair apenas na compra de equipamento, mas também no apoio à criação de uma indústria de defesa em Portugal.

“Estamos muito empenhados no Governo em fazer com que a nossa indústria de defesa, nas suas mais variadas dimensões, possa ser uma componente importante do contributo que vamos dar. Ou seja, que este dinheiro possa ser despendido na aquisição de material na nossa indústria”, explicou, dando como exemplos a indústria de armamento, de material militar, de desenvolvimento dos drones, de componentes e até a indústria têxtil, para efeitos de fardamentos.

Com as novas diretivas europeias, o governo português terá de aumentar consideravelmente esta verba dos tais seis mil milhões anunciados por Luís Montenegro para dez mil milhões de forma a atingir os 3,5% do PIB, como pretende o plano europeu.

Um estudo do Instituto Kiel, na Alemanha, mostra que a mudança de 2% para 3,5% do PIB em gastos de defesa poderá ter um grande impacto na economia, mas apenas se essa verba for suportada por empréstimos financeiros e não por uma subida de impostos.

O instituto diz que este aumento do montante a investir em defesa poderá ter um impacto económico positivo no PIB europeu entre os 0,9% e os 1,5%, caso o financiamento seja feito através de apoios garantidos por dívida pública. De outra forma, se os Estados-membros aumentarem os impostos para financiar o programa, o impacto pode até ser negativo.

No mesmo documento, é sugerido que exista, de forma coordenada, uma cada vez maior contratação intraeuropeia de equipamento militar, pois atualmente a Europa continua depender em 80% de terceiros na aquisição de material de defesa.  

Um aumento de 1% do PIB na despesa militar pode fazer crescer a produtividade do país em 0,25%, segundo um estudo do Instituto Keil

O Instituto Kiel defende ainda que haja um maior incentivo para criar uma cadeia de pequenos fornecedores que desenvolvem tecnologias que poderão ter múltiplas aplicações, o que irá “criar um efeito de arrasto” no aparecimento de mais empresas privadas a investir em defesa.

“As aplicações militares são alguns dos melhores exemplos de pesquisa e desenvolvimento do setor público. E existe uma clara demonstração de efeitos de arrasto deste investimento ao setor privado. Uma subida de 1% do PIB na despesa militar pode, a longo prazo, aumentar a produtividade em 0,25%, através de investigação e desenvolvimento”, explica o relatório.

Por fim, no mesmo documento é emitida uma espécie de alerta dizendo que não basta investir nem definir objetivos de investimento, pois o mais importante é estabelecer metas de custo-benefício de longo prazo, de forma a que os equipamentos que os governos irão contratar tenham a mais alta qualidade com o menor custo possível.

Subidas em bolsa

Os receios de que os EUA renunciem ao seu compromisso com a NATO colocaram as ações do setor de defesa da Europa numa trajetória ascendente. A empresa alemã Rheinmetall, que fabrica os famosos tanques Leopard, é talvez o melhor exemplo. Desde o início do ano, as ações desta empresa já subiram 120% e o seu valor em bolsa atingiu, na segunda quinzena de março, os 57 mil milhões de euros, ultrapassando o gigante alemão do setor automóvel Volkswagen.

Segundo o jornal alemão Handelsblatt, a empresa tem vindo a somar cada vez mais encomendas ao longo dos últimos meses. Por exemplo, só do governo italiano recebeu uma proposta para a aquisição de 350 veículos blindados Lynx e mais 200 tanques Phanter, que serão entregues ao longo dos próximos 15 anos.

Outra das empresas que mais se têm valorizado é a britânica Rolls-Royce, que fabrica motores a jato para a aviação. Em 2023, menos de um terço das suas receitas eram provenientes da defesa, ou seja, menos de cinco mil milhões de euros. O seu negócio principal era a venda de motores para a aviação comercial. No final de 2024, as encomendas em defesa ultrapassaram os dez mil milhões de euros.

Depois de ter passado por um período difícil, devido à pandemia e à consequente paralisação das viagens aéreas, o que resultou em menos encomendas para a empresa, a Rolls-Royce é atualmente uma das empresas que mais se valorizaram na bolsa de Londres, subindo 105% desde março do ano passado.

As ações de defesa são sensíveis a eventos geopolíticos e às ameaças de conflito. Basta olhar para a História recente. Aumentaram quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e voltaram a subir quando o Hamas atacou Israel em outubro do ano seguinte.

“As empresas de defesa não reagem ao ciclo macroeconómico. Reagem à geopolítica. E estes fenómenos não são cíclicos. Não se conseguem prever a cada quatro ou seis anos, como se faz com as análises económicas”, explica Nicolas Owens, analista de mercados da Morningstar.

Na manhã seguinte ao ataque do Hamas a Israel, a grande maioria das empresas de armamento dos EUA e da Europa disparou mais de 10% nas bolsas em apenas quatro horas.

Neste momento, além das guerras e da instabilidade política, outro fator se juntou à equação para que as ações destas empresas continuem a subir. Como explica Nicolas Owens, “existe um novo comprador em cena, os governos europeus, que estão a aumentar os seus gastos em defesa”.

Também a francesa Thales, a maior empresa de equipamento eletrónico para a indústria de defesa, disparou 41% em bolsa apenas nos dois primeiros meses e meio deste ano. A empresa já fechou 2024 com vendas de 20 mil milhões de euros e lucros de 2,35 mil milhões de euros, apesar de estar a perder dinheiro na sua divisão aeroespacial.

“A instabilidade geopolítica é hoje uma constante e, em grande medida, está a alimentar os investimentos feitos pelos países na sua defesa”, diz Patrice Caine, CEO da Thales.

Existem outras grandes empresas a beneficiar desta tendência, como a BAE Systems, do Reino Unido, a Leonardo, de Itália, ou a SAAB, da Suécia. E as ações poderão continuar a subir, como constata analista financeira Loredana Muharremi: “O montante total da despesa em defesa ainda é incerto. E não sabemos que parte dos valores que estão a ser anunciados irá traduzir-se em encomendas reais. À medida que esses detalhes se tornem mais claros, poderemos ver novas revisões nos preços das ações da indústria de defesa.”

Mas não é só de grandes empresas que vive este setor. Com as novas táticas de combate, com recurso a equipamentos cada vez mais sofisticados, começam a surgir pequenas startups que ganham expressão numa indústria que anteriormente era dominada pelos gigantes já estabelecidos.

A Helsing é talvez o melhor exemplo destes jovens que começam a descobrir novas formas de interagir nos teatros de guerra.

Fundada em 2021, na Alemanha, a empresa tem menos de quatro anos de atividade, mas já vale mais de cinco mil milhões de euros.

O seu negócio está focado no desenvolvimento de software para armamento, veículos e estratégia militar, mas são as suas armas autónomas que estão a ter um grande impacto na guerra na Ucrânia, que muitos consideram o conflito que trouxe a Inteligência Artificial para o campo de batalha. 

No final do ano passado, lançaram um novo drone de ataque, denominado HX-2, que se tem mostrado muito eficaz em várias situações de combate e estão ainda a preparar novos equipamentos que serão usados ​​como escudos contrainvasão ao longo das fronteiras do país e contra forças terrestres hostis.

O drone pode ser produzido em massa a um custo reduzido, tem um alcance até 100 quilómetros e pode também bloquear aparelhos inimigos de guerra eletrónica, devido aos sofisticados recursos de Inteligência Artificial que incorpora.

Em fevereiro, a Helsing anunciou uma parceria com outra startup francesa, a Mistral – considerada a concorrente europeia da OpenAI e avaliada em 5,8 mil milhões de euros – para, juntas, desenvolverem sistemas “de defesa para a Europa”.

A ideia é concentrar esforços no desenvolvimento de modelos VLA – vision-language-action –, um setor emergente na Inteligência Artificial em que se misturam perceções visuais com entendimento de linguagem e respostas para robótica. Estes modelos podem ser integrados nas plataformas de defesa e suportar melhor os processos de tomada de decisão, de perceção do ambiente e de comunicação com os operadores. O novo orçamento europeu para a defesa abre agora portas para que outras empresas como a Helsing e a Mistral possam desenvolver os seus produtos “made in EU”. E

3,5%
Percentagem do PIB
Que cada orçamento dos Estados-membros da União Europeia terá de reservar para a defesa

2,5%
Exportações
Peso das vendas da indústria de defesa nacional nas exportações portuguesas

€10
Mil milhões
Montante que o governo português poderá ter de dedicar ao orçamento da defesa ao longo dos próximos anos para cumprir as indicações da União Europeia

€800
Mil milhões
Verba prevista no plano da UE para reforçar a defesa europeia. Deste total, 150 mil milhões por financiamento bancário com juros reduzidos e os restantes 650 milhões através de bonificação fiscal

Segundo o Ministério Público (MP), que revelou esta terça-feira a condenação dos quatro fiscais e 10 munícipes, os crimes de corrupção foram, de acordo com o MP, cometidos entre 2019 e 2021, período durante o qual os arguidos fiscais municipais, “no exercício das suas funções de fiscalização da legalidade de construções nas áreas de génese ilegal, receberam de uma dezena de munícipes, com construções nessas áreas”, contrapartidas em troca de favores, nomeadamente quantias monetárias e outros bens, inclusive garrafas de vinho e almoços.

Os crimes de corrupção foram, de acordo com o MP, cometidos entre 2019 e 2021, período durante o qual os arguidos fiscais municipais, “no exercício das suas funções de fiscalização da legalidade de construções nas áreas de génese ilegal, receberam de uma dezena de munícipes, com construções nessas áreas”, contrapartidas em troca de favores, nomeadamente quantias monetárias e outros bens, inclusive garrafas de vinho e almoços.

A decisão de condenar os 14 arguidos foi tomada em 30 de abril pelo Juízo Central Criminal de Loures, informou o MP, em comunicado, ressalvando que o acórdão ainda não transitou em julgado.

Dois dos arguidos fiscais da Câmara de Loures foram “condenados a seis anos e três meses de prisão efetiva, a que acrescem as penas acessórias de proibição do exercício de funções”, segundo o acórdão.

Os outros dois fiscais municipais foram condenados em penas de prisão, consoante o número de crimes praticados, de um ano e oito meses e de dois anos e seis meses de prisão, suspensas na sua execução entre os três e os cinco anos, adiantou o MP, referindo que a suspensão das penas está sujeita a deveres e ao pagamento de quantias a uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) que variam entre os 3.000 euros e os 5.000 euros.

Relativamente aos outros 10 arguidos neste processo, todos munícipes de Loures, cada um deles foi condenado a uma pena de “um ano e seis meses de prisão, suspensa na sua execução pelo período de três anos, subordinada a deveres e ao pagamento da quantia de 3.000 euros a uma IPSS”.

De acordo com o MP, os 10 munícipes condenados tinham construções nas áreas de génese ilegal e pretendiam “expandir ou modificar” as edificações, pelo que recorriam aos fiscais municipais, a quem davam contrapartidas em troca de “indicações sobre a ocorrência de fiscalizações, de omissão de autuações, de retardamento da realização de embargos”.

Os fiscais municipais, segundo o acórdão, davam também aos munícipes informação sobre como “esconder das autoridades as construções em curso” e sobre os “procedimentos dilatórios a realizar em caso de autuação”.

Os crimes de corrupção a que foram condenados estes 14 arguidos foram cometidos entre 2019 e 2021, no anterior mandato municipal 2017-2021, quando a Câmara de Loures era presidida por Bernardino Soares (PCP). Atualmente, no mandato autárquico 2021-2025, este município do distrito de Lisboa é liderado por Ricardo Leão (PS).

O inquérito que esteve na origem da condenação foi dirigido pelo MP, através da 1.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures, com a colaboração da Polícia Judiciária.

Um esclarecimento publicado esta terça-feira pela Autoridade Tributária e Aduaneira informa que proprietários de imóveis que recebam uma nota de liquidação de IMI com a indicação de que a data limite de pagamento é o final de maio, podem desconsiderar esta informação e efetuar o pagamento até 30 de junho.

“Embora nas notas de cobrança do IMI de 2024 que estão a ser emitidas e enviadas conste como data limite o mês de maio, o seu pagamento pode ser efetuado durante o mês de junho, sem quaisquer acréscimos ou penalidades”, refere a informação publicada pela AT.

A nota de cobrança pode ser consultada no Portal das Finanças, adianta ainda o fisco, onde está disponível a referência para pagamento – sendo que esta se manterá válida até ao final do novo prazo para o pagamento desta primeira prestação (ou prestação única) do imposto que incide sobre bens imóveis.

O IMI é pago numa única vez quando o seu valor é inferior a 100 euros, sendo desdobrado em duas prestações pagas em maio e novembro quando oscila entre os 100 e os 500 euros. Superando os 500 euros é dividido em três prestações de igual montante a serem pagas em maio, agosto e novembro.

No entanto, há já vários anos que os proprietários têm a possibilidade de, querendo, efetuar o pagamento total do imposto com a primeira liquidação.

“No caso das notas relativas à 1.ª prestação, está igualmente disponível a opção de pagamento total do imposto, com o respetivo valor e referência”, refere a AT.

Relativamente às situações dos senhorios com rendas congeladas e que estão a receber notadas de liquidação do imposto apesar de terem efetuado pedido de isenção destes imóveis, a AT distingue três situações, apresentando a respetiva resposta.

Assim, para quem pagou a prestação única (porque de valor até 100 euros) ou optou pelo pagamento na totalidade das várias prestações, “será emitido o reembolso do valor pago pelos prédios isentos”.

Já quem tiver uma prestação única e ainda não tenha pago, “será efetuada até ao final de junho a correção da liquidação com o cálculo do montante correto, considerando apenas os prédios não isentos”.

Por fim, para os proprietários com mais do que uma prestação de IMI que não tenham optado pelo pagamento na totalidade das várias prestações, “a revisão da liquidação será refletida nas prestações seguintes, considerando os prédios não isentos”, pelo que deve efetuar o pagamento pelo montante apresentado para a primeira prestação.

Todos os meses, milhares de portugueses levantam-se cedo, planeiam os seus dias e confiam – ingenuamente – que o comboio vai passar. Mas em vez disso, enfrentam atrasos, greves e silêncios. E depois ainda se pergunta porque é que as pessoas desistem dos transportes públicos.

Entre 1 de janeiro e 12 de maio de 2025, o Portal da Queixa registou 118 reclamações dirigidas à CP. Aparentemente um número modesto, não fosse o pequeno detalhe de representar 45% de todas as queixas da categoria Comboios e Metropolitano. Isto num universo de 258 reclamações. Em bom português, a CP lidera. Mas é daquelas lideranças que ninguém quer: campeã na insatisfação dos seus passageiros.

Os dados falam por si. Maio, até ao dia 12, já soma 22 reclamações — o que equivale à maior média diária de queixas do ano: 1,8 por dia. Se a CP aplicasse essa média à velocidade dos seus comboios, talvez os passageiros tivessem algo positivo a relatar. Mas não. A realidade é outra.

Em vez de movimento, há paralisações. Em vez de progresso, há greves. E não estamos a falar de greves pontuais. Nos dias 7, 8 e 9 de maio, por exemplo, não houve sequer serviço mínimo em várias ligações. Em Rio de Mouro, como relatou uma utilizadora no Portal da Queixa, sair de casa tornou-se uma aventura digna de um prémio de resistência. O destino? Escola da filha e local de trabalho. A solução? Uber e Bolt. A conta? Paga do bolso de quem já tinha pago um passe anteriormente.

Em outro caso, um utilizador resume bem o sentimento de quem todos os meses paga para não ter serviço: “Quando pago os 40€ do passe, tenho direito a usufruir de um serviço por 30 dias. Se esse serviço não está a ser cumprido, é mais que razoável que seja reembolsado.”

Parece óbvio, não? Não para a CP. A política de reembolsos continua envolta em nebulosas burocracias e silêncios administrativos. Não há comboios, não há serviço, mas há faturas. Tudo muito “eficiente”.

A pergunta que se impõe é: até quando se tolera um serviço público que se comporta como se fosse um favor? A CP parece operar com um sentido de impunidade que envergonharia até empresas privadas menos escrupulosas. Quem paga é sempre o passageiro — com tempo perdido, salários descontados e qualidade de vida comprometida.

Estamos em 2025. A mobilidade sustentável está na boca do mundo, os elétricos multiplicam-se, e fala-se em descarbonizar tudo. Mas basta uma viagem de comboio para perceber que o futuro, para a CP, ainda vem a carvão. E vem atrasado.

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O novo V Max S é um telefone “desenhado para prosperar onde os dispositivos convencionais falham” afirma a Doogee. O novo telefone da marca pode operar em temperaturas tão baixas quanto -10 graus centígrados a até 60 graus centígrados e suporta quedas de até três metros, podendo ser mergulhado em água e lama por breves momentos sem deixar de funcionar.

No ecrã, destaque para a cobertura resistente a riscos, para o tamanho de 6,58 polegadas e uma resolução FHD+ de 1080×2048 pixéis. O ecrã pode ser utilizado com mãos com luvas e apresenta uma taxa de atualização de 120 Hz, noticia o New Atlas.

No interior, a Doogee coloca uma impressionante bateria de 22000 mAh, suficiente para autonomias de até 156 horas em conversa, 45 horas a ver vídeos ou 142 horas a tocar música. Se estiver em standby apenas, a autonomia é suficiente para dois meses. O chipset escolhido é um MediaTek Dimensity 7050 5G com CPU de oito núcleos e gráfica Mali, 8 GB de RAM (que podem chegar a 24 GB de memória virtual) e um armazenamento de 256 GB (expansível com cartão microSD).

Para sublinhar o caráter de uso no exterior, este smartphone tem um sistema de dupla lanterna que projeta luz combinada de até 1200 lúmenes, noticia o New Atlas.

A câmara principal é uma F1.89 de 108 megapixéis, que suporta vídeo 4K a 30 frames por segundo e uma câmara de visão noturna de 20 megapixéis com campo de visão de 77 graus e uma lente macro de 2 MP, além da câmara para selfies de 16 MP. Uma solução de Inteligência Artificial ajuda captar imagens sempre estáveis.

O V Max S vem com Android 14 e está disponível com um preço recomendado de 480 dólares. ss