O GrupoConcept representa, assim, uma nova forma de olhar para os cuidados de saúde e beleza, permitindo que todas as mulheres tratem de si, recorrendo a tecnologia de ponta, com profissionais especializadas e tratamentos personalizados. Ao mesmo tempo, constitui uma oportunidade de negócio perfeita para qualquer pessoa empreendedora, mas particularmente adaptada a homens e mulheres que muitas vezes em dada altura, sentem vontade de mudar de vida e ter o seu negócio, ou diversificar o tipo de negócios que possuem.

Na rede existem inclusive, muitos casos de sucesso, onde após a aquisição bem sucedida de uma clínica BodyConcept e/ou DepilConcept, o mesmo franchisado, adquiriu mais unidades da mesma marca ou de ambas as marcas, possuindo atualmente várias unidades da rede.

Em duas décadas três amigos construíram um verdadeiro império de saúde e bem-estar.

Foi com a BodyConcept que Alexandre Lourenço, Sandra Castanheira e Susana Martins deram o pontapé de saída daquela que havia de se tornar a maior marca no setor da saúde, estética e bem-estar em Portugal. A qualidade dos serviços e tratamentos de estética de corpo e rosto, aliada ao objetivo de democratizar a beleza com recurso a tecnologia de ponta e profissionais especializados, foi uma aposta ganha e talhou o percurso da história da BodyConcept até aos dias de hoje. Convém não esquecer que uma em cada cinco mulheres faz tratamentos de estética o que, logo à partida, faz com que um negócio no sector tenha uma alta probabilidade de sucesso. E o que a BodyConcept tem para oferecer é algo de inovador: uma espécie de ginásio da estética em que mediante uma mensalidade de 55 euros uma pessoa pode fazer até 24 tratamentos corporais ou faciais. As opções passam por pressoterapia, termolipólise, eletroestimulação, crioterapia, máscara led, que aliadas a tratamentos em gabinete, tais como, endomassagem, radiofrequência de corpo e rosto, bodyevolution, drenagem linfática, criolipólise, massagens, manicure e pedicure, tratamentos médico-estéticos, e muito mais – ao todo, são mais de 50 tratamentos de estética apoiados por mais de 20 equipamentos de tecnologia de ponta.

A BodyConcept é a maior rede de franchising de clínicas de estética em Portugal, com uma variedade de prémios de franchising que comprovam a qualidade. Tem mais de 300 clínicas – dentro e fora de Portugal –, mais de 1500 colaboradores e mais de um milhão de clientes satisfeitos.

O GrupoConcept engloba as empresas BodyConcept com a oferta de tratamentos de estética e bem-estar, a DepilConcept especializada em soluções para os pelos e a pele, e a Concept+ a marca de produtos de cosmética.

Quem quiser tornar-se um franchisado BodyConcept terá acesso a um plano de negócios, a apoio na busca do local para abrir a sua loja, a apoio na procura de financiamento, terá acesso a formação inicial e contínua em estética e gestão de negócio, acompanhamento nas obras necessárias no espaço, receberá um sistema de gestão e faturação já devidamente configurado para o negócio em questão, e terá ainda acesso ao marketing global do grupo. Ou seja, tudo o que faz de um negócio um exercício desafiante e complicado desaparece por completo com a ajuda que é facultada.

Mafalda Castro – Embaixadora da DepilConcept

É tempo agora de falarmos sobre a DepilConcept, a 2ª maior marca europeia de depilação, lançada dois anos depois da BodyConcept, em 2007, com o objetivo, como o nome indica, de solucionar questões relacionadas com pelos, com tratamentos de depilação permanente, mas também problemáticas da pele, com fototerapias de corpo e rosto. Para além das opções permanentes, as clínicas DepilConcept oferecem ainda serviços de depilação com cera e com linha, bem como permanente e pintura de pestanas. Focando-se sempre em tecnologia de qualidade, a marca introduziu em 2015 a tecnologia Laser Díodo, que veio complementar os tratamentos de Luz Pulsada existentes até então, e em 2021, revolucionou o mercado com a introdução do equipamento Ultrawave, que alia uma tecnologia laser Diodo e laser de Yag, que permitem resultados mais rápidos e eficientes em todos os tipos de pele e pelo. Os resultados foram imediatos com um enorme crescimento da rede de clínicas, reforçado por um rebranding total da marca em 2017, que a tornou mais moderna e apelativa. Tornou-se líder de mercado em Portugal, na Polónia e na Eslováquia, estando também presente na Sérvia, Irlanda, República Checa, Kosovo e Croácia.

Aqui há que ter em consideração a amplitude do mercado, uma vez que, para além das mulheres, o número de homens que procuram serviços de depilação permanente está em constante crescimento. Ou seja, a DepilConcept é também uma oportunidade de negócio segura e vantajosa. E também aqui o franchisado pode contar com todo o tipo de apoio operacional, de marketing e formação para pôr o seu espaço a funcionar e a render.

O terceiro pilar que apoia estas duas operações é a Concept+, marca de produtos de cosmética exclusiva, criada pelo GrupoConcept em 2017, que representa um prolongamento das marcas BodyConcept e DepilConcept. Os produtos Concept+ – que vão do protetor solar ao anticelulítico, passando pelo sérum antioxidante com vitamina C ou pelo gel enzimático que promove a regeneração e a hidratação da pele, e até um desodorizante sem alumínio, adequado a peles sensíveis e irritadas – resolvem a necessidade de complementar os tratamentos corporais e faciais existentes, permitindo aos clientes continuarem as suas rotinas de beleza e bem-estar nas suas casas. A marca, assenta numa imagem contemporânea, com foco na redução do material plástico nas suas embalagens, aliada à qualidade dos produtos, à eficácia dos resultados obtidos, disponibilizando gamas específicas para a diversidade de problemáticas de corpo e rosto a tratar, assim como, para os diferentes tipos de pele. No mesmo ano em que foi criada, a Concept+ foi distinguida com o Prémio Top Beleza, o único dedicado à cosmética e bem-estar, atribuído por um júri de consumidores que testa os produtos, sem referência às marcas. Além disso, nos últimos meses, a Concept+ lançou 8 novos produtos no mercado nacional e internacional.

Mesmo em tempos de crise ou incerteza, o mercado da beleza tende não só a sobreviver, mas a florescer. Uma sensação de saúde, bem-estar e de boa aparência faz com que as pessoas se sintam mais seguras e confiantes, capazes de enfrentar qualquer desafio, pelo que investir em beleza, seja do ponto de vista do consumidor, ou do empreendedor, é sempre uma boa aposta.

A Apple não confirma oficialmente, mas fontes próximas e habitualmente bem informadas sobre os assuntos de Cupertino revelam que o iPhone dobrável está mesmo em desenvolvimento. Mark Gurman, da Bloomberg, avança que o aparelho deve estar finalizado em 2026, ao passo que Ming-Chi Kuo adianta que o preço deste equipamento deve situar-se entre os 2000 e os 2500 euros, levando-o a entrar para o topo dos iPhone mais caros.

Este modelo vai ter um ecrã preparado para não mostrar a dobra na parte central, como acontece com os dobráveis em formato de livro (como o Samsung Z Fold ou Honor Magic V3) e deve ter, entre os primeiros clientes, os fãs mais leais da marca devido ao posicionamento mais premium. Para comparação, o iPhone 16 Pro Max tem preços a partir dos 1499 euros.

Ainda sob a forma de rumores, com o ecrã dobrado o iPhone deve ter uma espessura entre os 9 e os 9,5 mm e quando aberto fica-se pelos 4,5 e os 4,8 mm. O ecrã aberto deve medir 7,8 polegadas, enquanto o telefone estiver dobrado deverá ter um ecrã de 5,5 polegadas.

A aposta em diferentes ecrãs e a possibilidade de executar várias tarefas em simultâneo devem ser capitalizadas ao máximo com a Inteligência Artificial, esperando-se que a Apple posicione o novo iPhone como tirando verdadeiramente partido destas capacidades.

Para lidar com a redução da espessura necessária, a Apple deve optar pelo Touch ID num botão lateral, em vez de integrar o Face ID para autenticação.

Sobre datas, ainda em especulação, as configurações finais devem ficar decididas no segundo trimestre de 2025, com o projeto a arrancar formalmente no terceiro trimestre e a produção em massa a começar no quatro trimestre de 2026.

Palavras-chave:

Andávamos com este menino debaixo de olho desde que nos foi apresentado num evento em Londres. Nesse primeiro contacto, a leveza e elegância do Zenbook A14 fez-nos lembrar um MacBook Air. Com uma diferença apreciável: o preço é mais reduzido. Foi, portanto, com natural expetativa que lhe deitámos a mão e fizemos dele o nosso portátil do quotidiano durante duas semanas.

Mas ainda antes de pegarmos no Zenbook A14, há algo que salta à vista: as opções cromáticas. É que a Asus disponibiliza este portátil em cinzento (segundo a marca, inspirado nos tons naturais das montanhas e rios da Islândia) ou bege (que reflete os tons quentes e ensolarados das terras áridas). Truques de marketing à parte, gostámos do bege que recebemos para análise, pois consegue ser uma cor diferenciadora e, ainda assim, suficientemente discreta para se enquadrar bem em qualquer reunião de trabalho com executivos de topo.

Mimo na ponta dos dedos

O design é minimalista e o chassis destaca-se pelo recurso a um material batizado de Ceraluminum. Como o nome indica, é uma liga que mescla as capacidades de resistência aos riscos da cerâmica com a durabilidade do alumínio. A capacidade anti-desgaste e anti-manchas conferem-lhe igualmente uma durabilidade considerável a longo prazo.

Asus Zenbook A14
As arestas arredondadas e o toque suave do Ceraluminum contribuem para que o A14 seja confortável na mão

Ao primeiro toque, não tem o impacto premium do metal, mas acabou por nos ir conquistando com o passar do tempo, até porque, como o processo de produção do material envolve a passagem de corrente elétrica durante o banho mineral, o padrão de cada máquina acaba por ser único. E, acima de tudo, é incrivelmente leve. Um portátil de 14 polegadas que pesa menos de um quilo é um feito digno de realce. E a espessura fica abaixo dos 16 mm.

Um pormenor que apreciámos bastante é a ligeira e discreta concavidade no centro da tampa que, conjugada com o design da dobradiça, permite abrir o portátil com apenas um dedo e sem esforço – e isto sem que o ecrã fique a abanar.

Depois de aberto, deparamo-nos com um teclado ErgoSense, cujos 19,05 mm de dimensão são os mesmos de um teclado de secretária. Isto torna a digitação mais confortável e os 1,3 mm de navegação longa das teclas dão mais uma boa ajuda para escrever sem ter de fazer demasiada força. Só gostávamos que as capas das teclas côncavas (de 0,1 mm) fossem um pouco mais pronunciadas. Apesar disso, é um dos nossos teclados preferidos dos últimos tempos. A retroiluminação de três níveis é potente e são disponibilizadas diversas teclas de atalho na fila superior (várias multimédia e até uma para emoji – sinal dos tempos…).

O touchpad tem uma dimensão considerável e quase que toca no teclado. O revestimento hidrofóbico proporciona um toque suave e é surpreendentemente pouco ruidoso, sendo que isto deve-se ao recurso a uma folha de interruptor com cúpula silenciosa para reduzir a força de impacto da pressão. Ainda assim, pareceu-nos um pouco ‘rijo’ nos cliques mais profundos. Mas valorizamos bastante os atalhos na lateral do touchpad que permitem ajustar rapidamente a intensidade do brilho do ecrã ou o volume.

Como é apanágio da Asus, a conectividade não foi negligenciada. As duas portas USB 4 Tipo-C suportam fornecimento de energia e permitem até 40 Gbps de velocidade de transferência de dados. A elas junta-se uma USB 3.2 Gen 2 Tipo-A (a única na lateral direita), uma HDMI 2.1 e a ‘velhinha’ (e valorizada) ficha de áudio.

Números no papel vs comportamento na realidade

A nível de hardware, o grande destaque deste Zenbook é a opção por um processador da Qualcomm, em detrimento das mais clássicas Intel ou AMD. Em termos de benchmarks puros, os valores podem não ser tão elevados como os de máquinas concorrentes equipadas com CPU de outros fabricantes, mas, em termos de performance para as tarefas do quotidiano, o Snapdragon X permitiu sempre trabalhar com uma fluidez apreciável. O único reparo que podemos fazer é que nos primeiros dias tivemos de forçar o reiniciar várias vezes, pois as naturais inúmeras atualizações de software (sistema operativo e aplicações) que decorriam em segundo plano fizeram com que o A14 não conseguisse sair do estado de hibernação. Findos todos os updates, a questão não ressurgiu.

Este não é, claramente, um portátil adequado para jogos. Não estávamos a contar que fosse, mas, ainda assim, esperávamos um desempenho um pouco melhor do GPU Adreno X1-45. Por outro lado, a autonomia é um ponto forte. Claro que o rendimento da bateria de 70 WHrs está intimamente ligado ao estilo de utilização, mas, no nosso caso, conseguimos praticamente dois dias de trabalho sem ter de ligar o cabo de alimentação. E há ainda tecnologia de carregamento rápido. Segundo as contas da Asus, é possível recuperar 60% da bateria em 49 minutos.

Asus Zenbook A14
A Asus oferece uma capa para ajudar no transporte. Algo já muito facilitado pelos escassos 980 g de peso

Outro ponto que nos chamou a atenção foi a eficácia do sistema de dissipação, composto por um heatpipe e duas ventoinhas de alumínio. Nunca demos por um aquecimento excessivo e o silêncio surpreendeu, mesmo no modo Padrão (era o modo Sussurro que vinha ativado por predefinição).

Assistência Inteligente

O Zenbook A14 é oficialmente um Copilot+ PC. Isto significa que integra um motor de Inteligência Artificial que visa impulsionar a produtividade. Um bom exemplo prático disso – além da tecla de atalho dedicada à aplicação Copilot da Microsoft – é a funcionalidade Cocreator no Paint, em que, à medida que se desenha, são sugeridos elementos artísticos personalizados. Surpreendentemente viciante para quem sempre foi um inepto do desenho. Refira-se ainda que a Asus disponibiliza algumas aplicações de marca própria. Entre elas, destacamos a GlideX, que permite partilhar ecrãs entre dispositivos, e a ScreenXpert, para ajudar a gerir janelas de aplicações em todos os ecrãs ligados para um fluxo de trabalho mais fluído.

Olhos, ouvidos, veredicto

Nem precisávamos de consultar a ficha técnica para adivinhar que o Zenbook A14 vem equipado com um painel OLED. As cores fortes e o contraste apurado já eram um claro indicador disso. Mas os muitos reflexos também. No cômputo geral, porém, é um bom ecrã de 14 polegadas para trabalhar e ver uma série ou filme. A resolução é ligeiramente superior ao Full HD (1920×1200, neste caso), embora a taxa de atualização de 60 Hz nos pareça ‘curta’ para um ultraportátil de 2025.

No campo do áudio, este Zenbook conta com altifalantes duplos supra-lineares. É capaz de atingir um volume muito elevado, mas nota-se o predomínio dos agudos sobre os graves. Não é, portanto, o ideal para os puristas da música, mas cumpre perfeitamente os requisitos básicos para uma sessão de streaming numa Netflix (ou similar) e até para videochamadas de cariz mais profissional.

Asus Zenbook A14

Já que falamos em videochamadas, há que realçar que a webcam pode chegar aos 1080 p a 30 fotogramas por segundo (fps) com um rácio de 16:9. Sentimos falta de algum detalhe e a imagem pode ficar comprometida em situações com uma iluminação mais desafiante. Mas não deverá sentir problemas em chamadas ‘normais’ durante o dia em espaços abertos.

Em síntese, o A14 foi-nos apaixonando gradualmente. Quanto mais o usámos, mais fãs ficámos. A arquitetura ARM e o processador Snapdragon ainda têm algumas limitações de desempenho em ambiente Windows para quem for um utilizador mais avançado, mas a verdade é que ficámos plenamente satisfeitos com a performance quotidiana. O Ceraluminum é uma aposta ganha – suave ao toque sem abdicar da robustez – e faz deste Zenbook um peso-pluma dono de uma autonomia impressionante.

Em resumo, leve e elegante, este Zenbook A14 é um ultraportátil para quem se desloca com frequência, valoriza a autonomia e não quer abdicar de um ecrã de 14 polegadas

Tome Nota
Asus Zenbook A14 UX3407Q | €1299
asus.com/pt

Benchmarks Cinebench R23: Single core – 973 / Multi core – 5656 * 3D Mark: CPU Profile – Max threads – 5634 / Night Raid – 16754 / Steel Nomad Light – 1127 * Final Fantasy XV (Standard quality, 1920×1080) – 1518

Jogos Fraco
Produtividade Muito bom
Criatividade Fraco
Autonomia Excelente

Características Ecrã OLED 14″ WUXGA (1920×1200, 60 Hz, 600 nits, HDR)) * CPU Snapdragon X – X126100 – Qualcomm Oryon * GPU Qualcomm Adreno X1-45 * 32 GB RAM LPDDR5 * SSD 512 GB * USB 3.2 Gen 2 Tipo-A, 2x USB 4.0 Gen 3 Type-C, HDMI 2.1, jack de 3,5mm * Wi-Fi 6E, Bluetooth 5.3 * Webcam FHD 1080p * Bateria de 70 WHrs * Windows 11 Home * 310,7×213,9×15,9 mm * 980 g

Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 4

Global: 3,8

“São todos iguais”, “este rouba, mas ao menos faz”, “só querem é tachos”, “é preciso dizer umas verdades”, “só quem não trabalha é que tem tudo de mão beijada, a mim nunca me deram nada”, “já não se pode dizer nada”, “isto só lá vai com um Salazar em cada esquina”, “este país não se governa nem de deixa governar”.

“É preciso estabilidade política”, “se o País não cresce, nunca vai ser possível aumentar salários”, “os portugueses não querem eleições”, “não se pode dar tudo a todos”, “é preciso chamar os técnicos, afastar os políticos”, “vamos nomear uma comissão independente, um grupo de trabalho, chamar a sociedade civil”, “ele é bom porque é independente, não veio dos partidos”.

Estas frases soam familiares? Quantas vezes as ouvimos todos já no café do bairro, na banca de hortaliças no mercado, no restaurante mais caro, na caixa de comentários do jornal ou no Twitter, numa conferência ou num estúdio de televisão, num táxi ou à porta da escola dos miúdos?

Todas estas frases, de uma maneira mais polida ou mais boçal, traduzem o mesmo sentimento: uma enorme impotência. São frases que nos dizem que não há nada a fazer, porque não há alternativa. São frases que nos põem no nosso lugar, no lugar dos que se indignam, mas não têm força para mudar nada. São frases que mostram que precisamos de um ser iluminado, de um técnico, de um especialista, de um D. Sebastião. São frases que nos dizem para desistir, porque nunca faremos a diferença. São frases de quem já nada espera ou de quem acha que a única coisa que tem a fazer é esperar.

Frases como esta andam por aí há muitos anos. Acho que as ouvi toda a minha vida e já não vou para nova. Mas cada vez se repetem mais, como um muro que se ergue à nossa frente. Elas ganham a força que nós vamos perdendo.

São frases perigosas porque, cada uma à sua maneira, ajudam a que olhemos para a democracia como um instrumento obsoleto. Ouvi, esta semana na rádio, um ouvinte desiludido sentenciar por fim: “O povo português não tem maturidade para viver em democracia”.

Eu entendo o ouvinte. Depois de muitos anos a levar com estas frases, ele conclui que faz parte de um povo que não tem as qualificações mínimas para exercer o direito à sua autodeterminação. Já não é só a democracia que tem falhas (porque as tem), somos nós que não estamos à altura dela. Somos politicamente desqualificados.

Quem já tenha lido sobre o que passou na Primeira República sabe o quanto, a dada altura, os jornais se encheram de artigos a glorificar a ditadura. E não faltam razões para o fazer.

Nada é mais estável do que uma ditadura. Sob uma ditadura, não há crises políticas nem escândalos. Não é porque não estejam uns quantos a roubar e a ser corrompidos (sabemos bem que é o regime mais corrupto de todos), mas nunca saberemos ao certo quem nem como e seguramente não seremos incomodados com notícias sobre corrupção, nepotismo e tráfico de influências. Haverá corrupção, nepotismo e tráfico de influências, mas não se escreverá uma linha sobre isso nem se abrirá um processo, a menos que os crimes tenham sido cometidos por quem já não interessa ao regime e, nesse caso, também nunca saberemos se os acusados são ou não culpados, porque também deixará de haver julgamentos justos.

Imaginem o sossego! Acabam-se as notícias sobre casos, casinhos e megaprocessos. Acabam-se mesmo as notícias. A não ser aquelas que sirvam para exaltar as virtudes do ditador e do seu regime. Uma limpeza! Acaba-se com aqueles jornalistas ofegantes e comentadores maledicentes. Ninguém faz perguntas e ninguém chateia. Claro que se formos vítimas de uma injustiça nos vai custar talvez um pouco não a poder denunciar. Mas quem se importa com isso? Temos sempre o Tik Tok e o Instagram e o X  e o Facebook, que lá falamos sem filtros. Ou será que não? Será que nos podem apagar comentários, bloquear a conta, tornar-nos invisíveis manipulando o algoritmo?

Não importa. Ao menos vai tudo a eito. Limpamos o pântano. Cortamos a direito com uma motosserra. E nós, os nacionais puros, os trabalhadores, os que não temem porque não devem, teremos tudo aquilo de que precisamos. Ou será que não? Como faremos se o plafond do seguro acabar quando nos chega o cancro? Como conseguiremos viver na velhice se alguém declarar que a Segurança Social é um Esquema de Ponzi? Como estudarão os nossos filhos se os preços dos colégios dispararem por já não haver escola pública?

E isso que importa? Viverão os mais fortes. E quem são os mais fortes? Somos nós, os vencedores. Aqueles que agora vivem tolhidos pelo inconveniente da crise política, que só não ascendem aos píncaros da fortuna porque são obrigados a pagar impostos, os que têm de levar com a maçada de votar.

Que chatice que é votar. Para que é que querem saber a nossa opinião? Que esbulho que é pagar impostos! Quem é que pode achar boa ideia contribuir com uma parte do seu trabalho para que todos possam ter acesso a saúde, educação, justiça, pontes e estradas. Mas se tudo isso falha, estamos a pagar para quê? Sim, falhará alguma coisa por agora, mas podemos dizer que falha sempre? E daquela vez em que a nossa mãe foi assistida por ter um cancro? E quando precisámos de recorrer ao centro de saúde ou à escola? Bem, não interessa. Havemos de ser dos que prosperam e não precisam do Estado para nada. E se não formos, é porque somos uns falhados e merecemos morrer.

E morrer, já se sabe, tem pelo menos uma enorme vantagem: não precisamos de ir votar.

A emergência tem, muitas vezes, um efeito aglutinador, capaz de fazer esbater as diferenças, de reunir adversários e agregar todos num objetivo comum. Ao fim de mês e meio de presidência de Donald Trump, da sua reaproximação a Vladimir Putin, e após a cena surrealista e humilhante vivida, há uma semana, por Volodomyr Zelensky na Sala Oval, os líderes europeus perceberam que estão mesmo perante uma emergência. E, sem perderem tempo, conseguiram forjar uma inédita coesão com vista à reconstrução de uma potência militar no espaço europeu, capaz de se libertar do escudo protetor dos EUA e, em simultâneo, poder enfrentar frontalmente a ameaça russa
Desta vez, ao contrário do que sucedeu em vários momentos da União Europeia, tudo indica que não estamos apenas perante uma declaração de intenções ou de uma declaração ruidosa, mas que acaba por terminar em mais uma regulamentação burocrática e tantas vezes inócua. Agora, parece que estamos mesmo a assistir a uma verdadeira revolução no espaço europeu e, porventura, ao início de uma nova era.  
Os sinais estão à vista: depois de décadas a pugnar pela paz e pelo desarmamento, a Europa muda o seu paradigma. A ordem agora é só uma: mais e mais armas. Usar todo o dinheiro possível para remodelar e reforçar a indústria de defesa. Com uma rara unidade que, até há poucas semanas, parecia impossível, mas que, neste momento é partilhada pelos líderes da Alemanha e de França, da Polónia e de Itália, passando por Espanha e quase todos os outros, com a óbvia e cínica exceção da Hungria, de Viktor Orban.

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Voz das bandas Sean Riley & The Slowriders e Keep Razors Sharp, Afonso Rodrigues acabou de lançar o registo de estreia em nome próprio, “um álbum de indagações, autodescoberta e nostalgia”, que tem como novidade o facto de ser totalmente escrito e cantado em português.

A ideia começou a tomar forma durante os confinamentos, mas foi só depois de uma viagem ao continente africano, já em 2022, que Afonso decidiu transformar os seus escritos em música, finalmente materializada neste disco, inspirado pelas imagens, realizações e memórias do seu autor.

Agora, é tempo de a apresentar ao vivo, primeiro em Lisboa (já nesta sexta, 7, e no sábado, 8), depois no Porto, a 15, e ainda em Leiria, sua cidade natal, a 21, num concerto integrado no festival Clap Your Hands. A VISÃO falou com Afonso Rodrigues.

Como é que surge o português nas suas canções e porquê agora?

Escrever em português é um desejo antigo, praticamente tão antigo como as primeiras canções em inglês. Foi preciso encontrar tempo, inspiração e uma “voz” que sentisse que tinha algum interesse e verdade para mim. Estes fatores começaram a alinhar-se no início de 2020 e desde então, nos bastidores, tenho estado a trabalhar de forma mais ou menos regular no que viria a ser este disco. 

O que é que o português lhe permite dizer que o inglês não permitia?

É uma pergunta interessante… Penso que o inglês permite dizer tudo o que se possa querer dizer em português. Acho é que a mesma ideia, imagem, o mesmo sentimento, emoção, o que for, é “traduzido” de uma forma muito diferente pelas palavras. Tudo é diferente: métrica, musicalidade, exposição, profundidade, tudo. Uma das razões pelas quais tenho estado tão interessado em escrever em português é precisamente essa. É tudo diferente e novo, requer aprendizagem e reflexão, e estar perante esse desafio é excitante. 

Como é que o processo de composição mudou a partir do momento em que começou a pensar a música noutro idioma?

O que mudou imediatamente foi ter de encontrar o meu lugar na escrita em português. Essa procura ou interrogação já não acontecia na escrita em inglês há muito tempo. Foi preciso encontrar primeiro o caminho por onde queria ir antes de poder trilhá-lo. No início, houve uma preocupação consciente em analisar o que estava a fazer, se isso fazia ou não sentido para mim. Nesse aspeto, a composição partiu logo de um sítio muito diferente em comparação com outros discos que tenho feito. 

Foi por isso que assinou o disco com o seu nome verdadeiro e não através de um alter ego ou de uma banda?

Na criação deste disco esteve sempre presente uma ideia de apresentar a minha música de uma forma mais despida. Sem bandas, sem alter egos, sem línguas estrangeiras. De certa forma, sem muitos ornamentos nem maquilhagem. À medida que ia somando canções, e tendo cada vez mais  uma noção clara do que iria ser o álbum, mais me fazia sentido a ideia de que só poderia apresentá-lo em meu nome.

Como vai ser este espetáculo, apenas centrado no novo disco ou haverá tempo e espaço para visitar outros momentos da sua carreira?

O espetáculo vai ser a apresentação deste disco, com a inclusão de alguns originais inéditos e versões de canções em português de que gosto. Nunca me fez sentido misturar repertório dos meus outros projetos ou discos cantados em inglês. Isto é uma coisa totalmente diferente, que tem vida própria, e que, pelo menos para mim, não faz sentido misturar com nada do que fiz antes.

Teatro da Garagem > Costa do Castelo, 75, Lisboa > 7-8 mar, sex-sáb 21h > €10,70 a €16,05 > Passos Manuel > R. de Passos Manuel, 137, Porto > 15 mar, sáb 21h > €15 > Teatro Miguel Franco > R. Dr. Correia Mateus, Leiria > 21 mar, sex 21h > €8,05

Circulando, o deslumbramento é inevitável. A pala com cem metros de comprimento que acompanha toda a fachada sul do edifício, o novo jardim que irrompe pelas enormes janelas. O projeto do arquiteto japonês Kengo Kuma e do libanês Vladimir Djurovic para a renovação do CAM – Centro de Arte Moderna da Gulbenkian mereceu aliás um prémio: é o Edifício do Ano 2025, na categoria de Arquitetura Cultural, atribuído pela ArchDaily.

No dia que por lá passámos, o nosso propósito era outro. De quinta a sábado, a partir das 19h30, a cafetaria que serve o CAM e os seus visitantes transforma-se num restaurante, sob a batuta do chefe André Magalhães. Mais, ao sábado as exposições estão abertas até às 21 horas.

A Mesa do CAM serve jantares de quinta a sábado, com um menu à carta, vinhos de baixa intervenção e uma carta de snacks. Foto: Hayley Kelsing

O restaurante deve o seu nome à grande mesa desenhada também por Kengo Kuma, que se desdobra em inúmeras pequenas mesas. André Magalhães desligou-se da Taberna da Rua das Flores e da Antiga Camponesa para se dedicar a este projeto, em parceria com Pedro Franca Pinto, dono do Craveiral Farmhouse, a poucos quilómetros da Zambujeira do Mar.

É de lá que vêm alguns dos legumes, frutos e ervas aromáticas que servem em Lisboa. O que não produzem na sua época é comprado a pequenos produtores (outro dos parceiros é o Papafigos Bio, na zona do Cartaxo), assim como a carne, os queijos e os enchidos. O peixe vem direto de várias lotas.

Faz sentido, tendo em conta as linhas que orientam este novo CAM: um edifício sustentável do ponto de vista energético, onde se estudam soluções para diminuir a pegada ecológica e poupar os recursos. “Estabelecer um diálogo entre o museu e o restaurante funciona através desse trabalho de proximidade com os produtores, seguindo o que a terra dá a cada mês”, afirma André Magalhães. “Isso também se vê no paisagismo da Gulbenkian, no que eles plantam, nos canteiros que vão mudando a cada estação.”

Cozinha sem desperdício

Com um menu à carta, a ideia é partilhar o que vai chegando na bonita louça da Studioneves. Ao som de vários êxitos da bossa nova, o ritmo escolhido naquela noite, começamos pelo pão de massa mãe com manteiga de ovelha batida, uma espécie de couvert que servem sempre. E prosseguimos com o alho-francês grelhado com avelãs e queijo azul da Ortodoxo. Desta queijaria artesanal em Azeitão chega também o coração de burrata com marmelo, pickles de raiz de aipo e rebentos de grelos de nabo.

Coração de burrata com marmelo, pickles de raiz de aipo e rebentos de grelos de nabo. Foto: Hayley Kelsing

Na enorme cozinha, que fica na cave, tudo é aproveitado (raízes, talos, folhas, aparas…) e transformado (em recheios, caldos, pickles ou molhos). Também não fazem lixo que não seja orgânico, diz André Magalhães, para explicar que este é guardado numa câmara fria (para não fermentar), voltando para o Craveiral em carros elétricos, para ser convertido em fertilizante natural para a terra.

Nessa mesma cozinha, dá-se liberdade criativa para combinar ingredientes de várias regiões e espaço para que as pessoas interpretem o que está no prato: experimente-se o delicioso aipo cozinhado no forno e grelhado, puré do mesmo e crumble de alfarroba num caldo de cebola apurado durante horas. Ou o xerém algarvio com uma carne de porco dos Beloteiros (produtor alentejano de carne e enchidos de fumeiro em Arronches), conjugado com um molho de barbecue de ameixas, fruto da produção excedente do ano passado. A acompanhar tudo isto um branco Vicentino, da casta Sauvignon Blanc plantada na vinha mais oceânica do parque do Sudoeste Alentejano.

O gatnabour, receita de arroz-doce arménio, é uma homenagem a Calouste Gulbenkian. Foto: Hayley Kelsing

Além do menu à carta, em que constam também sobremesas (o gatnabour, nome para o arroz-doce arménio, é uma homenagem a Calouste Gulbenkian), A Mesa do CAM tem um menu de snacks que se podem acompanhar com um dos vinhos de baixa intervenção. À escolha, há por exemplo arancini de cogumelos com queijo azul, brioche com rosbife e dijonnaise, cogumelos silvestres grelhados com molho de fermento fresco e salsa, pickles de raízes do Craveiral, manteiga tostada e molho barbecue de ameixa.

Olhando pela janela rasgada de cima a baixo, André Magalhães diz que o restaurante está a crescer ao ritmo do jardim. “Há uns meses, isto era um estaleiro de obras.” No futuro, desejam estabelecer um diálogo ainda mais próximo entre o entorno do edifício e a cozinha da Mesa do CAM.

A Mesa do CAM > R. Dr. Nicolau Bettencourt, Lisboa > cafetaria: seg, qua e dom 10h-18h, qui-sex 10h-18h, 19h30-23h, sáb 10h-23h, jantares: qui-sáb 19h30-23h

No âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de março, a Pordata divulgou um perfil da mulher em Portugal em que apresenta um conjunto de indicadores que permitem caracterizar o papel da mulher no País, em comparação com a União Europeia (UE). Com base em dados estatísticos da Fundação Manuel dos Santos, o documento aborda temas como a natalidade, o nível de escolaridade, as oportunidades no mercado de trabalho e o caminho para paridade de género, estilos de vida e condições de saúde.

A maioria da população portuguesa é feminina

De acordo com a análise dos dados, Portugal tem uma população predominantemente feminina (52%) – com 55,5 milhões de mulheres -, colocando o país em 4º lugar entre os Estados-membros da União Europeia com menor número de homens por cada 100 mulheres – 92 homens por cada 100 mulheres.

Este fator aumenta gradualmente ao longo dos escalões etários: se nas idades mais novas há mais meninos do que meninas, a proporção inverte-se e aumenta gradualmente na faixa etária dos 70-74 anos (54,4%) e, a partir dos 100 anos, há 4 vezes mais mulheres do que homens.  

Odemira é o município do País onde existe um maior rácio de homens por mulheres – 132 homens para cada 100 mulheres. Já em Porto Moniz, na Madeira, existem 79 homens para cada 100 mulheres. Verifica-se ainda que residem, em Portugal, quase meio milhão de mulheres de nacionalidade estrangeira. 

Idade para ter o primeiro filho aumentou

Relativamente à maternidade, é percetível que as mulheres portuguesas têm vindo optar por serem mães pela primeira vez mais tarde, com a idade do primeiro filho a ultrapassar os 30 anos. Portugal é agora o 6º país entre os 27 Estados-membros em que as mulheres são mães pela primeira vez mais tarde – tendo o País subindo 4 posições no ranking em apenas duas décadas.

Verifica-se ainda um aumento significativo da taxa de fecundidade nas faixas etárias mais avançadas – entre os 40 e os 49 anos – que quase duplicou nos últimos 10 anos, passando de 9,08 bebés por 1000 mulheres, em 2013, para 16,91 bebés por mil mulheres, em 2023. Por outro lado, as gravidezes na adolescência diminuíram.

As estruturas familiares também têm vindo a sofrer muitas mudanças nas últimas décadas. Em 2023, mais de metade dos bebés nascidos (60%) eram filhos de pais não casados e 17% nasceram em famílias onde já existiam meios-irmãos. No mesmo ano, realizaram-se 1009 casamentos entre pessoas do mesmo sexo, entre as quais 46% foram entre mulheres.

Mulheres têm uma maior presença no ensino superior

Portugal está ainda entre os países da União Europeia com menos jovens mulheres “nem-nem” – um termo utilizado para designar a população jovem, entre os 15 e os 29 anos, que não estudam nem trabalham. O País encontra-se em 5º lugar do ranking com 8,9%, abaixo da média europeia, de 12,4%.

As mulheres em Portugal destacam-se ainda pela menor taxa de abandono escolar e maior presença no ensino superior em comparação com os homens. “Entre os 25 e os 64 anos, 34% das mulheres concluíram a licenciatura, em contraste com 25% dos homens. Essa diferença torna-se ainda mais evidente na faixa etária dos 25 aos 34 anos – 48% das mulheres possuem um diploma universitário, em comparação com 35% dos homens”, pode ler-se no estudo.

Contudo, e apesar de existirem mais mulheres com formação superior, os homens ainda predominam em duas das três áreas STEM – sigla inglesa para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática – em que os salários tendem a ser mais altos. Por exemplo, no setor das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), existe apenas uma mulher em cada cinco diplomados. Já na área da Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção, apenas um terço das pessoas com diploma superior são do sexo feminino. As mulheres só estão em maioria na área de Ciências Naturais, Matemática e Estatística.

A participação feminina no mercado de trabalho é das mais elevadas da europa

No mercado de trabalho, Portugal destaca-se por ter uma das participações femininas mais elevadas da União Europeia, com 84% das mulheres – entre os 25 e os 54 anos – a trabalhar. O País está no 4.º lugar do ranking e muito acima da média da União Europeia, de 77%.

“As mulheres marcam grande presença no mercado de trabalho e fazem-no, essencialmente, a tempo inteiro ao contrário do que sucede com as mulheres noutros países europeus”, lê-se no perfil. Em Portugal, cerca de 10% das mulheres estão empregadas em regime de trabalho a tempo inteiro. Já na Áustria ou nos Países Baixos, mais de metade das mulheres empregadas trabalham em regime part time.  

No entanto, 17,7% das mulheres em Portugal – quase uma em cada cinco – possui um contrato de trabalho temporário e a insegurança no emprego, especialmente entre as trabalhadoras por conta de outrem, aumenta. Cerca de 28 % das mulheres entre os 25 e os 34 anos têm contrato de trabalho a prazo. Já nas mulheres de nacionalidade estrangeira, 43,5% possuem este tipo de contrato.

Mulheres recebem menos 16% que os homens

O perfil da Pordata revela ainda uma disparidade salarial entre homens e mulheres em todas as profissões. Em Portugal as mulheres ganham, em média, menos 16% do que os homens, com uma diferença de 238€ no ganho médio mensal. Uma diferença que aumenta com a progressão na carreira e chega mesmo a atingir os 26% nos cargos de topo – o equivalente a menos 760€ por mês para as mulheres.

“A presença feminina em cargos de liderança ainda é significativamente inferior à dos homens. Embora tenha havido avanços na última década, as mulheres continuam a representar apenas uma pequena fatia dessas posições”, refere o perfil que coloca Portugal em 22º lugar entre os países da União Europeia. Nos órgãos de decisão das empresas, em 2023, havia menos de uma mulher para cada quatro homens (17%) em cargos seniores. “Mesmo com maior nível de escolaridade em relação aos homens, as mulheres continuam a enfrentar vulnerabilidades laborais, segregação de género em determinadas profissões e a sofrer uma persistente disparidade salarial que as desfavorece”, acrescenta o documento.

Ademais, em 2023, 49% das mulheres empregadas trabalhavam em três das categorias de profissões com remunerações mais baixas: “Trabalhadores não qualificados”, “Pessoal administrativo” e “Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores por conta de outrem”.

Risco de pobreza é mais elevado nas mulheres

De acordo com o perfil, as mulheres em Portugal são mais vulneráveis ao risco de pobreza que, no geral, é 2,2 pontos percentuais mais elevado do que nos homens . Esta desigualdade é sobretudo visível nas mulheres com 65 anos ou mais – onde a diferença ultrapassa os 5 pontos percentuais – e nas famílias monoparentais. “Na prática, isso significa que quase uma em cada quatro mulheres com 65 anos ou mais se encontra em risco de pobreza”, lê-se.

Já na saúde, o perfil revela que as mulheres tendem a viver mais do que os homens. Por exemplo, em 2023, uma mulher de 65 anos ainda tinha, em média, 21,1 anos de vida, mais três anos em comparação com os homens. Estes números podem ser explicados pelas menores taxas de mortalidade nas mulheres: por cada 100 mulheres com idades entre os 70 e os 74 anos, registou-se apenas 1 óbito, em 2023.

Estes dados não significam, contudo, que as mulheres vivam com mais saúde, dado que, após os 65 anos, as mulheres podem esperar viver, em média, 7,3 anos sem problemas de saúde. Já os homens desfrutam ainda de 8,6 anos de vida saudável.

Relativamente à prática desportiva, observa-se que, desde 2003, houve um aumento do número absoluto de mulheres federadas: de 70 mil para mais de 240 mil.

Emigração

Os dados reunidos pela Pordata referem ainda que Portugal é o 3º país da União Europeia com mais baixa taxa de emigração de mulheres. Em 2022, cerca de 2 em cada mil mulheres residentes em Portugal emigraram – face a 4 em cada mil entre os homens. Dados que estão em concordância com a maioria dos países europeus, onde os homens emigram mais do que as mulheres.

A data foi confirmada à Lusa por fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República, que adiantou ainda que José Pedro Aguiar-Branco consultou os partidos e teve a concordância de todos para que o debate da moção de confiança decorra na próxima terça-feira, a partir das 15h00.

O Conselho de Ministros reuniu-se por via eletrónica hoje de manhã e aprovou o texto da moção de confiança que será entregue no parlamento, anunciou o Governo.

O primeiro-ministro anunciou na quarta-feira que o Governo avançará com a proposta de uma moção de confiança ao executivo pelo parlamento, “não tendo ficado claro” que os partidos dão ao executivo condições para continuar.

Tal como na primeira aprovação do decreto por Marcelo Rebelo de Sousa, a 17 de janeiro, votaram a favor da reposição das freguesias o PSD, o PS, o PCP, o Livre, o BE, o PAN e o CDS-PP. Votaram contra os deputados da IL e os do Chega (que em janeiro tinha optado pela abstenção).

O Presidente da República vetou o decreto de reposição das 302 freguesias, manifestando dúvidas sobre a transparência do processo e a capacidade de aplicação do novo mapa a tempo das próximas eleições autárquicas, previstas para o final de setembro ou início de outubro.

Com a confirmação do diploma pelo parlamento, o chefe de Estado terá de promulgar a reposição de freguesias no prazo de oito dias a contar da data da sua receção.