A medida, que terá apenas de ser aprovada pelo Conselho da UE por maioria qualificada, prevê a aplicação de taxas alfandegárias que, em alguns tipos de trigo, passam de zero a 95 euros por tonelada, e noutros produtos, como as oleaginosas, acrescentam um valor de 50% (taxa ‘ad valorem’), e será aplicada com efeito imediato.

Com esta proposta, o executivo comunitário tenciona ainda combater a venda de produtos roubados, nomeadamente no território ucraniano ocupado pela Rússia.

Estas tarifas, explicou fonte comunitária, são as que já vigoram para importações de países terceiros e aumentam os direitos aduaneiros em bens que beneficiavam de tarifa zero ou muito reduzidas, consoante as necessidades do mercado.

A introdução destes custos, considerou a mesma fonte, “terá impacto nos rendimentos da Rússia, pois trava-lhe o acesso a um grande mercado”, mas não se prevê que resulte num aumento dos preços no mercado da UE.

Em 2023, a Rússia exportou 4,2 milhões de cereais, oleaginosas e produtos derivados, no valor de 1,3 mil milhões de euros.

Por seu lado, a Bielorrússia vendeu 610 mil toneladas dos produtos em causa, somando 246 milhões de euros.

Minsk é visada na proposta devido à sua proximidade à Rússia, para evitar a evasão das taxas e tarifas.

No total, a UE importou, no ano passado, 37,2 milhões de toneladas de cereais e 39,1 milhões de toneladas de derivados de oleaginosas.

Os preços deste produtos agrícolas têm descido desde o segundo semestre de 2022, depois dos preços recorde atingidos após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.

Os produtos em trânsito pela UE e destinados a outros mercados não serão afetados pelo aumento das taxas.

IG // APN

Em comunicado, a AMN lembra que nesta época do ano ainda é um mar de inverno e apresenta um risco elevado devido aos efeitos da agitação marítima.

O mar, alerta a AMN, apresenta também a “sua morfologia alterada pelo efeito da ondulação forte que se verifica normalmente neste período do ano, criando nas praias zonas de fundões, declives acentuados, remoinhos e agueiros que não se encontram sinalizados nesta altura do ano”.

Recorda igualmente que a maioria das praias não se encontra vigiada nesta altura do ano, isto é, não têm o dispositivo de segurança balnear.

Por isso, alerta a AMN, “a resposta a uma situação de socorro poderá ser demorada, pelo que a população deverá ter um comportamento adequado e responsável, não se colocando em situações de risco”.

Face à possível afluência junto das praias, a AMN recomenda vigiar permanentemente as crianças, evitar comportamentos de risco, não se aproximando da água ou caminhar na areia molhada, não virar as costas ao mar e estar sempre a uma distância de segurança em relação à linha de água, evitando ser surpreendido por uma onda.

“Caso testemunhe uma situação de perigo dentro de água, não entrar e pedir ajuda através do 112”, informa ainda a AMN.

O IPMA prevê uma subida da temperatura, que pode chegar aos 30 graus Celsius hoje e no sábado em algumas regiões de Portugal continental. No domingo, a máxima prevista é de 29º em Beja.

DD // SB

De acordo com vários órgãos de comunicação social sul-africanos, a política do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), no poder desde 1994, ter-se-á entregado às autoridades policiais de Pretória na manhã de hoje.

A detenção de Nosiviwe Mapisa-Nqakula foi também anunciada na rede social X (antigo Twitter) pelo líder do partido de oposição Movimento Democrático Unido (UDM), Bantu Holomisa.

“A presidente do Parlamento finalmente foi detida. Ela encontra-se detida na esquadra de Polícia de Pretória. Às 09:00 comparecerá no Tribunal Criminal”, salientou.

Holomisa instou em 2021 a Comissão Permanente Conjunta de Defesa do Parlamento a investigar as alegações de corrupção pública contra a presidente do parlamento sul-africano.

Todavia, contactado pela Lusa, um porta-voz provincial da Polícia Sul-Africana (SAPS), Mavela Masondo, escusou-se a confirmar a detenção da presidente do parlamento na esquadra da polícia de Pretória, remetendo para a Autoridade Nacional de Acusação (NPA, na sigla em inglês), no âmbito do Ministério Público que despoletou esta semana o caso de investigação contra a política do ANC.

De acordo com a imprensa local, Mapisa-Nqakula terá submetido um pedido judicial urgente para impedir a sua detenção, solicitando que fosse intimada para comparecer em tribunal.

Mapisa-Nqakula enfrenta alegações de corrupção na ordem de 2,3 milhões de rands (cerca de 112 mil euros) em alegados subornos de um empreiteiro da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF, na sigla em inglês) quando desempenhou o cargo de ministra da Defesa entre 2012 e 2021, segundo a imprensa sul-africana.

A detenção pelas autoridades ocorre 24 horas depois de a presidente do parlamento sul-africano anunciar que se iria ausentar “imediatamente” do cargo em “licença especial” devido à investigação em curso às alegações de corrupção pública de que é alvo.

Na terça-feira, investigadores da elite policial criminal sul-africana HAWKS, em articulação com o NPA, revistaram a residência de Nosiviwe Mapisa-Nqakula, em Joanesburgo, indicou à imprensa o porta-voz do parlamento Moloto Mothapo.

“A presidente do parlamento defende firmemente a sua forte convicção de inocência e reafirma que não tem nada a esconder. Em linha com isto, ela recebeu os investigadores na sua casa, cooperando plenamente durante a extensa busca que durou mais de cinco horas”, salientou.

Vários partidos políticos apelaram a uma investigação “exaustiva” do caso e à demissão da presidente do parlamento, a cerca de dois meses das eleições gerais em 29 de maio.

“A presidente do parlamento tem que se demitir para manter e sustentar a confiança do público no nosso Parlamento”, declarou Siviwe Gwarube, o líder parlamentar do Aliança Democrática (DA), principal partido na oposição.

O líder do partido de oposição Freedom Front Plus (FF Plus), Pieter Groenewald, considerou esta semana que a presidente do parlamento da África do Sul “deveria afastar-se até que esta investigação seja concluída porque a sua integridade está agora sob investigação e isso reflete-se no Parlamento”.

CYH // VM

 

Palavras-chave:

Em comunicado divulgado hoje, a Guarda Nacional Republicana (GNR) anunciou que os suspeitos foram detidos na localidade de São Teotónio, naquele concelho alentejano, na terça-feira, através do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Odemira.

Os detidos já foram, entretanto, no Tribunal Judicial de Odemira, e dois deles ficaram em prisão preventiva, enquanto o outro saiu em liberdade, mas obrigado a apresentações trissemanais no posto territorial da área de residência, indicou a GNR.

No âmbito de uma investigação pelo crime de tráfico de estupefacientes que “durava há cerca de cinco meses”, os militares da Guarda apuraram que o suspeito visado na mesma “se dedicava à venda direta ao consumidor”.

Na terça-feira passada, as diligências policiais efetuadas incluíram a realização de três buscas a veículos e a execução de dois mandados, um de busca domiciliária e outro de detenção.

A GNR destacou que, além dos três homens detidos, apreendeu as 364 doses de heroína e as duas doses de haxixe, assim como 2.565 euros em numerário, 10 telemóveis, diversa documentação, três viaturas, duas balanças digitais de precisão e diverso material de acondicionamento e embalamento de produto estupefaciente.

A operação contou com o reforço Posto Territorial de São Teotónio, pertencente, tal como o NIC de Odemira, ao Comando Territorial de Beja da GNR.

RRL // MLS

A Asus pegou nos seus dois smartphones mais recentes (Zenfone 10 e ROG Phone 8) e fundiu-nos num novo equipamento. Para quem procura o melhor desempenho, mas sem querer pagar pelos extras para jogos da linha ROG. E para quem quer os pontos fortes do Zenfone 10, como o estabilizador de imagem, mas num formato maior.

Depois de nas últimas duas versões ter apostado em smartphones compactos, com ecrãs de 5,9 polegadas (uma raridade no mercado), agora a Asus também quer captar os utilizadores que não dispensam uma maior área de visualização. E isso faz com que o novo Zenfone seja de facto maior – para os olhos, o que é bom, mas também na mão e no bolso, o que o torna menos ergonómico. No entanto, o tamanho não está muito distante do de um Samsung Galaxy S24 Ultra, por exemplo. Ainda sobre o corpo do smartphone, há no entanto dois reparos a fazer.

O Zenfone 11 Ultra é muito (demasiado?) semelhante ao ROG Phone 8. Apesar de algumas diferenças, como o design mais discreto da traseira, dá-nos a sensação de ‘repetição’ e familiaridade. E neste formato, o módulo da câmara traseira é exagerado e destoa bastante. Também não ficamos totalmente convencidos com a construção do equipamento, com a traseira em plástico a não justificar, de todo, os mil euros que este modelo custa. A Asus precisa de melhorar neste capítulo.

Asus Zenfone 11 Ultra

Uma área na qual já sentimos bem o investimento que fazemos é no desempenho. Mais rápido do que isto, neste momento, não há. Fluidez excelente no arranque de aplicações, troca e utilização de diferentes aplicações (redes sociais, e-mail, mapas, streaming de vídeo, entre outras). Desempenho invejável nos jogos, com pontuações de excelência nos testes e uma performance irrepreensível durante as nossas sessões de jogo. A este respeito, apenas dizer que o smartphone aquece com alguma facilidade ao ponto de se sentir na mão. Toda a ‘velocidade’ fica ainda mais notória quando ativamos o modo de 144 Hz do ecrã, que faz o dispositivo dar um pequeno pulo em termos de sensação de imediatez naquilo que fazemos. E por falar em ecrã, nota muito boa para o painel escolhido: cores fortes, saturadas, excelente nível de brilho. Só gostávamos de ter um pouco mais de resolução.

Fotografia versátil

Apesar de ter o mesmo conjunto de câmaras fotográficas do ROG Phone 8 Pro, arriscamos a dizer que a experiência parece mais afinada neste modelo. A reprodução de cores, contrastes e texturas é muito boa na câmara principal e ficamos muito convencidos pela câmara de telefoto, quer em zoom de x2 e x3 (ótico), entrega resultados muito bons e dá-nos uma amplitude de exploração fotográfica forte, exatamente aquilo que esperamos de um topo de gama.

E apesar de não ser das áreas mais valorizadas, a Asus volta a fazer um brilharete no vídeo: excelente nitidez na captação de vídeo, cuja gravação vai até aos 8K de resolução; excelente estabilizador de imagem, que permite eliminar praticamente todas as vibrações fruto do nosso movimento; e ficamos surpreendidos, pela positiva, com a nova funcionalidade do modo retrato em vídeo, que aplica um efeito de desfoque em tempo real, muito suave e natural, ao cenário de fundo quando estamos a filmar uma pessoa.

Inevitavelmente, a Asus salta para o ‘comboio’ da Inteligência Artificial com algumas funcionalidades. A mais convincente já referimos, o modo retrato aplicado em vídeo. Mas há outras não tão convincentes. O sistema de transcrição analisa o áudio de uma gravação e traduz para texto aquilo que está a ser dito. À semelhança do que já tinha acontecido no Galaxy S24 Ultra, os resultados são assim-assim: há sempre uma grande parte da transcrição que não corresponde exatamente ao que foi dito (e só assim é que uma transcrição é valiosa), mas reconhecemos parte da eficácia do sistema em identificar corretamente a linguagem mais comum e em português.

Outra funcionalidade, a pesquisa semântica, permite pesquisar fotografias por palavras específicas. No entanto, reparámos que a Asus categoriza as imagens por palavras-chave pré-definidas e não é uma pesquisa mesmo contextual. Por exemplo, conseguimos pesquisar por imagens de “flores”, mas se pedirmos “relva”, mesmo que exista relva em algumas imagens, ele já não encontra. E parece-nos que a Asus deixa de fora o maior filão da IA num smartphone, o da edição de fotografia, como já acontece no Pixel 8 Pro ou no Galaxy S24 Ultra. Algo que esperamos, em certa medida, de todos os topos de gama daqui em diante.

Apesar de criar alguns dos smartphones mais poderosos e ‘apetrechados’ do mercado, a Asus consegue sempre o brilharete de ter também os equipamentos duradouros na autonomia. Este Zenfone 11 Ultra cumpre a tradição e conseguiu cerca de 15 horas, no modo desempenho, nos nossos testes, e mais de 23 horas no modo de desempenho equilibrado, o que é excelente e dar-lhe-á para dois dias de utilização sem problemas. 

Há outros extras que apreciamos. Por um lado, a experiência praticamente ‘pura’ do sistema operativo Android e, pela experiência que temos, que traz sempre uma boa quantidade de atualizações de software ao longo do tempo. É resistente a água e poeira, pelo que pode usá-lo sem receios de maior, mesmo em atividades fora de casa.

Por outro lado, o Zenfone 11 Ultra falha naquilo que a Asus sempre fez de melhor: criar smartphones para nichos específicos e que se destacam por algum motivo. Foi assim com o Zenfone 7 e 8. Foi assim com o Zenfone 9 e 10. Tem sido assim com a linha ROG Phone. Mas ao entrar no território dos smartphones topo de gama para todos, fica a perder para rivais como o iPhone 15 Pro ou o Galaxy S24 Ultra em várias áreas (como a qualidade de construção, desempenho fotográfico e outras funcionalidades), mesmo que consiga apresentar-se com uma melhor relação desempenho/preço.

Tome Nota
Asus Zenfone 11 Ultra €1129
asus.com/pt

Benchmarks Antutu: 2084230 • CPU 438077 • GPU 883246 • UX 352629 • Memória 410278 • 3DMark Wild Life Extreme 5204 (31,1 fps) • Solar Bay 8712 (33,1 fps) • PCMark Work 3.0 20535 • Autonomia 23h14 • Geekbench Single/Multi 2204/5900 • GPU 14724

Ecrã Muito bom
Fotografia Muito bom
Construção Satisfatório
Autonomia Muito bom

Características Ecrã AMOLED 6,78″, 2400×1080 p, 144 Hz, 2500 nits (máx.) • Proc. Snapdragon 8 Gen 3, GPU Adreno 750 • 24 GB RAM, 1 TB armaz. • Câmaras: 50 MP (f/1.9, OIS), 13 MP (ultra grande angular, 120°), 32 MP (telefoto, zoom ótico x3, f/2.4, OIS), 32 MP (selfie) • Wi-Fi 6e, BT 5.3, USB-C (65 W) • Android 14 • Bateria: 5500 mAh • 163,8×76,8×8,9 mm • 225 g

Desempenho: 5
Características: 4
Qualidade/preço: 3,5

Global: 4,2

A primavera começou na última quarta-feira, mas este fim-de-semana as temperaturas vão ser de verão – em alguns pontos do País devem chegar aos 30 graus – e com sol.

É provável que muitos aproveitem o calor para ir à praia e apanhar o primeiro sol do ano. Mas será que as primeiras horas de exposição solar fazem diferença imediata no bronzeado? “Sim, dependendo do tempo de exposição e da predisposição da pele para bronzear”, responde-nos Marta Ferreira, farmacêutica e doutoranda em Ciências Farmacêuticas especializada em Cosmetologia.

“A radiação ultravioleta, e em especial a ultravioleta B, pode provocar danos no ADN celular que desencadeiam a produção de melanina, de forma a proteger as células cutâneas dos danos provocados”, acrescenta a especialista. “Este processo pode demorar alguns dias”, mas “a radiação ultravioleta A tem a capacidade de oxidar a melanina já presente na pele, dando-lhe um tom levemente mais bronzeado algumas horas após a exposição”, explica.

Este “efeito imediato” vai depender também de fatores como o índice UV, que aumenta entre a primavera e verão e entre as 12 horas e as 17 horas, do tempo de exposição, do grau de proteção – se estamos à sombra, com roupa e se usamos protetor solar -, do tom de pele, da capacidade para queimar de cada um e da existência de condições que agravem com a exposição solar, enumera a especialista.

Marta Ferreira alerta, contudo, para os perigos da exposição solar. “Grande parte do dano causado no ADN é revertido por mecanismos celulares de reparação, mas haverá danos permanentes. Quando estes danos se acumulam em determinados genes podem originar carcinomas ou melanomas”. Isso significa que não devemos apanhar sol? Não, apenas que devemos proteger-nos, já que a radiação solar promove “a formação de radicais livres que oxidam os lípidos, proteínas e outros componentes da pele”.

“Apesar de o bronzeado resultar num dano celular, a melanina serve precisamente para nos proteger”, acrescenta a especialista. “É por isso que é natural que nos primeiros dias de sol a pele queime com mais facilidade”, refere. “Por outro lado”, diz ainda, “quem tem herpes ou “alergia ao sol” tende a ver os seus sintomas agravados nas primeiras exposições solares”. “Nestes casos, é importante minimizar o tempo de exposição solar e usar proteção através da roupa, chapéus ou protetores solares faciais, corporais ou labiais”, aconselha Marta Ferreira.

Podemos apanhar o primeiro sol do ano sem proteção solar?

“No dia-a-dia, e para exposições curtas, essa recomendação fará sentido”, diz a especialista. “Já quando se prevê uma exposição solar prolongada nem tanto, até porque tendemos a esquecer a reaplicação do protetor no exterior e temos tendência para aplicar menos quantidade”, acrescenta.

De acordo com a especialista, os principais fatores de risco para a carência de vitamina D são o sedentarismo, comum em idosos e pessoas com pouca mobilidade, síndromas de má absorção intestinal, insuficiência renal crónica, alterações metabólicas do metabolismo do cálcio e vitamina D ou outras características individuais que predisponham a este défice, e está demonstrado que não tem qualquer ligação com o uso do proteor solar. “A deficiência de vitamina D deve ser tratada ao longo de todo o ano, e de forma a não aumentar o risco de desenvolver cancro de pele ou queimadura”, remata.

Palavras-chave:

Segundo a coordenadora do novo portal, a investigadora Raquel Varela, o novo projeto da Universidade Nova de Lisboa e do Observatório para as Condições de Vida e Trabalho, divulgará dados atualizados e relatórios de estudos sobre o mundo laboral que incluem mais de 12 categorias profissionais, com respostas de quase 50 mil trabalhadores.

Os resultados dos inquéritos mostram “trabalhadores exaustos, na sua maioria a ter de trabalhar mais que oito horas por dia, com um salário médio que não permite pagar as contas”, indica Raquel Varela.

“Encontramos um padrão muito semelhante ao século XIX em termos de número de horas de trabalho e de intensidade do trabalho”, realça a investigadora.

Segundo indica, os resultados dos inquéritos mostram ainda que “a esmagadora maioria dos trabalhadores revela-se a favor quer de greves, quer de fundos de greve como forma de melhorar as condições de vida” e revelam também que “a maioria dos trabalhadores considera que o governo e as gestões das empresas ou do Estado não se preocupam com eles”.

Cerca de 15% dos 50 mil trabalhadores que responderam queixam-se de assédio moral, havendo indícios de “sofrimento ético”, situação que acontece quando os gestores obrigam a determinados procedimentos que os trabalhadores consideram que violam a sua consciência, explica Raquel Varela.

“Portanto, encontramos um retrato laboral que exige, da nossa opinião como investigadores, medidas drásticas de transformação”, acrescenta.

O lançamento oficial do novo portal decorre hoje na Universidade Nova de Lisboa durante a conferência internacional “O direito do trabalho face às novas formas de organização do trabalho: regulação ou desregulação?”, com especialistas nacionais e internacionais.

Raquel Varela explicou que o portal Social Data tem sobretudo “um objetivo de democratizar o acesso aos dados” estando aberto a todos os cidadãos, que podem consultar indicadores sobre o mundo do trabalho, pobreza, desigualdade, entre outros.

DF // EA

Segundo o relatório de auditoria às contas do evento da Igreja Católica, realizado em Lisboa em agosto do ano passado, foram reportados ao TdC 432 contratos, incluindo as respetivas modificações, no valor global de 64.131.635,89 euros, abaixo dos 75 milhões de euros previstos inicialmente, prevalecendo o ajuste direto, com 55,05% do valor adjudicado — 34.454.650,72 euros.

“Tendo em conta que a realização da JMJ2023 em Lisboa foi anunciada pelo Vaticano em 27/01/2019, não são inteiramente razoáveis as razões invocadas naquele regime especial permissivo para o ajuste direto”, observou o TdC no relatório hoje divulgado.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para receber a JMJ, um evento que contou com a participação de centenas de milhares de jovens de todo o mundo.

As principais cerimónias ocorreram no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

De acordo com o TdC, o legislador poderia “ter optado por um regime menos restritivo da concorrência”, como a consulta prévia com convite a, pelo menos, cinco entidades, depois de se ter verificado a existência de “uma situação de urgência”.

“Não sendo este um processo concorrencial, sempre permitiria a obtenção de mais propostas para escolha da melhor e assim ficaria mais bem assegurado o interesse público”, indicou.

O TdC avisou ainda a Assembleia da República e o Governo que, “em situações futuras e relacionadas com a realização de eventos que impliquem a celebração de contratos públicos, diligenciem atempadamente pela sua organização, não aprovando regimes especiais que derroguem os procedimentos que salvaguardam a concorrência”.

Os três contratos que constituíram o objeto da auditora são referentes às fundações e à construção do altar-palco e aos terrenos da Bobadela, tendo sido adjudicados pelos valores de 1.063.937,62 euros, 2.980.000,00 euros e 4.285.094,23 euros, respetivamente, na sequência de procedimentos por ajuste direto e consulta prévia, por aplicação do regime especial de contratação pública.

“Constatou-se, ainda assim, que um volume significativo de dinheiro público foi subtraído à concorrência. Caso não tivesse sido aprovado aquele regime especial constante das LOE [Lei do Orçamento de Estado] de 2022 e 2023, cada um destes contratos teria de ter sido precedido de concurso público ou limitado por prévia qualificação”, salientou o TdC.

O custo final da empreitada das fundações indiretas da cobertura do altar-palco foi de 1.104.917,34 euros, representando um acréscimo de 3,85 % do valor inicial.

Já a empreitada de construção do altar-palco teve um custo total de 2.959.128,05 euros, representando um decréscimo de 0,70 % do preço contratual modificado e 30,21 % do valor contratado inicialmente.

O valor inicial previsto para a construção do altar-palco no Parque Tejo-Trancão – 4.240.000,00 euros – gerou polémica pelo elevado montante o que levou a uma redução para 2.980.000,00 euros.

Por seu lado, a empreitada de preparação dos terrenos da Zona Ribeirinha da Bobadela foi adjudicada por consulta prévia e o custo final foi de 3.937.860,47 euros, representando um decréscimo de 8,10 % do valor inicial.

O relatório indica ainda 66 contratos de empreitada, avaliados em 34.653.160,49 euros, 108 de aquisição de bens (5.531.697,23 euros), 199 de aquisição de serviços (19.788.156,63 euros), 53 contratos de locação de bens (2.768.358,34 euros), um contrato de aquisição de bens móveis (1.148.248,00 euros), um contrato de aquisição e locação de bens móveis, dois de aquisição de serviços e locação de bens e dois de aquisição de bens e serviços (242.015,19 euros).

O Tribunal de Contas refere que outros 71 contratos — num valor de 34.06.546,85 euros — representam investimentos para o futuro.

O organismo recomendou ainda à Lisboa Ocidental, SRU — Sociedade de Reabilitação Urbana, para que, enquanto dono da obra, acautele, nos contratos de subcontratação, que os empreiteiros subcontratados dispõem das habilitações legais necessárias.

O TdC justificou que “não foram remetidos elementos comprovativos da detenção de habilitação legal para o exercício da atividade de construção”, para dois dos três dos subempreiteiros.

Também foi solicitado aos municípios de Lisboa e Loures e à Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros que, quando interpelados pelo TdC, “remetam a documentação/contratos, respondam com rigor e remetam todos os elementos solicitados”.

Após analisar o relatório, e não se provando “indícios de infrações financeiras”, o Ministério Público emitiu um parecer de concordância com o mesmo.

JML // ZO

Nesta altura do ano, os nove funcionários da unidade fabril localizada em Rabo de Peixe, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, nos Açores, não têm mãos a medir para dar resposta à procura de produtos relacionados com a quadra festiva.

“A Páscoa é a nossa altura [de trabalho] mais forte. A segunda é o verão e a terceira é o Natal, porque no verão nós temos muitos turistas, muitos, muitos mesmo. Mas, a Páscoa é a nossa altura mais forte”, disse hoje à agência Lusa o empresário Tiago Alves, fundador da fábrica “O Chocolatinho”.

Segundo o responsável, nesta altura do ano, a unidade fabril confeciona muitos produtos associados à quadra, prevendo laborar um total de quatro toneladas de chocolate.

“Nós produzimos muita coisa. Muita coisa mesmo. Estamos a falar em coelhinhos, em coelhos maiorzinhos (…) produzimos galinhas, pintos, patos, ovos pequenos, ovos médios, ovos ‘large’, ovos x ‘large’, ovos 3x ‘large’ – estamos a falar de ovos com 62 centímetros -, vendemos ovos brigadeiro, seja de 70 gramas, de 125 gramas, de 250 gramas, 500 gramas [ou de] um quilo”, explicou.

A fábrica também produz e comercializa “ovo brigadeiro” (de várias dimensões), que é o produto “mais vendido”, e amêndoas, avelãs, amendoins e crocantes (misturados com produtos dos Açores como pimenta da terra, maracujá, ananás, chá verde e chá preto).

Nesta quadra, Tiago Alves também destaca a produção de ovos de chocolate de grandes dimensões (que custam entre 85 e 120 euros, consoante a dimensão e o peso, ou atingir valores superiores caso a decoração seja pedida pelo cliente), admitindo confecionar duas dezenas.

Este ovo de chocolate, pela sua dimensão, “dá para a família toda” e costuma ser partilhado no domingo de Páscoa.

O empresário de Rabo de Peixe, que não se queixa da concorrência das grandes superfícies comerciais, já tem clientes certos que adquirem os seus produtos para adoçarem as suas mesas na Páscoa.

Segundo Tiago Alves, nesta quadra, os ovos de maiores dimensões são vendidos apenas para as ilhas e para o continente, enquanto as “figuras pequenas” (coelhinhos, coelhos, patinhos e patas) e o “ovo globo” (mais robusto) de chocolate são exportados.

A fábrica “O Chocolatinho” está a laborar nas atuais instalações desde 11 de dezembro de 2014. Produz diversos produtos na área da chocolataria como bombons, trufas artesanais e derivados, com sabores característicos das nove ilhas dos Açores (ananás, licores diversos, caramelo, mel, queijo de São Jorge, pimenta da terra, maracujá, morango, limão galego, beterraba, chá verde e preto da Gorreana, entre outros).

ASR // MCL

Palavras-chave:

Em comunicado, a PSP adianta que a operação “Polícia Sempre Presente — Páscoa em Segurança 2024” visa a segurança rodoviária, a prevenção criminal e a segurança na posse e utilização de artigos de pirotecnia.

A PSP vai também aumentar a sua presença nas zonas de maior afluência de pessoas, nomeadamente zonas históricas e comerciais, terminais de transportes públicos, zonas turísticas e zonas de diversão noturna.

Durante o período da Páscoa, altura em existe um número elevado de deslocações para a celebração da época festiva, a PSP vai realizar operações de visibilidade preventiva e de fiscalização rodoviária nos acessos aos principais eixos rodoviários, acompanhando as deslocações para fora dos centros urbanos e posterior regresso.

“Nestas operações haverá uma especial incidência nas principais causas da sinistralidade: excesso de velocidade, condução sob o efeito ao álcool e/ou substâncias psicotrópicas, uso do telemóvel durante a condução, não utilização do cinto de segurança e sistemas de retenção (cadeirinhas)”, refere a PSP.

A polícia apela às famílias que se ausentarem das suas habitações, que se certifiquem que deixam as portas e janelas devidamente fechadas e trancadas.

“Aconselhamos também que, caso queiram publicitar estas ausências nas redes sociais, que o façam apenas após o seu regresso”, destaca.

Na nota, a PSP apela igualmente a todos os condutores para que conduzam em segurança, que não adotem comportamentos que possam diminuir as suas capacidades de condução, como o excesso de velocidade ou sob o efeito do álcool e/ou de substâncias psicotrópicas, e o uso do telemóvel.

No que diz respeito à aquisição e ou uso de artigos de pirotecnia, a PSP lembra que terá de cumprir sempre os requisitos legais.

A PSP recorda que a venda de artigos de pirotecnia só é permitida em estabelecimentos devidamente licenciados pela PSP, não sendo permitida a sua venda ‘online’.

“No momento da aquisição devem garantir que o produto está devidamente certificado, confirmando que a embalagem contém a inscrição ‘CE’, devendo ainda ser respeitadas todas as distâncias de segurança e regras de manuseamento constantes das instruções”, refere a polícia.

DD // SB