Estou indeciso. Angustiado. Oscilante. Perplexo. Começo com a mineração de uma criptomoeda ou dedico-me a construir um modelo de Inteligência Artificial? Ou faço as duas coisas ao mesmo tempo. Parece um dilema, mas, na verdade, é um trilema: que nome dar à moeda e à IA?
Isto vai consumir anos, muita energia e uma mega central de dados? Não sei, mas não é essa a minha ideia. Acho que a coisa se resolve com um portátil de pequena dimensão. A sério.
Senão vejamos: peço à «DeepSeek», acabada de nascer, que me crie os códigos para a mineração da criptomoeda. É só fazer «Run». Antes disso, obviamente, tenho de lhe dar um nome e um estatuto, numa linguagem credível. Pode ser «Real FazendaCoin», «Official PastelCoin» ou até «Trambiqueiro Token». O nome não interessa, na verdade. O importante é decidir quantos milhões de moedas vão ser mineradas: no mínimo, 100 milhões.
Criada a moeda digital, arranca a Inteligência Artificial. Também está na tecla do computador: copia-se o código-fonte do GPT-4.0 e pede-se ao «Gemini» que o faça correr numa demo. Para não dar nas vistas, experimenta-se a demo no «CoPilot» e pede-se que faça ligeiras alterações. Concluído o trabalho, lança-se com foguetes e arraial à custa da criptomoeda. Parece-me bem.
É nisto que vou investir. Salvo seja, não é bem investir. É assim-assim. Tempo, cabeça e portátil. Por esta ordem. O portátil não trabalha sem cabeça, e, para isso, o tempo é essencial. Por outras palavras: a IA vai empenhar-se na mineração, colocar as moedas em circulação e inventar subidas de preço vertiginosas. Está feito.
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