Kamala perderia as eleições se fossem hoje, apesar de estar algumas décimas à frente de Trump na votação nacional. Mas isso pouco importa para escolher um presidente. Atualmente, Trump teria 277 (só precisa de 270) grandes eleitores do Colégio Eleitoral que escolhe o presidente dos EUA, contra 261 para a vice-presidente.
É extraordinário como Kamala Harris parece estar a deixar escapar a Casa Branca para Trump, e, por arrasto, o Congresso. Sendo incumbente, ainda que vice, tem o cargo e a pompa a seu favor, reuniu mais fundos para a campanha eleitoral, e o resultado é fraco e talvez trágico: até estados tradicionalmente azuis estão a fugir-lhe das mãos. O que falhou? Credibilidade e discurso.
Na economia – o tema que verdadeiramente leva os americanos às urnas – Kamala não conseguiu apresentar um programa claro, com princípio, meio e fim, ou com coerência, ficando colada aos fracasso económicos de Biden. A isso somou-se a falta de energia e carisma para mobilizar e unir os vários eleitorados americanos.
Finalmente, Kamala cometeu um erro de principiantes: aceitou a polarização eleitoral, preocupando-se apenas com as «loucuras» discursivas do adversário. Tudo desacertado. Deveria ter deixado Trump a falar sozinho, como conseguiu nas primeiras semanas, mas quando virou o discurso, apenas insuflou o ego e a mitomania do potencial 47º presidente dos EUA, Donald J. Trump. Haverá surpresa, por estes dias?