Um tiro em Trump é um tiro contra Biden. É ao presidente em exercício que compete assegurar que todas as forças especiais, em particular os Serviços Secretos e o FBI, estão em prontidão permanente para anular qualquer tentativa de assassinato de um candidato presidencial, e ex-presidente dos EUA. Todos estão indignados com o que aconteceu, mas há uns meses os democratas exigiam a retirada da unidade dos Serviços Secretos que guarda Trump, tal como acontece com os outros ex-presidentes.
É extraordinariamente difícil prevenir um atentado deste tipo, mas o que se sabe é que o atirador disparou diversas vezes, até atingir Trump na orelha, matou um espectador e feriu gravemente mais dois. Isto terá durado tempo suficiente para que a equipa de segurança, também estadual e local, desse conta do que estava a acontecer. Fosse um «sniper», a 120 metros de distância, e bastaria um único tiro para eliminar o ex-presidente.
As eleições americanas não podem transformar-se num conflito armado entre extremistas e lunáticos de todas as cores políticas. Já basta a desordem que atinge vários estados e cidades americanas, e a proliferação de todo o tipo de armas nas mãos de civis. Trump salvou-se por milímetros, mas o FBI e os Serviços Secretos não podem relaxar na tarefa que lhes compete.
A Convenção Republicana começa esta semana no Wisconsin – um estado decisivo – onde Trump se prepara para anunciar o seu vice, numa atmosfera de violência política nunca vista nos Estados Unidos. Há uma visível degradação na qualidade de vida e segurança da maior democracia do mundo, e isso começa a espalhar-se.
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