1. A História não se reescreve. É imutável. Não retrocede. Não se apaga. Tenho, como todos, um imenso orgulho na nossa História coletiva, cuja façanha imperial se manifestou na grandiosa epopeia dos Descobrimentos. Cometemos erros incontáveis, agimos de forma reprovável e subjugamos diversos povos indígenas. É verdade. Como Nação que também foi duramente subjugada, já apresentámos sinceras desculpas, a todos e a cada um. Fizemos o penoso caminho da redenção. Com sensatez, serenidade e abertura devemos agora entregar o que não nos pertence, se existir, e pedir de volta o que é nosso. Nada mais. Nada menos.
2. A Procuradora-Geral da República (PGR) é nomeada politicamente, mediante indicação do Governo e aprovação do Presidente da República. Por essa razão, e não apenas por ela, pode e deve ser convocada pela Assembleia da República a qualquer momento e para debater qualquer assunto. A PGR é um poder independente, mas isso não impede o seu escrutínio por parte dos deputados. Aliás, a PGR é constantemente escrutinada, e de forma adequada, pelos Órgãos de Comunicação Social, também eles um poder independente. Essa prática não é inédita nem incomum. Há muitas perguntas a que a Procuradora-Geral precisa de responder, de esclarecer e de explicar. Em democracia não existem áreas isoladas, cercas sanitárias, zonas proibidas ou cargos intocáveis.
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