O Hamas está a ficar sem os seus reféns – os palestinianos que se refugiam no Sul e que não querem guerras – e Israel está a ser travado pelo corrupio de chefes de Estado e de Governo que se dirige a Telavive, e que implora a Netanyahu para não atacar. Chegou a vez de Biden avançar, pouco se importando com uma viagem que tem tudo para ser perigosa. Vai pedir mais uns dias sem grande confusão.
Para quem é considerado precipitado, e de gestos e fases impulsivas, Netanyahu até se está a portar com grande serenidade. Sabe o que fazer, e quando, e onde, mas limita-se a exibir a sua força. Tem sido suficiente, por enquanto. Os pontos de apoio do Hamas em Gaza estão a ser metodicamente destruídos pela Força Aérea, artilharia e mísseis, mas a aniquilação do grupo terrorista só se alcançará com a presença de tropas e blindados no terreno. No momento certo.
Biden precisa de tempo, e de sossego. Não quer uma catástrofe humanitária, e tem de recuperar os seus reféns, e todos os outros, se possível. Mas também quer mostrar que não está para brincadeiras, e que usará a sua poderosa força no Mediterrâneo Oriental, se alguém se atrever a entrar no barulho.
Teerão está na mira dos israelitas e dos americanos, e qualquer tolice iraniana implicará uma retaliação avassaladora. Biden, que só queria quatro anos tranquilos na Casa Branca, depois do Covid, já apanhou com duas guerras que dependem da ajuda crucial de Washington, e sabe que nunca as poderá «perder». Pior é possível? Pois é! Tudo pode converter-se em péssimo, e por isso é que está em Israel.
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