Israel deu tempo às famílias palestinianas, reféns do Hamas na Faixa de Gaza, para poderem ir para sul – convém dizer que são duas dezenas e pouco de quilómetros – longe da cidade desordenadamente construída nas últimas dezenas de anos. Misturados com eles, já muitos militantes do Hamas estarão nesse refúgio. Por isso nenhum país quer abrir as portas aos refugiados. Era bom que só ficassem os terroristas para lidar diretamente com o exército israelita, mas nada disso vai acontecer. Israel tem uma grande experiência militar neste tipo de confronto, sempre indireto e fugidio, e nunca cairá na armadilha de travar uma batalha urbana com blindados. Já lá estiveram, e voltarão as vezes que forem necessárias.
Esta guerra terminará quando o Hamas deixar de existir, leve o tempo que levar, garantem os israelitas. Será quase impossível atingir esse objetivo, porque os seus líderes vivem no sossego do Qatar, ou da Turquia, ou de Teerão. Muito fortes e destemidos, mas longe das batalhas e das balas. A Faixa de Gaza tem de voltar ao controlo da Autoridade Palestiniana, é o que querem 70% dos palestinianos residentes, e a partir daí recomeçar todo o processo que levará à existência de dois Estados naquele território.
Falta, contudo, uma outra guerra, com o Irão, que até poderia ser desencadeada nesta altura, já que os seus líderes se mostram tão afoitos e determinados. Ameaçam que vão entrar se Israel avançar contra o Hamas, e essa vontade talvez agradasse muito aos israelitas, americanos, e outros aliados na região. Teerão tem de deixar de ser a fonte inesgotável de financiamento, ajuda militar e inspiração de todos os grupos terroristas. Nunca haverá paz que coexista com esta teocracia obsoleta, perigosa e cruel.
O Hamas, o Hezbollah e o Irão decidiram mudar o mundo invadindo e matando com crueldade centenas de civis israelitas, de todas as idades, que estavam tranquilamente nas suas vidas e diversões. Agora é o Deus me acuda, que vão entrar as tropas de Israel. Não estavam à espera? É uma surpresa? Será que ainda não viram as centenas de tanques e blindados israelitas espalhados pelos 51 quilómetros da fronteira comum? Para que tudo ficasse esclarecido, o Hezbollah deveria invadir o Norte, e a Guarda Revolucionária lançar-se de paraquedas na Faixa de Gaza. E tudo isto com o imperioso e reclamado apoio militar e psicológico de Vladimir Putin.
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