A ofensiva ucraniana começou, e as fontes são múltiplas, incluindo os próprios russos, que reclamam grandes vitórias defensivas. Um eixo de ataque principal localiza-se ao sul da cidade de Zaporígia, e o avanço iniciou-se de madrugada, com tanques Leopard e Chalenger, blindados, artilharia, os Himmars e defesa aérea. Oficiais americanos admitem alguma resistência inicial dos russos, mas que ao longo das horas foram perdendo terreno, equipamento e tropas. As outras frentes de ataque são Bakhmut e Vuhledar.
Como tem sido habitual, para controlar as expectativas e manter o jogo da contra-informação, as autoridades ucranianas referem apenas pequenos movimentos ofensivos. Kherson será também uma das frentes assim que os efeitos do colapso da barragem estiverem controláveis.
Do ponto de vista militar e estratégico, Kiev quer chegar rapidamente à via terrestre que liga Donetsk à Crimeia, a M14, que passa por Mariupol (!), Melitopol e Berdiansky. Cortada esta estrada, toda a operação logística russa entra em ruptura.
Chegou a hora dos russos se confrontarem com um dos exércitos mais bem equipados do mundo e altamente motivado para reconquistar seu território, e todos os aliados saberão agora como suas armas e sistemas se comportarão numa batalha real e contra a Rússia. O momento e o tempo são dois fatores decisivos para a vitória da Ucrânia, e o modelo e estratégia de combate foram intensivamente treinados por milhares de soldados ucranianos nos países da NATO.
Esta batalha será crucial para a cimeira de chefes de Estado e de Governo da NATO em julho, da qual Kiev espera um sinal muito forte sobre sua adesão. A vitória da Ucrânia será também o triunfo dos 40 países aliados, que nunca aceitaram o fascismo expansionista e aniquilador de Putin e da sua trupe política e militar.
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