Lula é novo presidente do Brasil. Cumpriu a sua antiga história presidencial de vencer à segunda. Neste caso, em especial, o que se analisava não era tanto a sua vitória, mas acima de tudo a derrota de Jair Bolsonaro, um populista inconsistente, sem nenhuma estratégia ou bandeira política, que durante estes anos vagueou em Brasília. O que é espantoso, contudo, é que milhões de brasileiros acreditaram nele e fizeram tudo para o manter. É o que é!
Bolsonaro, e não interessa agora quem está no seu espectro político, sempre tratou mal os portugueses, com arrogância, e sem o mínimo de delicadeza nem sentido de Estado. Nunca visitou Portugal, e das vezes em que o nosso Presidente da República esteve no Brasil, foi enxovalhado acintosamente, de uma forma premeditada e ostensiva. Ninguém percebeu, aliás, como é que Marcelo aturou esse desplante. E não fala espanhol, nem portunhol.
Bolsonaro é um idiota, diz umas tolices inenarráveis, e quando comparado com o ex-presidente americano Trump é um imbecil. Ou uma dupla imbecilidade. Convém repetir, para evitar dúvidas: Bolsonaro é pateta, apalermado, e sem nenhuma consistência discursiva ou mental. Conta umas anedotas, diz umas tontices, e é um ignorante. Acabou-se, por agora. Estamos para ver se sai tranquilo do Palácio do Planalto.
Lula não é propriamente um arcanjo, nem um nadador-salvador da política brasileira, mas foi um presidente eficaz, que estabilizou o seu país, e que tem a oportunidade, agora, de atenuar o desastre dos últimos anos. O Brasil merece reocupar o seu papel de grande potência regional, democrática, e preparada para enfrentar estes tempos de incerteza e de guerra.
(Esta coluna é uma adaptação da que foi publicada no dia 2 de outubro, na primeira volta)
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