Os ucranianos estão sozinhos, como disse o seu presidente, mas as sua forças estão a tornar difícil o avanço das tropas russas. Putin acreditava que esta guerra seria fulminante, até se atreveu a pedir a rendição, mas a verdade é que nenhum dos grandes objetivos dos invasores foi ainda conseguido. A progressão está a ser muito mais difícil do que antecipavam, e o arsenal que Kiev recebeu da NATO, e dos EUA, está a fazer a diferença nos combates.
Mas sozinha, na sua casa, sem nenhum apoio que agora possa chegar, na quantidade desejada, a Ucrânia está a empregar toda a resistência possível para mostrar a Moscovo que pagará caro por esta invasão. Não com as sanções, mas com a sua resistência nacional e militar. Há já, nestas primeiros dias, uma incapacidade visível na Força Aérea russa, que apesar de não ter rival na Ucrânia, já sofreu pesadas baixas com os modernizados mísseis «Stinger» americanos. Não há força aérea ucraniana, mas apenas um soldado tem a capacidade de abater helicópteros e caças de combate. Os militares russos sabem bem o que isso é, porque passaram por esse pesadelo no Afeganistão.
A grande vantagem russa, e que está a usar intensamente, são os mísseis táticos e balísticos de curto e médio alcance, lançados de território russo, que continuam a destruir as infraestruturas vitais para o controlo e comando militar, e alvos civis. Mas isso é de uma grande cobardia. Putin não pode ganhar esta guerra. Ele está fechado num dos seus palácios, mas se fosse homem, e tivesse uma pinta de vergonha, aprenderia com o exemplo do Presidente Zelensky, que não sai de Kiev, e que diz diretamente a Biden, que não precisa de nenhuma boleia para fugir. Biden, já agora, deveria ter juízo.
A Ucrânia é forte, corajosa, independente, e orgulhosa, como o seu presidente, e o antecessor, e está a dar uma lição de resistência histórica a Moscovo. Vladimir Putin, e os palhaços que o rodeiam, serão, um dia destes, responsabilizados pelo seu próprio povo, e pelo mundo. Todos somos ucranianos, nestas horas. Ninguém está indiferente, ninguém pode olhar para o lado. A defesa de Kiev será citada, sempre, como o maior exemplo de coragem e determinação de uma Nação excecional.
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