No princípio foi assim: Wuhan, China central, 11 milhões de habitantes, 1 Instituto de Virologia, especialista em pesquisa e manipulação de coronavírus (e outros), com um nível de biosegurança 4, o que significa que lida com agentes patogénicos perigosos e de alto risco, a que aplicam a técnica controversa de “ganho de função” (GoF), modificando para se tornarem mais transmissíveis, mais letais e mais resistentes, a vacinas e medicações e, por fim, a cidade do paciente zero infetado com o SARS-CoV-2. Quando soaram as campainhas, por todo o mundo, a explicação de Pequim não tardou: foi um morcego! Esta é a maior e mais dramática mentira de todos os tempos.
Há cada vez mais informações, notícias, debates políticos, em particular do Congresso norte-americano, na Administração de Biden, em Londres e outras capitais, e entre vários cientistas reputados, sobre a verdadeira causa da pandemia: resultou da manipulação com ganho de função de um coronavírus, no laboratório de Wuhan, e cujo paciente zero terá sido um dos seus técnicos, inadvertidamente. Já não é uma teoria da conspiração, ou uma especulação galáctica, mas um debate intenso a todos os níveis. Se isso aconteceu, se esta pandemia começou no laboratório estatal chinês, então estaremos a lidar com o maior encobrimento global da história, e das autoridades chinesas.
Nunca nenhum técnico ou cientista estrangeiro teve acesso ao laboratório, aos seus dados, e particularmente aos seus funcionários. Pior: nunca nenhuma organização internacional, incluindo a OMS, conseguiu saber quantas pessoas, das que trabalhavam no Instituto, tinham sido contaminadas e morreram. Sobre isso zero. E mesmo que tivessem dado um número, era de duvidar.
A autoridades da China, em 2019, foram muito lentas na notificação da existência desse novo coronavírus, negaram veementemente qualquer ligação com o laboratório, e inventaram a história de que tudo teria acontecido num mercado alimentar da cidade. Uma coisa foi feita, e muito rapidamente: percebendo o que se tinha passado, encerraram os 11 milhões de habitantes, inviabilizando qualquer investigação de autoridades médicas externas, como a OMS. Levaram tempo a partilhar a informação, e os dados científicos, e quando o fizeram já o vírus circulava por todo o mundo.
A tese do morcego é infantil. Qual é a probabilidade de um morcego carregado de SARS-CoV-2, em 1.5 mil milhões de pessoas, aterrar no prato de um habitante de Wuhan, a cidade-mãe do Instituto de Virologia que brinca e modifica os coronavírus? Isto não é uma teoria conspirativa, é uma desculpa idiota. Dois anos depois, ou quase, ganha credibilidade a tese de que foi um vírus geneticamente modificado, e potenciado, no Instituto de Wuhan, o pai desta pandemia global. Tudo o resto são histórias da carochinha.
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