António Costa ensinou-nos, ao longo destes anos como primeiro-ministro (PM), e como presidente da Câmara de Lisboa, que venceu todas as batalhas em que se meteu, diretamente, e conseguiu o impossível em política nacional, e na economia, no primeiro mandato.
Quando António Costa iniciou o segundo mandato, inesperadamente, sem nenhum aviso especial, caiu-lhe no colo a maior crise sanitária e económica de sempre, e sem fim à vista. Com ou sem desgaste, seja ele o que for, o PM colocou-se, de imediato, na posição certa: à frente de todos, como chefe de Governo. E é numa situação destas, onde muitos naufragam, que Costa está a travar a batalha da vida política dele. E até pessoal, pelo que exige de alerta permanente.
António Costa tem numa das mãos a pandemia, que resiste, e na outra, tão difícil como a primeira, ou até mais, a luta para exigir que a União Europeia faça o essencial, que é ajudar, imediatamente, todos os países, em particular os mais fracos, mais atingidos, e mais desesperados.
A grande pergunta, agora, é saber se António Costa, que em 2021 assumirá a Presidência da União, põe cobro à incapacidade inadmissível de Bruxelas, que não tem mexido uma palha, até agora, tanto na pandemia, como na ajuda à recuperação dos membros da União. Tem muitos milhões, mas não dá a ninguém.
É, talvez, o mais difícil, complexo, e incerto combate que António Costa está a travar. E vai travar. Já na sexta e sábado. De alguma forma, e por inação de tantos outros, o PM é um dos líderes dos países, a maioria substancial, que quer decisões e fundos imediatos. Aliás, que União é esta em que 22 países querem uma coisa, e 5, apenas, travam, abrandam, fingem, e atiram para a frente.
António Costa está empenhado, e já fez isso, o que não é muito normal, em pôr Bruxelas na ordem. Quem manda em Bruxelas são os 27, e não o contrário. Bruxelas transformou-se num Estado, todo poderoso, governado por mandantes, rico como poucos, e invariavelmente sovina, forreta e avarento. Mas para fora, para os que lhe mandam dinheiro. Para dentro, entre eles, é o que se sabe.
António Costa vai conseguir? Vem de lá com um acordo? Vai virar os príncipes da União? Tirar-lhes o título? O que sabemos, de saber, é que o PM já fez impossíveis.