Este ano foi especialmente importante relativamente à promoção da Língua e Cultura Portuguesa que conseguimos na Eslovénia. Foram mesmo muitos e bons os eventos em Português que soubemos organizar com a experiência que temos vindo a ganhar ao longo dos anos, com as recomendações dos nossos amigos nas comunidades vizinhas de Munique e Zagreb, e com algum apoio do Instituto Camões através da Embaixada de Portugal em Viena. E, claro, sabe bem partilhar esses bons momentos entre amigos e até colegas de trabalho, com pastéis de nata para partilhar ao café, e celebrar prémios e vitórias alcançadas em Lisboa.
Em artigos anteriores falamos do ciclo anual de Cinema Português, que temos vindo a desenvolver em paralelo com as aulas gratuitas de Português, para dar a conhecer aos Eslovenos as várias faces da nossa cultura (para além do Futebol, de Fátima e do Fado, que ainda perduram como as principais representantes da Cultura Portuguesa fora de Portugal). Falamos também das celebrações do dia internacional da Língua Portuguesa, que este ano foi dedicado ao Cante Alentejano; da celebração do dia de Portugal e das Comunidades, em que brindamos os visitantes com um pouco das festividades dos Santos Populares; e da celebração da Lusofonia em todas as suas cores, este ano dedicada a Cabo Verde. Durante 2019 a revista Sardinha vai deixar os palcos para que outros tomem o rumo das atividades culturais, para se concentrar na qualidade da revista em si, e para voltar mais forte em 2020.
Houve também muita inspiração pela motivação dos Brasileiros residentes por cá, com um forte apoio da Embaixada do Brasil em Ljubljana, liderada por Renato Mosca que tem vindo a fazer um excelente trabalho no que diz respeito à promoção da Língua Portuguesa. Também realçamos aqui o papel da Brasileira Marta Berglez, que tem liderado o projeto Sementeira, e tem sido uma das protagonistas da iniciativa Mala de Herança de Ljubljana (para ajudar crianças e pais a gerir a Língua Portuguesa como língua de herança no país estrangeiro). A Marta foi este ano a presidente da associação S.I.L.A. (International Women’s Club Ljubljana) que todos os anos organiza um fórum de troca de experiências culturais com grande impacto na capital Eslovena, e onde Portugal tem sempre estado muito bem representado.
E para terminar em alta, realizou-se a segunda edição do Simpósio do Multilinguismo em Ljubljana, com os mais variados autores e temas que mostram a importância de saber mais sobre “isto de ter várias línguas maternas”. Esta edição, trouxe a palco estudiosos da matéria que vieram expor as várias perspectivas sublinhando as vantagens desta condição. Renato Mosca, o Exmo. Embaixador do Brasil em Ljubljana, que abriu o Simpósio, não deixou de apontar a importância do conhecimento multilinguístico num mundo em constante mudança. Este evento de grande qualidade foi mais uma vez organizado pela Associação de Amizade Eslovénia-Portugal de Gabriela Droga Mazovec, em colaboração com o P.E.N. Esloveno e com o apoio do Instituto Camões através da Embaixada de Portugal em Viena. Voltou a brindar-nos com a presença de Andrea Manescal Heath que nos falou da Árvore da Língua de W. Wendlant no contexto do multilinguismo infantil, e veio acompanhada de Andrea Wunsch, responsável pelo IFM de Viena, que nos contará um pouco mais na sua entrevista na 18ª edição da Sardinha, e que já nos convidou para partilhar as nossas experiências no contexto do evento de multilinguismo que irão orgaizar em 2019.
E foi com grande entusiasmo que no passado dia 22 de Novembro, se ouviu Fado em Português na capital Eslovena, na sala de espetáculos Poket Teater Studio, com organização de Mojca Medvedšek e Carlos Pascual. Foi trazido pela voz de Polona Udovič que, acompanhada do quarteto Máscara fez brilhar os olhos dos presentes. Este quarteto é nacional esloveno e lista os eslovenos como estrangeiros amantes e cantantes do Fado. Poucas semanas antes a fadista chinesa Cao Bei regressava aos palcos Portugueses para integrar o ciclo de espetáculos “Fado sem Fronteiras” para mostrar que nem só o sangue Lusitano canta o Fado. Para além de Polona, que estudou na academia de música de Ljubljana, conta também com os músicos Timi Krajnc, Mitja Režman, Vojko Vešligaj. Já tinha apresentado o seu álbum Barco Negro nas terças feiras de Jazz no klub Cankarijev Dom, e veio brindar a audiência com um concerto bem mais íntimo como o escritor Carlos Pascual, diretor do Poket Teater, já nos tem vindo a habituar. Polona também será entrevistada para a 18ª edição da revista Sardinha, para nos contar entre outras coisas se também na Eslovénia se pode sentir o Fado. Até lá fica a sugestão do disco.