A Suécia, pá, é um paraíso sanitário. Eles lá não vão nestas fitas. As pessoas continuam com liberdade e não adoecem. Ninguém usa máscara, até porque a máscara só faz mal. Basta pensar: tu estás a respirar lá para dentro e voltas a respirar o ar que já tinhas respirado. É muito tempo a respirar ar em segunda mão. Por isso é que, muitas vezes, um gajo vai ao hospital para ser operado e os médicos, que andam sempre de máscara, esquecem-se de uma tesoura, ou assim, dentro do bucho do paciente. Porquê? Por causa dá má qualidade do ar. Não sabem onde é que deixam nada. E na Suécia, não. Respiras sempre ar puro e fresco. Os adultos sorriem, as crianças brincam. As árvores são de chocolate e as flores são de chupa-chupa. É como eu te estou a dizer: a Suécia é que sabe lidar com o vírus – que, a propósito, não existe. Ou existe mas não faz mal. Ou existe e faz mal, mas a muito pouca gente. Eles têm isso estudado. Só que o estudo está todo em sueco e a malta não percebe. Mas isto já se sabe: ninguém fala da Suécia por causa de interesses. Só que eu tenho um cunhado que viveu muitos anos na Alemanha e ele, de casa dele, via a Suécia, se o tempo estivesse bom. E o gajo sabe que aquela malta lá é muito certinha. Tanto é que uma vez ele foi montar uma marquise a um doutor que ele tem quase a certeza de que era dos Illuminati. E quando ele chega lá, o homem diz-lhe “Bom dia” – assim, sem mais nada –, e o meu cunhado topa logo que ele está a magicar um plano para fazer dinheiro com a pandemia. Só que na altura ainda não se falava de pandemia, porque isto passa-se em 1997. Mas os gajos planeiam estas coisas com antecedência. Bom, tudo bem. Há dias, abro o jornal e vinha lá: “Suécia começa a abandonar ‘modelo sueco’ de combate à pandemia.” E eu digo imediatamente para a minha mulher: “Tu queres ver que a Suécia vai começar a abandonar o ‘modelo sueco’ de combate à pandemia?” Bem dito, bem feito. Que eu, nestas coisas, raramente me engano. E depois começaram a surgir notícias a dizer que os profissionais de saúde suecos se demitiram em massa, os cuidados intensivos estão agora à beira da ruptura e a Suécia já começou a pedir ajuda aos países vizinhos. Como é óbvio, porque o sistema deles não cabe na cabeça de ninguém. Anda tudo sem máscara e depois admiram-se. Só que eu já sabia para onde é que isto caminhava, porque eu tenho um cunhado que viveu muitos anos na Alemanha e ele, de casa dele, via a Suécia. E o gajo sabe que aquilo lá é tudo à balda, pá.
(Crónica publicada na VISÃO 1450 de 17 de dezembro)