Em vésperas do Dia Mundial da Poupança, que se comemora a 31 de outubro, é importante falarmos sobre um “agente corrosivo” que tem contribuído para que muitas pessoas estejam a perder dinheiro, silenciosamente, sem sequer se aperceberem. Pensando que estão a fazer o melhor apenas ao guardar o seu dinheiro, na prática, as poupanças estão a valer cada vez menos. E porquê? Devido à inflação. E engane-se se pensa que esse é um tema só dos economistas e que pouco ou nada tem a ver com o seu bolso. Está completamente enganado. Tem tudo a ver com a sua carteira.
Mas talvez o melhor seja começarmos por compreender o que quer dizer inflação. A designação indica que é a subida generalizada dos preços de bens e serviços numa determinada economia. Mas vamos traduzir por miúdos tal como explico aos meus alunos.
Vamos imaginar que em janeiro vamos ao supermercado e compramos um conjunto de produtos e quando passamos na caixa verificamos que a conta foram 100 euros.
Agora vamos imaginar que voltamos ao supermercado, no final do ano com a mesma lista, para fazer as mesmas compras e levamos apenas 100 euros.
Portanto, compramos os mesmos produtos, as mesmas quantidades e as mesmas marcas. Tudo igual no mesmo supermercado. Acontece que quando passamos na caixa verificamos que a conta afinal são 102 euros. Ou seja, aquele cabaz custa mais dois euros e assim estaríamos perante uma inflação de 2% neste nosso exemplo. Partindo do pressuposto que só temos mesmo os 100 euros, neste cenário apenas temos duas hipóteses: ou alguém nos empresta dois euros, ou temos de tirar coisas do carrinho.
É aqui que começamos a verificar o impacto da inflação na nossa carteira. Isto significa que, nos nossos rendimentos, ou nós conseguimos aumentos pelo menos igual à inflação ou estamos a perder poder de compra. Isto porque precisamos de mais dinheiro para levar exatamente a mesma coisa. Neste caso, precisávamos de mais dois euros para levar os mesmos produtos.
E é tão relevante para o nosso salário como para os nossos investimentos e vem demonstrar a razão pela qual é importante não ter o dinheiro parado debaixo do colchão, no mealheiro ou mesmo numa conta à ordem. É que há um “agente corrosivo”, ou “bicho papão”, que está a comer o valor do dinheiro. É que, um dia, quando precisar dessas poupanças, pode ter uma surpresa. Mais do que guardar o dinheiro é preciso investir e, idealmente, com ganhos acima da inflação, sob pena das suas poupanças valerem menos do que afinal achava. Se não sabe por onde começar a investir o podcast MoneyBar é um bom início para o ajudar nessa jornada.