O ano de 2020 acabou de começar, com todos os planos, metas e realizações de ano novo ainda no ar, mas, não há tempo a perder. Se costuma estar atento às novas tendências e colocá-las em prática com frequência este é um texto que lhe vai interessar. Caso contrario, acho que vou também conseguir prender a sua atenção com os parágrafos seguintes, pois vamos apresentar as lista de tendências da medicina dentária para este novo ano. Mas antes, eis alguns factos acerca da área de saúde oral.
Segundo a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), o número de utentes que recorreu ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), para consultas de medicina dentária, diminuiu nos últimos 12 meses. Fora do SNS, dos utentes que recorrem a profissionais do setor privado, 95% estão satisfeitos com os seus médicos dentistas.
A manutenção da relação com o mesmo profissional ou a procura por um novo médico dentista são opções intimamente ligadas ao conhecimento e recomendação destes por parte de amigos e familiares, sendo que pacientes satisfeitos com determinado médico, clínica ou consultório tendem a atrair novos pacientes. E para agradar um paciente e manter o seu grau de satisfação importa mostrar qualidade nos seus tratamentos e, claro, aproveitar todas as oportunidades, novidades e tendências para marcar o diferencial.
E sem mais demoras, vamos, de seguida, falar então das ditas tendências para este novo ano de 2020.
1. Evolução e desenvolvimento tecnológico
A tecnologia aplicada à medicina é, sem dúvida, algo que vai marcar não só este novo ano, mas também a década que se inicia. Em particular, a medicina dentária é uma área que está cada vez mais digital e isso é algo a que clínicas e laboratórios devem adaptar-se – e depressa, pois a evolução tem surgido a grande velocidade.
Alguns exemplos de recursos tecnológicos dos quais poderemos tirar partido, se os incorporarmos em clínica ou laboratório, são os sistemas CAD-CAM, que permitem impressões intra-orais digitais e confeção de restaurações indiretas entre outros, cada vez mais user-friendly para o médico dentista e cómodo para o paciente; ainda dentro deste conceito, as impressoras 3D vêm também facilitar o diagnóstico e planeamento e, por sua vez, a realização de procedimentos complexos, como extensas cirurgias de implantes, agilizando o tempo de consulta. Por último, mas também em primeiro, os meios complementares de diagnóstico, como o CBCT (traduzido como tomografia computorizada de feixe cónico) e demais exames auxiliares, estão cada vez mais precisos e multifacetados permitindo uma melhor avaliação, estudo e planeamento de casos, independentemente da sua complexidade.
2. Planeamento Digital
No seguimento do acima dito, o desenvolvimento tecnológico tem culminado numa melhor avaliação, diagnóstico, planeamento e tratamento do paciente. E esta premissa do ‘planear’ tem vindo a ganhar cada vez mais ênfase, por parte da comunidade científica, pois um bom planeamento implica, por norma, um bom prognóstico de tratamento. Com novos e mais desenvolvidos programas, esta nova era digital permite-nos desde a projeção da posição exata para a colocação de implantes até à visualização de um resultado individualizado e personalizado de um tratamento ortodôntico ou de uma reabilitação estética.
Não menos importante, estas novas tecnologias têm vindo a facilitar de forma bastante significativa a comunicação com laboratórios, o que se traduz numa grande melhoria do trabalho desenvolvido por ambas as vertentes da medicina dentária, e, desde modo, uma maior satisfação do paciente.
3. Harmonização Facial
A harmonização facial baseia-se num conjunto de técnicas e procedimentos que pretendem melhorar esteticamente e funcionalmente, de forma natural, a boca, os lábios e a face. E a realidade é que este conceito já existe há alguns anos, mas está a mudar.
O ideal de beleza é algo mutável e inconstante mas, neste ano de 2020, acreditamos que vá existir um aumento do número de tratamentos com finalidade estética – contudo, para atingir naturalidade. E ao contrário da vertente da cirurgia plástica onde muitas vezes se procura a exacerbação de certas características, com a harmonização facial, o objetivo é a suavização e como o nome indica a harmonização entre tecidos moles e duros da face.
Se a sua clínica não está preparada para este tipo de tratamentos – seja por falta de equipamentos ou por falta de conhecimento –, está na altura de mudar e preparar-se para este novo ano.
4. Tempo e Materiais Biocompatíveis
Os biomateriais e a otimização dos tratamentos com vista a diminuição da duração dos mesmos continuam a ser tendências para 2020, conforme têm sido nos últimos anos; estas tendências estão intimamente ligadas ao ponto número um, portanto manter-se a par das novidades tecnológicas é essencial.
Mas porque este ponto é tão importante? Porque o objetivo de tudo na medicina dentária é fazer tratamentos o mais rápido possível, o mais estético possível e o mais duradouro possível.
Sendo assim, a tecnologia irá auxiliar na produção de materiais biocompatíveis que irão ter um tempo de duração superior. Ao mesmo tempo os tratamentos serão mais rápidos, resultando num menor tempo de consulta e de espera entre tratamentos.
5. Especialidades
Por último, algo que também vai ditar tendência para 2020 e próximos anos que se avizinham será o reconhecimento de especialidade dentro da medicina dentária.
A realidade é que cada vez são mais os profissionais que se especializam num determinado problema. Sendo assim, quem queira destacar-se, terá de entender que a especialização é um passo necessário. Claro que esta também é uma forma de oferecer melhores tratamentos aos seus pacientes e de aumentar a confiança dos mesmos em relação ao profissional e à clínica.
Acreditamos que em pouco tempo a medicina dentária vai assemelhar-se à medicina, em que diferentes problemas são tratados por diferentes especialistas.