Se há frase que me lembro de ouvir dizer à minha mãe é “diz arroz que também tem dois erres” quando me saía (sai) uma certa palavra que rima com “corra”. E agora congeminar uma alternativa credível para a palavra que acaba em alho e que de repente irrompe da boquinha até ali santa de uma criança até então impoluta? Que acrescenta “o meu amigo Salvador é que me ensinou!” ao constatar que mudei para cor de truta salmonada, hiperventilei e ainda gritei “ONDE É QUE OUVISTE ISSO??!”. Não sei quem raio é este Salvador, mas diria que o nome não lhe assenta lá muito bem. Alguém que me venha salvar agora, por favor, que não sei que diga ao meu querubim conspurcado. Atiro-lhe um “diz antes “trabalho”? Não, não vai pegar. “Orvalho”? Sabe lá ele. Vou antes fingir que não ouvi. Mas assim arrisco que mais cedo ou mais tarde novo petardo seja lançado e, com a minha sorte, durante um qualquer almoço de família, com os 30 que somos à mesa.
Já sei! Tendo em conta que perto do meu trabalho, no Chiado, os dealers passaram a vender aos turistas louro prensado em vez de haxixe, vou cavalgar esta onda modernaça de rebeldia dos temperos e mandar o puto dizer “azeite e alho” quando quiser disparatar com os amiguinhos.
Pode ser que pegue…