O Dia Mundial do Ambiente, a 5 de junho, passou quase completamente despercebido não só em Portugal como na União Europeia e em geral em todo o Mundo. Entre nós, que eu saiba, com a exceção da prof.ª catedrática da Universidade de Lisboa Maria Amélia Martins-Loução, que publicou, no Público, um excelente artigo intitulado Algumas reflexões sobre o Dia do Ambiente, que recomendo a quem o queira e possa ler.
Para mim é um tema de grande importância e oportunidade, que, com a ganância habitual, os mercados ignoram, assim – como diz a autora do artigo – estando a transformar a Terra numa ilha, o que pode vir a ser fatal… Essa é uma das preocupações que me afligem, desde que, há já muito tempo, li o livro do ilustre prof. da Universidade de Cambridge, e grande cientista, Stephen Emmott, Dez mil milhões, enfrentando o nosso futuro – futuro que corre o risco de vir a ser trágico.
De facto, desde então observo com cuidado o que os mercados têm vindo a destruir, sem consciência do que fazem. E os degelos do Ártico e do Antártico provocam nos Oceanos ondas colossais e nunca vistas, que este ano, em Portugal, invadiram estradas e casas mais próximas do mar, destruíram grande parte das nossas praias, muitas das quais perderem os areais. Foi um fenómeno inédito (que também nas costas dos Estados Unidos, no Reino Unido e por todo o Mundo causou imensas destruições) e que vai repetir-se, ao contrário do que os mercados e os seus apaniguados pensam.
Não só no mar, mas também nas florestas, quando chegar o calor. Sem esquecer as catástrofes e os terramotos que ocorreram por todo o Mundo, do Japão à China e às Filipinas, da América Latina ao Afeganistão, da Nova Zelândia à Rússia, etc. E a flora e a fauna estão também, sem remédio, a ser destruídas. Tudo por causa daqueles que para ganhar dinheiro, com o petróleo, o gás, o carvão, o ouro, etc., furam a Terra de qualquer modo e a grande profundidade, destroem as florestas e tudo o que encontram à sua frente. Além de envenenarem os oceanos com plásticos e com o lixo mais variado.
O próximo verão, por desleixo dos políticos (que, hoje, na Europa, contam pouco), a quem competia preservar o ambiente, pondo em prática políticas capazes de controlar a ganância dos mercados, vai ser muito quente. Muitas das florestas vão arder. É inevitável. Mais uma razão para que os países mais influentes – e os outros, desde que conscientes – imponham a defesa do ambiente, perante governos como o nosso que esquecem ou desprezam as pessoas.
A ONU deve ocupar-se dos estragos que os mercados estão a causar ao Ambiente. E influenciar os Estados, em especial os que deixaram de ser emergentes, para que tratem do Ambiente como se impõe. O inverno deste ano foi, em Portugal e em muitos outros países, um fenómeno nunca visto, mesmo a primavera está a ser muito invernosa. Também este fenómeno vai continuar a repetir-se e, como disse, cada vez mais.
Voltando aos oceanos, estão a ser tratados como lixeiras, o que tem posto em risco muitas espécies marinhas que já desapareceram ou estão a caminho disso. E o mesmo sucede com muitas espécies de árvores nas florestas.
Tudo isto tem acontecido por culpa exclusiva dos mercados usurários, que só pensam no dinheiro e não no futuro. É preciso que a ONU defenda o Ambiente a sério, metendo-os na ordem, se quiser salvar o Planeta. Porque a especulação e a inconsciência serão fatais, repito, em menos tempo do que se julga, para a sobrevivência do nosso Planeta. Não é aceitável que, para ganharem mais dinheiro, ponham em causa o futuro dos nossos filhos e netos. O futuro da Terra e dos Humanos está em risco. Não ter consciência disso é um crime. E a ONU não tem feito caso do que dizem os cientistas, nem o tem afirmado suficientemente.