Portugal fez o que lhe competia. Entrar a ganhar, perante uma selecção turca que voltou a demonstrar não ter ainda consistência para estas andanças. Mas que não se pense que foi apenas pela diferença de categoria que a selecção nacional venceu. Foi graças a uma das melhores exibições da era Scolari, que nunca vira uma selecção orientada por si entrar tão bem numa fase final. E ele bem se lembra de quão difícil foi para o Brasil que viria a sagrar-se campeão do Mundo em 2002, defrontar e bater esta mesma Turquia no primeiro jogo do Mundial da Coreia e Japão.
Portugal demonstrou, este sábado, a principal qualidade que uma equipa que se quer vencedora tem de ter: sentido colectivo. Mais do que as individualidades, o que se viu foi uma equipa solidária, sólida e muito consistente. É verdade que houve jogadores que sobressaíram. Deco, por exemplo, fez uma primeira parte de sonho. Ricardo Carvalho e Pepe estiveram intransponíveis. O defesa luso-brasileiro ainda acrescentou um golo importantíssimo a uma exibição para recordar. João Moutinho foi crescendo ao longo dos minutos e acabou com uma exibição monstruosa. Petit, por tantos criticado, foi de uma regularidade impressionante. E Cristiano Ronaldo, apesar de uma primeira meia-hora em que parecia querer a bola só para ele, soube perceber que os melhores do mundo não gostam de jogar sozinhos.
O primeiro passo está dado. Mas nada está conquistado. Para a partida de quarta-feira, com a República Checa, só o mesmo espírito poderá conduzir a equipa a nova vitória. Os checos não são como os turcos, como se viu no jogo com a Suíça. Mesmo fazendo um jogo medíocre, conseguiram contrariar a turma da casa e vencer, com um futebol com tão pouco de vistoso quanto de eficaz.
Scolari tem, por isso, que preocupar-se em manter a equipa focada, não deixar que a euforia pela grande exibição de sábado faça com que a equipa nacional se desconcentre e entre em campo convencida que de já está apurada.