Quem diz que Lisboa, no verão, é um deserto, poderá mudar de ideias já este sábado. Joss Stone, voz de referência no panorama atual da música soul, sobe ao palco da Praça do Comércio, junto ao rio Tejo, para o concerto de abertura do Festival dos Oceanos, a decorrer entre 30 e 13 de agosto. O espetáculo é antecedido pela atuação da banda portuguesa X-Wife, e conta, ainda, com um dueto entre a cantora britânica e Sara Tavares. A 1, António Zambujo e a brasileira Roberta Sá estreiam o palco do Pátio da Galé, próximo à Praça do Comércio, destinado este ano à interação do fado com a música brasileira, africana e indiana: a 3, Ana Sofia Varela canta com Yami, de Angola, e Ritinha Lobo, de Cabo Verde; a 8, Ana Moura e o congolês Ray Lema; e a 10, Maria Ana Bobone convida Sónia Shirsat, da Índia.
Organizado pela Associação Turismo de Lisboa, o certame promove, também, vários espetáculos de rua no eixo ribeirinho da capital portuguesa, exposições, e a iniciativa ‘Museus à Noite’, que garante a abertura de mais de 20 museus até às 24 horas, entre os dias 4 e 11.
Bem diferente deste festival urbano é o Sudoeste, que regressa à Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar, de 3 a 7 de agosto. Entre noites de acampamento mal dormidas, cervejas empoeiradas e banhos de sol nas praias da costa alentejana, os festivaleiros são brindados com um dos cartazes mais ecléticos deste verão. No primeiro dia, destaque para DJ Axwell, um dos grandes nomes da música house, encarregue ainda de fechar o festival, a 7, com o seu trio de eletrónica Swedish House Mafia. A 4, é a vez da cantora de R&B, Janelle Mónae, animar a ‘pista’ de dança – um regresso muito aguardado, após o sucesso da atuação no Festival Super Bock em Stock, em Lisboa, no final do ano passado. E outro destaque do palco principal, Snoop Dog, o rapper norte-americano que vem apresentar o seu último álbum, Doggumentary. O dubstep intimista de Jamie Woon ou o misto de rapcore, dub, dancehall e ragga dos Asian Dub Foundation são apenas alguns exemplos do que podemos ouvir, ao segundo dia, nos palcos secundários.
A 5, a música portuguesa acorre em massa à 15.ª edição do Festival Sudoeste. A cantora de jazz Luísa Sobral, a fadista Cuca Roseta e os Clã marcam presença no palco Planeta Sudoeste, enquanto os Deolinda sobem ao principal, depois de se ouvirem os temas intimistas do cantautor brasileiro Marcelo Camelo. Já ao fim da noite, a não perder o espetáculo de Kanye West, um dos mais influentes músicos de hip-hop da atualidade.
No penúltimo dia da festa, Valete traz o seu rap de intervenção ao palco principal e, em seguida, Scissor Sisters, a banda dos excêntricos Jake Shears e Ana Matronic, e o DJ David Guetta prometem agitar o público. Destaque, também, para Nouvelle Vague e o reggae dos Alpha Blondy nos palcos secundários. E a 7, a fechar os cinco dias de música, o cartaz do Sudoeste vai ao encontro das suas raízes: o rock, com Filipe Pinto, Interpol e The National.
Viajemos, ainda, até à 1.ª edição do Festival Internacional de Polifonia Portuguesa, que se realiza de 29 a 31 de julho. Organizado pela Fundação Cupertino de Miranda, o certame conta com três concertos da Cappella Musical Cupertino de Miranda, cujo repertório integra obras de compositores renascentistas como Pedro de Cristo, Filipe de Magalhães e Manuel Cardoso. Para ver a 29, na Igreja de Santa Maria de Landrim, em Vila Nova de Famalicão (às 21 e 30); a 30, na Igreja San Martin, em Santiago de Compostela (às 19); e a 31, na Igreja Nossa Senhora da Oliveira, em Guimarães (às 21 e 30). Segundo Pedro Álvares Ribeiro, presidente do concelho de administração da Fundação, o festival tem por objetivo “divulgar a polifonia portuguesa dos séculos XVI e XVII, período em que a música portuguesa atingiu o seu apogeu”.
Jazz ao ar livre
O concerto de Maria João com a Orquestra Jazz de Matosinhos marca o arranque da 17.ª edição do Festival Internacional de Jazz de Loulé, a decorrer nos próximos dias 28, 29 e 30, sob a direção artística de Mário Laginha. A cantora apresenta, já esta quinta-feira, o seu último álbum, Amoras e Framboesas, composto por temas saídos do cancioneiro popular brasileiro, com influências do jazz norte-americano e do trabalho de décadas com Mário Laginha. A 29, Richard Galliano, considerado o mestre mundial do acordeão, traz-nos uma sonoridade que mistura tango argentino, jazz e bop americano. O encerramento do festival, a 30, está a cargo de Aaron Parks Quartet. Uma das grandes referências mundiais do piano jazz, Aaron Parks vem à cidade algarvia mostrar o seu mais recente trabalho, Invisible Cinema, acompanhado pelo guitarrista Mike Moreno, o baixista Matt Penman e o baterista Eric Harland. Na primeira parte do espetáculo, sobe ao palco a Orquestra Jazz do Algarve, sob a direção de Hugo Alves, cujo repertório vai desde os grandes clássicos de jazz, que têm feito história nas Big Bands, até a temas originais. Organizados em parceria pela Casa da Cultura de Loulé e a Câmara Municipal, os concertos realizam-se às 22, na Cerca do Convento Espírito Santo, no centro histórico de Loulé.
E também a norte há jazz. O compositor e contrabaixista Chris Lightcap vem, a 30, ao jardim da Fundação Serralves, no Porto, para o concerto de encerramento do festival ‘Jazz no Parque’. O músico tocará acompanhado pelo Bigmouth, constituído pelos saxofonistas Tony Malaby e Andrew Bishop, o pianista Gary Versace e o baterista Gerald Cleaver. Na véspera do espetáculo, a 29, o grupo irá, ainda, orientar um workshop para os alunos da Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo.