A Grande Liberdade de Sebastian Meise é o filme de encerramento do KINO, festival de cinema alemão organizado pelo Goethe-Institut Portugal. O evento terá lugar no Cinema São Jorge, em Lisboa, de 27 de janeiro a 2 de fevereiro.
A 19.ª edição tem como tema “o futuro” e conta com 15 filmes, 13 dos quais estreantes nas salas portuguesas, oriundos de Alemanha, Suíça, Áustria e Luxemburgo. A curadoria de Teresa Althen e Susana Santos Rodrigues dá novamente enfoque ao cinema no feminino com oito obras dirigidas por mulheres. Essas obras ficam depois disponíveis na plataforma Filmin. Ao universo feminino soma-se uma primazia pelos jovens realizadores, em estreia ou lançando a segunda obra (10 filmes nesta qualidade).
A Mostra divide-se em três secções. Visões destina-se ao cinema premiado na Alemanha e internacionalmente, muitas das vezes com caras conhecidas na realização ou no elenco. É o caso de A Grande Liberdade, de Sebastian Meise (dia 2, 21h). A longa-metragem estrelada por Franz Rogowski venceu o Prémio do Júri na secção Un Certain Regard do Festival de Cannes 2021 ou os prémios para Melhor Filme e Melhor Ator no Festival de Cinema Europeu de Sevilha. Debruça-se sobre o tema da homossexualidade na personagem de Hans, condenado à prisão por assumir a sua orientação sexual numa Alemanha ferida do pós-guerra.
Desta secção destacamos ainda Jumbo de Zoé Wittock (um coming-of-age sobre uma paixão inusitada e incompreendida; dia 31, 21h) e Ninguém está com as vitelas de Sabrina Sarabi (um retrato desconstrutivo da ruralidade e como esta pode causar um tédio desesperador; dia 28, 21h). Perspetivas é a secção vocacionada para realizadores em início de carreira. Um desses casos é o de Daniel Brühl, ator em “Adeus, Lenine!”, que se estreia com O Vizinho do Lado (dia 27, 19h): um encontro casual entre vizinhos com experiências distintas da reunificação alemã. Destaque também para Juventopia de Dennis Stormer (dia 29, 21h): uma distopia em que um grupo de jovens se recusa a aceitar a ditadura dos algoritmos. A secção Realidades incide sobre o género do documentário com quatro obras realizadas por mulheres. Estreiam em Portugal The Case You de Alison Kuhn (dia 28, 19h), uma reflexão sobre o trauma do abuso sexual no mundo do cinema, ou Walchensee para sempre de Janna Ji Wonders (dia 29, 16h), um estudo sobre o impacto da herança e das origens nas mulheres de uma família da Baviera.
Face à edição anterior mantém-se a atribuição do Prémio do Público, mediante votação dos espectadores no final de cada sessão. A concurso estão os 10 filmes que são estreia ou segunda obra do respetivo realizador. Além da programação cinematográfica, estão previstas conversas com alguns realizadores dos filmes exibidos e uma conferência sobre o futuro, abordado quer de forma genérica, quer no âmbito específico do cinema – intitulada “Futurologia Cinematográfica”. Esta conferência, à data de publicação do artigo, já aconteceu, via digital, devido às circunstâncias impostas pela pandemia. Estará disponível em versão podcast no site do Goethe-Institut. Contou com a participação de Dennis Stormer e Marisa Meier, realizador e produtora do filme Juventopia; de Fernanda Polacow, socióloga, realizadora e argumentista que escreveu, entre outras obras, o aclamado filme Mosquito; de Welket Bungué, ator e cineasta luso-guineense que protagonizou o filme de abertura da KINO no ano passado, Berlin Alexanderplatz; e de Nuno Bernardo, escritor, produtor e realizador premiado e nomeado para um Emmy e autor de O Diário de Sofia e Gabriel.