As taxas Euribor estão a subir em todas as frentes, batendo máximos nos vários prazos. A taxa Euribor a seis meses avançou para -0,239% (novo máximo desde junho de 2020), a 12 meses passou para 0,134% (novo máximo desde outubro de 2015) e a taxa a três meses fixou-se nos -0,415% (novo máximo desde julho de 2020). Uma tendência de subida preocupante e que poderá implicar um agravamento das prestações bancárias, um cenário que vai seguramente afetar boa parte das famílias portuguesas entre as mais endividadas da Europa a nível habitacional. A plataforma especializada em finanças pessoais e familiares, Doutor Finanças alerta para a necessidade das famílias negociarem com os seus bancos de forma a prevenir situações-limite.
“Efetivamente, se a Taxa Euribor continuar a subir, a prestação do crédito habitação também aumentará, o que poderá colocar em causa o orçamento familiar. É muito importante prevenirmos este impacto e encontrar formas de o minimizar”, comenta Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças.
É determinante prepararmo-nos para a subida de juros no crédito habitação, num período em que a inflação está a subir e em que se prevê que o Banco Central Europeu (BCE) atue e suba os juros de referência para a Zona Euro. Esta é uma das ferramentas que o BCE dispõe para controlar a inflação. Quando o banco central sobe juros, ou se antecipa essa decisão, o valor da Euribor também aumenta, o que tem impacto nas prestações do crédito habitação, explica Rui Bairrada.
Desta forma, o Doutor Finanças recomenda a antecipação à subida dos juros, de forma a aliviar a pressão sobre o nosso orçamento, apresentando 5 dicas:
1 – Negociar as condições do nosso contrato
Por regra, o nosso banco prefere rever e melhorar as condições de um contrato, do que nos perder enquanto cliente. Muitas vezes, é possível poupar no crédito habitação apenas com um pedido de revisão das condições atuais. Se tivermos um contrato de crédito habitação mais antigo, podemos não estar a beneficiar de um spread ajustado às nossas condições, por exemplo.
Um outro ponto importante na renegociação de um contrato de crédito, com o objetivo de redução da prestação, é refletir sobre o aumento do prazo de financiamento.
Por exemplo, se aumentarmos o prazo do crédito habitação teremos uma poupança na nossa prestação mensal. No entanto, a longo prazo, o valor total a pagar ao banco será mais elevado, pois pagaremos juros durante um prazo maior.
2 – Analisar as taxas de juro
No nosso contrato de crédito habitação estão presentes inúmeras taxas que influenciam o valor da prestação. Estre elas estão a Euribor, o spread (margem de lucro da entidade bancária), a TAN e TAEG. Devemos analisar bem estas taxas e ver se as podemos renegociar. De realçar que a TAEG reflete todos os custos associados ao contrato, nomeadamente seguros e cartões. Se negociarmos os produtos associados ao crédito podemos reduzir esta taxa.
Por outro lado, também devemos ponderar, dada a esperada subida das taxas de juro, se temos mais vantagens em optar por uma taxa mista ou fixa, em vez de continuar com um contrato de crédito com uma taxa variável.
3 – Procurar melhores condições no mercado
Numa ótica de renegociação, o especialista recomenda que abordemos primeiro o nosso banco no sentido de renegociar as condições contratuais do nosso crédito atual. Se este não apresentar condições que satisfaçam as nossas necessidades, podemos ponderar a transferência do crédito habitação para outro banco.
Antes de o transferir, devemos consultar vários bancos e analisar minuciosamente cada proposta. No entanto, não devemos tomar uma decisão apenas com base no spread mais baixo, pois este não significa que iremos poupar no crédito habitação.
Após analisar bem as propostas, devemos informar-nos se o banco em questão irácobrir os custos da transferência do nosso crédito habitação. Caso não o faça, temos de fazer contas e perceber se esta mudança compensa. Neste âmbito, podemos utilizar a calculadora de transferência de crédito habitação, para nos ajudar nos comparativos, ou então, procurar um intermediário de crédito, como o Doutor Finanças.
4 – Transferir apenas os seguros
No caso de não pretendermos transferir o nosso crédito para outro banco, poderemos analisar a transferência do seguro de vida e do seguro multirriscos para outra entidade. Por norma, o valor destes segurosé mais caro quando os contratados no banco onde obtivemos o financiamento.
5 – Consolidar vários créditos
Se temos vários créditos contratados, além do nosso crédito habitação, como por exemplo cartões de crédito, diferentes créditos ao consumo ou um crédito automóvel, podemos consolidar todos estes contratos, gerando uma poupança elevada. Uma das vantagens do crédito consolidado, é que ao juntar todos os créditos num só, pagaremos apenas uma fatura mensal e a taxa de juro média deve descer.