O mês de março trouxe resultados mais positivos para os mercados de ocupação de escritórios em Lisboa e Porto, de acordo com o último Office Flashpoint da consultora JLL, relatório mensal que acompanha o desempenho deste setor nas duas cidades. Março terminou com a absorção de 19.500 m2 de escritórios em Lisboa, uma área arrendada que cresce 102% face ao mesmo período do ano passado e quase triplica a atividade do mês anterior.
“O mês foi marcado pela realização de vários negócios de grande dimensão em Lisboa, um mercado onde oito das 14 operações concretizadas envolveram áreas com mais de 1.000 m2, impulsionando a área média por operação para 1.400 m2. A maior transação foi a ocupação de mais de 4.000 m2 pela Whitestar no Almirante Gago Coutinho, 30, destacando-se ainda operações de arrendamento no patamar dos 2.000 m2 por uma entidade financeira no Tagus Park, pela Armatis no edifício Cidade de Goa 22 e pela Damco Logistics na Torre Oriente, além da absorção de 1.800 m2 no Café Lisboa pela Finsight Labs”, refere-se em comunicado hoje divulgado.
No Porto, março trouxe também “uma absorção a quatro dígitos, atingindo 1.800 m2, igualmente em forte crescimento face ao mês anterior, embora ainda bastante abaixo do observado em igual mês de 2020″, diz a consultora.
Em termos trimestrais, Lisboa acumula uma absorção na ordem dos 29.200 m2 no 1º trimestre de 2021, os quais apresentam uma queda de 34% face ao 1º trimestre de 2020, embora este tenha sido o último trimestre do período pré-Covid. No cômputo do trimestre, contabilizam-se 27 operações de escritórios, sendo a zona 5 – Parque das Nações a mais dinâmica (35% do volume ocupado). Do lado da procura, destacam-se os setores de Serviços Financeiros (24% do take-up) e Serviços a Empresas (27%).
No Porto, a ocupação trimestral atingiu quase 3.000 m2, igualmente em compressão face ao trimestre homólogo (-84%). Registaram-se apenas 8 operações ao longo do trimestre. A zona 1 – CBD Boavista é o principal destino das empresas no Porto, recebendo mais de metade da atividade trimestral. Em termos de procura, o setor das Farmacêuticas e Saúde foi o mais ativo (29% do take-up), evidenciando-se ainda as empresas de Serviços Financeiros (20%).
“Ainda que o trimestre apresente resultados claramente pressionados pelo novo confinamento, a absorção tem exibido um comportamento de crescimento de mês para mês. E mais, é importante frisar que março evidenciou o regresso de operações de maior dimensão. Esta situação abre perspetivas mais animadoras para o futuro do mercado, comprovando que o grande entrave à atividade está, neste momento, na conjuntura pandémica”, referiu Mariana Rosa, Head of Leasing Markets Advisory da JLL, destacando a zona do Parque das Nações como “a mais dinâmica de Lisboa, com quase um terço da atividade trimestral, em resultado de negócios de pré-arrendamento para projetos que ainda estão em desenvolvimento”.