Os longos períodos passados em casa ditados pela pandemia estão a levar muitos portugueses a repensar sobre o que realmente querem para o seu espaço habitacional e o que faltou para muitos que habitam em apartamentos é uma área exterior aprazível que ajude a suavizar o confinamento. E o mercado já começa a dar mostras dessa reflexão.
Entre janeiro e junho, a rede RE/MAX registou quase 5.000 transações imobiliárias de moradias em negócios de compra e venda, uma média de 28 vivendas por dia. Uma média muito suportada nos últimos dois meses, em maio e junho, meses de desconfinamento, quando a procura por moradias, quintas e terrenos registou um significativo aumento de 18% em comparação com janeiro, no momento pré-Covid.
“Falar de mudanças de hábitos e de comportamentos por parte dos consumidores pode ainda ser prematuro, contudo nestes dois últimos meses do chamado período de desconfinamento a RE/MAX notou uma certa mutação na procura.”, referiu Beatriz Rubio, CEO da RE/MAX.
Para a responsável, “os apartamentos continuam a ser, como sempre foram nas últimas décadas, a grande fatia do mercado habitacional, pelo que serão sempre alvo de maior procura. Todavia, as preocupações recentes com questões de segurança sanitária têm conduzido a uma maior procura por moradias, quintas e terrenos. Sendo estas preocupações circunstanciais e que não nos permitem ainda assegurar como facto consumado poder estar a ocorrer uma mudança de paradigma na procura por habitação, serão ainda precisos alguns meses para tomarmos essa mudança como certa. O certo neste momento é o facto de estarmos a recuperar a dinâmica dos meses anteriores à pandemia, com os níveis de procura a crescerem“.
Relativamente às regiões com maior incremento no período de maio e junho são os distritos de Beja, Braga, Portalegre, Porto e Évora aqueles que registam maiores índices de crescimento percentual da procura média diária por moradias.
“Numa análise mais nominal (em número), são os distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Santarém os que se destacaram com 29,7%, 14,9%, 12,4%, 8,3% e 7,2%, respetivamente, da procura gerada, que se deve ao facto da própria oferta ser nominalmente maior em distritos mais populosos. Se considerarmos as duas vertentes, crescimento percentual e peso na procura, lidera o distrito do Porto”, explica a empresa, em comunicado.