O impacto que as redes sociais têm nas nossas vidas é hoje indiscutível e esse mundo, com poucas regras (por vezes nenhumas), pode ser solo fértil para o crescimento de mitos e crenças de todos os tipos. Que o diga Pedro Carvalho, 33 anos, um dos rostos mais conhecidos em Portugal na luta pela desconstrução de mitos alimentares que, tantas vezes, vemos nascer e serem difundidos nestas plataformas. No seu quarto e último livro, Os Novos Mitos que Comemos (Ideias para Ler, 286 págs., €17,70), que chega às livrarias esta semana, o nutricionista faz uma análise pormenorizada às dietas da moda e tendências alimentares pouco científicas. Além de assegurar que existem diversos caminhos para emagrecer e que o importante é aprender a comer bem, sem demonizar certos alimentos, Pedro Carvalho confessa à VISÃO que “é verdade que cada nutricionista pode dizer coisas diferentes”. O importante é que “as diversas abordagens sejam sustentadas por evidência científica”.
Temos assistido ao crescimento de um “quase” culto dos suplementos alimentares, seja para perder peso, ganhar músculo ou reforçar o sistema imunitário. Precisamos realmente deles?
Dependendo dos hábitos e estilo de vida das pessoas, existem cerca de quatro suplementos que podem fazer sentido: a proteína, a creatina, a vitamina D, em algumas alturas do ano, e o ómega 3. Tudo o resto, praticamente, não é necessário. Sobretudo em relação ao emagrecimento, porque não há nada que seja objetivamente termogénico ao ponto de aumentar a oxidação de gordura de forma relevante, a nível clínico. É importante perceber que certos suplementos só continuam a ser populares porque as pessoas os compram. O mercado adapta-se às preferências do consumidor e, no dia em que as pessoas deixarem de comprar, vai haver uma reformulação da oferta.