Quanto maior é a expetativa, maior é a desilusão. Aprendemos a máxima com Cyberpunk 2077 e reforçamo-la com The Callisto Protocol. Há que salientar que nenhum destes jogos é mau, mas sofreram ambos, claramente, de um ‘buzz’ excessivo. Criado por Glen Schofield, a mente por trás de Dead Space (só por aqui já se percebe o interesse que despertou), The Callisto Protocol coloca-nos na pele de Jacob Lee, um piloto de cargueiro que logo no início do jogo despenha a nave, alvo de um ataque rebelde, na lua de Júpiter, Calisto. O seu companheiro não sobrevive ao acidente e o nosso herói acaba atirado para a prisão de segurança máxima de Black Iron.
E aqui começam os problemas narrativos do jogo. Percebe-se a ideia de manter uma aura de mistério em torno da injustiça de que Jacob foi vítima, mas estamos longe do nível de um Josef K em O Processo de Kafka. A ligação emocional às personagens começa a falhar logo desde o início. E nem o facto de Jacob ser interpretado pelo popular ator Josh Duhamel minimiza essa lacuna.