Computação espacial. Simulação. Gémeos digitais. Estas tecnologias têm vindo a amadurecer lentamente durante anos e o seu impacto diário tem sido limitado. Mas esta situação vai mudar rapidamente e, em 2023, a cloud tornará estas tecnologias mais acessíveis, permitindo, por sua vez, uma experimentação que não conhecerá restrições físicas.
As simulações são utilizadas para construir melhores carros de corrida, prever o tempo, e regular o mercado de ações. Embora os problemas que as simulações podem resolver sejam significativos, no dia-a-dia, a dificuldade de construir e executar simulações é uma barreira. As empresas são constrangidas pela necessidade de hardware de alta potência e mão-de-obra especializada. Por exemplo, uma simulação de dinâmica fluida para um jato ou um carro de corrida, onde podem ser necessários até 150 TB de dados apenas para simular um segundo de um cenário do mundo real. Com a recentemente lançada AWS SimSpace Weaver, a primeira de muitas tecnologias de simulação, está aberto o caminho para um futuro onde quase tudo no nosso mundo pode, e eventualmente será, simulado. As simulações vão ajudar-nos a tomar melhores decisões sobre as estradas que construímos, as formas como organizamos os nossos armazéns e as formas como respondemos a desastres. Com a simulação é possível espreitar o futuro para avaliar os impactos dos nossos esforços, executando inúmeros cenários de simulação que respondem às perguntas, sem termos de esperar muitos anos para ver qual é o impacto. Com uma tecnologia como a SimSpace Weaver, uma empresa como a Terraformation pode modelar o crescimento de florestas inteiras, para ir ao encontro do seu objetivo de plantar um trilião de árvores. Como resultado, pode criar uma floresta biodiversa e saudável, com a mais elevada compensação de carbono possível.
Outra área onde assistimos um rápido avanço na inovação é na computação espacial. As empresas estão a construir hardware especializado e a utilizar tecnologias de cloud para captar e criar modelos 3D de qualquer ambiente. Realizar esta tarefa apenas com um dispositivo móvel será em breve uma realidade. Esta democratização irá inspirar uma nova onda de inovações: na arquitetura, construção, imobiliário comercial, e indústrias de retalho. A computação espacial avançará rapidamente nos próximos anos a um ponto em que os objetos e ambientes 3D serão tão fáceis de criar e consumir como os seus vídeos favoritos nas redes sociais. As imagens estáticas de produtos 2D na Internet tornar-se-ão uma coisa do passado, serão substituídas por modelos 3D que captam, rodam, e surgem na sua sala de estar de forma tão perfeita como as pode ver hoje em dia na web. Mas muito mais vai surgir destes modelos, e quase tudo poderá ser simulado. Uma lâmpada virtual não será apenas colocada no chão da sua sala – poderá ligá-la e desligá-la, observar como a luz ambiente interage com o seu mobiliário virtual, em tempo real, e compreender o impacto que ela tem no seu consumo de energia. Tudo isto, antes de premir o botão ‘comprar’.
Em 2023, tecnologias como estas vão começar a convergir. Com a crescente integração de tecnologias digitais no nosso mundo físico, a simulação terá uma função muito importante e irá assegurar que as tecnologias de computação espacial provoquem o impacto correto. Isto conduzirá a um ciclo virtuoso do que em tempos foram tecnologias díspares, que começam a ser utilizadas em paralelo tanto pelas empresas como pelos consumidores. A cloud, através da sua escala maciça e acessibilidade, conduzirá a esta próxima era.
Mas o mundo das simulações está longe de ser a única área impactada por estas transformações que representam incríveis avanços tecnológicos. A energia inteligente, as redes de logística ou a produção de chips de hardware – tudo vai passar por esta avalanche de inovação na qual reflito por completo no artigo Tech predictions for 2023 and beyond [previsões tecnológicas para 2023 e mais além, em tradução livre].